Problemas

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Os Medeiros enfim chegam no acampamento, 1400 aliados com eles, a expedição de cada um rendeu frutos, o casal de primos se encontram com o líder da família, Pablo os recebe de braços abertos, todos comemoravam a vitória, mas assim que os quatro líderes se vêem uma discussão se inicia.
Vehementi: que merda é essa!? O que esses retardados de pé pra trás estão fazendo aqui!?
Carvalho: eu que devo ficar irritado, não vou deixar minha tribo perto desse troglodita de uma perna só.
Vehementi: o que disse!? Você quer sair na porrada!?
Carvalho: aqui e agora Vehementi!!! Fala armando a guarda.
O líder saci dá um salto mortal para frente tentando acertar um chute, Carvalho bloqueia e tenta um soco que acerta uma pequena cortina de fumaça, o líder saci se transformou em fumaça e acertou um gancho em Carvalho, o mesmo cambaleou para trás, num ato de raiva ele cria um chicote de cipó e golpeia Vehementi, o mesmo esquiva, mas tem seu cachimbo retirado da boca.
Carvalho: sem esse troço você não vira fumaça, fica mais fácil fazer isso. Fala desferindo um soco no abdômen do saci.
Vehementi leva o golpe em cheio, antes que pudessem continuar, o casal de primos separam ambos.
Rafael: chega!!!
Priscila: o que estão fazendo!?
Carvalho: não vou trabalhar com esses seres sem respeito!!
Vehementi: sem respeito!? Eu só respeito quem merece, o que não inclui covardes!!!
Carvalho: você está chamando de covarde seu selvagem imbecil!?
Rafael: já disse pra pararem! Chega disso, tratem de explicar tudo!
Vehementi: esses vermes hypes não foram ao resgate do Antônio e omitiram a morte dele até não poderem mais!
Carvalho: mentira! Vocês omitiram, sabiam o que estava pra acontecer e não fizeram nada!!!
Depois de tantas acusações de ambos os lados, o velho Connor surge, ambos os líderes o olham com surpresa na face.
Ambos em uníssono: Connor?? Perguntam descrentes.
Connor: já faz um tempo não é? Vocês estão ótimos. Fala sorrindo.
Vehementi: cão, diga a todos que esses hypes são covardes.
Carvalho: não! Diga a verdade, tudo sobre a covardia dos sacis!
Connor: mas eles não são covardes e nunca foram.
Vehementi: viu só seu merda? Ele acredita na nossa inocência e na culpa de vocês! Fala convencido.
Connor: mas eles também não são covardes Vehementi.
Vehementi: o que!?
Connor: nenhum de vocês é, nenhum dos dois omitiu a execução, eu omiti.
Carvalho: do que está falando!?
Connor: foi a ordem do Alpha, tinha que obedecer e ocultar a verdade de vocês dois, mas foi para o bem de ambos.
Vehementi: para o nosso bem?
Connor: Antônio tomou sua decisão sozinho, pela primeira vez na verdade ele fez isso, sendo meu Alpha eu não podia negar suas últimas ordens.
Rafael: que foram...? Pergunta confuso.
Connor volta no tempo emergido em memórias, era um dos últimos dias de Antônio, ele usava roupas casuais e o mesmo deu uma de suas últimas ordens.
Antônio: não conte nada para os rapazes, só os licantropos saberão, eles são teimosos e vão fazer besteira, me prometa parceiro.
Connor se sentava a frente dele com um copo de cerveja na mão.
Connor: sabe que cedo ou tarde eles saberão.
Antônio: contando que seja depois da minha morte.
Connor: você está confortável com isso, não entendo.
Antônio: nunca medi esforços para cuidar de todos, nada mudou. Fala sorrindo.
O velho kriegshund volta de suas memórias com um leve sorriso no rosto, os líderes ficaram sem reação depois de ouvir aquilo.
Pablo: é bem a cara dele fazer isso.
Carvalho: Antônio seu pulguento teimoso, devia ter nos deixado ajudar. Fala assimilando tudo aquilo.
Vehementi: se eu tivesse sido mais presente!! Que merda!!! Grita em fúria.
Carvalho: não foi culpa sua.
Vehementi: como não!? Se um aluno progride é mérito do mestre, se o aluno regride é culpa do mestre, se o aluno vive é mérito do mestre, se o aluno morre...
O líder dos sacis pererês se aproxima sinalizando paz para seu companheiro.
Bonum: sei como você se sente, mas ele fez o que foi preciso, cumprimos nosso dever. Fala pondo a mão no ombro do companheiro.
Carvalho: já não temos motivos para ódio mútuo, companheiros novamente? Pergunta estendendo a mão.
Vehementi: trégua, trégua permanente. Fala apertando firmemente a mão de Carvalho.
Ambas as tribos comemoraram a trégua, significava muito, até os lobos ficaram mais aliviados, depois de tudo eles foram apresentados aos lobos de alto escalão, ao entrar na sala eles vêem todos os treze.
Statera: são tantos, muito mais do que na época do Antônio. Fala surpreso.
Vehementi: e mesmo com tudo isso perderam. Zomba maldoso.
Felipe: a língua do anão aí é mais afiada que um machado.
Vehementi: que engraçado você, queria um pouco de aplauso, sem braço?
Felipe: seus aplausos não valem muito, sinto que falta alguma coisa.
Kaique: chega por favor. Pede rindo.
Os demais irmãos tentavam esconder o riso.
Ryan: isso foi muito errado. Fala segurando a risada.
Hiure: um Saci e um lobo de um braço só fazendo piada de deficiência, ancestrais. Clama na intenção de parar de rir.
Bonum: muito prazer, sou Bonum, líder dos sacis pererês, o lado bom da raça.
Vehementi: Vehementi, líder dos surarás, sou o lado maduro e severo da raça.
Os líderes falavam entre eles.
Wellington: um é o oposto do outro. Fala para Helmar.
Helmar: cada um pesa demais a balança para um lado.
Marcos: e você? Quem é? Pergunta olhando para Statera que estava distraídos.
Statera: eu? Eu sou Statera, líder dos triques, sou o que acontece quando ocorre um casal composto pelas duas outras tribos, logo sou o equilíbrio. Fala com um tom de satisfação.
Os curupiras não ficam para trás e seu líder se posiciona para sua apresentação.
Carvalho: sou o líder dos curupiras, me chamo Carvalho.
Elizabeth: esse parece ser tão calmo quanto Statera. Cochicha para Sofia.
Sofia: acho que isso pode dar certo. Fala esperançosa.
Depois te todos se apresentarem, os líderes enfim chegam a uma decisão.
Wellington: todos, atenção por favor. Pede aos clãs.
Os povos estavam numa conversa entusiasmada e tumultuosa e por isso não ouviram o pedido do grande alpha, o mesmo olha para seus filho que logo entendeu, Hiure se levanta e ruge bem alto chamando a atenção de todos.
Wellington: obrigado filho, bom primeiramente eu devo agradecer pela cooperação de todos de virem até aqui, vocês tem nossa gratidão, depois de avaliarmos todos nós chegamos a um veredito.
Vehementi: chegaram a um veredito? Que porra é essa!?
Carvalho: isso é um desrespeito.
Kaique: deixem o Alpha concluir! Exige se levantando bruscamente.
A voz de Kaique é ouvida por todos que logo pararam.
Wellington: obrigado Kaique, como eu dizia temos um veredito, vocês são extremamente compatíveis conosco e aos nossos olhos não são muito diferentes de nós, sendo assim, todos agora são membros da aliança que por vocês recebe um novo nome, a Aliança das Raças está de pé!!
Todos davam gritos de alegria e vitória
Helmar: é melhor deixarmos os discursos para o magrelo. Fala para Victor enquanto ria.
Eles não perderam tempo e já começaram o treino, foi difícil, mas a divisão foi feita enfim, Carvalho se juntou a Elizabeth e Priscila na área médica, Bonum e Heitor ajudavam os novatos, Vehementi se juntou a Helmar e Bryan alternando a ajuda, Statera por outro lado foi até Connor.
Statera: tem um tempo?
Connor: sempre tenho tempo pra um velho amigo.
Statera: todos estão se dividindo, mas eu preferi me aconselhar com você, sempre teve um bom olho para alunos, digo isso pelo que Antônio dizia nas cartas.
Connor: veio atrás de recomendação?
Statera: exatamente.
Connor: eu recomendaria os netos de Antônio, mas os três não estão fortes ainda, só Rodolpho está, mas ele foi atrás dos elfos.
Statera: Pã? Duvido que ele consiga algo.
Connor: ele foi ao mesmo tempo que os primos e até agora nada.
Statera: e além de Rodolpho?
Connor: Tem os três irmãos dele.
Statera: três irmãos? Não eram quatro netos do Viajante?
Connor: eram cinco, mas esses irmãos são de consideração.
Statera: assim como você e Antônio.
Connor: exato, são os três mais disciplinados, o Bravo, Loiro, Lobo Colossal, Espadachim Divino, o Imortal, são os nomes de seus mestres e tem a mim nesse time também.
Statera: nossa! Onde estão!? Quem são!?
Connor: são todos jovens.
Statera: nenhum tem alcunha?
Connor: não, ainda não, eu estava pensando nisso, mas Rodolpho está fora, para a cerimônia ocorrer todos os Novos Astros precisam estar presentes.
Statera: entendi, mas fale logo! Onde estão?
Connor: ele pode te dizer. Fala apontando para algo atrás de Statera.
O líder saci se vira e se depara com Ryan.
Statera: você é um lobo do Bravo não é?
Ryan: isso mesmo, sou sim, Tenente Coronel Ryan. Fala o cumprimentando.
Statera: você é um dos irmãos do neto de Antônio.
Ryan: exato, os outros são o Kaique e Hiure.
Statera: de nome eu não os conheço.
Ryan: são o que gritou e o que rugiu respectivamente.
Statera: a sim, agora eu sei quem são, poderia me apresentar a eles?
Ryan: claro, Connor depois eu falo com você.
O jovem alpha levou Statera até seus irmãos, ambos estavam olhando de longe o desempenho dos novos aliados, mas logo notam a aproximação dos dois e se viram para ver.
Ryan: foi o cheiro não foi?
Kaique: é, está melhorando muito com seus paços de caça, ei, esse não é um dos líderes sacis? Pergunta apontando para Statera.
Hiure: tenha respeito! Senhor, é um prazer o ter como aliado. Fala o cumprimentando respeitosamente.
Statera: não precisa disso tudo, aqui sou só um aliado comum, não me tratem como alguém especial.
Ryan: ele queria nos conhecer e eu o trouxe.
Statera: meus irmãos já se ajustaram, mas eu não consigui, por isso fui falar com Connor, pedi para que ele me falasse de lobos promissores, ele não só me deu informações sobre vocês, mas também me deu o nome de seus vários mestres e a própria recomendação dele, então vim conhecer vocês e perguntar se vocês aceitam minhas instruções.
Os irmãos trocaram olhares que falavam sem palavras, isso durou poucos instantes até que todos se decidiram.
Ryan: eu agradeço a oportunidade Statera, mas eu vou continuar a treinar com Marcos por enquanto.
Statera: eu compreendo, estarei sempre a disposição. Fala calmamente.
Kaique: eu aceito, você com certeza tem muita experiência e isso é de extrema importância.
Hiure: você não é só experiente, eu sei da verdade eu estava de ouvido em pé, você foi mestre do Viajante não foi?
Ao ouvir tal pergunta os demais irmãos levam um susto, era simplesmente inacreditável aquilo, Viajante era um símbolo de poder e bem ali estava o ser que era simplesmente o mentor de tal símbolo.
Kaique: mestre do Viajante!? Ele é praticamente um criador de um Grande Alpha! Fala abismado.
Statera: vão com calma, não fui o único que o treinou, fui um dos cinco.
Hiure: isso já é muito incrível!
Ryan: eu quero saber de tudo depois, tenho que ir.
O irmão mais velho os deixa e segue seu caminho, o líder trique permanecia na companhia dos irmãos, ele queria conhecer os rapazes.
Statera: vocês são jovens, quantos anos vocês tem?
Kaique: eu tenho vinte e ele dezenove.
Statera: Antônio tinha mais ou menos essa idade quando saiu da minha tutela e se tornou o Viajante, foi uma surpresa pra todos nós, foi praticamente do dia para a noite.
Hiure: vai ser difícil alcançar, viu só Kaique? É isso que temos que alcançar.
Statera: como assim?
Kaique: logo depois que acabarmos com essa guerra, nós quatro vamos fazer o mesmo que as lendas.
Statera: querem o topo? Se é assim vocês estão no caminho certo, seus mestres são todos ligados aos maiores da história, mas ainda faltam alguns componentes, mas esqueçam isso por enquanto, vamos nos concentrar em deixar vocês ainda mais preparados.
O líder os leva até uma clareira na floresta.
Statera: aqui está bom.
Hiure: a visibilidade aqui é uma merda, se você se afastar um pouco eu nem o verei.
Statera: adivinhão. Zomba pouco antes de sumir.
O líder se torna fumaça e se mistura a névoa.
Statera: vocês estão acostumados a lutar num terreno onde vocês tem vantagem, vamos inverter isso. Fala com a voz ecoando em pontos diferentes.
O líder saci dá o primeiro golpe e atinge Kaique com um pontapé nas costas o fazendo cair, Hiure olha para o irmão caído e leva um chute no rosto e uma rasteira, em seguida ambos tiveram seus crânios chocados um no outro.
Kaique: eu nunca pensei que fosse apanhar tanto. Fala limpando o sangue do nariz.
Hiure: de pé, vire de costas! Grita rapidamente.
Ambos se levantam e viram de costas um para o outro, mas de nada adiantou, Statera surgia e sumia do nada, só conseguiram hematomas e outros ferimentos.
Statera: vocês são bons, mas ainda faltam algumas coisas.
Kaique: como o que? Prever o futuro? Atingir fumaça?
Statera: respectivamente, sim e não.
Hiure: prever o futuro!? Pergunta confuso e surpreso.
Statera: não ao pé da letra, vocês tem que desenvolver análise e cálculo em combate.
Kaique: apanhamos e depois devolvemos?
Statera: vocês são bons em combate, eu vi isso, mas em estratégias a longo prazo vocês não são, vejam, assimilem, planejem e compreendam os movimentos, parece difícil, mas na prática não é tanto.
Kaique: claro. Fala sarcástico.
Hiure: pra mim não foi tão difícil.
Statera: isso se deve a sua experiência no corpo a corpo.
Kaique: faz sentido.
Os três continuaram a caminhar rumo ao acampamento.
Enquanto os três treinavam, Ryan se empenhava na caçada ao coelho da névoa, ele já estava exausto, respirava fundo e tinha um olhar irritado.
Marcos: a raiva não muda o fato de você estar perdendo!
Ryan: eu já fiz de tudo! Não consigo pegar ele!
Marcos: não, você está longe de ter feito tudo, pegue ele, você ainda tem uma carta pra usar!
Ryan: eu ainda não dominei os passos de bote, não é perfeito.
Marcos para de falar e olha para onde o coelho estava, num instante ele era um hispo rubro, no outro ele estava indo na direção do coelho, mesmo Ryan se concentrando não era capaz de ouvir bem os passos dele, rapidamente o Astro captura o animal.
Ryan: você usou os passos de bote!!?
Marcos: não, mesmo eu não fui capaz de adquirir tal poder, mas cheguei perto, isso é tudo que posso fazer e você está bem próximo e com muito menos idade, isso significa que...
Ryan: que vou conseguir?
Marcos: praticamente isso, continue Ryan, não falta muito agora. Fala o encorajando.
O Coronel se levanta rapidamente, todo animado e confiante.
As demais alcatéias treinavam com variados sacis e curupiras, para Connor era como ter seu amigo presente, todos esses povos fizeram parte da formação do lobo que ele amou e confiou como a um irmão.
Enquanto a luz faz seus movimentos, as trevas também fazem os dela, um lobo das trevas foi designado para recrutar um lobisomem um tanto conhecido, o lobo das trevas mais parecia um agente federal, seu terno era completamente preto, este viajou até o Espírito Santo, com destino a Lúpus Agri, ele chega até o bar que pertence a Joe e Pérola, o velho lobo estava limpando o balcão, tinha curativos no antebraço, enquanto limpava ele reclamava das costelas, usava camisa xadrez vermelha, o mesmo chapéu velho e fumava um charuto, assim que ele avista a figura engravatada ele muda para uma postura de recepção.
Joe: boa tarde, foi mal aí, mas não abrimos ainda, só depois das oito amigo.
Lobo: não vim beber, vim te conhecer na verdade.
Joe: aí lobo, não fui com a sua cara, é melhor ir embora.
Lobo: recebi ordens de Robert Turner para levar o Selvagem Joe como recruta.
Joe: Robert!? O lobo das trevas? Impossível, ele está morto!
Lobo: chega, cansei disso, você vai vir comigo agora! Grita irritado.
Joe: tá bom rapaz se é uma surra o que você quer, te darei uma que você vai implorar para viver.
O lobo avança feroz, ele segura o Selvagem pela camisa o trazendo para perto nisso o velho lobo sorri sádico e solta fumaça pela boca, a mesma atingiu os olhos do lobo agressor.
Joe: curtiu? Fumaça de charuto cubano. Fala rindo.
Joe bate com as mãos no balcão e salta por ele rindo alto, ele acerta um pontapé no rosto do lobo, sua bota pesada fez marcas severas no rosto do mesmo.
Joe: bom, gostinho de bota. Fala rindo.
O lobo corre e passa uma rasteira no velho lobo que cai, no chão ele abraça as costelas e grita de dor, o lobo desfere chutes em Joe que sofre
os golpes, até que o veterano pega a perna do agressor e ao assumir a glabro ele parte a tíbia do agressor que cai de dor.
Joe: vai se contorce aí filho da puta. Fala gemendo tentando se levantar.
O veterano se põe de pé ofegante, limpa o sangue que escorria da boca e vai na direção do lobo de terno, ao chegar perto ele tem a palma da mão cortada com uma faca de prata, Joe pula pesadamente para trás.
Joe: prata!? Um lobo que usa prata não merece viver!! Grita avançando irritado.
O agressor arremessa a faca no ombro de Joe que cai no chão, o lobo das trevas se levanta e puxa outra faca, Joe nota o perigo e simplesmente acende outro charuto e traga o mesmo, o agressor avança, mas tem sua perna ferida chutada, na queda ele recebe um soco no rosto que o faz cair do lado de Joe, o lobo ataca o veterano que torce um dos braços do lobo das trevas e segura o outro, o lobo gritava, Joe retira o charuto da boca pouco antes de tragar, a brasa acende na ponta, num golpe inesperado o velho lobo joga o charuto dentro da boca do lobo das trevas e pressiona e cobre a boca do lobo o fazendo mastigar.
Joe: faça o que fizer, não engula, pegou mal. Fala em tons diferentes.
O lobo soca Joe que solta seu agressor, o mesmo se levanta cuspindo os restos do charuto junto com sangue e cinzas.
Lobo: seu velho de merda, vou matar você filho da...
Um tiro interrompe a fúria do lobo das trevas, o mesmo estava agora caído de braços abertos no chão e de pé, com uma espingarda em punhos estava Pérola com uma expressão fria no rosto Joe a olha com uma cara de insatisfação.
Joe: eu ia dar conta! Fala irritado.
Pérola: então o que significa você estar no chão e sangrando? Nova arte marcial?
Joe: eu teria vencido. Fala se defendendo
Pérola: só quis garantir papai. Fala pondo a arma nas costas.
A loba se agacha e dá um tapa no rosto do lobo das trevas que acorda imóvel pelo tiro.
Lobo: o que você fez comigo!? Fala irritado, porém lentamente.
Pérola: você perdeu muito sangue, está letárgico e vai morrer se não se curar, por que veio aqui!? Pergunta sombria.
Lobo: eu não devo satis... Fala sendo interrompido pelo cano da arma apontado para sua testa.
Pérola: um alpha eterno que fofo, você vai me dizer o motivo de vir atrás do meu pai!!
Lobo: os carcereiros não vão demorar para chegar, o plano era recrutar o Selvagem antes que eles o pegassem.
Pérola: carcereiros? Pergunta confusa.
Lobo: não falarei mais nada!!
Pérola: eu sei. Fala se levantando.
Ao se levantar ela novamente põe a arma na testa do lobo e puxa o gatilho fazendo o sangue, fragmentos ósseos e cerebrais se espalharem pelo piso do bar.
Joe: haja cloro e desinfetante agora. Fala zombando
Eles se juntam numa limpeza demorada e pela noite o bar abriu novamente, as lutas eram sempre brutais, muitos bebiam fumavam e apostavam, Joe por sua vez não lutou, o que surpreende Pérola.
Pérola: o senhor fora do ringue? O fim dos tempos está chegando?
Joe: já tive minha luta de hoje, tô cansado. Fala rindo.
Pérola: é verdade, bom hoje é dia de faturar e muito. Fala confiante.
A noite foi boa, venderam muito, lutas em todas as arenas e nenhuma fatalidade e foi assim por mais três noites, tudo corria bem, mas nada dura para sempre, em uma noite o assunto do bar deixou de ser apostas e bebidas, falavam de monstros antigos, esse assunto rodeou até ir parar nos ouvidos de Joe, dois lobos falavam disso numa mesa.
Lobo: eles estão vindo pra cá.
Lobo2: e provavelmente não vai demorar para as notícias chegarem.
Lobo: quem poderá lutar contra isso?
Lobo2: vamos pedir aos ancestrais para que uma luta não seja precisa, mas se for teremos problemas.
Joe: problemas com o que? Pergunta atrás dos dois os surpreendendo.
Lobo: Joe!? Tá aí faz tempo!? Pergunta com voz trêmula.
Joe: não o suficiente, de quem falavam?
Lobo2: de apostas, problemas com apostas e...
Joe: vão mesmo ir por esse caminho?
Os lobos se olham amedrontados e concordam com a cabeça.
Lobo: nós ouvimos falar do lobo que você matou lá em cima, era um lobo das trevas?
Joe: era um vagabundo desses, mas não se preocupem, Pérola estourou os miolos dele. Fala rindo.
Lobo2: o problema é que de onde veio esse tem mais, milhares na verdade.
Joe: eles não voltarão, me querem vivo e eu só vou ser levado como cadáver, então a mensagem foi captada.
Os lobos se olham com uma expressão descrente e amedrontada e assim mais uma noite se finalizou, mas seria a última noite pacífica.
O caminhão de entregas chegou ao bar pela manhã, os entregadores também eram lobos, descarregaram rapidamente sem conversar ou sem mesmo aceitar algo para comer o que era costume deles, embarcaram no caminhão e seguiram aos outros destinos, pai e filha notaram o estranho comportamento, mas não perderam muito tempo pensando nisso, enquanto arrumava as prateleiras, Joe para do nada, sua filha pergunta em vão o que ele havia notado, ele põe uma garrafa no lugar sem nem olhar, vai até os fundos carrega e põe sua escopeta nas costas.
Pérola: vai sair com isso!?
Joe: é só por segurança, a espingarda não será suficiente.
Pérola: para o que?
Joe: apenas fique aqui.
O velho lobo então sai da sua casa, vai em direção a um parque arbóreo, o vento estava contra então não podia farejar, de repente um barulho de galho quebrando, o veterano se vira rapidamente apontando a arma, mas era apenas uma criança.
????: não atira tio Joe! Grita de olhos fechados e rosto virado
Joe: Nicolas!! Pelos ancestrais!! O que você está fazendo aqui!? Grita ofegante.
Nicolas tinha seis anos, tinha o cabelo castanho claro que ia até perto do ombro, era magro e era muito agitado, seguia Joe pra onde quer que ele fosse.
Nicolas: eu vi o tio entrando e vim atrás.
Joe: o que? O que deu em você pivete? Vamos embora! Fala pondo a arma nas costas.
O veterano pega o menino pela cintura e o joga por cima do ombro, ao ver a arma, as mãos do pequeno lobo são atraídas para ela.
Joe: não ouse tocar nisso!! Grita adivinhando a vontade do garoto.
Enquanto caminhava o vento mudou, dando a localização de um cheiro pútrido, andando poucos metros adiante o veterano vê um corpo extremamente danificado, tinha fraturas, membros foram arrancados por mordidas, parecia ter sido comido vivo, o veterano fica abismado com o horror.
Joe: não, de novo não. Fala com revolta na voz.
Nicolas: de novo não o que tio? Tá fedendo aqui, o que é? Pergunta se debatendo pra olhar
Joe: não olhe Nicolas!!! Grita feroz.
O menino se assusta com o grito inesperado e cobre os olhos obedecendo o velho lobo.
Joe saiu do parque o mais rápido que pode, logo ele estava na casa do menino, ele é atendido pelo pai de Nicolas.
Joe: vim devolver esse lobinho bagunceiro. Fala colocando o mesmo no chão.
Pai: onde você se meteu? Pergunta irritado.
Nicolas: eu vi o tio entrando no parque e fui atrás.
Pai: ele não é seu tio! Grita assustando o menino que se cala.
Joe: pega leve com ele, o pequeno só queria me ver.
Pai: você não tem noção do que está falando, não ouse chegar perto do meu filho seu bêbado!
Joe fica sem ação diante das palavras daquele lobo, ele toca ligeiramente no velho chapéu e dá as costas, Nicolas ignora o pai e abraça a perna do velho lobo, o mesmo não conseguiu segurar e com lágrimas nos olhos ele afaga os cabelos de Nicolas.
Joe : nós vamos nos ver quando você estiver com idade pra beber.
O veterano pega o caminho de seu estabelecimento, ele chega e vê sua filha nervosa, assim que a mesma vê o pai ela vai em direção a ele, o velho Joe tira a arma das costas e a põe na mesa, ele se joga pesado numa cadeira.
Pérola: você não está bem. O que houve? Pergunta se aproximando e sentando na cadeira.
Joe: se lembra do Nicolas? Eu acabei com meia dúzia de lobos selvagens pra salvar o pequeno.
Pérola: eu lembro sim, ele era tão novinho na época, mas ele ficou apegado a você.
Joe: ele me seguiu e eu o levei de volta, o pai dele limpou o chão comigo, falou muita merda, só não arrebentei ele por causa do pequeno.
Pérola: sempre tem um merda, mas sobre sua "caçada"?
Joe: um cadáver, atacado por algum animal, cortes de garras, perfurações de presas, partes mastigadas, desmembramento por presas e fraturas múltiplas.
Pérola: isso não é coisa de animal, podem ter sido os lobos das trevas querendo passar uma mensagem.
Joe: acho que não, não faz o perfil deles.
Pérola: como assim?
Joe: aquilo não foi assassinato, foi uma caçada, seus ferimentos são de luta, mas tem muitas partes mastigadas e faltando, seja o que for estava com fome, muita fome.
Pérola: isso é nojento, o que faria o isso?
Joe: poucas coisas filha, poucas... Fala pensativo.
As horas passam, a lua toma seu posto de destaque noturno, o bar estava cheio e agitado como sempre, todos riam e bebiam, o coliseu estava fechado para reforma, Pérola servia bebida rindo e gargalhando, as portas abrem e aos poucos as vozes aumentam até que são ouvidas confusamente por Pérola, de repente a multidão abre caminho e um homem caminha com dificuldade até próximo ao balcão, estava coberto de sangue, tinha roupas rasgadas e cortes por todo o corpo, Pérola ia tentar ajudar, mas o ferido cai já falecido, Joe corre e constata a morte, uma trovoada chama atenção para a porta, uma figura animalesca estava sob as quatro patas, tinha semelhança com um cão, mas era maior e muito magro, a criatura rosna e corre para dentro do bar, Joe avança contra e cai num abraço violento, ambos rolavam no chão trocando mordidas e arranhões, Joe se levanta segurando o monstro pelo pescoço e o joga longe, tinha um corte no peito e respirava pesadamente, o monstro então se levanta com dificuldade e uiva, de repente as janelas se quebram em pedaços, mais cinco entraram no bar e deram início à uma matança, não demorou muito para os cadáveres surgirem, lobos caiam um atrás do outro, Pérola rapidamente pegou um revólver do pai e acertou mortalmente a cabeça de um deles, mas não antes desse matar três lobos, Joe volta a atacar o primeiro, alguns lobos tentaram lutar contra, muitos morreram, mas no fim sobraram apenas dois cães sobreviventes, esses fugiram em uivo, o veterano logo entendeu.
Joe: corram para o porão agora!!! Grita desesperado.
Ao longe ele viu uma matilha vindo em direção ao bar, os trinta sobreviventes correram, Joe e a filha ficaram para trás para dar tempo aos demais, foi difícil, mas conseguiram, uma vez no porão eles trataram de selar a entrada com cadeiras e mesas, as feras tentaram arrombar, os lobos se esforçarmos e conseguiram manter as feras fora, mas havia um problema, quando o barulho e perigo desapareceram o veterano cedeu aos ferimentos e caiu de joelhos, Pérola corre e acode o pai, o mesmo foi posto deitado no balcão, ela o costurou e fez os curativos no pai, a madrugada foi de tensão e medo, apenas pai e filha se mantinham firmes, o tempo foi passando a tensão só aumentava, não se ouvia mais som algum vindo de fora, um dos lobos pensa em sair.
Lobo: o perigo já passou, não podemos ficar aqui para sempre!!! Grita.
Apesar das objeções dos dois alphas ele sai, assim que ele fecha a porta atrás dele, um cão do inferno crava as presas no rosto dele, seus gritos ecoaram muito alto, os demais se assustaram, Joe e Pérola tinham expressões de decepção.
Os dias se passaram, muitos já caiam de fome, mesmo com o grande vigor dos lobos, apenas Joe e Pérola se mantinham consideravelmente, mas isso não duraria para sempre, porém, toda as vezes que tentavam sair, os cães batiam contra a porta, mas depois de quatro dias e quatro noites confinados pai e filha tomam a direção da porta, os lobos protestavam, mas não era nada que os fizesse pensar em mudar de idéia.
Joe: logo depois que sairmos vocês tratem de trancar e só abram quando mandarmos. Ordena severo.
Ambos saem, no mesmo instante que os lobos trancaram as portas os rosnados, rugidos e grunhidos começaram, barulho de ossos se partindo, sangue espirrando nas paredes entre outros sons perturbadores, de repente os sons acabam, eles ouvem barulho de passos com garras, algo deu dois golpes na porta.
Joe: abram... Fala com voz trêmula e cansada.
Logo os lobos abriram as portas, os cães não estavam na vista de ninguém.
Lobo: onde estão os cães?
Joe: eles podem estar num lugar, ou em vários não tenho certeza. Fala sem se importar.
Eles tomam o elevador e as escadas, o bar tinha estragos, mas nada impossível de concertar, mas assim que saíram eles se depararam com o inferno, as ruas banhadas em sangue, mortos por toda a parte, a maioria tinha desmembramentos múltiplos, Joe imediatamente corre, ele mancava muito e sentia dores alucinantes por todo o corpo, ele chega onde queria e arromba a porta da casa do pequeno Nicolas, um cão do inferno estava coberto de sangue, o veterano quebra o pé de uma mesa o transformando numa estaca, o cão investe contra o veterano que levou uma mordida no antebraço, mas mesmo ferido ele cravou a estaca no crânio da fera, depois de soltar as presas do monstro ele saiu pela casa implorando para que o pior não tivesse ocorrido, mas ao chegar na porta do quarto ele vê sangue por baixo dela, rapidamente ele abre a porta e vê o que havia de pior, a criança já pálida e coberta de sangue, Joe cai de joelhos em choro, ele pega o menino nos braços e acaricia seus cabelos, o rosto que antes era angelical e feliz, agora era vazio e gélido.
Joe: me perdoe pequeno, a culpa é toda minha!!! Grita em choro de tristeza e fúria.
Pérola adentra a casa poucos minutos depois, pelo som ela chega ao pai que se mantinha com o corpo do meninos nos braços, ele o balançava ainda chorando, mas quase em completo silêncio, a loba põe a mão no ombro do pai e o abraça.
Pérola: não foram os únicos, poucos restaram, nos mantiveram presos para que pudessem massacrar a cidade.
Joe: amaldiçoados, todos eles!!! Mataram crianças!!
Pérola: infelizmente agora não é tempo de chorar, tem um povo lá fora que precisa de nós.
Joe: sou um peso velho e morto, não posso ajudar ninguém.
Pérola se revolta com tais palavras e segura o pai pelo colarinho com as duas mãos com força.
Pérola: você é o lobo mais durão e teimoso que eu conheço, você vai sair dessa!! Fala o balançando violentamente.
Joe: não sou não, existem outros que podem ajudar.
Pérola: isso é um assunto daqui, além disso eles tem a própria guerra, a parada é com a gente.
Joe: tem cinquenta lobos lá fora.
Pérola: é, todos precisam de nós, agora vamos, faremos os enterros.
O funeral foi extremamente melancólico e banhado em fúria e inconformação, ninguém aceitava todas aquelas mortes, mas tinham que se concentrar, o perigo não havia deixado aquele lugar e logo eles teriam que lutar, depois de recolher mantimentos e medicamentos, os lobos trataram dos feridos e dos mais fracos, o tempo passou e trouxe a escuridão da noite, eles quase não perceberam até que ouviram o uivo demoníaco.
Joe: não, de novo não! Fala em fúria.
Pérola: é guerra pai.
Eles lutaram por semanas, nesse tempo, o irmão mais velho liga para a alcatéia para avisar seu retorno, Ryan e os outros continuavam seus treinos, os paços de bote foram enfim dominados por Ryan em uma tarde, depois de tantas tentativas falhas e pressão ele conseguiu pegar o roedor sobrenatural que serviu de jantar de comemoração, Hiure e Kaique continuaram seus treinos com Statera o qual fez um grande progresso com os irmãos, Bryan continuava com um trabalho impecável, Heitor continuava a treinar os novatos e ser treinado, Maria se tornou exemplar como amazona e como médica, os quatro grandes e seus oficiais continuavam as reuniões estratégicas tento os líderes aliados e Connor como participantes de importância incalculável, o dia da volta do irmão mais velho chega, a partir desse dia tudo mudará.

Continuava...

Aquela mesma ladainha de sempre, demorei sim, foi mal gente, época de prova e trabalho é foda, não deixem de votar, compartilhar e indicar para os amigos.

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