Um tapa faz o rosto de Hiure se virar em vermelhidão, o golpe foi dado por Maria, o lobo ao se virar pra ela nota indignação no rosto da alpha, os olhos rubros do lobo surgem com o mesmo sentimento que Maria.
Hiure: que porra foi essa!? Grita em fúria.
Maria: você ainda pergunta!? Achou que eu não ia notar!?
Hiure: do que você tá falando!?
Nesse momento Nat aparece na escada enrolada em um lençol.
Nat: o que foi magrelo? Fala em sotaque.
Hiure: nada, pode subir Nat. Responde ríspido.
Maria: você não presta! Grita levantando a mão para outro tapa.
O golpe dela é segurado pelo lobo quando já estava perto do rosto dele.
Hiure: você não vai fazer isso de novo!!
Maria: você me trai e ainda exige que eu aceite!?
Hiure: trair você!?
Maria: aquela cadela russa estava na nossa casa, nua e surge assim enrolada nos nossos lençóis!!
Hiure: em primeiro lugar a casa é minha e ela não está usando nossos lençóis.
Maria: isso muda o fato de ter uma mulher te esperando aqui!? Como você pôde Hiure!? Eu cuidei do nosso filho por meses e com amor, eu sabia que sua viagem era necessária, mas parece que seu tempo foi gasto de outro jeito!
Hiure: o que você quer dizer com isso?
Maria: quero dizer que enquanto eu cuidava do nosso filho você aproveitou o tempo livre pra transar com a primeira que viu, não se lembrou de mim ou se quer do seu filho, fui diversão pra você? Uma babá para seu filho enquanto você saia por aí fazendo sexo feito um animal!? Grita furiosa.
Hiure: CHEGA!!!! Grita em rugido.
A própria Valquíria se surpreendeu com a reação dele, nunca o vira desse jeito.
Hiure: um tapa no meu rosto eu perdoaria, por ser você, mas duvidar de mim e me julgar, julgar minha conduta de pai, isso nunca!
Maria: não vem impor sua conduta, você perdeu esse direito quando nos traiu!
Nat: lobo eu...
Hiure: Nat! Só sobe e me deixa aqui com ela, por favor. Fala contendo a raiva.
A russa o escuta e sobe para o quarto em que ela dormiu.
Hiure: eu não ligaria pra essas palavras se viessem de qualquer um dos lobos lá embaixo, mas os oficiais, os Grandes sabem do meu empenho, principalmente você, ele te chama de mãe!! Você viu de perto o que eu era e o que eu me tornei depois dele e mesmo antes eu não trairia você, mesmo não estando juntos eu nunca pensei em outra, mas você não confiou em mim, eu já te falei uma vez, o que vem daqueles que eu amo tem mil vezes mais efeito em mim e o que você me falou agora, me quebrou.
Maria: não tenta jogar o peso para os meus ombros, você fez a merda, trazer uma mulher para a casa que nós...
Hiure: eu não trouxe ninguém!
Maria: então explica a loira nua na sua escada!!
Hiure: ela e Kaique dormiram aqui!
Enquanto a discussão fervia, a Alpha russa se veste e salta da janela indo na direção do cheiro de Kaique, o mesmo já estava saindo da casa dele quando deu de cara com Nat.
Kaique: eu ia levar tudo, demorei?
Nat: é melhor não ir lá.
Kaique: por... Essas vozes são de Hiure e Maria.
Nat: estão brigando feio, feio mesmo Sabre.
Kaique: em guerra de lobo e loba não se deve se meter, deixa aqueles dois se resolverem.
Nat: não vai fazer nada?
Kaique: eles brigam o tempo todo, no fim acaba em paz e um sexo pra selar as pazes feitas. Fala rindo.
Nat: se você diz, que tal um café da manhã?
Kaique: entra aí. A convida já entrando na casa.
Ryan fervia o café e nota a presença da alpha entrando em sua casa.
Ryan: General, quer café?
Nat: aceito se não me chamar mais assim.
Ryan: já levo. Fala sorrindo.
Kaique: Hiure e Maria de novo.
Ryan: não me surpreende, já esperava uma briga de boas vindas.
Os irmãos não foram os únicos que ouviram, a discussão caiu nos ouvidos de Mercúrio e Indomável, mas nenhum fez se quer expressão de se importar.
Salazar treinava os três cães, ambos evoluíram bastante, todos já eram alphas treinados e em evolução constante, Connor estava contente em ver o empenho do filho, depois de tantos anos naquela prisão, uma ocupação de instrutor tiraria um pouco dos pesadelos dele, Helmar voltou a dar aula de Jiu jitsu aos seus lobos mais fortes, como mestre era rígido e severo, não admitia erros e assim formava os melhores na arte marcial, mas não apenas o poder militar era melhorado, Elizabeth, Priscila, Pérola e o curupira Carvalho estudavam ervas sobrenaturais que auxiliaram os lobos na guerra, descobriram uma planta que se assemelha a Benção do Lobo, ajudava na cura dos lobos, sendo facilmente cultivada na própria floresta do acampamento, ervas ofensivas também eram pesquisadas, Pérola achou em um livro de ervas sobrenaturais, uma erva que servia de tranquilizante para licantropos, uma única dose derrubaria um cão do inferno, ela olha o pequeno frasco com um sorriso maldoso com planos sendo maquinados em sua mente, Priscila se concentrava em reduzir os danos causados por prata e aconito que são usados não só pelos lobos das trevas, mas também pelos caçadores que ainda eram motivo de preocupação, com os poderes da natureza do povo curupira, tais ervas poderiam ser produzidas em massa e seria feito.
O casal continuava a discutir, gritos e rugidos se misturavam em meio aquela tensão.
Maria: dormiram?
Hiure: eles estão juntos desde a Rússia, mas queriam manter segredo, por isso emprestei a casa e mais específicamente o quarto de hóspedes, não fizeram nada no nosso!
Maria: ela e Kaique... Fala notando o equívoco.
Hiure se vira de costas e em fúria ele joga sua mesa de jantar contra a parede da cabana.
Maria: amor, eu não sabia, Hiure me desculpa.
Hiure: três anos, é o tempo que nos conhecemos, eu fiz tanta merda que nem consigo lembrar ao certo, mas sei que fiz coisas boas.
Maria: claro que fez, eu também errei e acertei, estamos empatados.
Hiure: mas sei que acertei mais do que errei, eu me revoltei com você quando voltei do Espírito Santo, eu omiti Ítalo, eu afrontei seu sonho de ficar em Lupina eu também quase matei seu capitão e mais coisas até, mas também fiz coisas boas, te amei, cuidei, protegi e apoiei sempre, eu fiz meu melhor, mesmo errando eu queria acertar e Ítalo melhorou isso em mim.
Maria: eu também errei, te julguei errado, ciúmes, mas nosso filho nos uniu de novo, não foi?
Hiure: foi, não tem nada nesse mundo que eu ame mais do que vocês dois. Fala se virando com lágrimas que teimavam em escorrer.
Maria: eu também Hiure, eu não quis dizer tudo isso, foi o calor do momento, me perdoa?
Hiure: não Maria, não posso. Responde rígido já não contendo as lágrimas.
O Bravo estava em sua casa treinando sozinho e em meio as suas flexões ele para e se põe de pé, algo não estava certo e tinha haver com seu filho, o mesmo foi sentido por Vaneska, ela deixou uma garrafa de vidro cair e se desfazer em cacos, algo ruim estava acontecendo, apenas dois nomes vinham em sua mente, algo ruim rondava Hiure e Maria.
Wellington: filho, o que tá acontecendo? O que vocês estão passando? Se pergunta preocupado.
Vaneska: crianças? O que houve? Por que... Filha você...
Wellington então transforma a orelha e ouve o ocorrido até a resposta do filho a última pergunta de Maria.
Wellington: perdoe filho, ela não contou a ele ainda?
A loba ficou confusa com a resposta inesperada de Hiure, o mesmo tinha seu queixo se contraindo já em choro deliberado e sem motivo para controle.
Maria: como assim amor? Já passamos por coisas assim, sempre achamos um jeito, nosso amor sempre vai além dos nossos erros.
Hiure: não dessa vez Maria, você não acreditou em mim, falou coisas horríveis de mim em relação ao meu filho, coisas que eu nunca faria nem com ele nem com você, te amar fez o filhote virar um lobo de verdade e ter meu filho fez o lobo se tornar uma fera que só quer saber de cuidar e amar o pequeno, nada mais me importa se ele estiver bem, não dei motivos pra ninguém duvidar disso, muito menos você, você é mãe dele e tão próxima de Ítalo quanto eu, não esperava isso, não de você Valquíria.
Maria: eu errei, admito, falei o que não devia, duvidei do que não tinha motivo, mas isso não é imperdoável, foi o tapa?
Hiure: eu nunca levei um tapa assim, nunca admiti, mas eu perdoaria, somente a você, não ligo para tapa vazio, o que me feriu mesmo foi a mulher que eu mais amo me dizendo coisas que eu esperava que fossem ditas por inimigos, em você eu depositei tudo o que eu tinha, mas ainda assim...
Maria: eu sei que errei amor, erramos tantas vezes e ainda assim nos amamos, uma confusão como essa deve ser deixada de lado, nós nos amamos muito pra deixar isso nos abalar.
Hiure: eu te amo Maria, eu amo tudo o que eu vivi com você, fiz incontáveis planos, enquanto eu estive fora, não sonhei com outros se não você e nosso filho, nossa casa enorme como sempre sonhamos, meus carros, nossos cachorros, nosso filho crescido e você... Se interrompe lembrando do último detalhe.
Maria: eu quero isso, vamos deixar essa merda pra trás e...
Hiure: vai embora Maria. Pede indo a porta e a abrindo.
Maria: Hiure?
Hiure: por tudo que já fomos, me deixa sozinho aqui, não torne tudo mais difícil pra mim. Pede em choro.
Maria: Hiure eu não posso ir e te deixar assim, eu quero.
Hiure: eu quero que você vá.
Maria: não, você me ama eu sei disso, já falamos isso em suspiros várias vezes.
Hiure a segura pelos ombros, suas mãos tremiam, mas o toque como sempre era suave.
Hiure: eu amo você Maria Júlia, o que eu mais quero é ter uma amnésia enorme e esquecer isso e seguir em frente com você, mas não vai acontecer, se me ama tanto assim, sai, eu tô implorando a você.
Ele a guia até a porta, ela lutava contra, mas ele consegue a deixar do lado de fora, fecha a porta e fica de costas para a mesma.
Maria: Hiure abre essa porta ou eu a derrubo junto com você. Ameaça batendo na porta.
As palavras dela eram em vão, a porta não era o verdadeiro obstáculo alí, ela sabia que o lobo não a escutaria, a porta agora nada mais era que um mero objeto sem importância, aí ela lembra de algo que Wellington notou e ela não havia contado a ele.
Maria: Hiure abre, eu...
As palavras dela foram ditas calmamente e em tom baixo, chegaram em sussurro nos ouvidos do alpha, que ao ouvir escorrega de costas para a porta e cai de joelhos no chão, suas mãos vão na cabeça e as lágrimas ao chão, ele tinha indignação e tristeza na voz.
Hiure: vai embora Maria, isso não muda mais nada, devia ter me falado antes, por quê não falou antes!? Grita revoltado.
Maria: você já sabe, me deixa entrar, podemos conversar sobre nosso futuro.
Hiure: eu tô implorando pra você Maria, vai, por favor. Pede já se levantando.
A loba deixa a porta e vai para sua casa, o lobo se levanta com os punhos serrados, as garras fincaram na palma da mão dele, o alpha vai para uma das academias e se tranca por lá, sacos de aço para pancadas estavam aos montes guardados alí, ele os olha e caminha estalando os dedos.
A loba foi para sua casa e chorou no quarto sozinha, suas garras marcaram as paredes com profundos cortes.
Os treinos continuaram, Heitor teve a companhia de Ryan que o ajudou numa demonstração, Kaique pegou em sua casa as três antigas katanas que ele ganhou de Victor, a de tamanho médio ele deixou, mas as outras duas ele pôs na cintura e foi para fora, Nat o deixou para ir ver o irmão sendo instrutor, os dois coordenaram o treino dos três cães, Arthur não se adaptou ao método de severo da alpha, já Lúcio e Fernanda não tiveram tantos problemas; o cão lobo espadachim foi até onde Heitor treinava.
Ryan: vejam, este é o cão lobo mais forte de todos. Fala aplaudindo.
Os demais alunos acompanharam os aplausos que deixaram o Sabre momentaneamente sem jeito.
Kaique: é muito bom ser reconhecido por vocês, todos vocês foram alunos de Hiure, ele não vai demorar a dar aulas de novo, treinar nossa alcatéia é prioridade, mas hoje estou aqui para ajudar um membro de outra alcatéia.
Todos se confundem com as palavras do cão lobo, não fazia sentido algum.
Kaique: há meses, muito antes de sairmos de nossas terras, eu e meus irmãos começamos a treinar o homem que hoje é o mestre de vocês, não demorou muito para ele se destacar, ao ponto de substituir meu irmão caçula, mas apesar da perícia marcial, o forte dele é o uso de espadas e é por isso que agora eu o presenteio com minhas melhores espadas, dadas a mim pelo próprio Espadachim Divino, Victor me deu três lâminas, a você eu entrego duas, espero de coração que elas lhe sirvam bem. Fala estendendo as lâminas.
Heitor fica sem reação, tais presentes eram incalculáveis, ele não sabia o dia e dizer, mas reuniu algumas poucas palavras.
Heitor: eu... Não posso aceitar.
Kaique: o que? Vai fazer desfeita?
Heitor: essas espadas foram dadas a você pelo seu pai e mestre, não posso aceitar.
Kaique: pode aceitar sim, pega, é de coração.
Mercúrio estende a mão, mas se impede, ele olha com um sorriso convencido para Sabre.
Heitor: aceito se você for meu mestre novamente, nosso mestre.
Kaique: nem vem pirralho, eu não sirvo pra dar aula, isso é com Hiure, não comigo.
Heitor: ou nos treina ou eu não aceito o presente.
Kaique: pirralho do caralho, vamos logo com isso, pega de uma vez. Fala entregando a espada.
O Tenente Coronel retorna a casa e apanha suas duas espadas, ele então volta aos alunos e começa a dar aula.
Kaique: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e dez, tudo de novo, mais rápido.
Logo em seguida, Pérola surge em bom momento e auxilia com os reflexos de Heitor, ela ajudava se posicionando a uma certa distância dele, com suas pistolas e mira excelente ela atirava, saia balas eram simplesmente cortadas ou desviadas pelas lâminas do beta.
A cada número, um movimento era feito pelos noventa alunos, foi assim por duas horas, mas o treino é interrompido por uivos dos sentinelas.
Vaneska foi a casa da filha, a mesma não atendeu a porta, porém sua mãe entrou mesmo assim, pelo cheiro Vaneska achou sua filha, estava deitada em sua cama, logo a Valquíria nota a mãe e ao olharem nos olhos uma da outra elas se abraçam forte, Maria se agarrou firme a sua mãe que acariciava seu cabelo.
Vaneska: eu senti que você não estava bem, você e Hiure na verdade, o que houve filha?
Maria: ele... Nós estávamos na casa dele, íamos ter nosso momento, mas eu senti cheiro de outra mulher na casa, aí eu bati no rosto dele.
Vaneska: deu um soco?
Maria: um tapa.
Vaneska: Maria! Você sabe que ele...
Maria: eu sei, mas eu perdi o controle, mas o pior não foi o tapa, eu falei umas coisas, que no final não eram verdade, eu achei que ele e ela estavam... Eu falei que ele abandonou nosso filho por outra, mas ela só usou o quarto de hóspedes para passar a noite com Kaique.
Vaneska: minha filha, você não podia.
Maria: eu sei, mas eu surtei e era tarde demais, eu contei a ele e ele não mudou de idéia, pelo contrário, parecia ter ferido mais.
Vaneska: devia ter contado ontem, o que você vai fazer agora?
Maria: eu não sei mãe, não tenho ideia do que fazer, só tô pensando no meu filho.
A mãe abraça a filha novamente, as duas tinham uma conexão única, Vaneska transmitia seu cuidado e proteção a sua filha amada.
O uivo dos sentinelas foi ouvido pelo Tenente Coronel, Kaique logo olha para a direção do uivo, Heitor se posiciona ao lado dele.
Sabre: vamos!
Mercúrio: agora! Fiquem todos aqui.
Os dois então correm, Ryan logo surgiu, Pérola e seu pai também, Nat ao lado de Kaique e Bryan do lado dela.
Nat: o que houve?
Kaique: os sentinelas avistaram invasor.
Bryan: quem é doido de tentar isso?
Kaique: não sei.
Nat: pode ser seu irmão mais velho.
Ryan: impossível, os sentinelas são dezesseis no total, quatro, no norte, no sul, no leste e no oeste, cada um de uma alcatéia, podem não ser os mais fortes, mas são sensoriais altamente treinados.
Kaique: e nosso irmão é um Coronel do Sul, não seria confundido.
Pérola: como vamos fazer então?
Kaique: pra começar.
O Tenente Coronel uiva e late algumas vezes, o som foi ao longe e alcançou os sentinelas que avisaram.
Nat: o que foi isso?
Kaique: código sonoro.
Bryan: e o que você disse?
Kaique: que eu tô indo.
Os sete então saltam para onde estava havendo a invasão, eram dezenas, talvez uma centena, o Tenente Coronel toma a liderança de tudo.
Sabre: não quero fujões, Joe no alto, Pérola e Nat pela esquerda, Ryan quero você ajudando Joe, Heitor derrube os atiradores que mirarem no velho, Bryan vem comigo. Cada um segue o comando.
Indomável: vou fazer o que?
Sabre: vamos ser a linha de frente. Fala sacando a gladius.
Os dois brutos avançam ferozes, Joe aponta seu rifle e começa a atirar com mira exímia, cada tiro atingia um oponente em cheio, Nat nem ao menos tocou em sua espada, seus punhos e pernas eram suas armas, cada golpe fazia seus oponentes voarem, Pérola a cobria com duas pistolas, Mercúrio cortava as armas dos atiradores, as katanas eram de matéria sobrenatural e por isso ele podia usar toda sua força nos golpes, Sabre e Indomável atropelaram e cortavam tudo.
Pérola: kriegshund!!! Grita avisando todos.
Perseguidor esquece a clemência e trata de dar tudo de si em cada golpe, mesmo não sendo lutador, não havia um oponente que o parasse, um dos inimigos sacou uma espada, era um tanto baixo, mas tinha um corpo massivo e forte, cabelo preto e olhos rubros.
Sabre: esse é meu!
O cão lobo salta em troca de golpe.
????: um jovem espadachim, será que é bom?
O cão lobo ri da provocação e saca sua segunda espada e um duelo começa, Mercúrio como sempre era rápido e preciso, balas não o atingiam, sua agilidade e velocidade eram incomparáveis, o cão que lutava contra Sabre grita do nada.
????: Pistoleiro!! Grita como aviso.
Um dos cães atende ao grito com um movimento simples, era um homem negro com dread tinha cebelo amarrado num rabo de cavalo, o cabelo era um pouco grisalho e um manto cobria seus ombros, de suas costas ele puxa um revólver e mira no beta que nota o perigo.
Pistoleiro: parado aí, beta.
Mercúrio fica sem ação, uma arma o parou, não conseguia acreditar, as duas alphas se divertiam, foram cercadas e acabaram de costas uma para a outra.
Pérola: e aí loira, você é filha do Connor né? Prazer, sou a filha do Joe.
Nat: prazer, sou Natasha Mac Saileach.
Pérola: que sotaque forte, Rússia?
Nat: sim ruiva.
Pérola: sou morena na verdade, mas ruiva é legal, a loira e a ruiva, o que tá achando?
Nat: monótono.
Pérola: bebe?
Nat: claro.
Pérola: já gostei de você. Fala atirando.
O cão lobo nem levou o duelo tão a sério, seu oponente era bom e experiente, mas o jovem alpha era mais versátil e por isso ele tinha vantagem, um corte do invasor foi dado pela lateral, mas a lâmina japonesa do cão lobo a bloqueia e a romana corta profundamente o punho do kriegshund e o mesmo solta a espada, o Tenente Coronel o derruba com a espada e aponta as duas para a cabeça e o peito do invasor.
????: me mata que ele mata o garoto.
Só nesse momento o cão lobo notou que Mercúrio estava sob a mira de uma arma, o beta estava imóvel, a tensão estava no ar, todos estavam parados, até que um tiro chama a atenção de todos, Joe caminhava no meio de todos ali, ele se aproximou de Kaique.
Joe: chega, já basta.
Kaique: invadiram, três pirralhos eu suporto, mas uma tropa de cães não, vão todos ser executados! Rosna em ordem.
Joe: perdendo pra um moleque? Você envelheceu mesmo. Zomba com riso debochado.
????: Você entende bem de envelhecer vergonhosamente, não entende Joe? Responde provocativo.
Todos ficam sem entender, o velho lobo conhecia os invasores.
Joe: este é Davi o Demônio da espada.
Kaique: não pareceu tão demoníaco.
Joe: pra alguém como você, mas antigamente ele era um dos melhores do bando do Viajante.
Kaique: ele fez parte?
Davi: fiz sim, eu era novato na época, fiquei pouco tempo, eu tinha dezoito quando ele morreu, Apolo também fez parte. Fala apontando para o cão que mirava o beta e se levantando.
Joe: Apolo o Pistoleiro, eles são os pais dos três cães que o Salazar está treinando.
Apolo: o Salazar está aqui!? Com as crianças!?
Joe: se segura, ele está com a gente, Connor garantiu que ele era um infiltrado no bando do Robert, Wellington mesmo já o aceitou aqui.
Davi: já se passaram tantos anos, Connor e Wellington, não pensei que os veria de novo.
Joe: depois da morte do Alpha, todos nós nos separamos, eu tenho uma filha agora.
Apolo: de Selvagem pra pai doméstico? Que mudança.
Joe: jura? Por que não me dá a mão? Pergunta estendendo a mão direta.
Apolo: você notou. Rosna.
Joe: o Pistoleiro perdeu o braço direito, lá se vai seu tiro certeiro.
O kriegshund saca sua arma e atira na direção de Joe e bala fere a orelha do veterano.
Joe: ou não, foi mal.
Bryan: a briga acabou? Eu nem comecei a suar.
Nat: foi fácil demais, nem teve adrenalina.
Davi: uma russa em Minas? Da pra ser mais confuso?
Joe: ela é filha do velho Connor, cuida da sua língua.
Pérola: amigos seus papai?
Joe: eram calouros na época, mas fazem quase trinta anos.
Ryan: e essa tropa?
Davi: metade são sobreviventes da minha matilha, o restante são cães que se uniram a mim, são cento e quinze no total.
Apolo: onde estão as crianças?
Joe: alí. Fala apontando para a direção do campo de treino, os cães então correm na direção dos filhos e seus latidos ecoam pelo campo e são ouvidos pelos três, os jovens ouvem na mesma hora e correm para os pais, os gêmeos abraçam Davi e Lúcio abraça Apolo.
Davi: crianças vocês estão bem? Fala os abraçando apertado.
Fernanda: pai você está aqui, vocês estão bem?
Arthur: e a matilha pai?
Davi: metade não sobreviveu, mas conseguimos novos irmãos sobreviventes.
A enorme matilha se reuniu e foram apresentados aos Quatro Grandes, Wellington, Helmar, Lois e Sofia logo reconheceram todos, Connor também surge na comemoração.
Davi: é muito bom rever velhos irmãos. Fala estendendo a mão para o Bravo.
Wellington: estão em casa. Fala o abraçando fraternal.
Connor: achei que um velho feito eu não veria as crianças novamente.
Apolo: as crianças agora são os coroas e é muito bom te rever Connor. Fala abraçando o veterano.
Uma pequena comemoração foi feita, logo eles se instalaram no acampamento, os cães feridos foram tratados pelos filhos de Liz, o dia passou rápido e poucos notaram algo estranho, Hiure e Maria não foram vistos o dia todo.
Bryan: onde está o casal maravilha?
Kaique: não é da minha conta, eles não estão bem e sugiro que fique longe.
Bryan: o que houve? Estavam bem ontem.
Nat: eles brigaram feio.
Bryan: eu ouvi e bastante até.
Pérola: Nat, e nossa dose?
Nat: agora, mas quero algo brasileiro.
Pérola: vamos gente, vamos beber um pouco.
Ryan: cachaceira pra caralho.
Pérola: vai pra merda caçador, umas doses não matam ninguém e já que ela quer algo brasileiro, que tal a clássica cachaça de Minas?
Bryan: a melhor que eu já bebi, vamos.
Eles vão até a casa de Pérola e se instalam na cozinha, cinco garrafas foram abertas e esvaziadas em poucos minutos, a lua já ia nascendo quando o americano decide ir.
Bryan: vou pra toca, valeu a bebedeira, até. Fala se despedindo.
Os dois irmãos e as duas alphas continuam alí bebendo.
Pérola: esse Bryan, quem diria que eu ia beber com ele? Há pouco tempo atrás eu tentaria matar ele, as coisas mudam mesmo.
Ryan: não é? Nada é como antes.
Kaique: ainda bem, de pouco a pouco a maré está ao nosso favor.
Nat: que continue assim arrogante. Fala servindo uma dose a Kaique.
O americano caminhava calmamente, até que ele fica a frente da cabana de Pelo Negro, uma idéia de perguntar o que houve surge em sua mente e ele entra na casa, sons de metal eram ouvidos vindo do subsolo, ele desce as escadas e vê o lobo castigando uma massa de aço com os punhos, socos de pura fúria descontrolada, até que as correntes não aguentam e a massa é jogada longe.
Hiure: o que tá fazendo aqui, Indomável? Pergunta levemente ofegante.
Bryan: você sumiu o dia todo, perdeu a pancadaria de hoje cedo.
Hiure: grande coisa, se era só isso, pode ir. Fala pegando outra massa e posicionando.
O primeiro soco do alpha abala o alvo, mas o lobo para ao ouvir os passos de Bryan em sua direção.
Bryan: tão arrogante do seu karatê e tá aí, dando porrada feito um amador irritado.
Hiure: eu não tô pra brincadeiras hoje Bryan, só cai fora.
Bryan: e vai ficar aqui até quando? Até ela voltar correndo para seus braços?
Hiure: para, aviso final.
Bryan: faz um favor pra você mesmo, para se vitimizar e olha ao redor nanico, com ou sem ela você continua vivo e pode achar outra pessoa par... Fala sendo interrompido por um soco que atinge seu queixo.
O americano cambaleou para o lado duas vezes, o sangue de sua boca ele limpou com o antebraço.
Bryan: eu vim ajudar.
Hiure: eu não pedi ajuda de ninguém, muito menos sugestões suas de como seguir em frente.
Bryan: eu vim aqui como amigo, mas realmente não dá pra eu e você termos um relacionamento calmo. Fala devolvendo o soco e jogando o lobo contra a massa de aço e a arrancando no processo.
Pelo Negro se levanta com os olhos rubros, suas garras são sacadas e ele se põe em guarda que era uma mistura de arte marcial com estilo selvagem, o Coronel avança feroz e golpeia o rosto do Indomável com suas garras, o mesmo acerta um soco no abdômen do oponente que é abalado, Pelo Negro mesmo com dor, desfere um golpe das garras nas costelas do americano, que em resposta segura o brasileiro pelo pescoço e desfere um direto que o joga contra a parede, Indomável então se transforma, suas roupas caem no chão, suas presas e garras eram gigantescas, seus músculos titanicos demonstravam enorme poder destrutivo, sua crinos era incomum, 2,40 m, o Coronel não se contém e solta a glabro, 1, 95 m, o Coronel salta pra cima do inimigo a sua frente, a força era incomparável, Indomável era muito mais forte e fez questão de demonstrar, um de seus socos atingiu o seu oponente franturando seu crânio e o fazendo cair em dor.
Indomável: todo aquele papo furado de auto controle e técnica marcial, tudo merda, você abandona todo esse lixo quando se irrita. Fala se aproximando.
O Coronel se levanta em impulso e atinge um chute em cheio na boca do gigante a sua frente.
Pelo Negro: eu te falei que não estou bem, devia ter ficado fora daqui seu brutamonte idiota. Fala caminhando com as enormes garras de fora.
O americano tenta um soco direto, mas o Coronel salta e retalha o braço dele até o osso, nesse salto ele foi parar nas costas do gigante e estas foram dilaceradas por golpes precisos, Indomável o chuta para o outro lado da sala, as massas que o Coronel destruiu foram jogadas contra ele mesmo, ele desvia em rolamento da primeira e consegue cortar a segunda, mas a terceira o atinge no rosto, o gigante surge rapidamente e o soca contra o chão, uma, duas, três vezes, ossos fraturados e sangue para todo o lado, o americano dá as costas e se apoia na porta.
Indomável: tampinha miserável! Rosna em dor pelos cortes.
Um som de ossos estalando o faz olhar pra trás, Pelo Negro se levantou e realocava seus ossos, sua cura lhe mantinha de pé como nunca antes.
Pelo Negro: você bate bem, mas já matei gigantes maiores na forma humana, cai dentro infeliz! Rosna em fúria.
O Coronel avança com brutalidade explosiva, suas garras retalharam o abdômen do oponente assim como o joelho direito dele, um soco atinge o queixo do brasileiro, porém este revida com o mesmo golpe, o gigante foi posto sob um joelho e Pelo Negro tinha uma postura curvada e ambos estavam ofegantes, as garras de Pelo Negro são preparadas e postas em ação, seria uma estocada, mas sons de tiros reprimidos surgem, os olhos do americano se arregalam em surpresa e ele cai de frente, em suas costas se viam o que deveriam ser doses de tranquilizantes, o Coronel nem teve reação e também é atingido, sua consciência lutou por alguns segundos, tempo para ver quem atirou.
Joe: foi mal aí garoto, mas eu tive que fazer isso.
Ele olha para a porta e vê Pérola com um rifle nas mãos.
Pérola: oi cachorro, sou eu a ruivinha, eu acertei você. Fala acenando.
O lobo então cai em sono forçado.
O Coronel acorda confuso, seu corpo estava imobilizado, suas mãos e pernas estavam presas por algemas que cobriam suas pernas e antebraços completamente, ele força para quebrar, mas sem sucesso, uma porta se abre e três pessoas entram, Priscila vestia um jaleco, acompanhada de Joe e Pérola.
Hiure: usando prata em mim? Que porra você tá pensando?
Priscila: na sua segurança e na minha, óbvio, não queria te ver sem precauções.
Hiure: seus dois guarda costas não são o suficiente?
Joe: vai com calma moleque.
Hiure: não é você que tá preso feito bicho!
Priscila: pode se acalmar?
Hiure: não, me solta agora!
Priscila: ainda não!
Hiure: eu sou seu Coronel e tô mandando você me soltar!
Priscila: primeiro me ouve, juro que te solto, por favor Hiure.
O Coronel para suas exigências e aceita o pedido de Priscila e a mesma começa a falar.
Priscila: isso tudo foi uma experiência, nós estávamos estudando novas ervas.
Hiure: quer dizer que sou um rato de laboratório!?
Pérola: um lobo na verdade. Zomba em provocação.
Priscila: para Pérola. Hiure você teve uma crise de raiva e até onde eu sei você nunca teve isso, estou certa?
Hiure: nesse nível não, nunca.
Priscila: uma das ervas que nós descobrimos é antiga, no latim significa Tomba Lobo.
Hiure: um tranquilizante licantropo, ótimo, isso pode ser incrível pra você ou Liz, mas eu sou um lutador e não ligo pra ciência.
Pérola: se você calar a boca e começar a ouvir vai entender.
Hiure: sua... Fala de uma vez Pri.
Priscila: nós conseguimos extrair com perfeição a essência da planta, o que dá pra fazer em uma bala é uma dose inteira, a mesma é bem potente.
Pérola: talvez o suficiente pra derrubar um cão do inferno alpha em plena fúria.
Hiure: e daí?
Joe: eu usei vinte dessas balas para derrubar Bryan que estava na forma mais poderosa e feroz de todas, vinte tiros o derrubaram.
Hiure: faz sentido.
Pérola: eu te acertei com quatorze e ainda assim você não caiu de uma vez como Bryan.
Hiure: quatorze!?
Joe: entendeu né? A crinos é o dobro da glabro, sendo assim você precisaria de trinta tiros se estivesse nessa, notou moleque?
Hiure: entendi sim e onde está o Indomável?
Priscila: ele já está acordado, acordou faz poucas horas, vocês caíram faz treze horas, nós faremos alguns testes com ele apenas e você pode ir.
A doutora o solta e ele acaricia os pulsos que foram feridos pela força que ele empenhou.
Hiure: você atirou em mim velho?
Joe: não, mas te prendi firme nessas algemas aí.
Hiure: beleza.
O jovem alpha fingindo distração solta um soco que atinge o velho o fazendo atravessar duas paredes em vôo e impacto severo.
Pérola: o que você fez seu...
Hiure: devolvi a altura, não posso te acertar, mas o seu pai é homem.
O Coronel foi até o veterano que gemia do golpe severo que levou.
Joe: soco forte, tá pegando quanto?
Hiure: duas e setecentos.
Joe: tá forte pirralho.
Hiure: dessa vez eu peguei leve, se me aprontar outra dessa eu vou usar a crinos. Fala já em saída.
O velho lobo se levanta de uma só vez, estalava as costas e o pescoço.
O Coronel sai pisando pesadamente e muito irritado, Pérola o seguiu correndo.
Pérola: cachorro, você quer conversar?
Hiure: não Pérola, a última coisa que eu preciso agora é falar.
Pérola: eu sei que tem haver com Maria e você.
Hiure: eu não quero falar, não é como se você tivesse experiência de...
Pérola: com namoro?
Hiure: não, eu não quis dizer isso, eu só não tô com cabeça.
Pérola: se quiser me falar o que está acontecendo eu posso ajudar.
Hiure: o que todo mundo pensa!? Eu tô puto e não quero falar, eu só quero ficar em paz e quieto na minha, só me deixa quieto. Fala deixando a presença de Pérola.
O lobo foi a sua casa e se sentou em um banco em sua cozinha, passos são ouvidos e ele se vira em fúria.
Hiure: eu falei que não quero... Nat?
Nat: posso?
Hiure: poxa Nat, eu queria solidão.
Nat: você não é um lobo solitário, além disso se me expulsar eu te arrebento. Ameaça firme.
O lobo aceita e ele se senta e oferece um lugar para a alpha amiga.
Nat: eu quero pedir desculpas por tudo.
Hiure: não Nat, você não teve culpa, ela que foi teimosa, eu também fui, nós dois não demos chances, eu devia ter me controlado e ela devia ter acreditado em mim. Fala triste.
Nat: acho que vocês vão terminar isso tudo na cama.
Hiure: não, dessa vez é diferente, foi muita coisa e... Ancestrais como eu a amo aquela loba teimosa. Fala em choro.
Nat: viu só? Vocês vão voltar.
Hiure: não Nat, nós prolongamos o que já havia acabado e agora eu sei que não tinha mais jeito. Fala olhando a alpha nos olhos.
Na casa de Maria, sua mãe a visita pela manhã, ela estava na sala deitada, estava abatida com tudo aquilo.
Vaneska: você comeu filha?
Maria: não mãe, eu não tô com fome, onde está meu filho?
Vaneska: ficou com Wellington.
Maria: por que com ele?
Vaneska: Hiure e Bryan brigaram e foram derrubados por Joe e Pérola.
Maria: Pérola é?
Vaneska: e Joe, vamos filha, você precisa se erguer, essa não é a Valquíria.
Maria: ele errou mãe, eu não tinha como adivinhar nada. Se explica.
Vaneska: mas você também não deu chance de qualquer explicação dele.
Maria: vai ficar do lado dele?
Vaneska: não estou do lado de ninguém, vocês dois erraram feio um com o outro, mas não são mais adolescentes, você contou a ele?
Maria: contei, mas parece que isso o feriu ainda mais.
Vaneska: agora é você melhorar e ele se acalmar, isso não é algo que ele pode ignorar, não é do feitio dele.
Na casa do lobo.
Nat: e ficou por isso mesmo?
Hiure: pedir pra ela sair daqui foi contrariar tudo o que eu sinto, tudo o que eu vivi com ela, mas a pior parte foi quando ela estava do lado de fora.
O alpha mergulha em suas lembranças da manhã passada.
Hiure: eu amo você Maria Júlia, o que eu mais quero é ter uma amnésia enorme e esquecer isso e seguir em frente com você, mas não vai acontecer, se me ama tanto assim, sai, eu tô implorando a você.
Ele a guia até a porta, ela lutava contra, mas ele consegue a deixar do lado de fora, e fecha a porta e fica de costas para a mesma.
Maria: Hiure, abre essa porta ou eu a derrubo junto com você. Ameaça batendo na porta.
As palavras dela eram em vão, a porta não era o verdadeiro obstáculo alí, ela sabia que o lobo não a escutaria, a porta agora nada mais era que mero objeto sem importância, aí ela lembra de algo que Wellington notou e ela não havia contado a ele.
Maria: Hiure abre, eu decidi ir com você, vamos sair de Lupina, eu largo tudo, abre por favor! Grita batendo a porta.
As palavras dela foram ditas calmamente e em tom baixo, chegaram em sussurro nos ouvidos do alpha, que ao ouvir escorrega de costas para a porta e cai de joelhos no chão, suas mãos vão na cabeça e as lágrimas ao chão, ele tinha indignação e tristeza na voz.
Hiure: vai embora Maria, isso não muda mais nada, devia ter me falado antes, por quê não falou antes!? Grita revoltado.
Maria: você já sabe, me deixa entrar, podemos conversar sobre nosso futuro.
Hiure: eu tô implorando para você Maria, vai, por favor. Pede já se levantando.
O Coronel retorna de suas lembranças, lágrimas gotejavam no balcão, Nat logo entende tudo.
Nat: vocês dependiam dessa resposta não é?
Hiure: se ela tivesse dito antes eu...
Nat abraça o ombro do amigo que não demonstrava toda aquela marra e ferocidade de sempre.
Hiure: desculpa Nat, eu devia me controlar. Fala enxugando as lágrimas.
Nat: tá tudo bem Hiure, todos nós ainda temos o lado humano.
Hiure: eu sei, eu tento ser forte pois tem gente que depende de mim, preciso ser mais, não um novato prodígio, Pelo Negro é um símbolo, mas apesar de eu ser chamado de monstro ou fera, eu ainda sou de carne, osso e um coração, mesmo eu ainda choro, seja pela minha mãe, outras perdas para a morte, Maria ou nossa situação de guerra, tudo isso dói.
Nat: vai melhorar, mas o que vai fazer em relação a Maria? Ela ainda é mãe do seu filho.
Hiure: eu não sei russa, eu não sei...
Com indecisão e lágrimas o lobo se perde em pensamentos, não sabia o que pensar ou como agir, seu coração dava uma ordem, mas sua mente dava outra, um conflito feroz se prolongava aumentando a dor, a loba sofria com tudo aquilo, só pensava no filho, não podia perder todo o carinho que Ítalo lhe dava.Continua...
Bagunçaaaaaa! Esse capítulo tá planejado há meses, aí está, postado com antecedência pra quem estava curioso, espero que tenham gostado tanto de ler quanto eu gostei de escrever, compartilhem ao máximo, isso ajuda não só na divulgação como na auto estima de quem escreve, espalha o livro, agradeço a leitura, valeu mesmo!!!
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Presas e Garras
WerewolfEm uma cidade do Rio de Janeiro chamada Lupina existem quatro alcatéia dominantes, a cidade foi dividida pelos antigos Alphas, na alcatéia do Sul vivem os quatro jovens principais, Rodolpho, Ryan, Kaique e Hiure eram mais do que amigos, verdadeiros...