Fantasma

29 5 0
                                    

O Coronel ouve de seu irmão sobre os kriegshund que invadiram o território, Hiure nada responde ao irmão mais velho, apenas volta a mesa onde comia, Rodolpho ficou do outro lado esperando as palavras do caçula.
Hiure: feriram... meus lobos?
Rodolpho: não foi nada demais, todos já estão bem.
Hiure: é mesmo? Pergunta olhando para Rodolpho.
O Coronel segura a mesa de jantar e joga contra o irmão mais velho, o mesmo a partiu ao meio com um só golpe, Hiure havia sumido da vista.
Rodolpho: Hiure volta aqui!!
O Coronel corria pelo planalto a procura do cheiro de Salazar, ele fareja até que encontra, nesse momento ele começa uma corrida feroz na direção dos seus alvos, ao longe Rodolpho o avista, mesmo com sua velocidade ele não alcançaria o irmão naquela distância, sua hispo surge e num rugido ele avisa sua perseguição, Hiure nem ao menos olha para trás, assume a glabro e aumenta sua potência, seu rugido surpreende os rapazes que treinavam com Salazar, o mesmo nota o que ocorreria ali.
Salazar: garotos fiquem atrás de mim.
O lobo se transformou na glabro também e avançou, ambos saltam, numa finta Hiure engana o lobo e o acerta no lado direito do pescoço o derrubando imediatamente.
Hiure: um mestre de armas lutando de mão nua contra um karateca, grande idéia! Zomba arrogante.
O Coronel dá um mortal e se suspende com as mãos, suas pernas atingem pesadamente o peito dos dois, ele fica de pé e ergue os dois pelos pescoços.
Hiure: feriram meus lobos!! Grita furioso apertando as mãos.
Rodolpho: Hiure!! Grita em salto e agarrando Hiure.
O irmão mais novo cai de rosto no chão, ao tentar se erguer ele tem seu rosto chocado contra o chão novamente pela pata dianteira de Rodolpho que rosnava feroz.
Rodolpho: fica bem calmo aí!!
Hiure: RODOLPHO!!! É melhor me segurar firme ou eu mato esses moleques!
Rodolpho: idiota raivoso do caralho!!!
Os rapazes se levantaram e se recompuseram, em seus pescoços estavam as marcas dos dedos e das garras de Hiure.
Lúcio: quem é esse maluco? Quem ele pensa que é!?
Rodolpho: o nome dele é Hiure Eduardo, ele é um Coronel e meu irmão caçula também.
Arthur: é o outro irmão raivoso que você mencionou?
Rodolpho: eles mesmo, se eu fosse vocês eu sairia daqui agora. Ambos obedeceram Rodolpho, os irmãos ficaram sozinhos, depois de acalmar Hiure foi solto, apoiado num joelho ele se levanta, o sangue escorria pelo rosto sujando as laterais do nariz e a boca, o Coronel limpa o rosto com a roupa.
Hiure: por que?
Rodolpho: notou o que eram? Eram crianças cara, são mais novos que Heitor.
Hiure: invadem meu território, agridem meus lobos e ainda são perdoados!! Como você queria que eu ficasse!?
Rodolpho: é nosso território e nossos lobos!! Eu sei que você quer ser forte e demonstrar liderança, sei que você está se preparando para ser líder, mas ser cruel não tem nada haver com isso!
Hiure: aqueles moleques tem sorte de você estar aqui.
Rodolpho: já é a quarta merda que você faz.
Hiure: quarta?
Rodolpho: a primeira foi brigar com Maria por bobeira.
Hiure: ela mentiu pra mim porra!
Rodolpho: você sabe que ela fez isso pra que não houvesse brigas, mas você não ligou e fez sua segunda merda que foi ferrar com Mateus.
Hiure: ele merecia, foda-se!
Rodolpho: mas não era preciso aquilo, logo depois você foi embora sem dar satisfação pra Maria, ela ficou preocupada com você e furiosa também.
Hiure: com ela eu me resolvo amanhã.
Rodolpho: acho que não, sua punição tá bem aqui. Fala dando um passo para o lado.
Logo atrás do Coronel estava Maria, seu olhar era de insatisfação e raiva, assim que seu olhar encontra o de Hiure ele faz careta de quem vai levar um soco.
Rodolpho: eu vou ali pegar uma câmera.
Hiure: filho da...
Rodolpho: loba.
O jovem alpha olha para a Coronel e não ousa proferir nenhuma palavra.
Maria: Espírito Santo? Pérola? Tem alguma explicação ou vai omitir isso também?
Hiure: ela me ligou e...
Maria: te ligou? Quando estávamos em viagem eu não liguei, mas assim do nada já é demais!!
Hiure: cães do inferno massacraram toda à Lúpus Agri, sobraram apenas dezenove lobos dentre um povoado inteiro.
Maria: não era uma cidade grande, mas apenas dezenove. Fala sentida
Hiure: ela me ligou como último recurso e eu não tinha tempo para isso.
Maria: isso o que!? Explicação!? Talvez um alívio na minha preocupação, no meu nervosismo, na minha ansiedade!!? Grita furiosa.
Hiure: melhor você assim com o problema resolvido do que você assim num momento de pressa.
Maria então para, sua fúria reduziu, ela notou que Hiure no fim estava certo.
Hiure: notou a tempestade no copo de água?
Maria: vai se fuder Hiure! Fala irritada e dando as costas.
Antes que pudesse sair, Hiure segura o braço de Maria.
Hiure: não faz isso, eu gostei que se preocupou comigo. Fala chegando perto.
Maria: solta Hiure, anda!!
Hiure: se você não quisesse eu não teria chegado tão perto, eu sei que fiz merda, mas você mesma renunciou a sua raiva, não fiz por mal.
Maria: não ligo para suas desculpas Hiure, nem sei o motivo de eu ter ficado tão irritada.
Hiure: talvez seja pelo mesmo motivo que tivemos aquela nossa noite. Fala ao ouvido dela
Maria: não vai acontecer de novo. Fala severa e se soltando.
Hiure: vai haver sim! Fala recuperando o braço dela e a virando para si.
Maria: você se arriscou por ela, vá ver como está sua princesa. Fala debochada e se soltando novamente.
Hiure a deixa ir, tinha que ver como os refugiados estavam, na caminhada ele viu as tropas treinando firmemente, ao chegar ele vê Priscila cuidando de Joe.
Hiure: então já podemos cavar a cova dele?
Priscila: eu faço bem o meu trabalho viu? Ele vai ficar bem.
Joe: mas pode comprar pás e madeira. Fala rindo.
Priscila: vou deixar vocês conversarem, mas não demore Hiure, ele está muito ferido e cansado.
Hiure: beleza.
Ela então os deixa e vai cuidar de outro paciente.
Hiure: o que houve? Pergunta se sentando ao lado do velho lobo.
Joe: primeiro mataram num parque, logo depois surgiram na noite e nos fizeram recuar, ficamos presos no salão de lutas, enquanto ficávamos lá eles exterminaram toda a cidade.
Hiure: disso eu sei, mas antes disso?
Joe: um lobo das trevas apareceu no meu bar, ainda não tínhamos aberto, ele se apresentou honestamente e disse que estava lá para me recrutar, eu obviamente recusei, lutamos e por fim Pérola o matou.
Hiure tinha expressão de intrigado e pensativo.
Joe: o que foi?
Hiure: um lobo das trevas fracassa em te levar e em seguida uma matilha de cães do inferno destroem tudo? Estranha essa coincidência.
Joe: provavelmente o filho da puta atraiu os caçadores.
Hiure: é uma possibilidade, mas foda-se, o que importa é que vocês estão a salvo, agora descansa coroa. Fala dando leves tapas no ombro do veterano.
O Coronel andava pelos corredores quando ouviu a voz de Pérola que estava sendo examinada.
Hiure: Pérola. Fala abrindo a porta.
Priscila sulturava as costas de Pérola que estavam bem a mostra, o lobo imediatamente vira de costas.
Priscila: vai visitar todos os feridos Hiure? Fala terminando a soltura.
Hiure: não, eu apenas ouvi a voz dela e vim ver como estava.
Pérola dá a permissão para Hiure se virar.
Pérola: o que foi?
Hiure a chama para sair dali.
Hiure: você sabe o que houve?
Pérola: são cães do inferno não?
Hiure: sim, armas biológicas sobrenaturais, servem aos carcereiros.
Pérola: carcereiros? Pergunta confusa.
Hiure: os caçadores tem uma prisão para sobrenaturais, tem os carcereiros e kriegshunds escravizados como cães de guarda e caça.
Pérola: isso é sórdido.
Hiure: são nossos inimigos principais, ainda mais que os vampiros, nos caçam há séculos.
Eles caminham até o fim do planalto, dali se podia ver todos os lobos treinando.
Pérola: ancestrais. Fala maravilhada.
Hiure: são mais de quinze mil lobos aqui, todos para enfrentar Robert Turner.
Pérola: o líder dos lobos das trevas?
Hiure: ele mesmo.
Pérola: e o que estão esperando? Podem acabar com eles agora!
Hiure: não, ele planejou tudo, tem os humanos de Lupina como reféns, precisamos planejar muito bem antes de atacar. teremos uma reunião com os líderes, aliados e oficiais, daqui a pouco até.
Pérola: eu vou.
Hiure: é uma reunião militar, apenas líderes.
Pérola: você me trouxe junto de uma pequena alcatéia, logo sou a líder deles.
Hiure: não esperava menos. Fala rindo.
Ele então a leva para o salão, o mesmo já estava pequeno em proporção dos integrantes da reunião, os quatro grandes se sentavam em suas cadeiras, cada um com seus oficiais atrás dos mesmos, Salazar, Connor, Bryan, os líderes sacis e curupira ficavam um pouco mais distantes, Hiure toma seu lugar a direita do pai.
Hiure: antes de tudo quero apresentar Pérola, ela é a líder da alcateia que resgatei, outro vai se juntar quando estiver melhor, seu pai.
Pérola: é um prazer conhecer todos, meu pai está ferido, mas logo estará comigo e ajudando a todos.
Ryan: o velho Joe é osso duro de roer.
Connor: Joe? Selvagem Joe? Ele está aqui!?
Pérola: sim, é meu pai.
Connor: que nostálgico, ele foi meu aprendiz há muitos anos.
Sofia: nós nos reunimos para decidir o que faremos em relação à Lupina.
Marcos: estamos treinando os lobos pra invadimos.
Kaique: mas ele pode ter mexido com a cidade, não podemos arriscar a vida dos habitantes de lá.
Maria: além disso, não temos idéia da divisão de lobos dele, onde estão e suas posições militares.
Felipe: uma missão de infiltração e coleta de informações é o que sugerem?
Rodolpho: não é má ideia.
Elizabeth: mas quem mandaremos?
Victor: nós os líderes iremos fazer isso.
Kaique: não podem, vocês são os pilares indispensáveis para todos aqui, já basta um líder perdido.
Marcos: formaremos um esquadrão de elite, os melhores para a missão.
Sofia: deixem comigo, minhas caçadoras farão tudo.
Victor: uns cinco serão o suficiente.
Helmar: não podemos arriscar tantos de uma só alcatéia, além disso a missão não é só pegar informações, reduziremos um pouco que seja os números deles.
Salazar: Robert é inteligente, mas sua crueldade o trai, ele não liga para seus lobos, mas tudo tem limite, ele notará é tolice pensar que não, é questão de tempo.
Marcos: apenas cinco lobos é pouca coisa, uns doze seria o ideal, metade de investigação e a outra de combate, se dividindo em duplas.
Connor: eu irei.
Salazar: pai? Não vá, Robert te odeia acima de tudo, fará o que for preciso para te matar.
Connor: eu era o cão que ele não podia vencer, ainda sou o mesmo de antes, só que um pouco mais lento.
Hiure: também vou, vai ser fácil matar os fantoches dele.
Marcos: designarei alguns dos meus filhos mais velhos.
Rodolpho: sou bom com mapas, posso fazer um com legenda que contenha informações militares recentes da organização do inimigo.
Hiure: eu sugiro Heitor.
Helmar: Heitor? Pergunta confuso e descrente.
Ryan: real, o garoto está pronto, já enfrentou caçadores várias vezes e tem treinado muito, alguém rápido e discreto feito ele seria de grande ajuda.
Salazar: eu também irei, sei como ele se organiza, tenho menos chances de ser visto.
Ryan: também vou, sou o melhor da geração em caçadas.
Vehementi: levo vocês, vamos de redemoinho. Fala rindo e tragando o cachimbo.
Maria segura Hiure pelo braço antes dele ir o que o surpreendeu.
Maria: deixa que eu cuido do seu filho.
Hiure segura as duas mãos dela e a olha nos olhos.
Hiure: nosso filho Maria, nosso.
As palavras dele retiram lágrimas teimosas da brava guerreira.
Maria: vai e volta, porquê precisamos de você viu?
Hiure: prometo que volto. Fala a beijando na testa.
Eles se fazem um círculo em volta do saci e imediatamente levantam vôo, pelas nuvens eles seguiram, a vista era deslumbrante, Vehementi não parecia estar com dificuldades, levou duas horas para chegar, mas esperaram a escuridão da noite para agirem e assim que o sol se foi eles invadiram, Connor, Salazar, Marcos e Hiure seguiram sozinhos, Ryan, Rodolpho e Heitor fizeram duplas com filhos de Marcos, sendo dois caçadores experientes, Ryan e sua dupla trabalhavam de maneira rápida e eficiente tendo apenas eliminado oito obstáculos, Connor matou mais de vinte e conferiu o território de Lois, Marcos verificava o de Renato, Hiure foi até o território do velho Branco, atravessou a mata para verificar a mansão, ao chegar ele não acha o que procurou, seu carro não estava mais lá, Salazar eliminou um lobo das trevas, após ouvir a conversa do mesmo ele soube que Robert tomou a mansão do Grande e até lá ele foi, lobos espalhados por todos os lados, ele os eliminou com apenas um golpe, assim que ele adentra a mansão ele vê o caminho pouco iluminado, ele segue com pressa, até que ele ouve som de passos, ao se virar ele fica imóvel.
????: Morte?
Hiure continuava a vagar pelo território, procurava pelo seu carro, andou até um ponto de vendas, de repente ele esquiva e uma faca acerta a parede.
Robert: muito bom garoto. Fala manuseando uma espada de dois gumes.
Hiure institivamente avança, esquivava por pouco das investidas, até que ele é chutado no estômago e é jogado contra a parede, Robert tenta uma estocada, o coronel esquiva e a lâmina finca na parede, Hiure desfere um potente soco no corpo do alpha das trevas que cambaleou para trás, num salto Hiure investe, seu chute acertaria a face de Robert, mas o mesmo segurou o pé de Hiure e o chocou contra o chão, numa segunda tentativa ele tenta jogar Hiure contra uma parede, mas o mesmo chuta forte a face do oponente, o sangue escorreu, Hiure se levanta com dificuldade e fecha a guarda, Robert o olha com ódio e simplesmente caminha na direção de Hiure com um sorriso cínico, o Coronel esperou seu inimigo chegar a sua zona de ataque e desferiu um golpe com a palma da mão esquerda, mas seu inimigo segura seu braço direito e o dilacera do punho até o cotovelo, em seguida o Alpha das Trevas quebra seu cotovelo, Hiure cai de joelhos segurando o braço, o sangue gotejando no chão demonstrava o quão ferido ele estava, Robert o segura pela gola da camisa e o joga contra o seu joelho atingindo a espinha do jovem o incapacitando.
Robert: só ser forte não é suficiente, tanto poder pra nada, ainda é ingênuo, você acredita que só seu mísero karate é o suficiente, mas não é, precisa de experiência e isso você não terá. Fala o erguendo pelo pescoço.
Hiure o olha com ódio e cospe o sangue da boca no rosto do lobo das trevas, o mesmo choca o jovem alpha contra o chão, uma figura surge, Robert fica visivelmente nervoso e amedrontado e Connor aparece caminhando calmamente.
Connor: péssima noite para ser você Robert, os caçadores de Marcos estão a caminho.
Robert: e quando eles chegarem já terei partido e você, você estará morto. Fala balançando a espada.
O Alpha das Trevas corre e pega a espada, Connor saca seu sabre e ambas as espadas se cruzam ferozes, golpes rápidos e perigosos são trocados, Connor não dava nenhuma brecha, avançando cada vez mais e mais, numa finta ele finge golpear pela esquerda, mas atinge o ombro direito de Robert o fazendo largar a espada.
Robert: não achou que eu viria sem proteção? Fala rindo.
Lobos surgem na escuridão, mas apenas dois se aproximam, Robert é acertado por um chute do kriegshund em seu abdômen o deixando zonzo.
Connor: me digam, quantos anos vocês tem?
Lobo: o que?
Connor: eu já não estou longe dos setenta, a medida que o tempo passa meu corpo fica mais lento e fraco, por isso quero ir logo para casa.
Lobo: então se aposenta logo cão imundo. Fala sacando as garras.
Connor rapidamente decepou a mão do lobo que o insultou, logo em seguida o mesmo teve seu pescoço decepado e o outro foi atingido pelas garras de Connor diretamente no peito o atravessando, outros dois lobos das trevas avançam no ar, mas com golpes extremamente rápidos e o velho cão os faz em pedaços, vários se juntam para matar o krigshund, enquanto isso Robert se levanta e tenta fugir, mas o mesmo foi atingido nas costas por Connor que o acertou com o cotovelo.
Connor: estou de olho em você seu verme! Fala desferindo um golpe de espada.
Robert impede um ferimento mortal através de uma faca que ele retirou da bota, num rolamento ele pega sua espada de volta e bloqueia um golpe alto de Connor, os demais lobos se juntam para separar os dois, Connor então assume a forma klainer hund que é equivalente a glabro e com suas presas ele rasga a garganta de um deles.
Connor: seus lobos não te salvarão de mim!!
Robert: não estão aqui pra isso, estão aqui para matar o garoto.
Connor olha para Hiure que se arrastava no chão e sangrando, alguns lobos iam na direção dele.
Robert: ou eu ou seu amado aluno. Fala com um tom de satisfação.
Connor o soca no rosto e avança na proteção de Hiure, uma carnificina foi feita por ele, todos foram desmembrados ou perfurados, ele salvou Hiure, mas Robert fugiu, logo os caçadores e eles deviam se encontrar já fora da cidade, as duplas seguiam as instruções. Enquanto recuava, Rodolpho para de correr, ele tentava farejar algo no ar.
Lobo: o que foi?
Rodolpho: um cheiro, cheiro familiar, mas não consigo dizer quem é, mas está perto.
Lobo: temos que ir cara.
Rodolpho: beleza, vamos. Fala contra a própria vontade.
Heitor foi simplesmente brilhante, nem se quer foi notado, seu treino foi de extrema importância, Ryan tinha sangue nas garras assim como sua dupla, Salazar corria na direção do ponto de encontro, Connor pega Hiure nos braços e vai até Vehementi que leva todos de volta, Hiure se transformou para se curar e não falou nada a viagem toda, seus irmãos não entendiam, mas respeitaram o silêncio dele, chegaram pela madrugada, a maioria foi dormir, Ryan caiu no sono rapidamente, os filhos de Marcos e o próprio foram descansar, Heitor entrou calmamente em casa e dormiu do mesmo jeito, Salazar foi para sua casa e deitou no chão, mas Hiure foi até a academia e esmurrar diversas vezes uma massa de aço de uma tonelada que servia como saco de pancadas, seus punhos marcavam o metal com o impacto e o sangue, seus golpes eram intensos e severos, as palavras de Robert vinham em sua cabeça e seus golpes ganhavam mais força e velocidade, até que ele destrói uma parte da massa num cruzado baixo.
Rodolpho: não vai se machucar. Fala entrando.
Hiure o olha surpreso e com irritação.
Rodolpho: tem algo acontecendo, foi em Lupina. Fala com certeza
Hiure: não achei meu chevelle é isso.
Rodolpho: se mentir para mim de novo eu vou te dar um soco na boca, anda logo fala.
Hiure: eu perdi, tá bom!? Treinei feito um louco e no fim tive minha espinha quebrada e ainda tive que ouvir aquele porco do Robert me chamar de ingênuo e fraco! Se não fosse o velho eu estaria morto!! Grita furioso.
Rodolpho: lutou com ele? Por que não contou!?
Hiure: porque eu me senti impotente, não pude fazer nada, eu perdi completamente de novo!
Rodolpho: não se martirize por isso.
Hiure: eu não posso me dar ao luxo de perder de novo, pode significar a solidão do meu filho, da próxima vez ele vai sofrer!! Grita desferindo outro soco na massa.
Connor: use isto então.
Hiure: você e Ryan estão foda com esses passos de bote.
Connor: use essa raiva, essa necessidade de vencer pra treinar e se superar, mas Robert não estava totalmente errado.
Rodolpho: vai dar razão para um terrorista genocida?
Connor: você realmente é um pouco ingênuo, mas isso pode ser mudado, você precisa de mais compreensão de quem é Robert Turner.
Hiure: e como vou fazer isso?
Connor: pela manhã eu digo, agora vai dormir.
Hiure concorda e fica para trás para guardar e fechar tudo.
O kriegshund e o jovem lobo caminhavam juntos.
Connor: acho que é hora de dar um presente pra vocês.
Rodolpho: que presente?
Connor: é surpresa meu rapaz. Fala sorrindo.
O velho cão chega a sua casa, ele retira a espada da cintura e a coloca na mesa, retirou do colete e notou que tinha um leve rasgo na direção do ombro.
Salazar: estragou, velho? Fala na parte escura do cômodo.
Connor: nem tanto, é meu favorito, mas eu vou costurar.
O kriegshund coloca o colete perto da espada.
Connor: como foi?
Salazar: foi fácil, o soberbo se instalou na casa de Helmar, acabei com os guardas, mas o filho da puta não estava lá. Fala apertando o braço da poltrona.
Connor: ele estava ocupado quase matando o garoto de Silvana, ele falou umas merdas pra Hiure que feriram mais que qualquer golpe ou arma. Fala um pouco entristecido.
Salazar: ele vai sobreviver, mas vai ficar com isso na cabeça, ele é igual ao pai dele.
Connor: ele vai sair dessa, amanhã mesmo, eu vou dormir.
Salazar: a bênção pai. Fala estendendo a mão.
Connor: que os ancestrais o abençoem filho. Fala beijando a mão do filho.
O velho cão sobe até o quarto e descansa, Salazar ficou na sala ouvindo os próprios pensamentos até que ele decide ir dormir.
Pela manhã a rotina continuava a mesma, mas os quatro grandes e seus comandantes estavam reunidos sem saber o motivo, Connor logo chega com um sorriso que demonstrava animação.
Helmar: velho qual é a sua?
Connor: bom dia Caolho.
Wellington: você tá tramando alguma coisa.
Connor: chamem os novos Astros por favor.
Lois: aí é com eles.
Wellington e Helmar então uivam para chamar apenas seus respectivos lobos, assim que eles ouvem, todos rapidamente tomam a direção do som, em salto todos os seis aparecem para seus Alphas, olhando para os seis, os adultos ali notaram que todos já eram praticamente todos adultos e seus semelhantes.
Connor: vocês foram chamados aqui pois vocês alcançaram o necessário.
Kaique: não entendi coroa.
Connor: vocês todos são formidáveis, treinados pelos melhores, lutaram, ainda jovens, juntos de lendas, foram heróis de guerra, lutaram contra o fim das alcateias de vocês e ainda lutam, por isso e muito mais, está na hora do reconhecimento de vocês.
Helmar: agora eu entendi. Sussurra para Marcos.
Wellington toca o ombro do antigo mestre e pede a palavra.
Wellington: essa cerimônia deveria ser feita com festas e bebedeiras, mas não é por falta de clima que vamos tirar de vocês algo que é de direito.
Connor: a partir de hoje vocês serão mais do que apenas lobos oficiais, terão nome próprio, presença, continuarão os mesmos para os que cercam vocês, mas para seus inimigos vocês serão outros, mais do que lobos quaisquer, vocês serão marcas na memória. Fala de forma imponente.
Lois se aproxima de Maria e fica de frente com ela, seus olhos se encontram.
Lois: Maria, você nasceu em outra alcatéia, foi inicialmente treinada por seu pai, mas há pouco tempo você se tornou uma amazona, a melhor que eu e Sofia treinamos, sua ferocidade e habilidade em lutas são únicas, por isso sua alcunha de Valquíria e por esse nome você será lembrada. Fala orgulhosa e no fim abraçando Maria.
Marcos: você veio até mim quando eu estava quebrado, eventualmente se tornou mais do que meu aluno, se tornou meu filho e eles o vêem assim, o melhor que já treinei, seus inimigos terão medo de ouvir seu nome, terão medo até de correr de você, Ryan eu lhe batizo com a alcunha de Perseguidor. Fala pondo a mão no ombro do aluno e o abraçando apertado.
Victor: no início era apenas aula de esgrima, mas você tinha talento e assim você se tornou não só meu aluno, se tornou meu rival, um verdadeiro filho, amo você do mesmo jeito que amo meus filhos e sobrinhos, nem lobo nem cão, uma mistura homogênea do que há de melhor nos dois, sua alcunha é Sabre Bestial e por esse nome você será temido. Fala abraçando o rapaz, ambos choravam.
Felipe: Hiure, filho de Wellington e Silvana, você foi além do esperado, se tornou um lobo forte, responsável, protetor, bom, justo e honrado, desde pequeno era assim, fazia meu pai sorrir sempre e quando nós o perdemos, você liderou o grupo de busca ignorando todos os contratempos e obstáculos, amou meu pai como a um avô, ele a você como a um neto e eu a você como meu sobrinho, lhe darei alcunha que ele lhe daria, Hiure de hoje em diante o mundo conhecerá Pelo Negro.
Hiure na mesma hora abraçou o veterano, os lobos que aos poucos se reuniram, davam rugidos, uivos e assobios altos em comemorações, os irmãos pareciam estar nas nuvens, não podiam estar mais felizes, até que eles trocam olhares e notam que ainda faltava um a receber a alcunha.
Ryan: ainda falta o pirralho.
Kaique: o mestre dá alcunha, logo a dele deve ser decidida por todos nós.
Hiure: o garoto é um prodígio, rápido pra caralho.
Rodolpho: e tem peito, não foge de nada.
Ryan: então como vai ser?
Os irmãos olham nos olhos uns dos outros e o veredito é aceito.
Hiure: sua alcunha será Mercúrio deus mais rápido de todos.
Heitor: eu sou um beta Hiure, sou um eterno beta.
Rodolpho: isso só te dá mais crédito, o beta mais bravo que existe.
Maria e Helmar se orgulham do que é dito do garoto, mas depois disso algo foi notado, Rodolpho não recebeu a dele.
Rodolpho: e a minha?
Connor: você quase não teve mestres, mas tomei a liberdade de escolher a sua.
Rodolpho: entendo, é uma honra.
Connor: quando conheci seu avô eu via um poder inacreditável, Viajante era sua alcunha, mas eu sempre achei que ele era uma besta colossal capaz de trazer o fim aos seus inimigos e por isso te dou a alcunha de Fenrir, o lobo colossal que representa medo aos inimigos mais poderosos, Fenrir é seu nome.
Rodolpho aceita com orgulho e confiança, ao longe Bryan olhava e tinha um sorriso contido.
Bryan: esses brasileiros são fodas. Fala rindo fraco.
A comemoração foi forte, mas não podiam perder tempo, o treino era firme, Rodolpho treinava com sua lança junto de Hiure, mas de repente o irmão mais velho para a luta, seu irmão não entende.
Hiure: o que foi?
Rodolpho: esse cheiro que eu senti, é o mesmo que eu senti em Lupina, nos seguiu até aqui, está um pouco longe, deve estar no distrito mais próximo.
Hiure: e dai? Com o vento nesse sentido ele não pode te achar.
Rodolpho: mas eu posso. Fala confiante.
Hiure: o que vai fazer?
Rodolpho: preciso de uma moto.
Hiure: você pilotando?
Rodolpho: a de Maria, é isso!
Hiure: espera, eu tenho as chaves de uma.
Hiure correu e apanhou as chaves e o capacete, ele joga para o irmão que pega, logo ele assume a glabro e adentra a floresta, não demorou para atravessar, com o controle da moto ele a encontra e monta, ele coloca o capacete e sai a toda velocidade, o distrito ficava a dez quilômetros, com a potência da moto ele logo chegou, em estratégia ele sobe no topo de um estacionamento de sete andares para poder farejar melhor.
Rodolpho: eu tô sentindo seu cheiro e está perto.
De repente um barulho de moto surge atrás dele e um motoqueiro quase o atinge, mas o Coronel fez um rápido rolamento, o motoqueiro vestia roupas de couro pretas e usava um capacete azul marinho com viseira fume.
Rodolpho: quem é você e por quê está nos seguindo!?
????: sou um fantasma do passado, vim por fim aos dias do Medeiros que já estão contados. Fala acelerando a moto.
Rodolpho: eu vou por fim em você seu merda! Fala sacando as garras.
O motoqueiro não era alto, tinha 1,75, mas era grande, lembrando um pouco o físico de Hiure, o desconhecido então passa do lado do Coronel, o mesmo esquivou novamente, mas o agressor arremessa a motocicleta que atinge em cheio o Coronel, o agressor salta e tenta chutar Rodolpho, mas o mesmo captura o golpe e joga seu agressor do topo do estacionamento, o Coronel correu para a borda para verificar, mas não havia nemhum corpo, de repente algo atinge o chão, Rodolpho fica desequilibrado, não tendo tempo de se recompor ele cai, logo em seguida a frente de um carro atravessa o piso, o agressor os erguia e chocava contra o teto, um desses ataques insanos atingiu Rodolpho que caiu no andar de baixo, logo ele foi atingido por uma sequência de golpes, Rodolpho sofreu até que ele bloqueou um dos socos e revidou com outro que atingiu o motoqueiro na costela, o mesmo caiu um pouco longe.
Rodolpho: você lembra meu irmão caçula, se fudeu muito, treino com ele o tempo todo.
????: irmão?
De repente desconhecido sacou uma faca e desferiu um golpe na direção do ombro do Coronel, no entanto a lâmina corta apenas o vento, Rodolpho segura o punho do adversário e esmurra o capacete do motoqueiro que rachou.
????: kevlar!!
O desconhecido chuta Rodolpho no peito e saca uma faca da bota e corta perto da clavícula do Coronel que em contrapartida o chuta furioso, o inimigo que apesar de se defender com ambos os braços foi jogado contra um pilar que rachou com o impacto, as mãos do desconhecido vão para a parte interior das costas de sua jaqueta, ele retira uma corrente com arpões nas pontas, em um giro extremamente rápido ele direciona a arma contra o Coronel que tem seu abdômen atingido rompendo alguns órgãos, o arpão fincou no concreto firmemente, com a outra ponta ele enrolou os braços do Coronel e o segundo arpão fincou no peito do mesmo, o desconhecido então espancou cruelmente com diversos golpes marciais, Rodolpho por sua vez se enche de raiva e arrebenta os elos em pedaços, Rodolpho levanta sua cabeça e seus olhos rubros surgem, junto deles a Bestial de Rodolpho, a incontrolável fera ganha tamanho e espaço.
Rodolpho: por fim ao Medeiros!? Quem ameaçar minha família terá que passar por mim!!
????: ainda é temperamental, você nunca vai mudar mesmo.
Rodolpho tenta acertar um golpe de garra com a pata esquerda, o desconhecido esquiva e finca suas garras nas costelas do Coronel, o mesmo ruge de dor.
????: ainda abaixa a guarda nos flancos.
Rodolpho crava suas presas nas costelas do inimigo e o joga contra um furgão que quase virou com o impacto, o desconhecido se levanta e fica observando os ferimentos do oponente sumirem.
????: o fator de cura dos Medeiros como sempre é incrível assim como a teimosia.
Rodolpho ruge feroz e avança furioso e desfere uma patada na cabeça do oponente que tem o capacete destruído parcialmente, ele rolou por alguns metros até que foi pisado por Rodolpho completamente insano, os olhos da fera encontram com o do lobo debaixo de sua pata, no interior da besta ocorre uma confusão que permitiu que o desconhecido causasse uma mutilação no peito do Coronel que se descontrola em dor, o desconhecido põe a mão na ferida e salta do penúltimo andar, o Coronel correu até a borda, mas nada sente, nem cheiro ou som, ele desiste de procurar, a luta foi curta, mas intensa, o que o deixou levemente cansado, o Coronel assume a forma lupina e volta sorrateira e rapidamente para o acampamento, seus irmãos o viram, mas notaram a necessidade de espaço, o jovem alpha retorna a casa e coloca roupas, logo em seguida ele segue rumo ao alojamento de Pablo, o mesmo estava com Rafael, ambos tinham uma conversa banal que foi interrompida pela chegada do Coronel.
Rodolpho: atrapalho?
Rafael: claro que não, Fenrir! Fala rindo.
Pablo: o que houve?
Rodolpho: eu tô chegando agora do distrito próximo.
Pablo: o que foi fazer lá?
Rodolpho: em Lupina eu senti um cheiro familiar, me seguiu até aqui, fui atrás e encontrei com o cara, era um lobo alpha, tinha armas pra caralho e lutava muito bem mesmo.
Rafael: não me diga que perdeu.
Rodolpho: claro que não, o mais estranho não era o poder dele, era ele conhecer e odiar nossa família.
Pablo: um alpha solitário que nos odeia, grande merda. Fala menosprezando.
Rodolpho: não durou muito pro meu Bestial me dominar, eu avancei e ele esquivou, ele conhecia meus golpes até minha personalidade.
Pablo: arrumou problema com alguém no passado?
Rodolpho: eu me lembraria, eu conheço aquele lobo, o cheiro era extremamente familiar, mas está confuso, eu vi parte do rosto dele, tinha costeletas e uma cicatriz abaixo do olho, que nem... Que nem...
Rafael ficou em silêncio e abaixou a cabeça de maneira sombria.
Pablo: que nem Daniel?
Rodolpho: é, mas é impossível, Daniel morreu fazem doze anos, ele teria vinte e nove hoje. Fala entristecido.
Pablo fica em silêncio esperando o raciocínio de Rodolpho que de repente levantou a cabeça em compreensão.
Rodolpho: nunca encontramos o corpo do meu irmão, aquele lobo tem os traços dele e a altura que ele teria, me conhecia e odiava nossa família. Fala confuso com tudo.
Pablo: nossa lei é clara e a punição também, anos atrás Daniel infringiu a lei e eu... Eu tive que bani-lo.
Rodolpho: você o que? Pergunta incrédulo.

Continua...

Tô deixando esses mistérios no final só pra provocar, o que acharam das alcunhas? Votem ai, compartilhem se puder, falem com os amigos pra ter aquele papo de vez em quando, valeu!!

Presas e GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora