Viagem parte 2

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Uma grande revelação é dada ao grupo de lobos, Connor revela ser o famoso e infame "Andarilho", antigo braço direito do "Viajante" que era na verdade o avô materno de Rodolpho, essas informações ferveram nas cabeças de todos eles.
Hiure: Rodolpho?
Rodolpho: você... Você está dizendo, que meu avô foi um dos lobos mais poderosos do século passado?
Connor: o segundo, ficava atrás apenas de Álvaro.
Maria: como nunca soubemos disso?
Kaique: sempre se referiam a ele pela alcunha, nunca pelo próprio nome.
Ryan: por algum motivo, é claro.
Connor: vocês não sabiam? Pelo Branco não falou nada pra vocês? Nem a sua mãe, garoto?
Rodolpho: nunca! Por que? Se indaga pensativo.
Connor: deve ser por causa do contrato... Epa. Fala se interrompendo.
Heitor: contrato?
Ryan: isso tem haver com a morte dele.
Rodolpho: espera aí, meu avô foi capturado e executado, então como você, que era o braço direito dele ainda está com a cabeça no lugar?
Connor: é, ele foi executado, mas nunca foi capturado. Fala sorrindo olhando para o copo em sua mão.
Hiure: como assim?
Connor: Antônio se entregou aos caçadores.
Essas poucas palavras foram suficientes para abalar a todos, Viajante era visto como um ser livre, incorruptível, poderoso, tinha tudo que um lobo queria e era quase impossível de se capturar, no entanto todos achavam que havia sido pego.
Hiure: ele e o velho Pelo Branco tinham tudo, por que iria se entregar a um dos nossos maiores inimigos?
Connor: proteção dos lobos dele.
Rodolpho: como assim?
Connor: éramos três monstros, Álvaro, Antônio e eu, eles dois eram os maiores, a cidade era dividida em duas, Pelo Branco era mais calmo em relação a nós, Antônio era ousado, fazia a vida dos caçadores um inferno.
Hiure: então por quê?
Connor: ele tinha quarenta e oito anos, por quase trinta, fez o que queria, mas teve um limite, nossa alcatéia era mista, vários kriegshunde, eram uns oito mil cães, os outros doze mil eram lobos.
Heitor: e o Pelo Branco?
Connor: tinha vinte e seis mil lobos puros.
Rodolpho: prossiga.
Connor: depois de quase trinta anos, os oficiais de maior patente foram se cansando dele, muitos dos nossos integrantes foram mortos, então Antônio se apresentou pessoalmente ao General Ricardo e ao Coronel Eugênio, o acordo seria dessa forma: o cabeça se entregaria e seus seguidores seriam poupados. Assim foi feito, no dia 4 de julho de 1993, nosso Alpha foi morto, muitos dos nossos lobos e cães se esconderam em meio aos caçadores e viram a execução.
Maria: fiéis até o fim.
Connor: eu não fui, ouvir suas últimas palavras foi o suficiente.
Connor entra em sua própria memória, lembra dele mesmo naquele dia em 93, estava na mesma posição, Antônio bebia a mesma coisa que Connor no bar, o Alpha virava a garrafa direto, usava cabelos longos um pouco acinzentados com algumas penas bem chamativas, usava a jaqueta de couro que em dias atuais pertence a Rodolpho, seu colar reluzia, usava calças de um tecido semelhante ao jeans na cor marrom, botas de couro negro, mesmo sabendo que ia morrer não demonstrava nenhum medo, ele põe a mão no ombro direito do melhor amigo e caminha em direção a porta do lugar.
Antônio: nos vemos do outro lado meu amigo. Diz calmo e confiante olhando para trás com um sorriso.
Connor: aquele seria um dia que se fixaria eternamente na minha cabeça, naquele dia eu bebi como nunca mais beberia, comi como nunca mais comeria, ri como nunca mais riria... e... e eu chorei como nunca mais choraria e no fim aquele que eu chamei de irmão deu a própria vida por todos nós, logo todos se dispersaram pelo país.
Ryan: Joe disse que fez parte de uma antiga alcatéia.
Connor: Joe!? Vocês conheceram Joe Selvagem?
Hiure: sim, vimos ele antes de vir pra cá.
Connor: que nostálgico, me traz tantas lembranças, gostaria de ver ao menos alguns dos meus antigos subordinados, Ivan e Apolo, bons cães, gostaria de ver todos antes que eu morra.
Ryan: você parece ter ótimas lembranças.
Connor: claro que tenho, treinei eles, salvei as vidas deles arriscando a minha vida e mesmo assim não sei onde eles estão ou o que estão fazendo hoje em dia. Fala mexendo seu copo.
Hiure: Carmem disse que você seria mais perigoso se estivesse armado, que tipo de arma você usava velho? Pergunta tentando mudar de assunto.
Connor: eu? Eu era espadachim, mas também era caçador e lutador corpo a corpo.
Ryan: tudo isso?
Connor: vocês não são assim?
Hiure: não, eu sou lutador corpo a corpo, Kaique é espadachim, Ryan caçador, acho que só Rodolpho que é mais variado.
Connor: na minha época não podíamos escolher muito, eu era melhor na esgrima, na verdade eu era o melhor de todos.
Kaique: você é o predecessor de Victor?
Connor: isso mesmo pirralho, era uma época de guerras constantes, por esse motivo minha geração foi mais forte que a geração dos atuais Grandes Alphas, cuidamos da nossa guerra e criamos paz, dessa paz veio a geração sucessora a minha, são fortes, mas não tanto quanto éramos, isso cria caos e novas guerras, essas guerras vão fortalecer vocês que são a nova geração.
Hiure: Loiro disse uma vez, um bom alpha não anseia pela guerra. Fala defendendo seu Alpha.
Connor: essa frase é apenas metade da original "Um bom alpha não anseia pela guerra, mas se prepara a vida toda pra uma".
Essa frase desperta um pensamento de líder nos irmão, era um pensamento a ser adotado, queriam ser grandes alphas, isso iria ajudar muito, Rodolpho então lembra que ele tem que voltar, as novas informações eram de importância inestimável.
Rodolpho: meus primos precisam saber disso o mais rápido possível!
Maria: não pode ligar, podem rastrear a ligação.
Heitor: estamos de partida então?
Hiure: estamos, vamos lobos, vamos pra casa.
Connor: eu não posso voltar, mas vou acompanhar vocês até a saída da cidade.
Pouco antes de saírem do bar, um tumulto começou do lado de fora, quando abriram a porta viram dúzias de lobos sendo atacados, muitos homens armados com armas brancas, eram caçadores, aquela era uma área completamente de licantropos, eles atacavam indiscriminadamente, os jovens lobos se arriscam e saem em meio aquela chacina, Kaique e Heitor cuidariam da retaguarda, os dois atacavam ferozes, mesmo na forma humana, Heitor era muito rápido, Kaique arremessava caçadores para o alto com extrema facilidade, Rodolpho era como um aríete, mas mesmo com a organização deles, os lobos foram separados, além de caçadores eles teriam que enfrentar outros lobos e cães que os culpavam por tudo, um deles tentou esfaquear Maria, que captura a faca e derruba o cão, três caçadores cercam Ryan.
Caçador: não deixe ele escapar, tem nível amarelo de perigo, é um lobo de alto escalão!
Ryan: sou conhecido até aqui é? Que honra, pra vocês é claro.
Dois deles investem, Ryan esquiva facilmente, num único golpe ele rasga a garganta de um deles e esmaga as costelas de outro, o último tenta usar uma arma calibre 38, porém as balas nem chegavam perto de acertar o jovem alpha, o mesmo então puxa o braço direito do atirador e crava as presas no pescoço dele. Hiure caminhava calmamente até que uma pequena matilha o para, todos tinham facões e armas em punho, ele apenas para de caminhar, estava de cabeça baixa, ao levantar a cabeça ele libera sua intimidação predatória, todos os cães eram civis e não lutadores, eram donos de bar e de outros estabelecimentos, apenas um pouco desse poder foi o suficiente para os fazer todos recuarem, Kaique não queria perder tempo com aquilo, sem pensar muito, atacava feito um monstro, passava por cima dos inimigos que não eram poucos, Rodolpho não pensou duas vezes antes de se transformar, sua hispo era extremamente medonha e imponente, de longe Connor via todos, ele se assusta com a visão que tem.
Connor: como uma visão do passado, seu neto é sua cópia perfeita Antônio. Fala com um sorriso.
Kaique então saca o facão, ele o manuseava com perfeição, ao longe Connor grita.
Connor: use algo maior pirralho! Grita jogando um sabre.
No ar, o jovem alpha toma a espada, ele saca da bainha, era linda e reluzente, seu treino com Victor se mostrava não ter sido esquecido.
Connor: lute pirralho, faça como um espadachim faria. Fala rindo.
Novamente ele olha para os outros, Ryan já na forma lupina fazia estrago as tropas, Heitor corria como o vento, Maria era como uma amazona, Hiure era um lutador incomparável.
Connor: vejo um Marcos da nova geração, um Joe calmo, um Álvaro mais baixo, só ela que é diferente, eu gostaria de ver Vitória nela, mas não vejo. Fala um pouco desapontado.
Os jovens por fim se reúnem, o velho cão salta e cai chutando um caçador que espreitava.
Connor: devolva garoto. Pede estendendo a mão.
Kaique devolve a espada na bainha.
Connor: faz uns treze anos que não uso ela. Fala em tom nostálgico.
Kaique: velho?
Connor: vão, garantam o futuro daquela terra. VÃO AGORA!!
Todos correm para os carros, Hiure e Rodolpho olhavam para trás, o velho era incrível, Carmem falou a verdade, ele era mais forte que os seis juntos apesar da idade avançada.
Connor: façam o que minha geração não pôde fazer. Fala esperançoso.
Depois do conflito, Connor retornou ao bar, Carmem serviu pra eles uma dose de vinho irlandês.
Connor: aqueles garotos são incríveis, até assusta ver a semelhança deles com a minha geração.
Carmem: e sofrerão do mesmo jeito.
Connor: do que está falando?
Carmem: eu tive um mal presságio, todos eles estão fadados a sofrer. Fala amargurada.
Connor: que os ancestrais queiram que você esteja enganada. Diz olhando a taça.
Carmem: até eu quero estar errada.
Longe da confusão, os jovens lobos se encontravam no extremo do estado do Pará, numa cidade chamada Serra Norte, a lua brilhava no céu, eram nove da noite, eles decidiram parar numa pousada, era rústica porém luxuosa, alugam três quartos, Maria entra no quarto dela e tranca a porta, os irmãos olham pra Hiure com cara de preocupação.
Hiure: vão para o bar, você tá precisando de uma embriaguez. Fala olhando pra Rodolpho.
Rodolpho: qualquer coisa já sabe né?
Hiure: sei, pode ir.
Kaique: hoje você vai ficar doidão pirralho. Fala provocando Heitor.
Hiure usa a ponta da afiada garra para destrancar lenta e silenciosamente a porta do quarto de Maria, ele entra e se aproxima da cama.
Maria: tá velho mesmo, seus passos de caça estão um lixo.
Hiure: por que eu usaria técnicas de caça pra chegar até minha namorada?
Maria: anda logo e sai.
Hiure: não.
Maria: vai sim.
Hiure: vai ter que me matar.
Maria: você está insuportável!!
Hiure: sei que falei merda.
Maria: modesto. Fala em tom de zombaria.
Hiure: da pra parar? Estou tentando me desculpar aqui.
Maria apenas se senta em sua cama e o olha.
Hiure: temos perspectivas diferentes daquela cidade, vivemos lá desde sempre, lá estão nossos melhores e piores momentos, mas você tem bons momentos que compensam os maus, mas comigo é o oposto.
Maria: tá dizendo que não teve bons momentos?
Hiure: claro que tive, eu cresci lá, conheci meus irmãos e o pessoal das outras alcatéias, conheci você esses são meu melhores momentos.
Maria: então, aí está o motivo pra ficar.
Hiure: mas foi naquela cidade que eu perdi minha mãe, briguei várias vezes com meu pai, perdi o avô Álvaro, o tio Gabriel, perdi você, meus poderes e meus betas , já fazem dois anos que o vovô morreu e eu não consegui visitar o túmulo dele, não fiz as honrarias, aquela terra bebeu muito sangue, eu quero redenção. Fala em tom cansado.
Maria: eu não pensei por esse lado. Diz se levantando e o abraçando.
Hiure: e ainda por cima, você me deixa de castigo. Fala maldoso.
Maria: se te serve de consolo, o castigo foi pra nós dois. Responde no mesmo tom.
Hiure: acho que já paguei minha pena, hora de compensar o tempo perdido. Fala malicioso.
Maria: safado. Diz o beijando.
Hiure: esses lábios, essas pernas. Diz em total desejo a acariciando toda.
Ele a deita e lhe retira as peças de roupa, ele beija a pele nua e morena dela, eram quentes, em meio a todo aquele fogo, o celular de Hiure toca, ele decide deixar pra lá, mas os repetitivos toques irritam Maria.
Maria: atende vai. Diz interrompendo o beijo.
Hiure: morena chata.
O jovem lobo lê o nome do pai na tela do celular.
Hiure: velho? Você tá me atrapalhando de uma maneira que...
Wellington: Hiure, me ouça. Fala com voz nervosa.
Hiure: o que aconteceu? Pergunta numa postura séria.
Wellington: Igor e Laiane estão desaparecidos desde manhã.
Aquelas palavras acertaram em cheio a alma do jovem lobo, ele se desesperou no mesmo instante.
Hiure: eu estou a caminho daí! Fala apressado.
Wellington: filho, você sabe o que isso pode significar, não sabe?
Hiure então parou de arrumar as malas, ficou paralisado.
Wellington: você sabe bem, se vier, venha com isso em mente.
Maria: o que houve? Hiure fala!
Hiure: meu primo e a esposa dele estão desaparecidos desde manhã, eu estou indo agora!
Maria: o que seu pai quis dizer com " você sabe o que isso pode significar"?
Hiure: eu não posso dizer, não agora.
Maria: o que? Onde está a confiança?
Hiure: entenda!! Por enquanto eu não posso dizer nada, falou de confiança, peço que confie em mim. Pede desesperado.
Maria: vamos indo. Fala determinada.
Ao sair, o casal encontra com os outros quatro, Rodolpho estava completamente embriagado.
Kaique: o que foi?
Hiure: problemas em casa.
Ryan: vamos então.
Hiure: não, esse assunto só diz respeito a mim e meu pai.
Kaique: que papo é esse? Somos irmãos, pode confiar em nós! Fala em indignação.
Hiure: vai por mim, dessa vez é comigo mesmo, vocês vão ter que entender.
O jovem casal segue estrada, Hiure pisava fundo no acelerador e o carro respondia, Maria caiu em sono, ainda de madrugada, Hiure chegou no ES, Maria acordou e olhou a hora, eram três da manhã.
Maria: diz que você parou em um posto ou coisa assim.
Hiure: não, vamos direto e reto, sem paradas para descansar, apenas abasteci.
Maria: está louco!? Quer se matar nessa merda de volante!?
Hiure: só o que importa é meu retorno.
Maria: me diz porque!!
O jovem lobo apenas fica em silêncio quanto a esse assunto.
Hiure: pega meu celular, liga pra Pérola e diz que estou chegando.
Maria: você tem o número dela!?
Hiure: pelos ancestrais! Dá pra parar?! Grita irritado.
Maria apenas pega celular em silêncio.
Hiure: eu não quis gritar, eu juro, eu só não estou bem, tenta me entender, por favor morena.
Maria então concorda e faz a ligação.
Uma hora depois eles chegam, do lado de fora do bar, estava Pérola sentada olhando para o chevelle.
Hiure: valeu ruiva.
Pérola: de boa... Você tá bem?
Hiure: sim.
Maria: não, ele virou a noite dirigindo e lutou antes disso.
Pérola: ficou maluco?
Hiure: não começa. Diz apontando pra Pérola.
Pérola o olha com pena, sabia de algum jeito que ele estava sofrendo com alguma coisa.
Hiure: que dia é hoje?
Maria: segunda.
Hiure: beleza, vamos então. Diz abrindo o carro.
Pérola segurou a porta para o jovem lobo entrar.
Hiure: valeu ruivinha. Diz beijando a mão de Pérola.
Pérola: se cuida, cachorro. Diz com um leve sorriso.
Maria: adeus Pérola. Diz acenando amigavelmente.
Pérola: cuida desse lobo cabeça dura. Diz acenando de volta.
Mais duas horas de estrada estavam por vir, Maria estava preocupada com o estado do namorado, Hiure tentava passar a imagem de estar bem, mas ela via através da falsa postura.
Finalmente eles chegam, eram quase seis da manhã, Hiure entra correndo na casa de seu pai, lá ele encontra o mesmo falando pelo celular, Wellington desliga e abraça o filho.
Hiure: me de boas noticias velho.
Wellington: temos pistas dele, acharam isso. Diz mostrando o colar que Igor usava.
O colar estava sujo de terra molhada e sangue, Hiure olhava incrédulo para o pai.
Hiure: vão achar?
Wellington: eu espero que sim, mas começo a pensar o pior.
Hiure: não diga isso! Fala alterado.
Wellington: seja sensato, ele era um alpha, desaparecer com um alpha é difícil, ele pode sim estar...
Hiure: não, cale a boca!! Diz segurando o pai pela gola da jaqueta.
Maria: parem.
Wellington: você tem que se controlar! Fala segurando os braços do filho.
Wellington se solta e joga seu filho longe, ele levanta o jovem alpha pelo braço, em contrapartida Hiure desfere um cruzado no pai, que mal move o rosto, Wellington desfere o mesmo golpe, deixando Hiure atordoado.
Wellington: se o pior acontecer, você terá que ser forte, mais forte do que jamais foi! Sua responsabilidade, lembra?
Hiure: onde ele está?
Wellington: está no meu quarto, deve ter acordado com essa confusão.
Hiure: vou ver como ele está, depois parto com o grupo de caça.
Maria: não, antes você vai dormir. Fala em imposição.
Hiure: não me venha com essa merda!
Wellington: dormir?
Maria: ele dirigiu do Tocantins até aqui a noite toda.
Wellington: você precisa descansar.
Hiure: eu preciso achar meu primo e a esposa dele. Fala sério.
Wellington: sem dormir? Você está com um terço do seu poder total, descanse e depois use seu máximo para os encontrar.
Hiure desiste de discutir, ele vai em direção ao quarto do pai dele, Maria tentou seguir, mas Wellington a impede.
Wellington: sei que é pedir muito, mas espere aqui por favor. Pede em apelo.
O jovem alpha abre a porta do quarto e se senta na cama, Maria tenta espiar, mas Hiure fecha porta, ela apenas vê que alguém muito pequeno deitado na cama.
Hiure: que os ancestrais tenham piedade de você meu baixinho.
O pequeno Ítalo acorda, ao ver o padrinho ele fica em pé na cama e abraça apertado.
Italo: dindo! Grita alegre.
Hiure: oi meu pirralho, o dindo estava com saudade. Fala com os olhos marejados.
Italo: não chora dindo, fica feliz. Fala secando as lágrimas do padrinho.
Hiure: tá bom, o dindo vai sorrir. Diz forçando o riso.
O pequeno Ítalo brinca, mas torna a dormir, Hiure o cobre com um cobertor e sai do quarto, ao lado da porta estava Maria, ele a olha sério.
Maria: "dindo"?
Hiure: você não devia ter feito isso. Fala sério.
Maria: acho que isso não vem ao caso.
Hiure: eu não estou com tempo pra isso, pra caçar eu tenho que "descansar", daqui a duas horas você me acorda?
Maria: antes você vai me explicar tudo.
Hiure: não tenho tempo pra isso, eu tenho que cair numa cama, por favor, eu já estou pedindo muito, eu sei, mas eu preciso que você me entenda. Fala em súplica exausta.
Maria: vamos pra casa então, eu te levo.
A jovem alpha dirigiu até a casa deles, foram direto ao quarto, o jovem casal então cai em sono profundo.
Hiure então desperta de seu sono, ao olhar pela janela ele percebe que já não era dia, ele levanta num pulo, pega uma camisa e desce apressado, na cozinha estava sua namorada, Maria bebia suco de frutas vermelhas.
Hiure: que horas são?
Maria: nove e meia.
Hiure: por que não me acordou? Disse que só ia dormir por duas horas!
Maria: você precisava de mais que isso, achei melhor te deixar dormir. Fala sincera.
Hiure: só pode ser brincadeira!! Grita em fúria.
Nesse instante o pai de Hiure entra na casa do mesmo, junto do vice alpha estavam dois lobisomens.
Hiure: pai? Eu me atrasei, mas vou sair em caça agora.
Wellington: não, você não vai.
Hiure: acharam eles? Pergunta esperançoso.
Wellington: não, Renato decidiu fazer uma reunião com lobos do alto escalão da alcatéia.
Hiure: reunião? Temos dois desaparecidos e ele resolve fazer uma reunião?
Wellington: o destino do garoto deve ser decidido e você sabe. Fala rígido.
Hiure: quando?
Wellington: a meia noite, no pico do lobo.
Hiure: mas... Aquele lugar é deprimente e de difícil acesso.
Wellington: essa é a intenção, são muitos lobos para o escritório e o assunto é de extrema delicadeza.
Hiure: certo pai, eu estarei lá.
Logo após a saída dos três lobos, Maria questiona o namorado.
Maria: pico do lobo?
Hiure: é o ponto mais difícil de alcançar em toda a cidade, fica no extremo sul, um morro que visto de um certo ângulo se parece com um lobo uivando.
Maria: e o menino?
Hiure: de certo meu pai vai levar ele também, visto que ele é o assunto e motivo da reunião.
Maria: eu não posso ir né?
Hiure: claro que pode, é a companheira de um capitão, não sei como é no oeste, mas aqui essas reuniões requerem que os envolvidos estejam transformados.
Maria: sério?
Hiure: é uma maneira de demonstrar respeito e admiração ao nosso lado primitivo.
As horas se passaram, faltando trinta minutos para meia noite, o jovem casal sai de casa, eles chegam ao pé do morro faltando dez minutos, eles sobem correndo, chegam três minutos atrasados.
Hiure: perdão pelo atraso. Pediu sério.
Pedro: responsável como sempre. Fala com deboche.
Hiure: você não estava morto? Fala com sarcasmo.
Pedro: não, para o seu desgosto.
Hiure: acertou.
Wellington: chega! O Grande Alpha irá falar.
Hiure não percebeu, mas próximo a uma área sombria estava seu afilhado, ele brincava com alguns brinquedos, da área sombria de repente se notava uma silhueta de um animal, um enorme lobo surge das sombras, seus olhos rubros cintilavam, seu pelo amarelado já estava sem brilho e em meio a mexas brancas, na pata posterior esquerda brilhava as partes metálicas de sua prótese, Ítalo admirava o enorme lobo a frente dele, para a surpresa de inúmeros presentes, o lobo começa a falar.
Renato: ontem de manhã, dois dos nossos desapareceram, Igor era instrutor dos betas e Laiane trabalhava na administração de recursos da alcatéia, ambos não foram trabalhar ontem, despachei grupos de caçadores por toda a cidade e alertei os outros Grandes Alphas, infelizmente até a poucas horas só tivemos uma pista, o colar de Igor foi encontrado sujo de terra e sangue.
Hiure: então temos chance, eu voltei, com os outros capitães, vamos nos juntar a caçada.
Renato: obviamente eu reconheço a habilidade de todos vocês, no entanto o mais importante é o destino da criança.
Ryan: o destino dele não é simples?
Renato: infelizmente não. Fala entristecido.
Hiure: como assim?
Renato: essa criança não nasceu entre nós e é um híbrido, será diferente de todos.
Hiure: você o está descriminando!?
Renato: claro que não, sendo um híbrido ele será igual a todos até uma certa época, as duas genéticas irão levar anos para se misturar, ele terá dificuldades com algumas coisas, seja no controle do poder ou no tamanho, no pior dos casos ambos os problemas, ele poderá se tornar instável e perigoso, precisa que alguém se responsabilize por ele.
Hiure: EU!! Eu me responsabilizo. Esbraveja feroz.
Pedro: você não consegue chegar na hora certa, vai cuidar desse mestiço? Fala com escárnio eles nojo.
Hiure não se conteve, ele investe em fúria e o levanta pelo pescoço.
Hiure: vai aprender a calar essa boca! Fala sacando as garras.
Precisou de Rodolpho e Kaique para o fazer soltar.
Hiure: eu vou me responsabilizar até que os pais dele voltem!
Um rosnado ecoou brutal pela reunião, todos olharam para a mesma direção, até que uma voz sufocada disse.
?????: os pais dele estão mortos, não há mais ninguém para procurar por ele! Falava vitorioso.

Continua...

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