Antigos segredos

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Renato organizou uma reunião com alguns de seus lobos mais importantes, o assunto era claramente o futuro do pequeno Italo, Hiure sendo padrinho da criança tomou a responsabilidade de cuidar dele, no entanto Pedro o provoca dizendo que o Capitão era irresponsável, Hiure não se contém e o ataca, em meio ao seu ataque ele grita.
Hiure: eu vou me responsabilizar até que os pais dele voltem.
De repente um rosnado ecoou, das sombras uma figura completamente estranha e bizarra surge.
?????: os pais dele estão mortos, não há mais ninguém para procurar por ele. Fala vitorioso.
Renato: impossível, você deveria estar queimando no inferno!!
?????: que pena pra você não é?
A figura era um lobo enorme, estava na forma hispo, tinha o pelo negro, seus olhos eram rubros como sangue, suas presas enormes saltavam da boca, sua pata esquerda tinha diversas cicatrizes que se evidenciavam em meio ao pelo, esta mesma pata ele arrastava enquanto mancava, ao lado dele estava um lupino beta bem pequeno.
Renato: se você for mesmo Robert, sugiro que vá embora agora.
Hiure: não! Você vai me explicar isso.
Robert: eu derramei o sangue dos pais deles, essas aberrações são minhas por direito. Fala com arrogância.
Hiure na mesma hora se põe a frente da criança já na forma glabro avançada.
Hiure: seu direito sob a lei de quem!? Rosna em protesto.
Renato: melhor ir embora. Fala já quase impaciente.
Robert: muito cuidado Loiro, você não vai querer me desafiar. Fala com voz arrastada.
O beta ria a cada palavra do lobo negro.
Renato: essa criança tem a proteção da minha alcatéia, se você decidir me enfrentar, terá que enfrentar a alcatéia, todos os meus.
Nesse momento todos com exceção de Pedro que se manteve escondido, começaram a rosnar e rugir para o lobo, Ryan na forma pré lupina e Rodolpho na Crinos se destacavam entre os lobisomens.
Renato: enquanto eu for um Grande Alpha, você não é bem vindo nesse território.
Robert rugia enfrentando os grupo de lobos.
Robert: você não pode protege-los para sempre, eles irão sair e será nesse dia que eu derramarei o sangue dessas aberrações!
Robert e o beta batem em retirada.
Hiure: eles vão fugir! Fala se voltando para Renato.
Renato: ótimo.
Hiure: você vai deixar!?
Renato: ele não veio despreparado, tem uma alcatéia de uns quarenta lobos em volta de nós, iriam retalhar o nosso ataque.
Rodolpho: e com certeza a prioridade seria matar o menino.
Hiure então se acalma e reconhece que seu alpha estava certo.
Wellington: de suas ordens Renato. Fala firme.
Renato: aumente trinta por cento os vigias, quero três alphas na guarda da casa de cada Capitão, ou melhor ponham seis, na casa dos Medeiros a mesma coisa.
Hiure: vamos ficar trancados?
Wellington: até a segunda ordem.
Fala respondendo por Renato.
Renato: tudo mudou agora, proteger a criança é seu dever, e o meu é proteger todos vocês. Wellington. Fala o chamando sério.
Wellington: sim?
Renato: quero uma reunião com os outros, se aquele demônio acha que vai perambular pelos quatro cantos ele está enganado.
Wellington: eu vou pessoalmente, assim não corremos riscos.
Hiure: eu quero respostas. Exige irritado.
Renato: Victor e os Astros as tem, mas hoje não, Wellington por favor.
Então o vice alpha parte em corrida, o casal e a criança foram escoltados até a casa do capitão, seis alphas se espalharam pelo quintal da casa, Italo dormia no quarto ao lado do casal, Hiure não conseguia dormir, consequentemente Maria também não.
Hiure: não consigo acreditar.
Maria: realmente, o que será do menino?
Hiure: eu não tenho certeza. Fala triste.
Nessa mesma noite os quatro Grandes se encontraram com seus vices no antigo prédio de encontros que ficava no exato centro da cidade.
Renato: descobri o causador do desaparecimento e assassinato do casal.
Lois: assassinato!? Fala com surpresa.
Renato: infelizmente. Fala com tristeza nítida na voz.
Helmar: e então? Quem foi!?
Renato: Robert.
Victor: como disse? Pergunta assustado.
Renato: Robert Turner vive!
Victor: isso é impossível, ele está morto a mais de vinte anos.
Lois: ele não diria algo desse tipo sem provas, diria Loiro?
Renato: tenho teorias e fundamentos que comprovam isso.
Victor: você quer teorizar contra o meu pai!? Fala irritado.
Helmar: se acalme Victor, por favor.
Renato: você foi testemunha da ocasião, Pelo Branco deu fim aquela matança, porém você não viu o corpo.
Victor: vi o suficiente, ele não sobreviveria ao meu pai e nem a queda.
Helmar: e se sobrevivesse? E se de alguma forma aquele verme sobreviveu?
Victor: ele teria tentado de novo!
Lois: fraco daquele jeito? Estando "morto" para todo mundo? Ele precisaria de tempo para se fortalecer e reunir seguidores.
Helmar: e fez isso depois da morte do maior obstáculo que teria, seu pai era esse obstáculo.
Renato: não, ele está de volta faz um bom tempo, pouco mais de oito anos pra ser mais preciso.
Lois: por que acha isso?
Renato: esse período bate com a traição que sofremos e a morte do traidor.
Helmar: isso explicaria as mortes que ele fez, das quinze mortes, sete foram só de cães.
Victor: não consigo acreditar, aquele demônio deveria estar morto, eu devia ter terminado com aquilo!
Lois: a culpa não é sua ou do velho, apenas aquele filho da puta é culpado.
Helmar: e agora?
Renato: ele fez ameaças, os capitães estão todos nervosos, com exceção de Rodolpho eu diria que todos vão fazer perguntas para todo mundo.
Victor: mande as questões para mim, é meu dever contar tudo.
Helmar: minha filha irá junto, sabe disso não é?
Victor: tudo bem.
Lois: caçadores e lobos das trevas, não pensei que veria esses dois grupos de novo.
Helmar: não sei qual é pior, saudade da época que eram apenas carrapatos famintos.
Victor: estaremos em guerra.
Renato: e não acho que vai demorar, pra ser sincero nem sei se vamos sobreviver. Fala de forma deprimente.
Lois: não diga isso! Vamos vencer como sempre vencemos.
Helmar: colocarei meus lobos em alerta, vamos fechar o circo pra eles.
Victor: digo o mesmo, temos que nos preparar para a guerra, vou acender a forja e colocar meus melhores armeiros em trabalho extremo, a prata nós já temos.
Helmar: como podem ter prata?
Victor: espólio de guerra, os vampiros tinham um bom número desse maldito metal.
Lois: usaremos armas que eram usadas contra nós para lutar contra nossa própria raça. Fala com peso na voz.
Renato: é preciso.
Helmar: acabamos por hoje não? Eu vou fazer umas ligações.
Todos os Grandes Alphas vão para seus devidos territórios, porém Lois toma um rumo diferente do norte, a grande alpha vai em direção ao escritório de Renato, com sua vasta perícia de caça, até mesmo um Grande Alpha não a percebe, com seus paços de caça ela surpreendente Loiro no escritório do mesmo.
Renato: como você...? O que você está fazendo aqui!?
Lois: você tem total certeza?
Renato: tenho, mas sinceramente não queria ter. Falta sério com peso na voz.
Lois: saudade da época simples, nossa juventude foi ótima.
Renato: o passado ficou no passado Lois.
Lois: já que é assim, vamos ter uma viagem de volta então. Fala se aproximando.
Sem que pudesse lutar contra, Renato é surpreendido por um beijo de Lois.
Renato: Lois!? Fala surpreso.
Lois: senti sua falta loirinho.
Os casal de Grandes Alphas tem uma noite juntos, ali ficou evidente a louca paixão de Lois por Renato. Pela manhã, Loiro acorda na cama junto de Lois, esta estava abraçada com ele, seus cabelos longos e castanhos cobriam parcialmente seu rosto, debaixo de seu olho direito tinha uma discreta e clara cicatriz, ele a olha atentamente.
Renato: maldito par de pernas.
Lois: não fale como se não gostasse delas.
Renato: num momento como esses você inventa de voltar a adolescência? Fala coçando a cabeça.
Lois: foi nossa melhor época, foi a brecha para uma vida totalmente diferente da nossa atual.
Renato: vai começar?
Lois: você que errou, estou apenas tentando reparar isso.
Renato: também tentei, mas você decidiu virar uma amazona.
Lois: conheci e treinei grandes lobas! Fala um pouco irritada.
Renato: e bateu a porta na minha cara na mesma quantidade.
Lois: chega, você é do caralho!
A amazona vai ao banheiro, dado um certo tempo ela retorna completamente linda, seus lábios agora tinham uma cor vermelha viva, uma camisa social branca, calças pretas, salto alto, seu cabelo estava solto.
Lois: curta suas noites sozinho Loiro! Fala irritada e abrindo a porta.
Renato: Lois, pera aí... Pede olhando para a porta que foi batida violentamente.
Na mesma manhã, Rodolpho conseguiu em fim um tempo para por seus primos a par de tudo, ele os reúne em sua casa e conta toda a história que Connor contou no bar.
Rafael: não dá pra acreditar. Fala abismado.
Priscila: isso explica tudo, nosso prestígio mesmo no exterior, todo a aclamação em torno dos Medeiros.
Pablo: surpreendente mesmo, somos netos do segundo maior lobisomem do século passado.
Nesse momento a janela abriu suavemente, uma brisa fria entrou, todos se arrepiaram e viraram em direção a janela.
Rodolpho: pelos ancestrais! Fala boquiaberto.
Próximo a janela em questão se formou uma silhueta, essa foi tomando forma e densidade, até que se podia ver claramente, era um homem da altura de Rodolpho, tinha cabelos um pouco cinzentos que iam até um pouco abaixo do pescoço, no cabelo se pendiam algumas penas bem chamativas, usava calças em tom marrom, uma jaqueta de couro que reluzia, não usava camisa por baixo, se podia ver músculos bem fortes, em seu rosto estava um enorme sorriso.
Pablo: vovô!? Fala assustado.
Rafael: é o espírito dele.
O sujeito assente, então começou a falar.
Antônio: minhas crianças, meu sangue, olha só para vocês, crescidos e fortes.
Priscila: o senhor se lembra de todos nós?
Antônio: Priscila, Pablo, Rafael e Rodolpho, meus netos e motivo de orgulho. Fala com satisfação.
Rodolpho: eu não posso acreditar, é um sonho se tornando realidade. Fala emocionado.
Antônio: eu sei, finalmente realizei o meu, ver vocês assim crescidos é simplesmente maravilhoso, me orgulho de cada um de vocês meus netos.
Rafael: de todos? Até os que não lutam?
Antônio: eu pregava a liberdade e a melhoria para meus lobos, vocês seguiram isso me orgulho de todos por igual.
Essas palavras emocionam a todos.
Rodolpho: tem nos visto esse tempo todo?
Antônio: mas só agora que vocês tem idade e conhecimento suficiente eu pude me revelar.
Pablo se virou de costas para todos ali, mas a conversa continuou.
Antônio: minhas crianças, vivam ao máximo, comam, bebam, riam, chorem, gritem o quanto puderem, vivam sem arrependimentos, não pude ver vocês crescerem, mas posso ao menos ajudar nessa caminhada.
Rodolpho: como?
Antônio: você pode odiar os caçadores, mas saiba que nem todos são seus inimigos, existem os coerentes, Ricardo é um deles, você pode confiar nele, eu confiei e não me arrependi. Digam as mães de vocês que eu as amo muito, assim como amo vocês. Fala transmitindo todo aquele amor.
A essa altura, Priscila, Rafael e Rodolpho já caiam em choro.
Antônio: eu só podia aparecer mais uma vez e guardei pra uma ocasião especial, eu verei todos vocês, vai ser um prazer os acompanhar mesmo que não seja visto.
Rodolpho: vovô espera! Implora em choro.
A imagem dele foi se desfazendo aos poucos, mas antes ele murmura algo.
Antônio: só mais um pouco sim? meu irmão agora por favor...
Foram suas últimas palavras, os três caiam em choro, Pablo ainda permanecia de costas, mas bem onde ele pisava estava molhado, ele chorava em silêncio com seus braços cruzados, sofria a sua maneira. Bem longe dali, no estado do Amapá, em um pequeno bar, estava sentado Connor, bebendo a bebida favorita dele e de Antônio, ele sente alguém pondo a mão em seu ombro, ele se vira rapidamente para olhar quem era, e vê por alguns milésimos de segundo seu Alpha de costas próximo a porta.
Connor: saudades parceiro. Fala com uma alegria nostálgica.
Os primos se acalmaram, agora já sabiam de tudo e compreendiam também, no entanto os problemas atuais continuavam, Rodolpho entra em contato com os irmãos e eles decidem o que fazer, Hiure iria ao território leste falar com Victor, Rodolpho e os outros iriam ter uma reunião com loiro.
Hiure chega com o pequeno Italo e Maria, a jovem fica com Italo enquanto eles vão até o escritório do alpha.
Hiure: não vou demorar.
Maria: tá tudo bem, pode ir. Fala em solidariedade.
Eles entram e a porta de madeira maciça é fechada.
Hiure: acho que você sabe o motivo de eu estar aqui.
Victor: Robert.
Hiure: se já sabe, então pode começar sem rodeios.
Victor parecia se cansar, como se fosse uma história longa e trágica.
Victor: Robert Turner, esse é o nome do lobo que um dia Pelo branco chamou de filho.
Longe do leste, no escritório do Alpha do sul, lá estavam os outros capitães.
Ryan: o que será feito Loiro? Temos que agir.
Kaique: temos que revidar e com muita força.
Rodolpho: antes de sair cortando e matando tudo, devemos antes saber o porque de tanto ódio.
Renato: o motivo é simples, puro e primitivo preconceito, Robert odeia até os ossos todos os krieghunds, híbridos ou lobos que tem relação aos mesmos.
Ryan: tá de brincadeira!?
Renato: ele massacrou milhares de krieghunds pessoalmente, está mais para um cão do inferno do que para um lobisomem.
Kaique: por isso chamava o menino de aberração.
Ryan: ele falou aberrações, no plural, a quem mais ele se referiu?
Renato: a vocês dois. Fala com pesar na voz.
Kaique: como assim nós!?
Ryan: se refere a relação que tínhamos com Igor e a família dele?
Renato: não, me refiro a linhagem de vocês dois. Fala os olhando sério.
Tais palavras banharam os Capitães em confusão, o que seu Alpha queria dizer?

Continua...

Muitos mistérios não é? Ficou curioso(a), então espere ansiosamente pelo próximo capítulo.

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