Tensão e estratégias

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Descobertas, festas e esquemas, de tudo ocorria um pouco, os lobos da aliança comemoravam a evolução que ficará para a história, já os caçadores recebiam a atualização das Classificação de Perigo, uma lista que explicava e nivelava os sobrenaturais mais notórios e infames, pondo até recompensas em títulos, postos militares, condecorações ou simplesmente dinheiro, Robert enfim revelou seu verdadeiro lado para todos, algo praticamente demoníaco, este ainda na festa faz uma ligação.
Robert: já tenho seu prêmio, quando o carregamento chega?
Magnata: no anoitecer de amanhã, algum aeroporto de confiança?
Robert: vou fechar um, só pra receber sua mercadoria.
Magnata: até breve então. Fala encerrando a ligação.
Robert toma um sorriso confiante e malicioso, a festa foi até de manhã, milhões gastos numa única madrugada e toda essa quantia seria retirada da própria Lupina.
A noite caiu e junto dela vieram a lua e um vôo muito aguardado pelo Alpha das Trevas, este vai ao aeroporto e o tão aguardado avião chega, minutos depois de pousar, os tripulantes começam a descer e um homem jovem fica frente a frente com o Turner.

????: senhor Turner eu presumo.
Robert: eu mesmo, mas não foi com você que eu fiz o acordo no telefone.
????: Magnata tem assuntos mais urgentes e vendas maiores pra fazer, por isso estou aqui, pode me chamar de Transação.
Robert: suponho que deva fazer isso sempre, Sr. Transação.
Transação: faço o que me é mandado, agora, por gentileza, poderia entregar o que foi combinado?
Robert: primeiramente quero averiguar as caixas.
O jovem leva Robert até próximo aos caixotes e eles o abrem, eram armas das mais variadas, todas novas e prontas para o uso.

Transação: deve ter uns vinte milhões em armas aí, mas Magnata me obrigou a vir até esse fim de mundo.
Robert: não gosta da cidade?
Transação: nem dela, nem do cliente.
Robert: estou pagando por tudo isso.
Transação: você está trocando, se não fosse pela sua cientista, você jamais teria essa transação aqui.
Robert: eu pagaria vinte milhões!!
Transação: nossos clientes gastam dez vezes mais por mês, gansgters, grupos terroristas, cartéis de drogas, até outras máfias, perto deles, sua compra é fraca, mas meu trabalho está feito e o produto entregue, sua vez.
Robert chama um dos seus que trouxe uma maleta, dentro dela estava o produto das semanas de pesquisa da Peste, Transação olha para aquilo, mas de repente ele bate na maleta e seus homens miram no Alpha das Trevas.
Transação: achou mesmo que né enganaria!? Para o seu azar, eu sou engenheiro químico, sem falar num atirador de primeira, então é melhor me entregar logo, ou vou mostrar minhas habilidades. Fala com a pistola apontada.
Robert gargalha até perder o fôlego e do bolso do seu paletó ele retira o pequeno e valioso frasco.
Robert: aqui está, o complemento genético que Magnata tanto quer. Fala entregando.
Transação olha para o frasco e o toma para si, ele põe contra a luz e percebe ser o verdadeiro.
Transação: foi um nojo fazer negócios com você.
Robert: também adorei conhecer você. Fala sorrindo.
O jovem retorna ao avião com seus homens e em poucos minutos o avião levanta vôo e desaparece da vista.
Robert retorna cheio de orgulho, os caixotes foram levados para um deposito onde haverá a distribuição para seus lobos.
Robert: que o mundo se dobre a minha vontade.
No acampamento, Hiure e Pérola matavam a saudade e a vontade de uma semana inteira, ele fez um jantar para eles, a bebida dessa vez foi um vinho que Pérola pessoalmente escolheu então a qualidade era excepcional, a noite foi inteira para eles, viram um filme, conversaram e riram o tempo todo.
Hiure: é muito bom ficar com você assim. Fala entre risos.
Pérola: assim como?
Hiure: de bobeira, sem treinos, sem problemas, só nos dois, um brigadeiro de panela, um filme cliché e um papo engraçado, é bom dar um freio de vez em quando.
Pérola: mas não é sempre assim, nossas noites no geral terminam mais agitadas. Fala sorrindo maldosa.
Hiure: o momento não tá bom pra você? Provoca.
Pérola: claro que está, bobo né?
Hiure: vai saber, eu particularmente amo momentos assim e eu adoro você, então... Fala tentando um beijo.
Pérola desvia do beijo e fica com um olhar pensativo.
Hiure: que foi?
Pérola: você sempre diz isso.
Hiure: isso o que?
Pérola: que me adora.
Hiure: e é ruim?
Pérola: não, é só que eu pensei, que depois de tudo, ouviria algo mais forte.
Hiure: deixei a desejar, não foi?
Pérola: não é bem isso, eu só reparei.
Hiure: é, eu não disse ainda, eu tive uma vida Pérola, eu amei de novo, não dá pra jogar fora assim, mas eu tô seguindo em frente, nós dois estamos, eu ainda tô me deixando livre pra amar de novo.
Pérola: tenho certeza que com a outra você dizia o tempo todo.
Hiure: sim, mas só depois de um tempo, eu antes dizia as mesmas palavras de agora, eu estava em processo de começar a amar, eu sei que não é simples, que nada em mim é, mas eu juro que estou tentando e vou conseguir, só preciso de um tempo.
Pérola: é só o que você sabe pedir, tempo, toda a hora é isso. Reclama.
Hiure: e nada além, é só o que eu te peço, sem me afastar, sem te afastar, só um tempinho pra organizar meu coração, já que meus pensamentos você já tem exclusivamente para você.
Pérola: a frase é bem cliché, mas você é bom com palavras.
Hiure: muita leitura.
Pérola: livros de quem? Bruce Lee e Muhammed Ali?
Hiure: não sou só porrada, leio livros mais leves, um romance alí, um drama aqui, um tema mítico as vezes.
Pérola: pra quê ler livros de drama e mitos se sua vida já é um drama mítico?
Hiure: é bom ver algo parecido com nossas vidas em que sabemos que no final tudo acaba bem, com todos felizes. Explica sincero.
Ela entende na hora, pouco depois eles foram dormir, o momento de folga acabaria com a chegada da manhã e assim que esta chega, os dois são acordados por batidas na porta da cabana, eles dois levantam e notam a voz familiar, Natasha batia a porta e Hiure abre.
Nat: Pérola está com você?
Hiure: bom dia pra você também loira, como eu estou? Muito bem, valeu a preocupação. Fala sarcástico.
Nat: me desculpe rabugento, eu tô meio animada.
Hiure: benefício de fazer sexo de manhã. Responde rápido.
Nat: para com isso. Fala rindo e dando um tapa no ombro dele.
Hiure: com o que esta animada?
Nat: uma coisa que ouvi falar, noites das garotas, é assim que se fala?
Pérola: já gostei da idéia.
Hiure: vou ficar sozinho essa noite?
Pérola: busca Ítalo, ele tem ficado sempre com a mãe.
Hiure: faz tempo que não durmo com meu filhote.
Pérola: noite das garotas!!! Fala animada e rindo.
O lobo segue para seu pelotão, mas ele decide fazer diferente, ele trouxe Kaique e Ryan para uma demonstração.
Hiure: eu trouxe meus dois irmãos aqui hoje, mesmo não sendo do nosso estilo, eles tem algo que eu quero que vocês vejam.
Ryan e Kaique vão ao centro, Bryan e seus alunos estavam juntos, ele já havia notado o que seria demonstrado.
Hiure: Bryan, por favor.
O instrutor avança e para perto dos três.
Hiure: desfira um golpe comum seu.
Bryan então solta um cruzado que corta o vento.
Hiure: este tipo de golpe é muito prático e comum, por nós karatecas geralmente são usados para causar contusões ou agredir os ossos, como este também. Fala desferindo um soco comum de karate.
Os alunos prestavam atenção, mas ainda sem entender.
Hiure: esse tipo de golpe torna nossas mãos, cotovelos, joelhos, pés e até nossa cabeça em armas de impacto, como um martelo, mas tem outras armas que podemos copiar, Kaique, uma demonstração por favor.
Kaique saca duas espadas diferentes, uma katana e sua mais nova gládio, seus golpes de exímia técnica foram aplicados lentamente, cortes e estocadas, Hiure se posiciona ao lado do irmão e repete seus movimentos com as mãos abertas, dedos unidos e firmes.
Hiure: com um treino adequado, vocês poderão cortar e perfurar sem o auxílio das garras.
Aluno: mas já vimos o senhor usar as suas em golpes assim. Questiona confuso.
Hiure: um de vocês pode ser a cobaia?
Ryan descruza os braços, retira a camisa e fica de frente ao irmão que estava de costas para seus alunos, o caçula se põe em guarda e seu golpe é desferido ao som de vento assobiando alto e nas pontas dos dedos havia sangue e no peito do irmão tinha um corte diagonal que ia da clavícula esquerda até o lado direito da cintura, os alunos ficam surpresos com o golpe e com a tolerância de Ryan.
Hiure: fazendo certo, suas mãos se tornam quaisquer armas, seja um martelo, uma espada ou até uma lança, por isso trouxe os maiores especialistas em cortes que conheço.
Ryan já havia se curado totalmente e já se vestia de novo, os dois então começaram a explicar seus métodos.
Bryan: o mestre mais preguiçoso que eu conheço. Fala rindo.
Hiure: o que?
Bryan: trazer seus irmãos pra darem aula no seu lugar, belo plano.
Hiure: o bom mestre ensina o melhor e nesse estilo eles são os melhores.
Bryan: e isso não é pra passar um tempo com eles?
Hiure: o que? Não, eu só...
Bryan: não é errado tampinha, irmandade é uma coisa boa, estar com os irmãos é muito bom.
Hiure: maromba, tu é um gênio da porra!!
Bryan: demorou pra notar.
As horas se passaram e Hiure reúne os irmãos pra falar da idéia que teve.
Ryan: noite dos irmãos? Que porra é essa?
Hiure: como na época da escola!Vemos um filme, bebemos, falamos umas merdas, quebramos alguma coisa e por aí vai.
Kaique: tá solitário por causa da invenção da Nat, não é?
Hiure: ela levou Pérola pra uma noite das garotas velho. Reclama.
Kaique: e não só a sua mina, Priscila e Maria estão nessa também.
Ryan: fudeu, a casa vai abaixo com Pérola e Maria no mesmo lugar, com vodka, tequila e cachaça lupina.
Hiure: ou perco minha melhor amiga ou minha mina, tô fudido.
Kaique: parece que virou febre, até o coroa vai ter uma reunião.
Hiure: quem?
Kaique: meu pai, tio Felipe e tio Marcos vão também.
Hiure: normal.
Ryan: seu pai tá nessa.
Hiure: eita porra!
Kaique: junto de Helmar, Connor, Davi, Apolo e Salazar.
Hiure: que corja.
Ryan: as mulheres estão nessa, Lois, Sofia, tia Elizabeth e Vaneska.
Hiure: os grupinhos divididos? Que noite zoada da porra.
Kaique: quem vai ser nosso grupo?
Hiure: só os íntimos, nós três, Heitor e o Bryan.
Ryan: Bryan? Vocês não tentaram se matar algumas vezes?
Ambos em uníssono: sim, qual o problema?
Ryan: não vou falar nada.
Kaique: posso chamar um amigo também?
Hiure: o cão italiano? Claro, é muito bem vindo.
Kaique: eu vou falar com ele.
As horas passam e as reuniões acontecem, Vaneska e as irmãs amazonas se encontram na cabana da Lois, tinham vinho e cerveja artesanal.
Lois: e como você tem passado Vane?
Vaneska: muito atolada, não lembrava que conciglieri era tão puxado.
Sofia: então o Caolho tá de volta?
Vaneska: ele disse que precisava voltar às origens, não questionei, mesmo sendo puxado, eu gosto do posto. Fala satisfeita.
Sofia: grande descoberta Liz, maravilhosa.
Elizabeth: é mesmo, mas não foi minha, foi um trabalho em equipe, aquelas meninas são incríveis.
Vaneska: meu orgulho.
Sofia: nosso também, ela nem treina mais conosco.
Vaneska: não? Ela acorda e sai cedo todos os dias.
Lois: sim, pra treinar os grupos dela.
Vaneska: ela é mestre entre as amazonas, que orgulho.
Lois: as realizações e orgulho. Fala propondo um brinde.
As quatro então brindam entre sorrisos.
Os demais figurões estavam reunidos, com uma mesa redonda e um baralho, mas isso muda.
Connor: então essa vai ser a noite dos veteranos?
Davi: você é o único veterano aqui coroa. Responde rindo.
Todos riem, Connor imita os risos e da um pontapé no peito de Davi o derrubando junto da cadeira e provocando risos ainda mais intensos.
Davi: o velho não sabe brincar. Fala no chão e rindo.
Connor: eu vim pra me divertir, não pra jogar baralho feito um velho num boteco.
Helmar: sugere o que Andarilho?
Connor: apostas altas, um baralho em condições melhores e alguém pode trazer bebida de verdade pra cá!?
Felipe: ele tá certo, vou encher uns barris. Fala se levantando.
Marcos: vou aprontar um tira gosto, coisa rápida. Fala indo pra cozinha.
Wellington: eu te ajudo Marcos.
Apolo: levanta, tá vergonhoso já. Fala estendendo a mão para Davi.
Salazar olhava sorrindo pra tudo aquilo.
Marcos: Salazar! Vem dar uma mão aqui.
Salazar: jura? Piada com minha mão decepada?
Marcos: veio na idéia. Se explica.
Helmar: ruivo do caralho. Fala rindo.
Victor vê o velho Connor puxando um cigarro de palha e oferece um isqueiro.
Connor: você fuma?
Victor: só as vezes, mas como sempre tem um que fuma por perto, eu costumo trazer o meu.
Connor: valeu. Fala tragando.
O aperitivo ficou pronto e os barris foram trazidos por Felipe, daí por diante foram milhões perdidos, álcool e muita briga com gargalhadas no meio de tudo.
Nat recebeu as três em sua casa com muito prazer, estava tudo muito bem organizado.
Nat: não tivemos muita interação né?
Priscila: mas vamos resolver hoje. Responde sorrindo.
Nat: bebe?
Priscila: além da conta.
Nat: já gostei de você.
Pérola: trouxe uma cachaça daqui de Minas. Fala com uma garrafa na mão.
Maria: aqui tem tequila, genuína e forte.
Nat: junta com minha vodka e teremos um porre daqueles. Fala rindo.
Elas começam a aprontar tudo e não cozinha a morena e a ruiva se encontram.
Pérola: ela é demais né?
Maria: deve ser a vodka correndo nas veias.
As duas riem rápido, ambas tinham algo pra falar.
Ambas em uníssono: eu queria dizer que...
Pérola: fala.
Maria: não, você primeiro.
Pérola: beleza, Maria, eu sei muito bem das nossas diferenças e lados nesse tabuleiro, eu não tô pedindo para sermos amigas que nem somos da Nat, mas é que isso já tá ficando chato.
Maria: não tem tabuleiro Pérola, não tem lado nisso, temos muita coisa pra acertar, isso sim.
Pérola: eu não quero que pense que eu estava esperando uma oportunidade ou algo assim, eu não seduzi Hiure ou algo do tipo, nós só...
Maria: fluíram?
Pérola: é, mas ele ainda tem muita bagagem com você, essa é a verdade.
Maria: temos sim, mas isso não é problema, ele está com você e eu não ligo.
Pérola: mas vocês tem Ítalo.
Maria: e filho de pais separados é alguma novidade pra você?
Essas palavras dão um choque em Pérola, o tom confirmava a sinceridade da Valquíria.
Pérola: então eu não tenho com o que me preocupar e tô parecendo uma doida, ótimo.
Maria: ciúmes é natural, ele gosta até, mas não se preocupe comigo, sou só amiga dele.
Pérola: você é muito mais, é a melhor amiga dele, ele confia totalmente em você.
Maria: nós nos conhecemos no primeiro ano do médio, temos bagagem como você disse, ele é difícil né?
Pérola: ele só fala de tempo, é só isso que ele pede e eu já tô ficando incomodada.
Maria: ele ainda não falou né?
Pérola: como você...
Maria só precisou de um olhar pra responder o que seria a pergunta.
Pérola: bagagens, você o conhece melhor do que ninguém.
Maria: melhor até do que ele pensa, eu lembro de ficar na sua posição, mas veio num momento bem importante, só espere, vai valer a pena.
Pérola: foi melhor do que eu esperava, tava imaginando ameaças e coisas assim. Fala rindo.
As duas riem forte, Maria segura nos ombros de Pérola ainda rindo muito, mas seu olhar muda repentinamente.
Maria: se você fizer aquele lobo sofrer, mesmo que pouco, pode ter certeza que eu vou atrás de você. Ameaça com os olhos de alpha.
Pérola sente o perigo e engole seco.
Maria: cuida dele viu? Fala com um tom completamente oposto.
Elas então voltam para a sala aos risos com copos nas mãos.
Os rapazes se reuniram na casa de Hiure, logo eles notam a ausência de um lobo.
Ryan: cadê Rodolpho?
Hiure: eu não o chamei.
Kaique: Hiure!!
Hiure: ele nem se quer quis participar de uma missão comigo, ele fez questão de não ir, então não serei eu que vou fazer questão de chamar.
Kaique: vocês dois são fodas.
César: onde eu ponho a cerveja?
Hiure: já tô gostando de você italiano.
Eles então começam a ver um filme de ação e Bryan sempre citava um ator ou atriz que ele conheceu.
Hiure: como você conhece?
Bryan: eu tive uma vida antes disso tudo.
Kaique: você era militar, não vejo conexão.
Bryan: eu perdi meu pai ainda criança, divida de jogo, minha mãe me criou, mas quando eu tinha quinze anos ela foi executada por uns vagabundos que assaltavam uma loja de uma conhecida nossa, dos quinze aos dezoito eu trabalhei de guarda costas, pelo meu tamanho eu era muito procurado por estrelas de Los Angeles, eu só cobrava o suficiente pra me manter, aos dezoito eu entrei para o exército.
Hiure: e foi lá que você arrumou a cicatriz no abdômen.
Bryan: um cão assassino quase me matou quando arrancou meu rin com as garras.
Ryan: história é o que não falta, qual a sua gladiador?
Kaique: se não quiser falar não tem problema.
César: tudo bem, eu conto.
A televisão foi posta no mudo para darem atenção às palavras dele.
César: fui criado pelos meus nonni, meu avô lutou na segunda guerra, cresci tendo ele como meu modelo máximo em tudo, logo que ele saiu do exército conheceu minha nonna, começaram um negócio de produção de vinhos, dava pra viver, mas não tão bem, eu via algumas contas atrasadas e decidi ajudar, mas da maneira errada.
O italiano mergulha em lembranças enquanto fala para os demais.
César estava fugindo depois de roubar uma bolsa, mas haviam perseguidores, quatro exatamente, estes o pegaram, seguraram e lhe deram uma surra, um deles saca uma lâmina e era claro o material, a lâmina era de prata e aqueles eram caçadores.
Caçador: o cãozinho vai ganhar uma marca, onde faço? Bem na cara?
César tentava lutar contra, mas os três que o seguravam impediam qualquer tentativa.
Caçador: eu gosto quando eles lutam.
????: então você vai me adorar.
Eles se surpreendem com a voz e de repente o caçador com a lâmina tem sua mão decepada, os três soltam o rapaz e vão pra cima do agressor, mas estes nada puderam fazer, o agressor era rápido, ágil e tinha olhos rubros, os quatro são mortos e o desconhecido vai até o rapaz.
????: roubar não é bom, por que fez isso?
César: meus avós são pobres, eu só... eu não roubo pra ter luxo eu só...
????: só queria ajudar, não é?
César: é.
????: posso te dar uma chance, uma chance de nunca mais precisar roubar, uma chance de se redimir e ter honra.
César: como? Quem é você?
????: eu me chamo Criso, sou um gladiador. Responde com um sorriso.
O campeão volta de suas memórias com um sorriso nostálgico.
César: meses depois eu já tava lutando e recebendo, pude ajudar meus avós e eles sempre me apoiaram, aí quando me tornei campeão, dei toda o dinheiro pra eles, minha avó quase caiu da cadeira, meu avô engasgou com a cerveja e quando contei que ia vir para o Brasil pra combater um "novo Hitler" meu avô disse "colpire i figli di puttana nazisti".
Kaique: porre os nazistas filhos da puta. Traduz para todos.
Os demais caem em risos fortes.
Bryan: o coroa é dos meus, porrada nos nazistas!!! Grita com uma caneca.
Eles então fazem um brinde com suas canecas de cerveja e o pequeno com sua mamadeira com suco fazendo uma onda de risos vir novamente, a noitada tem fim e todos participantes se espalham pela casa, Bryan no sofá, Kaique e Ryan dividiram uma cama, César acabou dormindo no chão da sala, Heitor no corredor e Hiure com seu filho no quarto, Ítalo dormiu sobre o peito do pai, este acordou Hiure puxando o cabelo do pai que logo o pegou no colo e saiu chutando e acordando todos na casa, o café da manhã foi suficiente pra uma tropa e então mais um dia começa, mas para a surpresa de todos uma presença inusitada, Daniel estava de pé no centro da arena de treino.
Hiure: não esperava, o que veio fazer aqui?
Daniel: trégua, não vim para brigar, vim resolver tudo.
Hiure: nada mais justo, afinal, tudo começou com você.
Daniel: exato, eu sei que vim trazendo muita coisa, indignação, amargura e desejo de vingança, depois trouxe um vampiro sem o consentimento de todos, mas eu não sabia do histórico dele, o que eu quero dizer é que eu sinto muito, por tudo.
Hiure fica um pouco confuso, esperava uma discussão feia e até mesmo uma luta bem violenta, mas aquilo era de fato uma surpresa.
Hiure: eu não tenho muita experiência com pazes com antigos rivais, Bryan sabe bem disso.
O lobo citado solta um rápido e abafado riso.
Hiure: em fim, tá tudo certo, você não é má pessoa, está aqui pra ajudar, sem problemas.
Os dois apertam as mãos, mas Daniel não para por aí.
Daniel: tem que falar com ele.
Hiure: talvez ele não queira falar.
Daniel: ele também é seu irmão, mas é teimoso, não vai vir falar.
Hiure: e eu sou ainda mais, estou disposto a conversar, mas não vou rastejar, nem trabalhar junto comigo ele quis.
Daniel: é muita coisa, ele está em posto de comando, tem muitos assuntos para discutir dentro das famílias.
Hiure: então é mais motivo pra eu não ir, posso atrapalhar, não acha?
Daniel se vai desapontado com o desenrolar da conversa.
Em Lupina, Robert tinha um ar de felicidade como nunca visto por ninguém, ele vai até Joe com um sorriso e o veterano o olha enojado.
Joe: por que este sorriso asqueroso?
Robert: tenho grande motivo, esta noite o mundo muda, o comunicado será em poucos minutos.
Joe fica surpreso e junto do Alpha das Trevas ele vai até uma sala cheia de computadores e lobos usando os mesmos.
Lobo: ajustando a frequência Alpha.
Robert: ajustem para toda região, quero que todos vejam.
Joe: quanto tempo para a divulgação total?
Robert: seis horas, darei tempo para virem até aqui, as duas da tarde faremos a transmissão, alegre-se lobo, tudo mudará.
No acampamento o treino continuava pesado, Kaique e Ryan ainda ajudavam o caçula, logo a hora do almoço chega, mas decidiram prolongar um pouco mais, depois de uma hora extra eles em fim param e vão comer, Hiure fez questão de reunir os amigos e as amigas sob seu teto e fizeram uma refeição ótima, Ítalo brincava na mesa com todos os presentes, mesmo César tinha sua atenção, estava tudo indo bem, até que os celulares de todos começaram a tocar e vibrar, não eram mensagens ou ligações, as telas foram invadidas e uma imagem odiosa surge, Turner vestia um terno preto e tinha um sorriso de satisfação e orgulho.
Robert: aos ouvintes eu saúdo com boa tarde, venho por esta transmissão, avisar a toda população do Sudeste de algo incrível, por séculos a verdade tem sido encoberta, mas isso é passado, as oito horas da noite de hoje, executaremos a maior revelação das últimas eras, hoje os ancestrais favorecerão meu povo, até breve.
Ninguém conseguia acreditar, as palavras seguiam para uma única possibilidade.
Hiure: aquele desgraçado vai...
Kaique: ele vai quebrar a lei de Ocultação Sobrenatural.
Todos então correm até os Quatro Grandes, mas estes já pareciam estar cientes, outros também estavam por lá, Jocelina, Daniel, Rodolpho, Pedro, Connor, Salazar, Sofia, Elizabeth, Felipe e Marcos, os três líderes sacis e o líder curupira também estavam presentes.
Maria: o que faremos?
Bryan: devemos atacar imediatamente!!
Rodolpho: não dá pra mobilizar todas essas tropas a tempo, sem falar que há humanos na cidade.
Nat: a lei vai ser quebrada de qualquer forma, temos que impedir isso.
Pedro: e por isso vidas inocentes devem ser sacrificadas como porcos?
Pérola: a questão aqui vai além de vidas, seja humana ou sobrenatural, a lei mantém seres como nós a salvo.
A discussão continuou até que um dos Grandes intervêm.
Victor: silêncio!! Rosna para todos.
O pedido foi obedecido por todos que discutiam.
Helmar: isso vai além de qualquer coisa que esperávamos, nunca pensamos nessa hipótese e por isso não temos planos contra.
Heitor: seu plano está bem aqui pai, nós podemos impedir.
Helmar: onze lobos impedindo uma alcatéia de milhares?
Wellington: a declaração antecipada é claramente uma armadilha, vocês são alvos de uma divisão do Turner, ele espera justamente que vão até lá tentar impedir o plano dele.
Lois: tem a chance de Robert estar blefando, enganar e trapacear são as especialidades dele.
Maria: e se estiver errada? Se não for mentira?
Victor: não temos como ter certeza de que é real.
Kaique: e vale para o inverso também pai, somos o único grupo forte e pequeno o suficiente para impedir.
Victor: são poucos, apenas onze pra Lupina inteira.
Pedro: doze.
Salazar: treze.
Criso: quatorze.
Connor: quinze.
Victor: isso não muda nada, não é só invadir, precisam de informações.
Hiure: sei com quem conseguir e ele tá ligando pra mim. Fala mostrando o celular.
Hiure sai do salão para atender uma ligação do Capitão Paulo.
Paulo: precisamos agir.
Hiure: seu esquadrão está por perto?
Paulo: podem chegar antes da hora estimada, nos reuniremos num local específico?
Hiure: meu grupo e eu podemos chegar antes também, rastreie esse telefone e saberá onde deve ir, mas já pode seguir para a cidade mais próxima.
Paulo: certo, chegarei em menos de três horas.
Hiure: ótimo, desligo aqui.
O Coronel compartilha a informação com os demais.
Heitor: os caçadores aceitaram?
Hiure: na verdade, eles parecem ter muito mais urgência do que nós.
Kaique: o que nos dá uma vantagem sobre eles.
Pérola: que tipo de vantagem.
Kaique: a lei nos atinge, mas eles parecem querer impedir isso mais até do que nós e fariam o que for preciso.
Maria: onde quer chegar?
Kaique: podemos tirar deles algo importante, mas que não é mais valioso, algo que eles protegem muito.
Hiure: os bestiários.
Kaique: exato.
Bryan: por que iríamos precisar disso?
Kaique: esses livros são manuais de instrução para matar seres como nós, são uma arma poderosa pra eles, se tirarmos isso, teremos uma vantagem.
Rodolpho: eles podem ter digitado tudo.
Hiure: duvido.
Rodolpho: por que? Porque é vantajoso para nós?
Hiure: Oliveira abomina tudo o que Ricardo representava, ele não liga para livros ou tradição, até porquê ele só tem lutado contra lobos e por isso não tem motivo pra pesquisar sobre outras raças.
Pérola: ele se acomodou.
Kaique: a arrogância é o ponto fraco dele.
Ryan: ainda assim, nada garante que Paulo nos dará, nem ao menos que pode.
Hiure: dois membros do E.C.E são Tenentes Coronéis, Paulo como Tenente tinha acesso e responsabilidade sobre os livros.
Heitor: então esses dois devem saber onde cada um está.
César: e tem poder pra pegar sem dizer nada a ninguém.
Pedro: e se mesmo assim não derem nada a vocês?
Hiure: não nos movemos, deixamos rolar.
Pedro: seriam capazes disso?
Pérola: não, mas os soldadinhos não sabem. Fala sorrindo.
Os quinze pegaram os mais rápidos carros e foram pelas melhores rotas, chegando numa cidade pequena, mas relativamente próxima de Lupina, Paulo e os demais caçadores do E.C.E chegaram.
Ellen: vocês querem o que!? Grita indignada.
Maria: o que vocês ouviram, nossa cooperação em troca dos bestiários, todos eles.
Laura: vocês devem ter enlouquecido!! Estão cobrando pra ajudarmos vocês?
Pérola: não, estamos cobrando vocês pela nossa ajuda, são vocês que precisam.
Paulo: a lei oculta o sobrenatural deve ser protegida! Impõe sério.
Nat: mas são vocês que mais querem impedir o Turner, podemos fazer esse serviço, poder nós temos.
Gustavo: então por quê não fazem? Se tem todo esse poder, deveria ser fácil, não?
Hiure: poder nos sobra, mas falta uma certa, motivação. Fala com um sorriso levemente debochado.
Paulo: você armou isso, não foi Pelo Negro!?
Hiure: por incrível que pareça não, não fui eu. Responde num ar de surpresa própria.
Bryan: sabemos que esses dois são Tenentes Coronéis e que comandam regiões inteiras. Fala se referindo a Miguel e Ellen.
Hiure: sem falar que vocês não deixariam ninguém por as garras nos livros que estavam sob a jurisdição de Ricardo.
Os caçadores estavam furiosos com tudo aquilo, se sentiam de mãos atadas.
Kaique: e então caçador, temos um acordo? Nossa cooperação pelos livros?
Paulo olha para os demais membros do esquadrão.
Ellen: Paulo, não!
Paulo: sinto muito, temos um acordo. Fala estendendo a mão.
Kaique: fechado. Fala o cumprimentando.
Hiure: agora vamos dividir grupos por tarefas.
Laura: como assim?
Hiure: invadir a cidade sem sermos notados é impossível, mas tem uma maneira de um grupo ser percebido tardiamente.
Paulo: e como faremos isso?
Hiure: um grupo vai chamar atenção, estes tem que ser combatentes especializados.
Bryan, Maria, César, Criso e Rodolpho sorriem confiantes, assim como o Major Gustavo.
Hiure: outro grupo tem que ser de cobertura, assassinos e atiradores.
Pérola, Daniel, Pedro e Heitor confirmam entre si.
Daniel: Pedro? Você não seria combatente?
Pedro: minha alcunha é Fidalgo Assassino. Responde sorrindo.
Laura e Miguel confirmam entre si também.
Hiure: e por fim, um grupo de inteligência e rastreamento para encontrar o Turner.
Ryan, Kaique e Nat confirmam um grupo entre eles.
Ellen: vou junto, posso ajudar.
Connor e Salazar sobraram, mas não sem motivo.
Hiure: vocês dois são quem mais conhecem os padrões dele, farão um trabalho melhor se trabalharem sozinhos.
Salazar: concordo.
Hiure: os combatentes não podem ser segurados num único ponto, somos a linha de frente, as outras duas equipes devem ter êxito a qualquer custo.
Robert já esperava por tudo, por isso colocou seus melhores em pontos estratégicos, as Calamidades preparadas, lobos vigilantes foram encarregados de informar onde os inimigos atacariam, os Arautos ficariam mais pra dentro da cidade num raio em volta do local da transmissão, dividindo a cidade em três camadas defensivas, quanto mais no centro melhor para os grupos da aliança.
Hiure, Bryan, Maria, Criso, César, Paulo e Gustavo formaram um círculo em torno dos demais grupos, Connor e Salazar seguiram seus rumos, os grupos foram por uma entrada remota, uma entrada muito arborizada, mas todos estavam cientes que seriam vistos e assim aconteceu, os vigias os avistaram e notificaram as Calamidades que trataram de ir o mais rápido possível, em minutos os grupos já avançaram bastante, mas um som atinge os ouvidos de Hiure que alerta todos.
Hiure: abaixem já!! Grita feroz.
Todos abaixaram rapidamente e Hiure se vira para trás e por pouco bloqueia um homem que saltou de uma árvore, ele jogou seu oponente para onde veio.
Hiure: uma Calamidade eu suponho.
Os outros surgem nas sombras.
Ódio: sou Ódio, estes são Loucura, Seca, Praga, Traição, Brutalidade e Incêndio. Fala apontando para os respectivos membros.
Hiure: vão, eu seguro eles.
Bryan: até parece que vamos te deixar.
Hiure: não viemos para ter lutas, viemos para executar a missão, eles não vão perder a chance de matar o alvo principal do Turner, querem agradar o patrão. Fala sorrindo.
Loucura: exato, todos querem se gabar de ter matado Pelo Negro. Fala sorrindo.
Hiure: então o que estão esperando!? Lutem!! Grita armando a guarda.
Os seis estão partem para o ataque de uma vez só, Hiure serra os dentes tenso, mas animado.
Hiure: vão agora!! Exige firme.
Todos então correm em direção ao objetivo e as Calamidades atingem o lobo, eles o cercaram e atacaram, ele bloqueava e desviava os golpes, devolvia e acertava algumas vezes, até que ele para seu próprio golpe, pois este atingiria Praga.
Praga: que cavalheiro.
Ódio o atinge com socos e Seca com golpes de garra, o Coronel reagia, mas aos poucos ia sendo atingido, sempre parava seus golpes pois Praga se aproveitava da situação, os seis castigaram o lobo até que algo faz Praga gritar de dor e de repente algo atropela as Calamidades, Hiure estava um pouco zonzo, mas reconheceu.
Hiure: mandei vocês irem.
Bryan: não vou deixar a glória de uma boa briga pra você.
Maria: você não luta contra mulheres, eu cuido da vadia alí.
Praga retira das costas uma flecha e Maria sorri.
Ódio: sete contra três, ainda não é uma luta justa.
Maria: verdade, deveriam ter trazido mais com vocês.
Hiure: nunca lutamos juntos não é Indomável?
Bryan: primeira vez irmão.
Hiure: então que seja memorável.
Maria: homens, infantis como sempre.
Hiure: vamos lá Indomável!!!
Bryan: come on Black Hair!!!
Os três então correm na direção das Calamidades que também avançam ferozes e aos rosnados, a colisão ia acontecer, Astros contra Calamidades.

Continua...

Acabei bem encima da hora, mas está aí, mais um capítulo pronto, espero que tenham gostado, votem e compartilhem se possível, valeu.
Não teremos Presas e Garras na semana que vem.

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