Comemorações e revelações

22 3 0
                                    

As providências seriam tomadas, Capitão Paulo raspou os cabelos e mudou a barba, Hiure e Pérola se encontravam as escondidas e isso começou a incomodar a loba, eles dois acordam na cama dela e numa conversa ela o questiona.
Pérola: até quando eu vou agir como se fosse uma amante sua?
Hiure: eu não te vejo assim, somos solteiros lembra?
Pérola: isso só piora, somos livres, o que nos impede de sermos oficiais?
Hiure: meu filho.
Pérola: eu amo crianças.
Hiure: não é esse o problema, ele já perdeu os pais, agora eu e Maria assumimos isso, já está complicado ficarmos revezando e nos encontrando pra ele não ser afetado, surgir com você agora poderia acabar com tudo isso. Fala se sentando na cama virado pra ela.
Pérola: e enquanto isso eu tenho que me esconder e ver seus momentos com sua Valquíria?
Hiure: eu não estou pedindo pra aceitar, só estou mostrando o meu lado, eu quero ficar com você, não tenha dúvida disso, mas meu filho sempre vai estar em primeiro lugar.
Pérola não responde, ele acaricia o rosto dela e a beija na testa com carinho.
Hiure: eu sei que você merece mais, mas eu sou limitado, só até eu e ela nos resolvermos, eu sinto muito.
Pérola: promete? Promete que vai resolver?
Hiure: prometo e eu não vou mais quebrar outra promessa minha.
Pérola: até porquê, se quebrar não vai ter pra onde fugir e rapidinho eu te pego. Fala maldosa o abraçando.
Hiure: dessa pegada eu não fujo. Fala a beijando.
Eles descem pra mais um dia, eles tomam um café reforçado e ela sai sorrateira sem ser vista, o lobo sai meia hora depois, nesse tempo ele tomou um banho frio pra acordar de vez, ele então vai buscar o pequeno.
Maria: quando vai cortar esse cabelo?
Hiure: não gostou dele assim?
Maria: tá parecendo um bicho.
Hiure: lobisomem te remete a algum? Responde provocando.
Maria: ignorante, seu pai tá mais pra um centauro filho.
Ítalo: centa... centa...
Maria: homem cavalo.
Ítalo: papai é cavalo. Fala rindo.
Hiure: e você é meu macaquinho, vem.
O pequeno vai para os braços do pai.
Maria: ao menos dá um jeito nesse cabelo.
Ítalo: não tira papai.
Hiure: ao menos um aqui tem bom gosto.
Maria: ele dorme com quem hoje?
Ítalo: pode dormir juntos? Pergunta inocente.
Os dois se olham um pouco mexidos pelas palavras do filho.
Hiure: sabe o que é filho, papai tá cabeludo e a mamãe não gosta.
Ítalo: então tira papai.
Maria: mas você não gosta do cabelo do papai?
Ítalo: gosto da mamãe e do papai junto.
Aquilo doeu, foi como uma martelada no peito, mas nenhum dos dois tinha resposta, ela o beija no rosto e eles dois sobem, o dia não foi muito diferente dos outros, pela tarde eles se reuniram as tropas dos alunos de Hiure e dessa vez era permanente, a loba finalmente estava pronta pra treinar com os alunos de elite de Pelo Negro, Bryan se juntou com sua turma, estes pareciam ser fisiculturistas de categorias variadas, mesmo algumas mulheres eram fortes com físicos massivos.
Hiure: transformou lobos em touros. Fala admirado.
Bryan: e com o treino técnico que você dá, eles se tornam grandes soldados, é o melhor esquadrão que já treinei, fico muito orgulhoso.
Hiure: é foda né? Ver o progresso de cada um, a evolução é nítida e é muito gratificante.
Bryan: quando Helmar me convidou eu só vim pra ser instrutor, mas não posso deixar esses lobos lutarem sem mim.
Hiure: do que está falando?
Bryan: agora que sou um Astro eu tenho praticamente a obrigação de lutar, vamos lutar lado a lado Black Fur. Fala com um sorriso confiante.
Hiure: bem vindo a família irmão. Fala estendendo o punho.
O lobo americano faz o cumprimento e eles seguem juntos, até fizeram algumas simulações explicativas, Pérola nem acreditava naquilo, certa vez queriam se matar numa arena e agora trabalhavam juntos.
Bryan: o que acha de dar uma modelada no corpo?
Hiure: e ficar parecendo o Jay Cutler?
Bryan: não, esse sou eu, tô pensando em uma categoria que você vai gostar, é mais estética, acho que em umas duas semanas deve ver o resultado, faz esses treinos. Fala lhe passando um arquivo pelo telefone.
Hiure: o resultado é bom, duas semanas mesmo? Não é muito rápido não?
Bryan: treina na crinos sempre e depois volta a forma humana, não esquece de comer além do que aguenta, acelera muito.
Hiure: você é o bodybuilder aqui, vou confiar.
O treino acabou as 15:00 h, ele seguiu o protocolo de Bryan por cinco horas, parando apenas para alimentar o filho e o colocar perto pra ele ver e rir, mesmo treinando ele não deixou de dar atenção ao filho e assim que terminou ele voltou a forma humana e sentiu o corpo extremamente quente, o suor gotejava, ele bebeu cerca de dois litros de água de uma só vez, tomou um banho junto do filho e o levou para passar uma noite com o avô, pois precisava falar com Maria.
Wellington: fico com ele sim, tava com saudades do vovô?
Ítalo: comida do vovô. Comemora batendo palmas.
Hiure: ele não comemora assim pela minha.
Wellington: eu tenho as manhas né?
Hiure: isso só porquê eu fui duas cobaia, aquele macarrão pálido.
Wellington: e o bife chinelo?
Hiure: suco de limão sem um grama de açúcar, vitamina com pouco leite. Completa rindo.
Os dois riem com as lembranças e o pequeno desce, dá a mão ao avô e eles entram, o lobo então vai até a casa de Maria e é atendido rapidamente.
Maria: o que foi?
Hiure: posso?
Maria: lógico, entra aí. Fala lhe dando passagem.
Ele entra e ambos se sentam na sala, um de frente para o outro em sofás diferentes.
Maria: e então?
Hiure: sobre o que ele disse, eu não o incentivei.
Maria: eu sei disso e também sei que esse não é o único assunto.
Hiure: é, não é mesmo, Maria nossa situação é complicada, eu tô no mato sem cachorro e a porra toda.
Maria: não é um lobo não?
Hiure: você entendeu comediante, tá rolando uma parada que tá me deixando confuso e preocupado.
Maria: tá falando das suas transas com a ruiva?
O comentário surpreende o lobo na mesma hora.
Hiure: Kaique e Nat te contaram!?
Maria: não, mas agora que sei que eles sabiam eu tô puta e a loira se diz minha amiga.
Hiure: amigas? Nem fudendo.
Maria: temos muito em comum e ela agora treina com as amazonas, viramos parceiras.
Hiure: tô impressionado, mas como você soube?
Maria: dormimos juntos por dois anos, conheço bem a sua cara depois de uma noite agitada.
Hiure: sou tão previsível assim?
Maria: te conheço lobo velho.
Hiure: eu não queria contar tão cedo, não faz tanto tempo que...
Maria: você é livre Hiure, temos um passado, mas eu não fico remoendo e vivemos bem, na medida do possível.
Hiure: eu queria te contar porquê eu não quero segredos ou mentiras entre nós, sabe que te adoro.
Maria: eu sei sim seu dramático, lobo bobo pra cacete. Fala rindo.
Eles se levantam e se abraçam com carinho e respeito.
Hiure: foi mal te perturbar a essa hora.
Maria: que nada, tá tudo bem lobo, gostei da honestidade.
Hiure: eu vou indo, dorme bem tampinha. Fala deixando a casa.
Maria: você também lobo. Fala pouco antes de fechar a porta.
Ele segue até a casa da ruiva que não esperava por ele.
Pérola: tá fazendo o que aqui?
Hiure: é errado eu querer te dar uma noite daquelas? Pergunta malicioso.
Pérola: será que você merece? Depois de hoje de manhã.
Hiure: não faz assim, eu falei com Maria e acho que vamos bolar um plano pra não interferir com Ítalo.
Pérola: ela virou sua conselheira?
Hiure: sempre foi, mas isso não vai ser problema né?
Pérola: ela é sua ex e mãe do seu filho, será que devo sentir ciúmes?
Hiure: por mim sim, ciúmes dão uma apimentada, eu gosto.
Pérola: é mesmo? Vou dar o troco então, o português é interessante. Fala provocativa.
Ele muda um pouco o semblante, invade a casa, fecha a porta e a puxa pra si pela cintura.
Hiure: não inventa moda senhorita.
Pérola: e o que me impede? Desafia.
Hiure: isso. Fala a suspendendo.
A loba enrola as pernas na cintura dele, o lobo a beija e mexe no cabelo da ruiva, ambos sorriam no beijo, nem tiveram paciência de subir, o sofá foi onde eles se jogaram em meio a risadas e respirações ofegantes.
Uma semana se passa e em Lupina, Robert ia de encontro com Peste, essa teve seu tempo expirado e o Alpha das Trevas ia cobrar a ordem que foi dada.
Robert: espero que tenha tido êxito. Fala autoritário.
Peste: ainda não terminei Alpha, mas estou chegando perto, se me der...
Ela é interrompida por um golpe das garras de Robert em seu rosto e a levando ao chão, ele a segura pelo queixo a fazendo olhar pra ele.
Robert: você termine essa merda o quanto antes ou eu não terei tanto controle quanto dessa vez. Fala severo.
Ele a deixa ainda no chão, o sangue gotejava, por pouco não atingiu o olho da cientista, ela mesma sabia que ficaria uma marca eterna, com dificuldade Peste se levanta e continua a trabalhar no projeto.
No acampamento, Priscila tinha uma teoria a testar, mas precisava da ajuda das mulheres mais inteligentes da área, Elizabeth, Pérola e Maria são reunidas.
Maria: o que ela está fazendo aqui?
Pérola: eu ia perguntar a mesma coisa.
Maria: tenho experiência em medicina sobrenatural e sou analista clínica formada.
Pérola: sou especialista em ervas e medicamentos sobrenaturais e ajudei a desenvolver a maioria dos remédios que temos.
Priscila: por isso eu as reuni, são as maiores mentes na área, eu tenho uma teoria e com a ajuda de vocês eu posso desenvolver isso.
Maria: e o que seria?
Priscila: uma fórmula, uma vacina na verdade, algo para nos proteger da prata que os caçadores usam.
Maria: e algo assim é possível? O sistema de imunidade dos licantropos é instantâneo.
Pérola: mas algumas substâncias podem burlar isso, talvez ervas medicinais.
Maria: mas uma vacina é algo preventivo.
Priscila: sim, mas minha idéia aqui é imunização permanente.
Elizabeth: e acha possível?
Priscila: sozinha não, por isso estão aqui, o que acham de revolucionar a lógica sobrenatural pra sempre?
Pérola: eu topo com toda a certeza.
Maria: meu nome numa pesquisa revolucionária? É um sonho realizado. Fala animada.
Priscila: ótimo, vocês duas vão ter a metade das tarefas.
Pérola: tipo, juntas?
Elizabeth: algum problema?
Pérola: da minha parte não.
Maria: sou profissional.
Priscila: o trabalho de equipe é mais do que importante para isso.
Pérola: o que temos que fazer?
A idealizadora as leva até a estufa de ervas.
Priscila: eu preciso do conhecimento herbário, reúna tudo o que for benéfico aos lobos. Disse para a ruiva.
Pérola sorri pela confiança investida nela e vai executar a tarefa.
Priscila: preciso que ache componentes comuns entre as ervas, quero a reação dela no organismo licantropo e a reação da prata também.
Maria: moleza. Responde confiante.
A Valquíria então segue para seu posto.
Elizabeth: e quanto a nós?
Priscila: uma avaliação nos genes dos licantropos, talvez possamos achar o que permite a vulnerabilidade a prata.
Elizabeth: vamos então.
O quarteto então começa a trabalhar, a manhã sumiu e a noite chegou, pilhas de livros para pesquisa, amostras de ervas, elas só saíram dos laboratórios bem tarde da noite, Pérola não foi para a casa de Hiure, este não as viu por pouco mais de uma semana.
Priscila: descobri!! Grita mais do que animada.
As demais correm para ver o que era.
Maria: que foi Pri?
Priscila: descobri uma maneira de burlar nosso sistema e impor a vacina permanente sem uma mínima chance de rejeição.
As três meninas se abraçam e pulam, até que Maria e Pérola notam o contato, logo ficaram indiferentes, Elizabeth sorria com a felicidade do trio.
Pérola: então vamos produzir em massa logo!!
Priscila: este é o problema, o único jeito de burlar nosso sistema é usando uma dose de aconito, um tipo que apenas nos enfraqueça.
Maria: isso é um puto de um problema.
Elizabeth: talvez não.
Pérola: os caçadores aliados, podemos conseguir o aconito que precisamos.
Priscila: e eles nos ajudariam a esse ponto? Ainda mais sabendo do objetivo?
Maria: não precisam saber, mentir é a chave.
Priscila: como?
Maria: diremos que é pra usar contra o Robert numa estratégia nossa.
Pérola: não vão acreditar nessa.
Elizabeth: acreditar não é importante, apenas o aconito é, tem certeza que a vacina vai funcionar?
Priscila: total.
Maria: sei de dois lobos que tem um certo contato com eles.
Pérola: eu também. Desafia.
As duas saem, a Coronel foi até Rodolpho e Pérola até Hiure.
Maria: Dolpho, tá ocupado?
Rodolpho: tô não, que foi?
Maria: preciso de um favor, mas você não vai gostar. Fala sorrindo forçado.
A ruiva correu até onde o Coronel estava e quase não o reconheceu, no início da pesquisa ele já tinha mudado seu físico, mas a mudança foi ainda mais evidente devido a ausência dela.
Pérola: eita. Fala surpresa.
Hiure: o que acha? Fiquei bem?
O físico ganhou mais volume e muito mais linhas, apesar de ter mantido o peso aparentava estar maior do que antes.
Bryan: claro que ficou, o protocolo fui eu que fiz não foi? Fala orgulhoso.
Pérola: dois ogros.
Bryan: você acha? Fala posando.
O Indomável simplesmente estava enorme, facilmente alcançando 140 kg, mas com linhas bem visíveis, um bodybuilder enquanto Hiure poderia ser comparado com um classic physique de 85 kg.
Pérola: enfim, tenho um favorzinho pra pedir, mas você vai ficar puto.
Os dois rapazes se olham e Bryan faz um gesto obsceno demonstrando a péssima situação que estava por vir, as duas levam os irmãos até que eles se encontram.
Hiure: você tá de sacanagem comigo!!
Rodolpho: por que você armou isso Hiure!? Pergunta irritado.
Hiure: eu!? Não fui eu, até parece que eu me daria ao trabalho.
Pérola: quer por favor se segurar, não é hora pra isso!
Rodolpho: ouve ela.
Maria: você também, estão agindo feito crianças e se é assim vão ser tratados que nem.
Os dois bufam e ficam rindo de deboche da idéia.
Maria: nós descobrimos uma maneira de ajudar e muito a nossa raça, permanentemente.
Pérola: vacina de imunização permanente para prata.
Rodolpho: isso é possível?
Maria: Priscila está no comando da equipe e dá garantia.
Hiure: me convenceu, mas onde ele e eu entramos nisso?
Maria: um componente chave é aconito e isso nos não temos.
Rodolpho: o maior veneno para nós vai nos ajudar nisso? Ironia tá foda aqui.
Pérola: pois é, vocês dois tiveram contato com um caçador que agora é nosso aliado.
Hiure: Paulo Venandi, ele é de possível confiança.
Rodolpho: ele é, eu confio nele.
Hiure: claro que confia, é isso que você faz, confia em quem não deve.
Rodolpho: talvez seja porquê eu não vejo todos ao meu redor querendo me matar!!
Hiure: e por não ser cauteloso você vai acabar se fudendo!!
Pérola: agora chega, ninguém merece ficar ouvindo essa merda, vocês vão trabalhar juntos ou eu vou descarregar um pente de metralhadora em cada um!!
Os três alí presentes ficam sem palavras e com expressões mais do que surpresos.
Maria: agora sei o que você viu nela lobo velho. Fala sorrindo provocativa.
Hiure: quer um megafone?
Rodolpho: espera, vocês dois estão...?
Ambos em uníssono: sim. Respondem antecipadamente.
Rodolpho: e você fala disso de boa?
Maria: a vida é dele, que ele se vire como quiser.
Hiure: além disso ainda somos amigos.
Essa última fala incomoda a ruiva que não se deixa demonstrar.
Hiure: ele é mais a vontade com caçadores, deixa ele ir brincar de amiguinho.
Rodolpho: diferente de você eu gasto meu tempo com causas mais importantes do que modelar o corpo, faz você, tô muito ocupado. Fala sério e saindo da presença de todos.
Maria: Hiure nós...
Hiure: eu sei, eu faço isso, mas ele me paga. Fala furioso.
O lobo se encontra com o restante da equipe científica, elas dão o nome e a quantidade certa da planta.
Hiure: 200 kg!?
Maria: muito pesado pra você? Provoca.
Hiure: comediante você, é que 200 kg de quase qualquer coisa é de boa, tudo isso de flor é foda.
Priscila: não vai então?
Hiure: vou, é pelo bem maior né? Eu digo que é pra um ataque químico não é isso?
Pérola: seja convincente.
Hiure: beleza.
O Coronel deixa o laboratório, seu filho ficou sobre a guarda de Heitor que brincava com o sobrinho, já de saída alguém para o lobo.
Bryan: você não vai sozinho, seja lá pra onde estiver indo.
Hiure: nem sabe pra onde vou.
Bryan: mesmo assim, você tá irritado, não tá indo por gosto.
Hiure: não, não estou.
Bryan: se não se importar eu posso ir com você.
Hiure: se eu disser que me importo você me deixa em paz?
Bryan: não. Responde sincero.
Hiure: eu dirijo.
Os dois saem numa SUV, Bryan fez a ligação para Paulo e é este designou um membro do E.C.E, Laura encontraria com os lobos, mas isso irritou o lobo, eles se encontram num cassino clandestino, a caçadora se sentava numa mesa com uma garrafa de bebida.
Laura: são vocês não é? Pergunta irônica.
Hiure: sabe quem somos?
Laura: os infames Pelo Negro e Indomável ou Nômade como é conhecido pelo exército.
Hiure: sabe o que eu já fiz?
Laura: matou Hades, por isso fui designada para aquele inferno.
Hiure: as Calamidades estão soltas por incompetência sua.
Laura: foi tudo armado. Se defende.
Hiure: e o que me garante que você não está envolvida?
Laura: não estou pedindo a sua aprovação, não tenho que te provar nada.
Hiure saca as garras e põe a mão sobre a mesa.
Hiure: você é a única mulher que eu não me importariam de matar, então não me provoque, você não confia em mim e eu muito menos em você.
Bryan: se segura Hiure, estamos em cooperação.
Hiure: beleza, como o armário aqui disse, você já sabe nosso objetivo aqui.
Laura: 200kg de aconito azul, mais absurdo impossível.
Hiure: o ataque químico depende dessa maldita flor, não pense que é prazeroso pra mim.
Laura: eu tenho contatos com uns corruptos, faço umas ligações, umas chantagens, mas não pense que me engana.
Hiure: do que está falando?
Laura: ataque químico com aconito? Me poupe, vocês lobos não tem esse sangue de barata, seu Alpha foi morto por aconito usado por Turner, vocês não fariam um golpe assim.
A menção ao homicídio de Renato atinge o Coronel e abre uma ferida já cicatrizada.
Hiure: vai fornecer a porra da flor ou não!?
Laura: vou, só quis deixar bem claro que não sou boba.
Depois de meia hora o item foi entregue, estava num caixote de madeira, o Coronel pega caixa e põe na carroceria da SUV pra não sentirem o cheiro, logo chegaram no acampamento e Hiure carregou o caixote nos ombros e cobriu o nariz assim como Bryan, mas a entrega foi feita sem problemas.
Priscila: agora sim.
Hiure: e vai mesmo funcionar?
Priscila: vai, balas de prata serão balas de chumbo, espadas de prata serão como aço.
Hiure: isso vai mudar a guerra.
Maria: Hiure, isso vai mudar os licantropos, a vacina não é só permanente, é hereditária.
Bryan: significa que os herdeiros de todos aqui serão imunizados também. Fala feliz.
Todos foram reunidos, todos os aliados, pouco mais de vinte mil licantropos.
Priscila: desde o surgimento da nossa espécie, temos aversão sobre um determinado metal, a prata é sinônimo de dor e de perigo, mas isso muda hoje, graças ao esforço de uma equipe mais do que incrível, nós agora temos a solução para esse perigo, eu apresento a cura. Fala erguendo um frasco.
Muitos ficaram contentes, mas outros ficaram incertos sobre aquilo, parecia muito fantasioso e bom demais pra ser verdade.
Priscila: mas eu não vou empurrar isso para vocês sem lhes dar uma prova, aqui eu tenho aconito azul, que vai servir de supressor para nosso fator de cura.
A cientista então injeta a toxina no antebraço e sente seus poderes caindo e em seguida ela injeta a vacina, em poucos minutos seus poderes se normalizaram, então ela apanhou um bisturi de prata e cortou o pulso, as demais integrantes da equipe ficaram um pouco duvidosas, o perigo que esse metal representava era muito antigo e a cautela também, mas isso some quando o corte se cura sem deixar marca alguma, as mesmas integrantes riam, sorriam e choravam de felicidade pelo sucesso, os milhares presentes pulavam e gritavam em comemoração, os filhos e filhas de Elizabeth ajudaram a vacinar a todos e só se vacinaram no final, os Medeiros foram parabenizar a brilhante mulher, muitos agradecimentos, até que vieram os mais próximos.
Rosana: minha filha, meus parabéns. Fala a abraçando orgulhosa.
Em seguida foi Rafael que a pegou no colo rindo e gargalhando, em seguida foi a vez da avó, está segura as mãos da neta com carinho.
Jocelina: impossível expressar tanto orgulho que estou sentindo, você é a genia da geração, você mudou tudo, pra sempre, seu avô estaria tão orgulhoso quanto eu estou agora. Fala alegre.
Daniel sorri e a abraça forte, ela chorou, o primo estava em fim de volta.
Daniel: eu sempre disse que você era especial, mas você tinha que superar minha imaginação né?
Priscila: um pouquinho.
Rodolpho então se aproxima sorrindo muito.
Rodolpho: você sempre foi um grande exemplo pra mim, agora é para todos, a mais inteligente de todas.
Priscila: obrigada, mas eu não sou a única mente por trás de tudo isso, tive a melhor equipe do mundo.
As demais integrantes sorriam lisonjeadas e com um pouco de vergonha.
Rodolpho: lutadora, amazona, Astro e cientista brilhante, tem alguma coisa que você não sabe fazer?
Maria: sou péssima em ficar brava com alguém. Responde rindo.
Alguns dos demais Astros surgem, Heitor abraça a irmã orgulhoso, Nat abraça Pérola e Maria que ficaram incomodadas no começo, os dois irmãos do meio ficaram mais quietos, mas o caçula pulos nas três fazendo barulho e comemorando alto.
Hiure: essas são as maiores mentes do mundo e eu conheço elas!! Grita para todos.
Ele beija Pérola sorrindo, Maria desvia o olhar e é surpreendida pelo pai a pegando no colo e este gritava alto que ela era sua filha, depois de reclamar muito ela é deixada no chão onde a mãe a abraça orgulhosa, palavras não eram necessárias para elas, Victor e os demais irmão de Elizabeth a parabenizavam.
Felipe: essa é minha maninha, o que eu tenho de forte ela tem de inteligente.
Elizabeth: o brutamontes mais carinhoso do mundo.
Marcos: você merece esse reconhecimento, você sempre foi a mais atarefada e nunca negligenciou a família.
Victor: nossa caçulinha é incrível, assim você deixa seus irmãos pra trás.
Elizabeth: nada disso, mesmo patamar aqui, mas obriga Victor. Fala abraçando o irmão mais velho.
Lois: poder feminino tá em alta aqui.
Sofia: somos outro patamar.
Wellington: duas arrogantes, mas dou o braço a torcer dessa vez.
Lois: que honra senhor Bravo. Fala sarcástica e rindo.
Wellington: pra comemorar esse grande salto na evolução, festa!!! Grita para ecoar firme.
O grito foi ouvido em alto e bom som e todos concordaram.
Em Lupina estava ocorrendo outra reunião, mas esta era diferente, Robert reuniu Joe, os três Arautos e as Calamidades num único lugar, no campo de treinamento.
Robert: devem estar se perguntando o motivo disso.
Joe: um vidente. Responde áspero.
Robert: vocês compõem meus principais grupos, com exceção do velho Joe é claro, mas ambos os grupos estão com em falta de um membro em cada e eu sou muito perfeccionista.
Ódio: e daí?
Robert: e daí que agora eu vou propor uma oferta, o posto de Morte está vago e a divisão está extinta, as Calamidades eu proponho uma promoção, para aquele que for vitorioso numa disputa e então, quem tem essa ganância?
Praga: vim matar e não mandar, passo.
Loucura: dispenso essa loucura. Fala rindo.
Traição: não seria confiável né?
Seca: comandar de novo? Eu topo. Fala arrogante.
Ódio: fica querendo, eu fico com o cargo.
Os dois começam a se encarar furiosos, até que o mais quieto decide dar sua opinião.
Ódio: o honrado bruto vai se pronunciar?
Brutalidade: não quero poder ou prestígio, mas prefiro ter esse trabalho do que obedecer lixos feito vocês, eu também vou lutar.
Guerra não fica nada contente, no geral, aquele que ocupa esse posto é o braço direito do Turner, assim como foi com Salazar, Peste não ligava para quem ocuparia o posto e muito menos para a disputa pelo mesmo, Fome parecia ansiar por um combate, ele babava e tinha um olhar maligno nos olhos rubros, os três se posicionam.
Robert: nada de matar ou mutilar, seja lá qual for o resultado vocês todos tem trabalho a fazer.
Os três se posicionam e atacam rápido, Seca usava as garras contra Ódio, mas este segura o pulso do oponente e o joga contra uma parede, Brutalidade ataca Ódio pelas costas com um pontapé, Seca retorna e suas garras atingem a coxa do que o jogou, Brutalidade avança e chuta o usuário de garras, o chute atinge o rosto do alvo.
Seca: um digno lutador, que bonitinho e medíocre.
Brutalidade aplica três cabeçadas no rosto da Calamidade e este simplesmente cai desmaiado, Ódio se levanta e num impulso ele choca Brutalidade contra uma parede a derrubando, o lutador solta cotoveladas na nuca do oponente que não se abala, ele se solta e eles trocam golpes e isso durou muito, uma hora depois um golpe decisivo, Brutalidade desloca o ombro de Ódio com um pontapé certeiro, um soco veio em seguida, Ódio cai no chão e os socos nele continuam firmes.
Robert: chega! Isso já demorou muito, Brutalidade tem o cargo.
Guerra e Ódio se enfurecem com aquilo.
Brutalidade só confirma a aceitação do cargo e os deixa alí, mas ele estava muito ferido, mais do que imaginava, não havia técnica no estilo do seu oponente, era violência e vontade de matar puramente.
Robert: agora tenho todos meus Arautos, mas as Calamidades estão mais desfalcadas ainda.
Duas figuras surgem perto, dois homens, um deles era Mateus e o outro foi uma surpresa para o Selvagem.
Robert: os novos Incêndio e Brutalidade, que grande dia!!! Grita orgulhoso.
Joe cospe na areia, acende um cigarro e sai do recinto.
Robert: não tão rápido veterano.
Selvagem para e traga o cigarro, ele vira um pouco a cabeça para Turner, mas ainda permanece de costas.
Robert: hoje é dia de comemoração, um festival enorme, um Festival da Fartura.
Joe: gastou milhões com meu equipamento e com seu escambo.
Robert: e quem disse que eu que vou pagar, essa cidade irá, afinal, é pra isso que ela serve.
Joe: a cidade está a beira da falência e miséria.
Robert: e eu com isso? Que morra a população e que desabem os prédios. Fala com um sorriso confiante e arrogante.
Todos são dispensados e os preparativos iniciam, Guerra se consumia em fúria descontrolada, quebrava tudo o que via, até que Peste surge em sua porta.
Guerra: o que você quer?
Peste: isso tudo é pelo novato ter pego o posto de Morte?
Guerra: décadas de fidelidade, servidão e confiança e pra que? Pra ser sempre humilhado feito um cão!?
Peste: tome cuidado Guerra, ele tem ouvidos por todos os cantos.
Guerra: eu merecia aquele posto, apenas eu!!
Peste: você está esperando por recompensa, é tudo pela causa, está sendo ingênuo, agradeça por ele não fazer nada com você apesar dos seus fracassos e língua afiada. Fala tocando na cicatriz em seu rosto.
Guerra: eu sempre fui fiel, matei mais do que qualquer um pela causa dele.
Peste: tire isso da cabeça, se vista, ele exige todos no Festival, não quer desapontar o Alpha.
As horas passam e a festa começa tarde, música, comida e bebida para os membros mais influentes, mesmo contra, Joe se arrumou e compareceu.
Joe: viramos um bando de bêbados inconsequentes agora?
Robert: tente relaxar Selvagem e me dê um tempo, isso é uma das vitórias que há anos eu anseio.
Joe: uma das vitórias?
Robert: depois que me pai me descobriu e expulsou, meu objetivo se tornou matar aquele velho, por anos eu me preparei, obtive conhecimento e quando eu estava quase pronto, aquele velho desgraçado morre por um vampiro. Fala com raiva e repulsa.
Nesse momento os membros de alto escalão param para ouvir o que o Alpha das Trevas ia dizer.
Robert: Pelo Branco e Viajante podiam ter feito mais, terem tido mais, podiam ter dividido um país inteiro, mas se contentaram com essa bosta de cidade, a família que era importante, só um monte de merda sentimental, tinham poder e potencial, mas faltava a gula de querer mais! Fala insano.
As Calamidades estavam conhecendo alí o verdadeiro lado do Turner.
Joe: não entendi, você também pode fazer mais, mas aqui está.
Robert: eu não quero um país, tudo o que eu queria era cuspir nos olhos de Álvaro, mas como o desgraçado morreu eu tomei uma estratégia diferente, destruir tudo o que ele amou e foi fácil, umas mortes bestiais aqui, outras no estilo caçador alí, tudo pra criar confusão, foi aí que aquele casal e aquele híbrido asqueroso me vieram na mente, estavam com Renato, esquartejei os dois, ameacei a alcatéia dele pois sabia que o Loiro iria querer resolver no diálogo e diplomacia e foi aí que matei o infeliz e coloquei as quatro alcatéias pra fora!!!
Joe: tudo pra ter o que eles tinham?
Robert: pra destruir, corromper e contaminar, mortes, tráfico de drogas e humano, milícia e tudo o que há de pior, meu objetivo não era ter Lupina, era transformar o paraíso do meu pai numa terra maldita banhada em crime e sangue, isso meu caro Joe, é uma das minhas vitórias e graças a ela eu me sinto muito bem!!! Fala gargalhando insanamente.
Até os Arautos mais antigos ficaram sem reação, Joe tinha nojo e repugna no olhar, ele tira o cigarro da boca e o joga no chão furioso.
O Festival teve ordem pra continuar até o extremo limite.
Longe do Sudeste estava o General Oliveira, estava em uma base em Sergipe, esta era especialista em inteligência, informação e dados sobre tudo o que eles sabiam, o General estava em seu computador quando um soldado bate a porta e Oliveira permite a entrada deste.
Soldado: aqui está a nova atualização do catálogo senhor.
Oliveira: me dê, trouxe o modelo anterior mais recente?
Soldado: sim senhor, aqui está.
Oliveira: os quatro Grandes como sempre no extremo 2.
O catálogo era nivelado em quatro níveis, baixo, médio, alto e extremo, cada nível com classes de um a três.
Oliveira: essa tem o novatos não é?
Soldado: sim senhor, são resultados surpreendentes.
Oliveira: Mercúrio é alto 3?
Soldado: temos informações de que ele matou uma Calamidade sozinho.
Oliveira: Indomável é extremo 2 e os tais Novos Astros também!? São um bando de moleques!!! Grita inconformado.
Soldado: os três pilares pra avaliação são, poder geral, histórico e personalidade, esses são os resultados senhor. Explica amedrontado.
Oliveira: alguém no extremo 3!?
Soldado: apenas Connor senhor.
Oliveira: onde? Onde está o tal Pelo Negro?
Soldado: tivemos um problema com a avaliação dele senhor.
Oliveira: que tipo de problema? Pergunta severo.
Cada extremo faz seus planos, jogadas e aumenta as próprias chances, três forças organizadas, fortes e preparados para fazer o que bem quiser e a hora que quiser, mas pra isso, eventos precisam acontecer, um mínimo erro pode custar tudo e é uma aposta de jogada única para todos.

                     Continua...

Abalo é o nome disso, a cada segunda o fim fica mais próximo, mas mesmo tempo ainda estão longe, obrigado pela leitura, vote e compartilha se puder, até a próxima segunda nesse mesmo horário.

Presas e GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora