Homem e fera

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A fuga era geral, o povo elfo fugia por todos os lados e a fera que por eles foi recebida tratou de os proteger com tudo o que tinha, mas a mesma fareja cheiro de lobo, ao direcionar sua visão ele mesmo não acredita, a figura o olha nos olhos e somente uma palavra sai de sua boca.
Rodolpho: mãe?
Frigga: Antônio?
Os dois ficam atônitos até que são normalizados por Pã que o chama e ele segue em frente junto da figura que pra ele era extremamente familiar e ao mesmo tempo misteriosa, depois de um combate firme e severo o Coronel e a figura misteriosa acabaram com todos os caçadores que invadiram, os dois lobos se encaram sem entender e assim ficaram, se analisavam em silêncio até que o rei lhes tira daquela situação.
Pã: eu explico, Rodolpho está é sua avó, Frigga.
Rodolpho: o que!!? Vó Jocelina!? Grita espantado.
Jocelina: você é filho de Rosana não é? É muito parecido com ela.
Rodolpho: espera aí, como ela pode ser minha avó? Ela deveria ter uns setenta anos!
Pã: ela tem, mas graças a uma magia minha, ela foi poupada do envelhecimento.
Rodolpho: nem vem! O lance de vocês é elemento da natureza, agora vai me dizer que tem a fonte da juventude!?
Pã: não, eu fundi o corpo e alma dela a uma árvore, sendo assim ela tomou o envelhecimento lento da mesma, conservando seu poder e juventude.
Rodolpho: por que?
Jocelina: porque a família precisa e sempre vai precisar de um protetor, era Antônio, agora sou eu.
Rodolpho: a senhora não é se quer vista há uns vinte anos, no mínimo.
Jocelina: logo depois da morte dele, os membros da alcatéia se foram com os quatro ventos, até mesmo membros da tribo original se foram, mas a família principal se manteve, sem seu avô nós precisávamos de um guardião, eu fiquei por algum tempo até que notei que o tempo me consumiria, então eu parti, vim até o povo mais secreto do país e lhes pedi ajuda, o rei me deu essa opção, eu ficaria com meu poder conservado e só seria liberta na hora que fosse necessária, assim poderia proteger minhas crianças com tudo o que tenho.
Rodolpho: eu nem imaginava, sei tão pouco. Se lamenta.
Pã: aqui está a chance de vocês, você poderá saber da sua família e ele do passado, todos ganham.
Rodolpho: sim, mas antes eu tenho que ver uma amiga. Fala se retirando.
A organização e agilidade dos elfos era impecável, logo fizeram uma enfermaria improvisada para tratar dos feridos, entre eles estava Flora, ela estava fraca, mas não parecia estar tão mal.
Rodolpho: como vai minha praga?
Flora: um bagaço, parece que fui atropelada por um trem.
Rodolpho: o culpado tá espalhado, pode acreditar.
Flora: e você? Está ferido?
Rodolpho: eu vou curar, não é nada, você é a prioridade aqui. Fala pegando na mão dela.
Flora sorri com o gesto puro e solidário do lobo ele que sorri de volta, ele se senta ao lado dela e conta as novidades não extraordinárias.
Flora: sua avó tava no nosso reino? Caralho!!
Rodolpho: foi o que veio na minha mente quando eu soube quem ela era, é loucura!
Flora: bateu um sono, eu vou capotar aqui lobo doido, vai lá com sua vó, devem ter coisa pra cacete pra por em dia.
Rodolpho: fica bem. Fala beijando a mão da amiga que dorme em seguida.
O alpha se reúne com sua avó e eles conversam por quase uma hora sem parar, ele a atualizou do que pode em relação ao mundo, mas principalmente dos assuntos da família.
Jocelina: então seu irmão está no mundo? Quem está cuidando de tudo agora?
Rodolpho: mamãe está, mas é por pouco tempo, até um líder se instalar.
Jocelina: as leis são importantes sim, mas a família vem muito antes, não acredito que deixamos um legado desses, não era o que eu queria para as crianças. Fala se levantando pensativo.
Rodolpho: não é culpa da senhora.
Jocelina: o que exatamente você faz aqui?
Rodolpho: vim treinar para a guerra que está por vir, eu despertei uma forma que não consigo domar direito.
Jocelina: não controla a Bestial?
Rodolpho: a Bestial sim, mas essa vai além, ela é mais poderosa e fora de padrão, chamamos de Ragnarok.
Jocelina: você tem!? Não imaginei que seria passada adiante.
Rodolpho: soube que o vovô tinha.
Jocelina: tinha sim, não era o único, eu também tinha.
Rodolpho: a senhora!?
Jocelina: posso não parecer, mas eu também era combatente viu? Frigga era como os amigos me chamavam pela minha sabedoria e conhecimento, mas em batalha eu também era feroz.
Rodolpho: o velho Connor nunca falou nada.
Jocelina: você conhece aquele cão? Ele e seu avô eram dois malucos, viviam fazendo merda, aí sobrava pra mim limpar tudo. Fala rindo com as lembranças.
O rei surge em meio aos dois, ele sorria com a dinâmica deles, cada descoberta eles davam um pulo de surpresa.
Pã: o garoto tem o poder de vocês, poderia o ajudar Frigga?
Jocelina: se uma guerra está por vir e minha família está nessa, meu dever de guardiã é exigido, vou cuidar de você Rodolpho, a vovó vai te ensinar as manhas.
O povo se realocou em outra parte da floresta, as defesas foram reforçadas, o lobo e a princesa instalavam armadilhas por uma trilha interna do novo local da tribo, cipós encantados iriam acionar uma chuva de flechas de madeira com espinhos grossos e múltiplos, Rodolpho fez o reconhecimento do cheiro do local e assim assimilando o mesmo em sua memória.
Laíza: pronto?
Rodolpho: pronto, quer carona princesa?
Laíza: não vou negar não, viu?
O alpha assume a hispo e ela monta nas costas dele, rapidamente ele assume uma corrida de volta, a floresta dava exigência na agilidade dele, ela se agarra nele até que ele para em rosnado forte, ela se assusta com aquilo.
Rodolpho: Laí.
Laíza: ainda tá no controle? Não vai ficar monstro não né?
Rodolpho: não, só quero te pedir pra não puxar meus pelos, dói pra porra sabia?
Laí: tu já levou flechada e tiros e tá reclamando de um pelo puxado?
Rodolpho: extrema tolerância a dores enormes não me faz imune as pequenas não doida, ainda dói e pelo é delicado né?
Laíza: desculpa, eu não sabia, foi mal mesmo.
Rodolpho: abraça o pescoço, eu vou mais devagar agora tá?
A princesa o faz e ele segue calmamente até onde todos estavam, os elfos ajudavam como podiam, no centro de tudo estava o rei sentado no chão com as pernas cruzadas, olhos fechados e com uma mão sob a outra como se estivesse meditando o lobo não entende aquilo.
Rodolpho: Laí, o que ele tá fazendo?
Laíza: construindo.
Rodolpho: como assim!?
De repente o rei abre os olhos, seus cabelos balançavam como se estivessem numa ventania e um som de grito curto surge como um toque de trombeta, o chão tremeu e de lugares variados surgiram raízes gigantescas que foram se enrolando e num instante, pouco mais de uma centena de casas surge no que antes era apenas espaço vazio, o lobo ficou completamente pasmo, diante dos seus olhos uma vila inteira simplesmente surgiu, o rei se levanta e vai até seu novo palácio, a filha e Jocelina o seguem, ao adentrar o palácio ele vai até o trono e se senta cansado, pouco depois o lobo chega já vestido.
Laí: o senhor está bem pai?
Pã: não é nada demais, é só o tempo me fazendo a cobrança devida. Fala sorrindo.
Rodolpho: as lendas dizem que vocês vivem séculos.
Pã: não é verdade, nossa juventude é prolongada, um pouco, mas ainda assim, nem nós podemos lutar contra o tempo. Fala sorrindo.
Jocelina: tem algo que nós possamos fazer?
Pã: sim Frigga, treine seu neto, ele vai precisar de ajuda.
Laí: e a mim papai? O senhor quer algo?
Pã: os acompanhe, os jovens tem que ficar juntos.
Jocelina: e eu sou uma menina de setenta anos. Fala rindo.
Pã: os elfos ficam jovens até os oitenta, como pode ver eu já não tenho cara de moço, isso pois eu já tenho cem anos.
Rodolpho: eita!! Não disse que não viviam tanto?
Pã: tanto quanto as lenda não, um elfo pode atingir um século e umas poucas décadas de vida.
Rodolpho: tá né e eu achando que os lobos viviam muito.
Laí: vamos então?
Eles então vão ao campo de treinamento, a alpha se alongava e aquecia, suspirava o ar puro presente alí, o lobo não entende, licantropos não precisam se alongar ou coisas do tipo.
Rodolpho: vó? Por que isso tudo?
Jocelina: vinte e sete anos de músculos travados numa árvore, é bom me mover de novo, agora vamos ao seu treino. Fala sorrindo.
O alpha se posiciona não sabia como seria, mas estaria pronto para o que quer que fosse.
Jocelina: eu quero ver, consegue alcançar?
Rodolpho: com esforço sim, mas só isso mesmo, só consigo alcançar, controle zero.
Jocelina: é pra melhorar isso que estamos aqui, vamos!!
O alpha olha para a princesa que acena com a cabeça lhe dando confiança, o alpha se concentra, lembra dos gatilhos que ele precisa e logo sua fera responde ao estímulo, as roupas caem aos pedaços no chão, os pelos longos surgem, as presas e garras selvagens tomam seus lugares, o focinho e as orelhas também se posicionam, a hispo regressiva estava alí, 2,90 m de altura, a alpha se surpreende com o tamanho que o neto alcançou, mas nos primeiros instantes ele já perde o controle e ataca, mas a alpha se esquiva com perfeição magnífica e assim continuou, até que Frigga devolve um golpe, o mesmo atingiu o lado da cara da fera que parou na hora, os olhos rubros de ambos se encontram, a conexão se faz.
Frigga: você é Rodolpho Medeiros! Coronel Fenrir da alcatéia do Bravo!! É mais que essa transformação animal, você é mais! Mais que um homem ou um animal, você é um alpha!!! Grita cada palavra.
A fera parecia de longe entender um pouco, seus olhos tinham confusão, seu focinho se contrai e ele aceita o cheiro.
Frigga: agora, você vai tomar conta disso, eu quero falar com meu neto. Fala plácida.
O lobo balança a cabeça confuso, ele rosna e cobre a cabeça com as patas dianteiras, ele se levanta rapidamente e ataca confuso, sua avó entra no combate e devolve os golpes, até que um golpe de Rodolpho acerta em cheio seu rosto, o mesmo apenas se virou, a alpha o olha, pequenos rastros de sangue saem da boca e nariz, ela se limpa e soca o neto, a cada golpe ela vai se transformando, a Bestial dela era linda, pelos castanhos já sem brilhos e com poucos fios brancos e cinzentos, mas dá Bestial ela vai pra mesma do neto, o poder foi medido pelo Coronel, que mesmo irracional foi capaz de entender a diferença de nível, o enfrentamento continuou, rosnados eram ouvidos e presas colossais eram mostradas.
Frigga: o herdeiro do colar de rubi não pode ser um fraco que não aguenta o próprio poder.
Eles então entram em luta novamente.
A princesa se manteve de fora por todo o tempo, uma melhora mínima foi notada, os dois lobos se cobrem e saem do campo, a princesa não entendia sua presença ali na ocasião e pra tirar essa dúvida ela foi até o pai
Pã: então acha que não serviu de nada?
Arwen: não fiz nada, só vi eles lutarem entre si até agora.
Pã: eu te mandei pois você precisava estar lá.
Arwen: não entendo.
Pã: lobos são emotivos até demais as vezes, o coração manda em tudo, você e ele tem uma amizade linda, sua presença vai manter ele aqui, mesmo que pouco e assim que ele domar essa forma, ele vai precisar se adaptar a ela e você tendo um combate mais complexo que os de um lobo vai poder ajudar e muito.
Arwen: não pensei nisso, estando perto posso analisar quando ele vai estar pronto e vou estar ciente do poder dele.
Pã: exato filha.
A princesa abraça e beija o pai, então sai de sua presença educadamente e vai ver sua amiga, ao chegar ela vê Rodolpho com Flora.
Rodolpho: melhor?
Flora: sim, já me sinto mais forte do que antes.
Rodolpho: vai melhorar, preciso de você comigo viu?
Flora: lobo meloso, eu em.
Rodolpho: se eu sou grosso reclama, se sou bonzinho reclama também, puta merda em. Fala gesticulando com as mãos.
A princesa pensa em não se aproximar e se vira para sair, mas é impedida por uma voz.
Rodolpho: vem aqui Laí. Pede calmo.
A princesa se aproxima tímida e corada por ter sido percebida pelo lobo, a sua amiga abre um enorme sorriso ao ver a princesa alí.
As duas não se aguentam e se abraçam como podem, o lobo então sai e as deixa só.
Flora: tava com saudades, como você está?
Arwen: como eu estou? É você que tá na enfermaria doida!
Flora: eu já tô melhorando viu? Fala se forçando e sentando na cama.
Arwen: ainda bem, tava tão preocupada.
Flora: eu tô indo bem, Rodolpho apesar de ser doido tem sido presente.
Arwen: eu vi, vocês parecem se dar bem.
Flora: sim, ele não deixa qualquer um notar, mas ele é um anjo, só não diz que eu disse isso.
Arwen: e sua irmã?
Flora: ela ama o lobo, ele vai ficar com ela enquanto eu melhorar e sair daqui.
Arwen: ele é assim né?
Flora: assim como?
Arwen: bom com todos, sei lá, olha só pra vocês, são lindos juntos.
Flora: pera, você pensa que eu e ele... Nós...?
Arwen: vocês passam um bom tempo juntos.
Flora: somos amigos Arwen!! Eu e ele? Nunca, ele já tem alguém que balança ele.
Arwen: sério!? Quer dizer, tem é?
Flora: tem e valeu te contar, o lobo tem bom gosto.
Arwen: pra você falar assim, a garota deve ser especial mesmo.
Flora: ela é a princesa, quão especial isso é pra você?
Arwen: eu!? Não! Eu e ele não, nem rola, ele...
Flora: ele... Não para de falar de você aqui comigo, ele fica todo bobo, os olhos brilham e não tô falando dos olhos de alpha não.
Arwen: você tá delirando amiga.
Flora: tá né? Uma hora você nota.
O lobo chega na cabana onde Jocelina, Raquel e Pietro estavam, ele cumprimenta o amigo.
Raquel: Popolpho. O chama com o apelido.
Rodolpho: oi baixinha.
Raquel: brinca comigo?
Rodolpho: agora, quer ver um au au?
Raquel: quero.
O lobo então vai pra dentro do quarto e retira suas roupas, ele se transforma na lupina e volta pra sala, ao ver o lobo negro a pequena abre os bracos e corre pra lhe dar um abraço que envolveu o pescoço do alpha.
Ela brincou com o lobo até que dormiu já tarde da noite, o Coronel se vestiu e junto de sua avó e amigo ele se senta na sala.
Pietro: o rei é incrível, construiu tudo isso em instantes.
Rodolpho: é um poder foda mesmo, é em proporção aos Grandes, é enorme mesmo.
Jocelina: você chega lá, o treino vai ser severo, esteja pronto. Fala séria.
Rodolpho: vou estar, eu vou dar uma volta pra ver a lua, vem vó?
Jocelina: não filho, eu vou descansar, meu corpo está em recuperação da forma ainda. Se desculpa meiga.
O lobo caminhava calmamente sob o brilho maravilhoso que a lua dava a ele de presente, até que seu ouvido nota e seu nariz se contrai na presença de alguém, o próprio Pã estava alí.
Pã: vocês amam ela não é?
Rodolpho: sim, ela deve muita coisa no nosso meio, sem falar na beleza natural. Fala encantado com a lua.
Pã: minha esposa a amava também, o poder dela vinha da lua, então...
Rodolpho: vinha da lua? Pergunta com estranheza.
Pã: além dos quatro elementos comuns e da natureza que é ficha na família real, tem outros dois elementos que são inteiramente raros.
Rodolpho: o quão raro?
Pã: quando minha esposa ainda era viva, existiam confirmados dois, mas existia outro com esses elementos.
Rodolpho: Laí né?
Pã: sim, ela é herdeira dos poderes mais grandiosos e primordiais do nosso povo.
Rodolpho: mas porque é tão raro assim?
Pã: esses elementos são passados, o da natureza é fechado e comum na realeza, já os outros são complexos, um elfo da lua deve ter um parente direto com esse poder e deve nascer na lua nova e tendo uma gestação de dez semanas a mais que o normal, trinta e três no total, um elfo do sol deve ter o parentesco e deve nascer numa temperatura acima de quarenta e cinco graus celsius e esse era o cenário em que ela nasceu.
Rodolpho: quarenta e cinco numa noite!?
Pã: verão e dentro da floresta a temperatura é mantida e pra piorar, ela nasceu fazendo cinquenta graus, o parto foi arriscado, quase as perdi, mas minha esposa sobreviveu e me deu o maior presente que eu poderia querer. Fala levemente emocionado.
Rodolpho: e esse poder? O que ele faz?
Pã: o poder do sol aumenta os poderes mágicos durante o dia e da acesso a magia de fogo e dando resistência ao calor e pele super aquecida, já o da lua da mais poder físico durante a noite e uma quase invisibilidade.
Rodolpho: pela agilidade e velocidade?
Pã: também por um fenômeno de camuflagem leve, a pele se torna mais adaptável ao escuro.
Rodolpho: incrível, ela deve ser a elfa mais forte depois de você.
Pã: eu já estou ficando velho rapaz, criar uma cidade dessas não me cansava tanto até vinte anos atrás, ela é a mais poderosa e nem tem noção disso, uma elfa como ela é extremamente rara, o último foi de oito gerações atrás e este foi o maior rei que nosso povo já teve.
Rodolpho: nossa, a princesa é...
Pã: é mesmo. Completa entendendo.
Rodolpho: se importa se eu correr?
Pã: vai lá.
O lobo começa a correr aos poucos e quando notou estava correndo com tudo parecendo que tinha um motor de carro esportivo, ele para e nem ao menos estava ofegante ou suando, ele então retorna para a casa e dorme, no dia seguinte ele é acordado bruscamente por sua avó.
Jocelina: vamos! Temos trabalho a fazer. Fala séria.
Os dois saem, o sol ainda estava se esforçando pra surgir por inteiro, no campo estava a princesa, ao olhar pra ela a mesma se cora, os dois lobos se posicionam.
Jocelina: você já tem o gatilho ao seu comando, só precisa agora de controle, um motivo pra se controlar, um motivo fixo que não pode nunca ser alterado.
Rodolpho: não tem como decidir assim.
Jocelina: decidir? Você não escolhe ou planeja, esse motivo já existe, você só ainda não o alcancou.
Rodolpho: o que? Pergunta confuso.
Nesse momento Frigga saca as garras e desfere um golpe contra a princesa, a mesma esquiva por pouco e salta para trás num mortal.
Rodolpho: o que foi isso!?
Jocelina: eu já sei seu motivo, você só precisa encontrar ele em meio ao meu teste de hoje e sabe que nenhuma transformação sua pode me parar, a não ser a Ragnarok.
A Alpha então ataca a princesa e pisca pra ela, não a iria ferir, suas garras são direcionadas para o pescoço da elfa, mas outra mão segura a dela, Fenrir segurava firme, a loba ri e num único impulso ela o joga longe, o ataque continua frenético, até que a Bestial do Fenrir surge, seus golpes eram simplesmente animalescos e continuou até que sua avó segurou sua pata que a ia atingir.
Frigga: ainda usa esse poder ultrapassado que só dá bestialidade!? Pergunta em fúria e indignação.
Ela continua o segurando e o arremessa contra algumas árvores, Arwen achava que a alpha estava pegando muito pesado com o lobo, ele era simplesmente surrado, o mesmo já estava bem ferido.
Frigga: você se controla demais, esse é seu problema, você é muito calmo quando deve ser feroz.
Fenrir: eu sou Fenrir, minha fúria só sai quando eu quero.
Frigga: assim como a três anos quando perdeu elas!? Ou talvez quando seu Alpha morreu e hoje também! Por causa disso a princesa vai morrer!! Grita se direcionando extremamente rápido para a mesma.
Arwen duvidou da alpha, sentia a ferocidade assassina de Frigga, seus olhos, presas e garras demonstravam isso, pouco mais de um metro de distância, um rugido surge e uma mão monstruosa a segura, o Ragnarok havia chegado, o colossal lobo de 2,90 m, ao olhar para os olhos do neto, a alpha sorri orgulhosa e o mesmo a joga, mas ela não se fere, o lobo chegou perto muito rápido e uma troca de golpes se inicia, Frigga se vê obrigada e o seu próprio Ragnarok surge pra fazer frente, golpes pesados e te potência pra matar, a princesa não entendia como uma avó e um neto podiam fazer isso um ao outro, Fenrir cai de cansaço e fica ofegante.
Jocelina: quem é você? Uma fera irracional!? Um pacifista covarde!? Me diz quem é você!!! Grita pra ele.
Rodolpho: EU SOU FENRIR!!!! Grita se levantando em rugido.
A alpha se aproxima do neto, ela se cobre e volta a forma humana, sua mão pousa no ombro dele.
Jocelina: Rodolpho?
Rodolpho: sou eu vó. Fala ofegante e erguendo o olhar pra ela.
Ele se levanta, suas feridas incontáveis já se curavam, Arwen se aproxima preocupada.
Arwen: você está bem?
Rodolpho: meio arrebentado, mas vou sobreviver, já passei por coisa pior. Fala rindo leve,
O lobo foi voltando a forma humana, sua avó o deixa pra ir buscar algo para o cobrir, a princesa se vira pra não olhar.
Rodolpho: foi mal, me manter nessa luta toda custou caro. Ele se senta no chão.
Arwen: como vocês lutam dessa forma? Vocês são família.
Rodolpho: devia ver as minhas com meus irmãos mais novos. Fala rindo dela.
Arwen: vocês fazem algo assim?
Rodolpho: pior na verdade, mas já tem um tempo.
Arwen: o que houve?
Rodolpho: a Ragnarok aconteceu pela primeira vez, lutei com todos, feri todos e falei umas coisas que eu não devia.
Arwen: com seus irmãos?
Rodolpho: com o caçula, ele é o mais teimoso, deve estar com essa merda na cabeça ainda.
Arwen: são irmãos, brigas acontecem né? Vai ficar tudo bem.
Rodolpho: meu irmão mais velho sumiu, briguei com o caçula, só nessa já foi metade deles.
Arwen: não se preocupa, vai ficar tudo bem. Fala o tranquilizando.
A princesa se vira e se senta ao lado dele,
Rodolpho: o que? Que porra é essa!? Pensa nervoso
Arwen: tá tudo bem? Pergunta olhando o nervosismo nós olhos dele.
Rodolpho: eu tô meio que nú e você simplesmente sentou do meu lado, então...
Arwen: onde estou não posso ver nada, além disso, ficar falando com você de costas oar cê falta de educação.
Rodolpho: se você diz...
Distante dali, a alpha se escondia e ouvia tudo e se alegrava, só depois de quase meia hora ela retorna com roupas para o neto e o mesmo se veste, a alpha os deixa irem sozinhos com a desculpa de que ia ver a lua, os dois então seguem andando juntos, a caminhada era lenta e calma, nada falavam, nem precisavam, fazia um pouco de frio e a princesa tentava aquecer as mãos, ele chega perto e faz um gesto de abraço que é aceito, ele a envolve com seus braços e ela o abraçava por baixo e assim eles caminharam até o palácio onde se separaram, ela entrou e o lobo seguiu sozinho.
Rodolpho: Coronel Fenrir, olha bem o que você está fazendo. Fala se advertindo.
Ao chegar ele encontra com sua avó na porta da cabana.
Jocelina: e aí? Teve beijo?
Rodolpho: por isso você demorou e depois sumiu?
Jocelina: óbvio, sou velha, mas não sou antiquada. Fala rindo.
Rodolpho: a senhora tá vendo coisas.
Jocelina: eu sei, por isso dei a chance, tem coisa mesmo.
Rodolpho: vó! Não rola, nem que ela quisesse.
Jocelina: por que?
Rodolpho: porque não dá, simples assim vó, não dá. Fala entristecido.
Ele entra e vê Raquel junto de Pietro com chocolates aos montes no sofá.
Rodolpho: entope mesmo a criança de doce gênio.
Pietro: eu não, ela só comeu dois, o resto fui eu mesmo. Fala rindo.
Rodolpho: vida boa.
Pietro: você também não estava tão mal.
Rodolpho: o que? Deixa eu adivinhar, minha avó?
Pietro: também, você tá com o perfume dela.
Rodolpho: minha avó tá vendo coisas, eu e a princesa? Nunca.
Pietro: já tentou?
Rodolpho: deixa isso quieto, chega viu? Fala saindo do recinto.
O coronel cai na cama exausto e acorda por si mesmo, sua avó não estava alí, ele então come e vai ver sua amiga, Flora já se recuperou muito bem, já estava quase tendo alta.
Rodolpho: vim te ver.
Flora: oi meu anjo. Fala feliz.
Rodolpho: como está? Eu não pude vir ontem.
Flora: lobos e seus treinos. Fala rindo.
Rodolpho: Raquel tá bem viu? Ela só tá com saudades.
Flora: não vejo a hora de sair daqui viu? Ui, tô ficando doida aqui.
Rodolpho: eu vou indo.
Flora: espera, como estão você e a Arwen?
Rodolpho: o que geral tem!? É pegadinha?
Flora: não fui só eu que notei né? Pergunta rindo.
Rodolpho: eu vou treinar viu? Fui. Se despede rindo.
Ele encontra com a princesa, mas não viu sua avó, Arwen estava sozinha.
Rodolpho: ué? Onde está a minha vó?
Arwen: ela me passou seu treino de hoje e disse que só eu poderia te ajudar. Fala sorrindo.
Rodolpho: com você eu não vou lutar. Se impõe firme.
Arwen: vamos lá.
A princesa usou seu poder da natureza para criar raízes grandes e resistentes, o lobo as apoiou sob os ombros e as puxou com toda a força, fez isso por horas até que os dois ficaram cansados demais pra continuar, mas ele não parou, a princesa fez crescer um volumoso e pesado tronco, a madeira era extremamente forte, o Coronel a usou como peso e treinou até o anoitecer, fez isso até a metade do seu tempo restante alí, Flora teve alta e se reencontrou com a irmã, o lobo e a avó mal se viam, mas houve progresso, seu corpo se fortaleceu como nunca antes e na segunda metade sua avó se junta a princesa para finalizar tudo, Arwen criou uma lança de madeira, ele empunha a réplica e sua avó da o comando.
Frigga: eu quero a Ragnarok, vamos treinar as habilidades da forma humana nessa transformação e consolidar tudo logo.
O lobo se transforma com certa dificuldade rasa e começa severamente e a princesa se junta a veterana e elas o forçam ao limite, o Coronel ficou sem força alguma, o sol já ia se despedindo quando o rei Pã surge, o mesmo se aproxima do lobo com uma expressão de admiração.
Pã: chegou aqui como uma fera descontrolada e vai sair um lobo treinado e muito mais poderoso, pra comemorar, um baile na honra de vocês dois, sob a lua claro. Fala contente.
Jocelina: te agradecemos majestade.
O rei e a filha os deixam para dar início ao baile, avó e neto vão a cabana para se arrumar, tomam banho e ajudam um ao outro pra fazer as tranças, assim que Rodolpho terminou de fazer as tranças, alguém bate a porta, Flora e Arwen tinham nas mãos belos vestidos, elas entram no quarto junto da alpha e a mesma experimenta cada um até escolher o que melhor ficava nela, quando elas saem, se deparam com Rodolpho já todo arrumado, seu terno era preto com camisa branca e gravata rubra, mas esta última peça ele não lida muito bem, a princesa se aproxima revirando os olhos.
Arwen: posso?
Rodolpho: por favor.
Ela o faz facilmente e o lobo sorri com o contraste deles nisso.
Flora: vamos amiga? É a nossa vez. Fala entusiasmada.
E assim ambas deixam a cabana dos lobos, um pouco mais e a lua surge junto com música,
Jocelina: sabe o que esse baile vai ser, não sabe?
Rodolpho: despedida?
Jocelina: isso, partiremos de madrugada.
Rodolpho: por que?
Jocelina: evita um despedida triste e de sermos seguidos.
Rodolpho: faz sentido. Responde um pouco triste.
Jocelina: se tiver algo a dizer, diga logo filho.
Rodolpho: tá bem vó.
Avó e neto saem juntos e chegam ao baile, entre todos eles puderam ver a pequena Raquel que estava de vestido no colo da irmã, a princesa dançava com o pai, até que o lobo os interrompe e pede a princesa para uma dança.
Rodolpho: está linda alteza. Elogia sincero.
Laí: sabe que não precisa disso, pra você eu sou Arwen ou Laí.
Rodolpho: eu sei, só estava brincando, mas o elogio é real.
Laí: obrigada.
Rodolpho: eu que agradeço, você me recebe, me ajuda e ainda faz isso?
Laí: você precisava de ajuda, não te negaria isso.
Rodolpho: é que eu preciso de ajuda com outra coisa.
Laí: com o que?
Rodolpho: com isso. Fala a surpreendendo com um beijo.
Ela não recusa, o beijo era calmo e longo, assim que se separaram ela tinha confusão no rosto, mas deixa isso de lado e eles continuam aproveitando o momento juntos, Pã, Jocelina e os amigos deles os viam de longe, foi o baile todo assim, no final, já de madrugada, ele a acompanhou até o palácio, na porta ela ficou e ele foi, sabendo que ia de vez, na cabana sua avó já arrumava tudo pra eles irem.
Jocelina: sua roupa já está separada, pegue a lança só falta você.
Rodolpho: certo, só vou fazer uma coisa antes.
Depois de poucos minutos ele retorna, sua lança estava em suas costas, o Coronel apanha sua mochila e junto da avó eles partem na noite, caminharam sem pressa, depois de algumas horas, o sol já ia nascendo, nesse momento eles dois decidem correr e conversavam também.
Rodolpho: mamãe vai ficar louca quando a senhora chegar.
Jocelina: só espero que ela me perdoe por todos esses anos.
Rodolpho: não se preocupe vó, vai dar certo, os outros também vão gostar de te rever e conhecer.
Jocelina: quem?
Rodolpho: tio Wellington, Lois, Sofia, os filhos do Pelo Branco, Connor, meus irmãos também.
Jocelina: irmãos? Rosana teve mais filhos?
Rodolpho: não, são os melhores amigos que eu poderia querer, tão próximos quanto irmãos mesmo.
Jocelina: quantos são?
Rodolpho: três, somos os astros da alcatéia do Bravo.
Jocelina: então são fortes, ótimo, os lobos tem futuro.
Rodolpho: a senhora vai reconhecer eles.
Já de manhã, a princesa bate a porta de onde os lobos ficavam, mas ninguém atende e ela nota ausência, ela adentra e numa mesa ela vê um papel sobre um móvel, era uma carta.
"Querida Princesa, sei que este último mês tivemos muitas revelações e confusões, gostaria de expor alguns sentimentos que achei que não os sentiriam mais, você se tornou uma pessoa muito importante para mim, você me fez crescer em tão pouco tempo, você é de verdade uma pessoa que merece todo amor, carinho e respeito, em apenas dois meses você fez acender um fogo dentro de mim que andava apagado por muito tempo, você me fez amar, me fez ter o sentimento de cuidar tanto de mim quanto ti, quero agradecer por tudo que você e sua aldeia fizeram por mim e pela minha familia, e para não alongar mais... Eu gostaria de dizer que te amo.
Ass: Rodolpho Medeiros"
As lágrimas escorreram dos olhos da princesa, isso pois era sobre isso que ela ia fala com ele.
Por fim os dois chegam no acampamento e um uivo rouco e poderoso atravessa a enorme floresta e de suas casas os irmãos ouviram
Kaique: esse uivo?
Ryan: só pode ser ele.
Nat: o lobo famoso né?
Kaique: é, Fenrir voltou.
Na casa de Hiure o som também chega surpreendendo ele e Ítalo.
Hiure: titio chegou filho, agora posso acertar as contas. Fala em rosnado.

Continua...

Esse foi mais que demorado, eu sei, meu celular morreu de vez, mas já resolvi, o próximo deve sair essa semana, aconselho ler alguns anteriores pra refrescar a memória.

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