Uma figura surgiu em meio a tempestade, no alto de um dos morros Hiure a encontra, ele ataca sem sucesso e é ferido, mas não o abalou, seu ataque mais violento foi solto, mas no último instante ele desvia o curso do golpe e destrói uma árvore.
Hiure: o que uma bruxa faz aqui!?
A figura retira o capuz e se revela como uma jovem mulher de rosto delicado.
?????: eu não sou bruxa, me chamo Arwen, Princesa Arwen. Fala o olhando nos olhos.
Hiure: princesa? Indaga desconfiado.
Arwen: isso, sou Princesa Arwen.
Hiure: por que tá aqui?
Arwen: eu vim pacificamente, conheço dois lobos que estão aqui.
Hiure: vamos sair dessa tempestade, espero que entenda que não posso confiar em você.
Arwen: entendo sim.
Ele salta do morro, suas garras retardaram a queda e ao chão ele chega, o trio se escondeu debaixo das árvores aguardando o mestre.
Arthur: achou o que era?
Hiure: achei, não vão acreditar.
Nesse momento a princesa surge envolta de raízes que a deixam suavemente no chão, o trio fica tenso com olhos rubros a mostra, prontos para atacar.
Hiure: esperem, ela está sob um voto de confiança, conhece lobos daqui e é da realeza.
Fernanda: que legal.
Hiure: alteza, esses são Lúcio, Fernanda e Arthur, meus alunos.
Arwen: alunos? Você dá aula?
Arthur: ele nos treina. Corrige sério.
Lúcio: espera aí, realeza? Só eu que tô confuso.
Hiure: é mesmo, é princesa de onde?
Arwen: sou a princesa do povo druida.
Hiure: o que!? Povo druida? O povo que treinou Rodolpho?
Arwen: como sabe disso?
Hiure: longa história, quer ver ele não é?
Arwen: sabe onde ele está?
Arthur: claro que sim, Hiure é irmão dele.
Arwen: Hiure? Você é Hiure? O irmão caçula?
Hiure: sou sim, me conhece?
Arwen: ele sempre falava de você, dos três, não te reconheci, a foto que ele me mostrou deve ser antiga.
Hiure: uma de nós quatro num campo aberto?
Arwen: é.
Hiure: tem poucos meses na verdade, mas enfim, vou levar você até ele, vamos?
Arwen: claro, foi um prazer conhecer vocês três.
Arthur: igualmente alteza.
O Coronel desce junto da princesa, debaixo de uma chuva feroz ele a leva até a casa do irmão mais velho, na porta ele bateu apressado.
Rodolpho: vai derrubar a porta se... Grita abrindo a porta e se surpreendendo.
Hiure: acredito que é pra você. Fala se referindo a Arwen.
Rodolpho: Arw... Arwen?
Hiure: devem ter assuntos, vou deixar vocês a sós.
Arwen: obrigada pela ajuda.
Hiure: de nada princesa. Fala se retirando.
O Coronel segue rumo a sua tropa e os deixa para falarem entre eles.
Rodolpho: entra por favor.
Arwen: obrigada.
A princesa entra na casa e fica admirada com a beleza simples do lugar.
Rodolpho: Arwen, por que veio aqui?
Arwen: achei que tinha pedido pra me chamar de Laíza.
Rodolpho: desculpa Laí, é que já faz um tempinho e achei que poderia chateada comigo.
Laíza: o que te faz pensar que não estou?
Rodolpho: está?
Laíza: você foi embora Rodolpho, me beijou e em seguida se foi, como achou que eu ficaria?
Rodolpho: eu fui egoísta, só pensei em mim, nem me preocupei em te perguntar se era o que você queria.
Laíza: entendeu errado.
Rodolpho: como assim?
Laíza: foi egoísmo, mas não pelo motivo que você acha.
Rodolpho: então o que foi?
Laíza: seu egoísmo foi achar que só você queria.
O lobo fica sem palavras quando ouve aquilo de maneira tão direta.
Rodolpho: e foi por causa disso que você veio até aqui?
Laíza: também.
Rodolpho: quer sentar e me contar tudo?
Laí: sim, claro.
Eles se sentam no sofá um ao lado do outro e a princesa submerge em memória de um dia antes.
A cidade dos druidas era segura de novo, mas ainda assim faltava algo, a princesa sentia uma saudade sem ao menos entender, mas isso não deixou de ser notado por sua amiga.
Flora: tá tão pensativa de uns tempos pra cá, no que tá pensando?
Arwen: tem algo errado.
Flora: como assim?
Arwen: não sei dizer, é uma angústia persistente e incomoda.
Flora: algo como saudade? Pergunta já entendendo tudo.
Arwen: é, como você sabe?
Flora: melhores amigas, nos conhecemos desde sempre, o lobo te beijou e vazou, o que mais?
Arwen: como descobriu!? Pergunta surpresa.
Flora: tava na cara, a avó dele ajudou e eu dei um empurrãozinho. Fala sorrindo e piscando o olho.
Arwen: por que fez isso!?
Flora: pra resolver toda aquela tensão entre vocês, tava muito óbvio.
Arwen: tava?
Flora: você admite que tinha!? Pergunta rindo.
Arwen: você é insuportável. Reclama em meio a risos.
Flora: agora é sério, sente falta dele?
Arwen: sinto, muita falta mesmo.
Flora: então tá esperando o que? Você sabe onde ele está, vai logo garota!! Incentiva confiante.
Arwen se distancia e para no caminho, volta e abraça a amiga bem apertado e se vai até o palácio falar com o pai.
Arwen: pai, eu tenho uma coisa pra falar com o senhor.
Pã: o que foi?
Arwen: eu vou sair.
Pã: não!! Impõe severo.
Arwen: como assim!? Pergunta incrédula.
Pã: a lei suprema do sobrenatural foi quebrada, o mundo é um lugar muito mais perigoso para nós agora.
Arwen: sempre foi pai, sempre nos escondemos, essa é a nossa chance de sermos livres.
Pã: de sermos odiados e caçados também!! Será uma caça ao sobrenatural!!
Arwen: o senhor não sabe disso.
Pã: olhe as notícias filha, os humanos não aceitaram, não conseguem viver em paz nem entre sua própria raça, o que te faz pensar que será diferente com a nossa?
Arwen: os tempos mudam pai.
Pã: e a humanidade muda também, mas para pior, eu te proíbo de sair.
Arwen: eu sempre fui uma boa filha, mas pela primeira vez eu vou te desrespeitar, é a minha vida. Fala dando as costas.
Pã: Arwen não se atreva a me desobedecer!! ARWEN!!! Grita a chamando.
A princesa nem ao menos olhou para trás, os guardas tentaram impedir, mas nada puderam fazer, ela era a princesa e além disso era poderosa demais pra ser impedida, da barreira mágica ela passou e logo tomou o caminho rumo ao acampamento dos lobos.
Arwen retorna de suas lembranças e Rodolpho ficou sem reação alguma durante toda a história, ele se levanta e passa a mão no rosto.
Rodolpho: não corremos risco de um exército de druidas virem nos atacar não é?
Laíza: não, ele nem sonha que conheço esse lugar.
Rodolpho: mas ele vai cogitar, sou o único de fora por quem você iria procurar num momento desses.
Laíza: desculpa trazer mais dor de cabeça.
Rodolpho: nada disso, não pense assim, tá tudo bem.
Laíza: precisava ver você, nosso último contato foi incomum eu diria.
Rodolpho: eu fiquei duvidoso se te beijava ou não, nossas vidas são diferentes e distantes demais.
Laíza: tá falando do que?
Rodolpho: você é a princesa de um povo mágico antigo e eu um lobo com problemas, uma guerra pra ser mais exato.
Laíza: e não foram esses problemas que te levaram até mim?
Rodolpho: vendo por esse ângulo. Fala inclinado as palavras da princesa.
O lobo se aproxima dela e levemente toca o rosto delicado da princesa que se deixa levar e por fim eles se beijam apaixonados, mas não passaram disso, ele a deixa dormir na cama dele enquanto ele dorme no sofá, em outra casa estava outro casal, Kaique e Nat desfrutavam de um momento calmo e romântico, assim como Hiure e Pérola que se deitavam juntos enrolados numa manta olhando para a janela que trazia a visão da chuva forte com direito a raios e trovões.
A manhã veio, por fim o clima dava indícios de volta ao céu limpo e sol forte, mas os quatro Grandes, Jocelina, Rodolpho e Arwen.
Helmar: então uma suposta princesa simplesmente apareceu aqui? Provoca.
Jocelina: ela é sim!
Wellington: e veio aqui pelo garoto?
Lois: ela é perigosa?
Rodolpho: não, ela só veio me ver, como tio Wellington perguntou.
Victor: ela não parece ser uma ameaça, pra mim não tem problema algum.
Helmar: está certo, ela parece sincera nas motivações, mas e quanto ao povo dela?
Jocelina: o que tem?
Helmar: virão atrás da princesa deles, não há dúvidas.
Arwen: meu pai proibiu qualquer elfo de sair do reino por medo dessa nova era, meu pai não vai por seu povo em perigo, ele não é esse tipo de homem.
Lois: mas você é filha dele.
Arwen: e cometi traição ao desobedecer um decreto real, lei é lei, sou desertora, mas quero ajudar, se permitirem.
Lois: você tem o nosso voto de confiança, mas não espere luxo ou regalias, aqui você tem o dever de ajudar e fico feliz com sua disposição.
Arwen: e onde posso começar?
Helmar: leva ela pra conhecer os outros figurões, assim ela conhece o lugar, as pessoas e os ofícios.
Victor: fique a vontade menina.
Arwen: vocês dois são cegos?
Victor: isso foi um vampiro numa guerra. Fala tocando a lesão.
Helmar: isso me rendeu o apelido de Caolho, foi coisa do Loiro.
Arwen: tem algum lobo mutilado?
Lois: o que?
Arwen: estou desenvolvendo uma magia que ajuda quem já perdeu partes do corpo.
Wellington: conheço um grandalhão sem braço e um sem mão. Fala zombando.
Lois: Felipe e Salazar. Fala rindo.
Rodolpho: se esta tudo certo eu e ela vamos, tudo bem?
Victor: vão nessa, bem vinda princesa...
Arwen: Arwen, meu nome é Arwen.
Victor: tudo bem, bem vinda senhorita Arwen. Fala sorrindo simpático.
Os dois saem de braços dados, o restante os observa sair, Lois olha pra antiga professora.
Lois: eles dois...
Jocelina: aos poucos estão percebendo, olha eles dois.
O Coronel leva a jovem pelos campos, seguiram até os povos aliados dos Medeiros, os três líderes sacis e o líder curupira são avistados.
Rodolpho: eu gostaria que vocês conhecessem...
Todos em uníssono: princesa Arwen!!!?
Rodolpho: como vocês sabem?
Carvalho: alteza, é um prazer te ver tão crescida. Fala reverenciando.
Statera: de fato, é uma honra.
Arwen: como me conhecem?
Bonum: da última vez que te vimos era um pequeno bebê.
Vehementi: mas só vimos uma única vez, nem sabíamos que o pé virado havia te visto também.
Carvalho: Pã nos convidou em dias diferentes pois estávamos brigados na época.
Rodolpho: agora faz sentido.
Arwen: se é assim então é um prazer rever todos, embora eu não me lembre. Fala rindo.
Os quatro riem junto e eles mostram onde ficavam seus povos e em seguida eles continuam, chegaram até a divisão de ciência e medicina.
Rodolpho: essa aqui é a oficina que concerta e cria peças para os quebrados.
Arwen: suponho que você já deve ter feito muitas visitas.
Rodolpho: nem tanto, mas Hiure já, várias vezes.
????: sempre me dando trabalho.
Fala assustando a garota.
Rodolpho: tia Lis, a senhora assustou ela.
Elizabeth: essa é a visitante de quem meu irmão falou, não é?
Arwen: irmão?
Rodolpho: Victor.
Arwen: são irmãos!? Eles nem se parecem.
Elizabeth: somos irmãos de criação, filhos adotivos na alcatéia do nosso falecido pai.
Arwen: meu pai me falou de algo assim, um rival de Antônio, não é?
Elizabeth: isso aí, ainda temos Marcos e Felipe também.
Arwen: esse Felipe é o que devo ajudar?
Rodolpho: isso aí.
Outras duas figuras surgem, um filho de Elizabeth e Priscila.
Rodolpho: essa é minha prima Priscila e esse é um dos mil filhos de Elizabeth.
Arwen: sua prima que leg... mil filhos!?
Elizabeth: adotivos, eu e meus irmãos adotamos e treinamos lobos órfãos, criamos como nossos filhos.
Arwen: isso é lindo.
Priscila: quem é ela? É a princesa que Lis comentou?
Arwen: sou sim, mas pode me chamar de Arwen.
Priscila: muito prazer, quer entrar e dar uma olhada no que fazemos aqui?
Arwen: eu adoraria.
Elas guiam a jovem garota pelas instalações e a levam até a divisão de desenvolvimento de remédios.
Elizabeth: os curupiras ajudam muito essa divisão com a magia de planta deles, estamos uns três meses a frente do natural.
Arwen: eu posso ajudar.
Priscila: entende de plantas sobrenaturais.
Rodolpho: de todos os tipos na verdade.
Arwen: minha magia também tem relação com as plantas.
Elizabeth: estamos na potência máxima, Carvalho disse que essas são muito frágeis e sensíveis, o uso mais forte de magia iria fazer com que entrassem em colapso.
Arwen: deixa eu tentar.
A jovem druida se concentra de olhos fechados, estende suas mãos as deixando voltadas para as plantas, um brilho verde surge em seus olhos assim que saísse abertos, suas mãos ganham esse brilho e ele cobre todas as plantas, logo os brotos e as plantas já crescidas ficam no tamanho auge, em instantes tudo estava pronto para ser usado, as duas médicas não acreditam em seus próprios olhos.
Priscila: como?
Arwen: minha magia é diferente, mais antiga e profunda, mas admito que foi difícil, manter o nível exato de magia nessas plantas pequenas e nessa quantidade é complicado.
Elizabeth: ela diz isso, mas não expressou dificuldade alguma, você tem que vir trabalhar conosco!! Convida sem pensar duas vezes.
Arwen: eu!?
Priscila: seria maravilhoso. Fala sincera.
A princesa volta o olhar pra Rodolpho que confiram a com um sorriso contente e confiante.
Arwen: sim, aceito, só vou ver uns lobos que disseram pra eu ajudar.
Elizabeth: perfeito, aguardamos, sem pressa. Fala ansiosa.
Os dois voltam a caminhar, o sorriso não deixou os lábios da princesa que estava feliz por já poder ajudar.
Rodolpho: como vai ajudar eles?
Laíza: já falei, é uma magia que eu desenvolvi a pouco tempo, mas não pude fazer um teste adequado.
Rodolpho: é arriscada?
Laíza: toda magia é, não é letal, mas vou deixar tudo esclarecido aos dois.
Um som forte de urros é ouvido, batidas no chão eram sentidas levemente pelos dois.
Laíza: o que foi isso?
Rodolpho: isso? Foi aquilo ali. Fala apontando para uma parte mais baixa.
A princesa perde o fôlego ao ser surpreendida pela visão apontada, um número incontável treinava simultaneamente e em sincronia, a frente deles estava um único lobo, Hiure comandava tudo.
Laíza: ele falou que tinha alunos, mas achei que fossem os três que vi quando cheguei.
Rodolpho: não mesmo, aqueles são treinados a parte, mas estes são os principais, começou com duzentos e faz poucos meses, agora ele treina mais de dez mil, tem duas grandes alcatéias inteiras lá embaixo e os filhos de Felipe também.
Laíza: ele treina todos sozinho.
Rodolpho: não, tem três que o ajudam, mas não vejo nenhum... alí, a ruiva e o garoto do lado dela.
Laíza: ele treina os outros mestres?
Rodolpho: a ruiva é Pérola, namorada dele e o garoto é Heitor, irmão da Valquíria, o melhor aluno dele e membro da alcatéia também.
Laíza: eu soube dela, sinto muito, espera, membro? Ele não é filho daquele cara grande com o tapa olho?
Rodolpho: é, as alcatéias aqui são as do pai de Hiure o tio Wellington e a de Helmar.
Laíza: você e seu irmão são inacreditáveis.
Rodolpho: os outros dois também são, vou mostrar.
O lobo a guiou até outra parte do acampamento, um grupo fazia barulho, se podia ouvir o choque metálico das espadas, um se destacava, um rapaz alto de pele clara, numa mão uma espada e na outra um escudo, ele ditava o treino.
Rodolpho: aquele é Kaique treinando o grupo de espadachins dele.
Arwen se impressiona, eram muitos lobos e lobas em treino severo, mas ela tem sua atenção atrapalhada e apontada para o outro lado, a imagem tirou o fôlego, incontáveis lobos corriam nas formas hispo e lupina, só um estava na forma humana, o líder era um rapaz negro que guiava aquele grupo inacreditável.
Rodolpho: e aquele é Ryan guiando um exercício pra melhorar os passos de caça.
Arwen: o que é mesmo?
Rodolpho: é uma técnica pra caçar, consiste em aliviar o som dos passos, reduzindo o som e dando furtividade.
Arwen: verdade, não escuto muito os passos deles.
Rodolpho: vamos falar com eles. Convida.
Os dois descem e esperam uma brecha para falarem com os irmãos do Coronel.
Rodolpho: tem um tempo?
Kaique: sempre, epa, essa é a princesa de quem o pessoal falou?
Arwen: todos sabem que eu estou aqui?
Ryan: as novidades aqui correm mais rápido do que eu. Fala humorado.
Arwen: é um prazer conhecer vocês dois, sou a princesa Arwen.
Ryan: o prazer é todo nosso, sou o Tenente Coronel Ryan.
Kaique: e eu sou o Tenente Coronel Kaique.
Arwen: os quatro tem postos altos?
Rodolpho: é, Hiure e eu somos Coronéis e eles são uma patente a menos.
Kaique: somos preguiçosos demais pra querer mais responsabilidades. Confessa.
A jovem ri com o comentário, entende o que os tornava tão unidos.
Kaique: vai ficar?
Arwen: vou sim, os Alphas me deram permissão e eu já tenho um lugar em que vou atuar.
Ryan: vai trabalhar com quem?
Arwen: Elizabeth e Priscila.
Kaique: com titia? Que legal, nossos primos são bem capacitados, vai ver.
Arwen: primos?
Rodolpho: Kaique foi adotado como filho por Victor e Ryan por Marcos, mas continuam parte da alcatéia de tio Wellington.
Arwen: então seguem mais de um líder?
Ryan: todas as alcatéias reconhecem os Grandes Alphas como líderes, como os objetivos, virtudes, capacidade e morais são basicamente os mesmo não fica difícil.
Arwen: faz sentido, então são sobrinhos de Felipe também.
Ryan: sim, já conheceu ele?
Rodolpho: eu a estou levando até ele.
Kaique: pra quê?
Rodolpho: ela possui uma magia poderosa, ela pode ajudar ele e o Salazar.
Kaique: ele deve estar treinando com Nat, vamos?
Ryan: e eles?
Kaique: Criso pode cuidar dos meus e de uma ordem de treino, quero ver uma mágica verdadeira de perto.
Rodolpho: vamos então?
Kaique: eu vou até o Salazar e Ryan busca tio Felipe.
Ryan: beleza.
Os dois alí ficaram aguardando os que foram, em poucos minutos o lobo ouve aproximação, mas tinha mais gente do que deveria, os dois convocados estavam ali, assim como todos os Astros.
Rodolpho: o que é isso!?
Ryan: os pacientes e uma platéia.
Rodolpho: sério Kaique?
Kaique: eu o que? A idéia foi dele. Fala apontando para o irmão.
Os Astros foram apresentados a princesa, assim como os dois lobos mais velhos.
Felipe: agora que as apresentações foram feitas, o que exatamente você pode fazer por nós?
Arwen: eu desenvolvi uma magia que dará de volta o que foi perdido.
Felipe: eu não sou um perito em magia, mas sei que nada nessa vida vem de graça, tem um porém.
Arwen: tem sim, eu nunca a testei completamente, a dor vai além do insuportável, é mortal para o meu povo, tentei devolver um dedo e o paciente não aguentou nem um minuto.
Salazar: e se tratando de uma mão e de um braço inteiro, a dor vai ser potencialmente maior, certo?
Arwen: sim.
Felipe: seremos suas cobaias? É o que deseja, corpos pra fazer seu experimento? Fala se levantando irritado.
Salazar: acho que é isso mesmo. Concorda se levantando também.
Todos ficam surpresos com as reações de ambos os lobos.
Felipe: pois faça.
Todos em uníssono: O QUE!?
Salazar: eles caíram mesmo. Fala rindo.
Felipe: isso vai nos ajudar e te dar experiência, só explica como fará.
Arwen: além do risco de morte, tem o risco de não funcionar, já que nunca pude testar.
Felipe: melhor tentar do que ficar com um "se" na cabeça.
Salazar: exato, comece comigo, sou mais simples.
O lobo se sentou e a princesa pegou sua mão e começou a analisar.
Arwen: eu preciso ter todas as noções do que foi perdido, assim eu devolvo o mais próximo do original e corre menos riscos de rejeição por parte do organismo. Explica.
Ela então apanha o pulso direito e por um instante seus olhos se fecham, logo um brilho verde cobre suas mãos e o pulso do lobo, seus olhos transbordaram poder e algo penetra a pele do lobo, com a outra mão ele crava as garras no toco de árvore em que sentava, seus dentes se tornaram presas as quais ele lutava contra o crescimento, a dor foi percorrendo seu braço, era como ter tentáculos de aço com espinhos percorrendo seu braço é indo até a medula, logo o procedimento acaba e ele respiração fundo em alívio e cai de costas inconsciente, mas isso só durou alguns instantes, todos estavam perplexos e admirados com aquilo, o lobo olha para o pulso direito, raízes entrelaçadas formaram o que foi perdido, as raízes estavam ligadas por baixo da pele como fios, agora ele sentia uma queimação.
Arwen: os movimentos virão aos poucos e a dor sumirá no mesmo tempo.
Salazar: e quanto as transformações?
Arwen: ela faz parte de você, vai se transformar também e vai se curar também.
Salazar: então posso perder a mão de novo.
Arwen: não, se não me engano vocês podem recuperar quase tudo, mas não fazem ossos crescer, essa mão é como se fosse só carne, é assim que seu corpo a compreende.
Salazar: então ainda que ela seja cortada ou arrancada ela vai crescer de novo?
Arwen: sim, mas sugiro que espere, seu corpo precisa aceitar e acolher a novidade.
Salazar: isso é incrível, você é incrível minha jovem. Agradece feliz.
O lobo se levanta tocando a mão recebida, o sentido do tato estava ativo, ele podia mecher um pouco, um riso involuntario vem em seu rosto, Nat e Kaique sorriam pra ele, felizes com o resultado e o próximo se senta no mesmo lugar de Salazar, a análise foi mais demorada.
Felipe: terei a mesma força?
Arwen: como certeza.
Felipe: ótimo, quando quiser.
O lobo retira a camisa e ela vê a complexidade, seu braço foi arrancado próximo do ombro, ela toca a parte mutilada e repete o procedimento, os olhos rubros de Felipe surgem, seu punho ele serrou forte, demorou cinco vezes mais do que o procedimento anterior, o suor escorria da testa do lobo e por fim a princesa termina, Felipe permaneceu sentado por um tempo e se levantou, cambaleou duas vezes para o lado até que firmou bem o pé.
Hiure: o infeliz ficou esse tempo todo agonizando e só ficou zonzo.
Heitor: o apelido dele cai bem.
A princesa estava impressionada também, não acreditava na enorme resistência e no autocontrole que ele teve.
Felipe: estou sentindo, é inacreditável. Fala abismado.
Arwen: é real, tenha certeza disso. Fala feliz.
Todos aplaudiram e parabenizaram a princesa e os lobos e não demorou muito pra notícia se espalhar e todos os outros ficarem admirados também, cada lobo foi para suas respectivas posições e dessa vez não seria Hiure a dar aula ao trio e sim Heitor.
Lúcio: você vai nos treinar? Queremos Hiure e não uma versão menor dele.
Heitor: é verdade, não sou tão poderoso quanto ele e nem sei tanto quanto, mas eu sou o melhor que ele já treinou e tenho algo que ele não tem.
Arthur: que seria?
Heitor: a maior velocidade dentre todos aqui nesse acampamento.
Fernanda: Arthur já te acertou uma vez.
Heitor: e se eu quisesse o teria nocauteado antes dele fazer isso. Fala sorrindo confiante.
Lúcio: então vamos lá né? Não temos escolha.
Heitor: vocês tem sim, não sou Hiure, não vou insistir em quem não quer minha ajuda, nem mesmo queria estar aqui.
Arthur: então tá esperando o que pra vazar?
Arthur: um motivo além da minha vontade. Responde dando as costas e saindo.
Fernanda: o que você fez?
Arthur: ele não é Hiure!
Fernanda: Daniel e Pérola também não eram, mas nos ajudaram muito, ou esqueceu?
Heitor: só nesse argumento ela teve mais racionalidade do que vocês dois tiveram desde que eu cheguei.
Fernanda: pode desconsiderar as idiotices deles e nos ajudar?
Heitor: posso, mas não garanto a integridade física deles após o final do treino, já a sua é outra história.
Arthur: pode parar de dar em cima da minha irmã e começar o treino?
O comentário deixou o Astro envergonhado e a jovem irritada, mas o clima desapareceu com um questionamento.
Lúcio: se você é aluno de Hiure, não deveria ser um lutador?
Heitor: e o que te faz pensar que não sou?
Lúcio: você tem uma katana presa na cintura.
Heitor: sou um lutador, luto boxe, karate, jiu jitsu e krav maga, mas sou perito em espada.
Fernanda: ele é como Daniel.
Heitor: não, Daniel é um mestre de armas eu só uso espada mesmo, sou mais parecido com Pérola na verdade.
Fernanda: entendi.
Heitor: tudo esclarecido? Ótimo, que os jogos comecem.
O treino foi de combate e reflexo, Lúcio teve muita dificuldade e acabou se ferindo muito, Arthur se saiu bem, mesmo se ferindo, já Fernanda não foi ferida, Heitor parava os golpes antes de atingir a garota, o treino se perpetuou até o fim do dia, os três estavam exaustos e Heitor ofegante.
Lúcio: você também tem uma resistência fora do comum.
Heitor: pra vocês, tenho uma das menores resistências ao cansaço dentre os Astros, provavelmente a menor.
Fernanda: por isso a grande velocidade, pra poder acabar o mais rápido possível qualquer combate que seja.
Heitor: e pela falta de força bruta também, não sou um representante nesse quesito.
Lúcio: deve ter uma força considerável.
Heitor: uma tonelada e duzentos, isso não é nada perto dos outros, até Pérola que é assassina tem mais força, acho que uma e oitocentos.
Arthur: quem é o mais poderoso?
Heitor: não tenho idéia, nem deve haver, mas eu diria os quatro irmãos, Nat, Bryan e Daniel, esses aí são os que se destacam mais.
Lúcio: os Astros são tipo um exército de onze soldados.
Heitor: algo assim, mas não é só isso, somos tudo o que os soldados admiram e querem ser, por isso temos que ser fortes e confiáveis.
As palavras eram mais do que verdade, eram fatos absolutos, o posto deles não era só status ou uma patente que poderia alcançar, eram símbolos de esperança para uma nova geração de lobos e cães e só agora esse trio notou o peso que eles carregam nos ombros diariamente e sem reclamar, muito pelo contrário, abraçam isso com presas e garras.
Em Lupina uma ligação era feita por parte do Alpha das Trevas e uma voz pesada e severa atende do outro lado.
Oliveira: o que você quer?
Robert: eu tive uma boa idéia.
Oliveira: suas idéias geralmente me causam problemas, ainda estou entalado com a quebra da lei, aqueles três logo devem aparecer e encher o meu saco.
Robert: então antes disso, que tal uma festa, regada a banquete farto e muita bebida.
Oliveira: não se cansa disso?
Robert: vencemos Oliveira, nossos objetivos foram concluídos, houve uns imprevistos, mas no geral foi uma grande vitória!! Fala empolgado.
Oliveira: de fato, uma vitória deve ser comemorada.
Robert: estava pensando numa reunião dos dois exércitos, conte a verdade, vão te seguir de qualquer forma mesmo.
Oliveira: quando?
Robert: em cinco dias, começaremos ao meio dia e não tem hora ou data pra acabar!
Oliveira: pra aguentar as merdas que eu vou ouvir vou mesmo precisar de um momento assim pra aliviar, dois dias então Turner. Fala encerrando a ligação.
A notícia foi espalhada pelos dois líderes aos seus homens.
Robert: nossos estimados caçadores irão vir para o próximo festival, faremos de tudo, não quero hostilidades voltadas para eles, a última coisa que eu preciso é de uma guerra contra ele. Fala aos seus lobos.
A alcatéia das Trevas se animou com a citação de mais um festival, Joe como sempre ficou indiferente em relação aos demais, assim como Morte também ficou.
Oliveira transmitiu a mensagem aos seus soldados.
Soldado: uma aliança com lobos, como pode General?
Oliveira: fiz um acordo com um lobo pra liquidar as quatro alcatéias e ter o sangue de vocês poupados de ter que combater os cães.
Soldado2: ele está certo, usamos eles ao nosso favor, como esperado do General, cumpriu seus objetivos sem sacrifícios da nossa parte.
Os soldados foram ludibriados pelas palavras e argumentos condutivos do General, este logo encerrou a comunicação e comemorou internamente sua vitória, tal como Turner também fez.
A lua cheia veio, um jantar em família acontecia na casa de Hiure, seu filho em seu colo já arriscava comer sozinho e se sujando no processo, Pérola degustava com prazer o pernil assado, mas são interrompidos pelo toque de celular no bolso do lobo, mas ele ignora e a ligação cai, porém o celular volta a tocar.
Pérola: amor, atende logo. Pede incomodada.
Hiure concorda a contragosto e assim que pega o celular ele lê um nome, Paulo fazia a ligação.
Hiure: você tem idéia do que seja um péssimo momento?
Paulo: tenho uma notícia embalada pra presente.
Hiure: a única notícia boa assim seria que o Turner topou um mano a mano comigo.
Paulo: e se eu disser que ele e Oliveira reunirão os dois exércitos num único ponto pra comer e encher a cara, seria bom o suficiente?
Hiure: não brinque com meus instintos, caçador! Fala rosnando.
Paulo: não estou, finalmente Hiure, nossa chance ao nosso alcance, estão comemorando uma "vitória".
Hiure: imbecis arrogantes, estão a poucos dias de distância das nossas presas, que ótimo.
Paulo: vamos planejar tudo, o acerto de contas que tanto queríamos. Fala com alívio.
A ligação acaba com Hiure olhando aliviado e feliz para a namorada, ela ouviu tudo, o lobo corre da casa com o filho no colo e acompanhado de Pérola, eles dois uivavam alto, usando um uivo específico com um significado claro, "reunião de emergência", os figurões se surpreendem com o uivo, mas nem se questionaram, apenas atenderam ao chamado, a sala de reuniões então foi preenchida pelos líderes e oficiais das alcatéias e grupos aliados, como foi Pelo Negro quem convocou, os olhares se voltavam para ele.
Hiure: eu recebi uma notícia alarmante e de extremo potencial positivo.
Helmar: não enrola, diz logo!!
Hiure: nossos piores grupos inimigos reunidos num único ponto, bêbados e despreoarados. Fala com satisfação na voz.
As poucas palavras foram o suficiente para impactar a todos os presentes na sala, era literalmente a maior dádiva que todos ali poderiam querer.Continua...
Mais um, estão sentindo? Estão, está chegando, o que todos vocês mais querem ler, mais um resultado do meu trabalho, espero que gostem, compartilha, eu sei que tá em "reta final", mas outros podem gostar tanto quanto você, valeu.
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Presas e Garras
Manusia SerigalaEm uma cidade do Rio de Janeiro chamada Lupina existem quatro alcatéia dominantes, a cidade foi dividida pelos antigos Alphas, na alcatéia do Sul vivem os quatro jovens principais, Rodolpho, Ryan, Kaique e Hiure eram mais do que amigos, verdadeiros...