Mother Rússia

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O avião de Connor e Hiure aterrissa em fim, o velho kriegshund não esconde como será duro o treino alí, eles se retiram do aeroporto, a neve caia e Connor seguia seu caminho calmante, alguns o cumprimentavam em russo e ele respondia do mesmo jeito.
Hiure: não sabia que falava russo.
Connor: falo seis idiomas além do português.
Hiure: o porra.
Connor: inglês, grego, francês, russo, irlandês e latim.
Hiure: pra que latim?
Connor: esse mundo é muito maior do que você pensa moleque, vamos, estamos quase lá.
Hiure: tá frio pra cacete aqui. Fala esfregando as mãos.
Connor: não se preocupe, vai piorar e muito. Fala rindo fraco.
O jovem lobo não entende, mas decide não perguntar, em algum momento a paisagem mudou, as casas deram lugares a árvores e a neve ficou bem alta e eles continuaram andando até que o velho Connor parou.
Hiure: vamos treinar no meio do nada? Vou sair na porrada com você no frio?
Connor: me dê suas roupas agora.
Hiure: bebeu? Nem fudendo velho, tá frio pra caralho.
Connor: tire os sapatos e a roupa que cobre o torço agora! Impõe sério.
Hiure então o faz, retira e entrega suas botas e casacos grossos e até sua camisa.
Hiure: e agora? Vai contar no relógio em quanto tempo eu viro um picolé?
Connor: não, agora você vai subir. Fala apontando pra cima.
Hiure não notou pela neve, mas havia uma montanha mais adiante.
Hiure: você tá brincando, se aqui tá frio, lá deve ser gelo puro. Reclama tentando se impor.
Connor: isso mesmo, seu objetivo são três, sobreviver, conseguir chegar ao topo em uma semana, e matar as feras que dominam isso, ao menos duas diferentes.
Hiure: e quantas dominam?
Connor: são quatro, quanto mais alto, mais fortes e perigosas elas serão, são todas sobrenaturais assim como eu e você.
Hiure: por que esse treino?
Connor: você é diferente dos seus dois outros irmãos, eles sabem matar e você sabe lutar, eu agora inverti, aqui você terá que lutar pra matar e depois que concluir com perfeição eu já não terei nada para lhe ensinar. Fala com satisfação na voz e no olhar.
Hiure: beleza coroa, vamos!
Connor: "vamos"? Você vai tentar me acompanhar e vai se perder em alguns minutos, mantém na memória, são sete dias pra alcançar o topo se não eu o mandarei de volta ao Brasil. Fala severamente.
Eles dois então tomam a direção da montanha, a neve continua a ficar mais alta e densa, a subida começa a exigir mais esforço a cada minuto que se passa, a neve atrapalha a visão do alpha que já ficava para trás e mal via seu mestre.
Hiure: ainda posso te ver velho!! Grita forçando a visão no pouco que enxergava.
Connor força ainda mais sua velocidade deixando de ser visto por seu aluno que gritou antes.
Hiure: merda, não vejo e nem ouço os passos dele e esse vento gelado tá confundindo e fudendo meu olfato. Fala parando de correr.
O jovem olha em volta, nada via ou ouvia, mas ele sabia por onde ir, o vento frio o castigava, mas não podia parar, caminhou na neve até que a noite caiu junto com a temperatura que ficou ainda mais severa, o jovem lobo caminhava pesadamente, ao longe ele vê a lua em visão levemente ofuscada pelos ventos com neve.
Hiure: não dava pra ser lua cheia? Indaga rindo baixo.
Ainda caminhando ele para pra dar atenção aos seus sentidos, algo caminhava na neve, era rápido e relativamente grande, mas os passos se multiplicam, eram mais de um, com o pouco que lhe restava de olfato ele nota que eram lobos, um deles então o ataca no braço o rasgando com os dentes, o alpha tenta revidar com um chute, mas não o atinge, outro lobo maior salta em suas costas o retalhando, o jovem lobo segura a fera em suas costas e a joga na neve, o rapaz então fica em posição de ataque de karatê, mas ai ele se lembra das palavras de Connor dizendo que ele precisava lutar pra matar, não pra vencer, um dos lobos vai em sua direção, mas é atingido pelas garras do jovem alpha, as mesmas penetraram suas costas o matando na hora, nada avança contra o alpha e ele continua caminhando e caminhou até que o sol nasce fazendo a temperatura subir um pouco, a paisagem já não era a mesma, algumas árvores já podiam ser vistas, dando a esperança de ter algo a caçar, mas uma coisa não saia da sua cabeça, ele já havia encontrado e matado a primeira fera, mas haviam outras três, ele se quer poderia se distrair por um instante, sete dias seriam demais, precisava se apressar e correr para o topo o mais rápido possível, mas na sua corrida frenética ele escuta um som forte de urro, mas não teve tempo de reagir e algo grande e forte o atinge, as presas vão em seu braço, depois de focar a visão a deixar a tontura ele reconhece a fera, se tratava de um urso enorme e branco, era grande e pesado até pra ele levantar, um urso comum não pesaria mais de 600 Kg, nada pra alguém que ergue o triplo disso, as presas do enorme monstro cravaram até os ossos do braço dele, Hiure sente o perigo, o urso ia arrancar seu braço, rapidamente o alpha passa seu outro braço em volta da nuca da fera para que essa não o mutilasse, ele estava preso, seus braços fora de uso, então as garras de seus pés crescem e em chutes ele perfura o abdômen do urso, que urra soltando o braço do rapaz, Hiure se levanta, seu braço pendia inutilizado, a fera se levanta de pé alcançando 3,10 m.

Presas e GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora