Monstruosidades

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Kaique se descontrolou e se transformou numa fera irracional de 2,6 metros, o poder absurdo era nítido, Hiure e Ryan tentaram conter o irmão, mas suas tentativas foram ineficazes, Kaique parte para atacar Connor que se mantinha calmo, Kaique tenta acertar um soco na cabeça de Connor, mas o mesmo desvia e acerta uma bofetada no rapaz que virou a face, Connor então o rodeia, observando atento, Kaique tenta um chute posterior, mas Connor pisa no calcanhar do rapaz e o choca no chão fraturando imediatamente, ele imobiliza o braço do rapaz nas costas e trava o pescoço fazendo força para trás, o garoto então faz o impossível, ele se solta acerta o rosto do Connor com sua nuca o fazendo quase cair, o kriegshund foi jogado por dois metros.
Connor: o pirralho tá se movendo por pura fúria!! Fala limpando o sangue do nariz.
Kaique investe novamente para o kriegshund que faz o mesmo, Connor desfere um poderoso pontapé no abdômen do rapaz, logo em seguida foi a vez do queixo, um forte cruzado faz Kaique cambalear, porém ele desfere um direto no kriegshund que bloqueou, porém mesmo bloqueando ele foi jogado de costas contra uma das grades.
Connor: foda-se, me irritei agora!! Vociferou entre os dentes.
O kriegshund se levantou furioso, seus olhos rubros brilhavam, suas presas eram enormes, suas garras eram na mesma proporção.
Ryan: a coisa vai ficar feia.
Hiure: e suja, vou tirar meu filho daqui, vai rolar muito sangue.
Ryan: deixa que eu o levo, em combates assim não sou muito útil.
Ryan então pega o pequeno Italo e sobe para o térreo, Hiure se mantinha atento no combate que se firmava, Kaique tentou morder Connor, mas em vez disso mordeu o vento e recebeu uma cotovelada direta no focinho, Connor dilacerou a cocha esquerda do rapaz, assim como fraturou a clavícula direita, restando apenas um braço a ser usado, por fim Connor o segura o braço do garoto e o joga contra a mesma grade que ele foi jogado, antes que pudesse reagir, Kaique tem novamente sua cabeça chocada contra a grade e assim ele desmaia, Hiure se aproxima rapidamente, ao olhar para grade ele teve noção da força bruta que seu irmão tinha, o local onde Connor bateu de costas estava completamente destruído.
Hiure: você está bem?
Connor: claro que estou! Fala irritado.
Hiure: eu só achei que...
Connor: quem eu quero enganar? Estou ficando velho, mas ainda me resta forças para dar umas surras.
Hiure: o que vai acontecer com ele?
Connor: deixa ele acordar que eu explico para todos, vamos subir. Enquanto subiam, Connor colocava alguns ossos de volta para o lugar.
Depois de algumas horas Kaique acordou, não se lembrava de nada, mas suas feridas estavam quase curadas.
Kaique: o que houve comigo? Isso vai acontecer de novo?
Connor: se acalme, o que aconteceu foi algo normal para um híbrido.
Ryan: vai acontecer comigo também!? Pergunta nervoso.
Connor: talvez, eu vou explicar tudo. A genética de vocês é diferente, pensem no DNA de lobisomem como água e o de um kriegshund como sendo um refresco desses instantâneos.
Ryan: refresco instantâneo? Fala estranhando.
Connor: é só um exemplo garoto, bom, eu tenho o tal refresco e só isso, Hiure tem apenas água, mas vocês tem ambos, a vida toda vocês os tinham juntos, mas só ter os dois não quer dizer que estão misturados perfeitamente.
Kaique: quer dizer que nosso DNA é instável?
Connor: o seu principalmente e o que faz a água e o refresco se misturarem?
Hiure: insistência.
Connor: exato.
Kaique: quer dizer então que pra que eu fique bem terei que repetir essa merda que rolou hoje? Eu nem sei o que ocasionou isso, nunca aconteceu antes.
Ryan: não, já aconteceu sim. Fala sério.
Kaique: do que você está falando?
Ryan: quando Hiure se tornou um beta, eu e você ajudamos ele com o treinamento e naquele dia você se transformou na crinos.
Hiure: mas ele não surtou.
Ryan: não na hora, mas quando nós dois voltávamos para casa aconteceu.
Ryan mergulha em memórias que ele queria esquecer, era nítido em seu rosto a vontade que ele tinha de não lembrar.
Os dois irmãos voltavam para a casa deles, enquanto caminhavam eles falavam sobre Hiure.
Ryan: ele está frustrado, mas vai ser recompor.
Kaique: talvez, temos que levar em consideração o fato dele estar com um trauma e...
Ryan: e?
Kaique começa a reclamar de dores na cabeça, ele rosnava na verdade.
Ryan: Kaique o que foi!?
Kaique: Ryan, foge daqui!! Ruge com os olhos rubros.
O jovem híbrido começou a se transformar repentinamente, em um instante ele era um monstro de proporções enormes, Ryan imediatamente foge, ele se transforma na forma lupina, mas é alcançado por Kaique que o golpeia nas costelas, Ryan cambaleou até uma oficina, uma vez lá dentro ele tratou de correr por todo o lugar para espalhar seu cheiro, ele apanhou uma marreta enorme, Kaique entrou no lugar, apesar de ser um monstro seu lado humano continuava vivo, as noções mais simples foram mantidas, ele passou por prateleiras e até alguns carros e não fez nada, com o cheiro espalhado por todo o lugar ele fica confuso e decide usar outros sentidos, sua audição estava mais ampla, mas Ryan é um caçador treinado, ele empurra Kaique com o cabo da marreta e o joga para fora da oficina, Kaique cai de bruços em meio a grama, mas se levanta e ataca, Ryan se esquivou da maioria, porém o único golpe que o acertou veio a deslocar seu ombro esquerdo, Ryan então acerta a marreta no pé direito de Kaique, logo em seguida ele esmagou o joelho direito, mas Kaique empurra Ryan para longe, na queda o ferimento do ombro dele piorou, ele fica de joelhos enquanto tenta colocar o ombro de volta para o lugar, Kaique corre em direção às costas do irmão caído, mas Ryan esquiva do golpe e num golpe giratório acerta o queixo de Kaique com a marreta, em seguida ele tornou a acertar o pé do irmão, com o cabo da marreta ele derruba Kaique e antes que o mesmo tocasse o chão, Ryan o acerta no peito com a marreta o deixando inconsciente, imediatamente Kaique retornou à forma humana e Ryan o levou até a casa deles.
O jovem caçador volta de suas lembranças com uma expressão de desgosto pela lembrança.
Hiure: Ancestrais! Fala surpreso.
Kaique: mas espera um minuto, se você me acertou tanto, por que eu não tinha ferimentos no dia seguinte.
Ryan: porque era noite de lua cheia.
Hiure: mas Kaique se transformou na crinos quando fomos procurar pela alcatéia do Pelo Branco.
Kaique: mas eu me senti estranho, não foi a mesma coisa da vez anterior.
Hiure: o que mudou de uma vez para a outra? Se questiona.
Kaique: lua cheia! Fala num pulo
Ryan: o que?
Kaique: quando me descontrolei era noite de lua cheia, ou seja meu poder aumentou e ainda por cima eu havia me transformado na crinos, foi isso a junção da minha pior forma, meu DNA híbrido e a lua cheia.
Hiure: mas não é lua cheia e mesmo que fosse você não está sob ela.
Connor: agora não importa mais, a primeira vez serviu como uma chave, destravando esse novo "estágio", até sua completa mistura genética, sua forma crinos será assim.
Kaique: como eu faço para controlar? Eu nem me lembro do que acontece enquanto estou transformado.
Connor: seu treino será assim, exceto nas refeições e na hora de dormir, eu quero você na forma crinos.
Ryan: ele vai surtar!
Connor: vocês não nasceram sabendo se controlar, tiveram que treinar duro, ele fará o mesmo treino, só que pior.
Kaique: eu devia treinar minha esgrima, isso sim!
Connor: quem decide o que vocês fazem sou eu! Você alcançou o seu limite, sem esse treino você não irá evoluir mais.
Hiure: ouça ele irmão, Connor sabe o que faz.
Kaique: certo, mas quanto tempo isso vai levar?
Connor: com um treino normal iria durar uns dois ou três meses, mas como serei eu te treinando, eu diria um mês, se tudo correr bem.
Hiure: bom, o treino já acabou e eu tenho que cuidar do meu pequeno.
Kaique: de Capitão do Sul, para pai coruja. Fala rindo.
Hiure entra no quarto onde Italo dormia, pouco depois de entrar no quarto, Italo acorda chorando, Hiure o pega no colo e começa a balançar devagar.
Hiure: Ancestrais, meu filho, você comeu feto de alce? Sua fralda deve estar radioativa. Fala com o nariz tapado por uma das mãos.
O jovem alpha banha o bebê, brinca com ele usando a espuma do shampoo, põe talco e por fim lhe põe uma fralda limpa.
Hiure: tá muito melhor, agora tá com cheiro de gente, cadê o sorriso do papai?
Italo: papai!! Fala sorrindo e abraçando Hiure.
Hiure: isso meu filho, papai. Fala chorando.
Depois de ser alimentado, Italo dorme novamente, ainda segurando o filho, Hiure sussurra.
Hiure: eu vou te contar tudo, um dia, você saberá tudo sobre seu verdadeiro pai, ele era um ótimo lobo, você vai se orgulhar meu pequeno.
Hiure põe o pequeno Italo no berço e volta para a cozinha, lá estavam os três, todos bebendo cerveja lupina.
Connor: aceita?
Hiure: na verdade eu preferiria uma colméia.
Connor: essa é da boa, foi a primeira cerveja que eu paguei para o seu pai, ele ainda era novato na alcatéia do Viajante.
Kaique: tio Wellington fez parte também?
Connor: junto com Renato, Lois e Sofia.
Ryan: incrível.
Connor: eu soube que ela era o braço direito de Lois, mas tende a quase nunca sair do território delas, esse lance de amazonas subiu a cabeça delas, muitas tem até nojo de homens.
Kaique: diz isso para a Lois, ela e o Loiro tem estado bem românticos.
Connor: tá brincando, ela o odiava.
Ryan: tempo certo, odiava.
Connor: há anos, quando Loiro decidiu ser um Grande Alpha, ela queria ficar junto com ele, mas o entusiasmo de Renato foi tanto que ele quase se esqueceu de Lois, ela então se tornou uma Grande Alpha e fundou a alcatéia das amazonas, inteira e restritamente para mulheres.
Hiure: caralho, que fúria.
Kaique: mas ela deixou isso para trás, o Loiro até mandou flores para ela e se eu não me engano ele foi ao território dela.
Connor: ele ignorou a lei dela? Ele andou tendo desejos suicidas? Fala rindo.
Hiure: Leis? Eu já ouvi falar, mas pensei que era baboseira.
Connor: você errou, todos os Grandes Alpha tem uma lei suprema, a lei da Lois proíbe lobos e cães do sexo masculino de entrarem em seu território, Álvaro tinha a família como principal lei, a lei do Renato é coragem e companheirismo, já Helmar é mais pessoal.
Kaique: Hiure deve saber.
Hiure: eu já falei, nem levar a sério essas leis eu levava, quanto mais a de Helmar.
Connor: a dele é simples, ninguém fora da família pode saber o sobrenome deles.
Ryan: você não sabe o sobrenome de Maria?
Hiure: agora que você mencionou, é verdade, eu nunca soube.
Kaique: namorou com ela por anos e não sabe o sobrenome dela?
Hiure: não era algo comum de se perguntar em um momento nosso, estávamos ocupados. Fala levemente malicioso.
Connor: sei, tô sabendo. Fala rindo.
Longe do Tocantins, na cidade Lupina, Renato espalhou o boato que ele expulsou os rapazes e o bebê, em resposta Robert começou a rondar o território sul, Renato nada fez, propositadamente, em uma noite Rodolpho, foi mandado para enviar uma mensagem para o líder inimigo, o capitão havia feito tranças em seus cabelos, duas na verdade, uma em cada lado próximo às orelhas.
Renato: Eu pediria isso a vocês quatro, mas...
Rodolpho: tá tudo bem, não importa, eu me basto.
Renato: vou mandar uns alphas com você.
Rodolpho: não precisa.
Renato: não comesse uma luta por favor.
Rodolpho: certo, mas se quer me ajudar, faz um favor para mim, meus bastões, eles precisam de uma melhorada, manda pro Victor, diz que eu quero uma lança de madeira e metal, com duas pontas, uma de aço e a outra de prata.
Renato: por que não faz as pontas de um metal só?
Rodolpho: temos inimigos humanos e licantropos, essa será a arma perfeita.
Renato: bem pensado, vou mandar um beta ir até ele, o mecanismo será igual ao seus bastões?
Rodolpho: exatamente, bem eu vou indo.
Rodolpho estava sozinho, a noite já caia, ao longe se podia ver nuvens de raio e com certeza iria haver uma forte tempestade, logo o capitão chegou ao destino, era um antigo casarão, estava parcialmente devastado, paredes de tijolos maciços, janelas destruídas, o portão era grande porém enferrujado, Rodolpho simplesmente pula o portão, o que antes deveria ser um jardim, agora era um solo árido, troncos de árvores mortas estavam por toda a parte, a porta estava rachada, se podia sentir uma brisa gélida vinda de dentro da casa, Rodolpho abre a porta e entra devagar, ele apura seus sentidos e ativa sua visão de alpha, em um cômodo ele vê um enorme lobo negro deitado no que parecia ser uma antiga mesa de madeira, com a aproximação do rapaz o lobo ergue a cabeça e faz seus olhos brilharem, de repente o cômodo se encheu de lobisomens alphas, o lobo então fica sobre as quatro patas, a lesão na pata esquerda era evidente, o lobo então caminha manco até próximo do Capitão.
Robert: eu esperava muitos lobos, mas você não era um deles, onde estão aqueles dois? Fala com voz profunda e obscura.
Rodolpho: em primeiro lugar, eu estou aqui cumprindo ordens e em segundo lugar, meus irmãos foram expulsos da alcatéia por culpa sua. Fala sério e rígido.
Robert: expulsos? Fala fingindo surpresa e com voz sufocada e rouca.
Rodolpho: sim, o Loiro quer um acordo com você, ele convidou você para uma reunião no território dele. Fala com desgosto e nojo em cada palavra.
Robert: e claramente devo ir sozinho. Fala sugestivo.
Rodolpho: o que você esperava? Você é um terrorista e um assassino, a única razão de eu não o fazer em pedaços é a ordem dada pelo meu Alpha!! Impõe irritado.
Robert: ou você é corajoso ou é muito burro, moleque!
Alguns lobos se aproximam do jovem alpha, um deles salta em direção do pescoço de Rodolpho, porém o mesmo chuta fortemente a face do seu agressor, um segundo tentou golpear seu abdômen com uma faca, mas Rodolpho desvia e desfere um soco na garganta do lobisomem o derrubando na hora, vários então o atacam, o Capitão do sul manteve uma luta tática, um dos lobisomens segurou seu braço, mas foi arremessado pra longe, um deles tenta golpear com socos, o lobo o empurra contra uma parede e lhe desfere um pontapé no peito o fazendo atravessar a mesma parede, muitos lobos o atacam ao mesmo tempo, mordidas e arranhões, o jovem alpha fica sem paciência e se transforma na forma hispo, era um lobo gigantesco e negro, suas tranças se desfizeram um pouco, mas o pouco que se manteve foi alongado, jogando todos pra longe ele ruge, um dos lobos sobe em suas costas, mas o Capitão morde seu tórax e o joga no chão, Rodolpho então olha para Robert, que agora tinha um olhar ameaçador e ele também estava usando sua intimidação predatória, mas logo o Alpha das Trevas nota ser inútil contra o rapaz a sua frente.
Robert: eu irei garoto, avise o seu alpha, caminharei por sua terra.
Rodolpho lhe dá as costas e sai vagarosamente, depois de alguns minutos o jovem alpha chegou a sua casa, seus primos não estavam lá, ele entrou, colocou roupas e foi dar a mensagem ao seu alpha.
Renato: você lutou com eles!? Fala desesperado.
Rodolpho: eu me defendi, só que de forma brutal, eu devia ter matado aquele assassino maldito.
Renato: mesmo você, não teria poder pra isso.
Rodolpho: tá brincando comigo!
Renato: aquele lobo foi um grande astro, era um lobo de elite do branco, não pense que a falta da função de um braço lhe torna fraco, ele era um exímio espadachim antigamente.
Rodolpho: ele não é mais tão jovem, deve estar enfraquecido.
Renato: ele foi expulso pessoalmente pelo Álvaro e qualquer lobo que tenha merecido isso não deve ser subestimado. Fala em aviso
Rodolpho: não sabia que eu subestimava meus inimigos. Fala com desdém.
Renato: no fundo você está, eu já treinei você, vi você lutar mas eu não pretendo enterrar mais nenhum jovem, já enterrei jovens demais em malditas guerras.
Rodolpho: certo, eu vou indo, vai ter um jantar de família.
Renato: vai lá, mande lembranças a todos, seu pai está embarcado?
Rodolpho: sim, chega em três dias.
Renato: entendi, vamos fazer um churrasco quando ele chegar.
Rodolpho: com certeza ele vai gostar, fui.
O jovem alpha chegou a casa da mãe bem rápido, seus primos já estavam lá, Priscila havia feito cachos no cabelo e usava blusa e saia, Rafael e Pablo estavam de barba grande, Rafael usava bermuda tactel e camiseta azul e Pablo usava calças jeans e camisa pólo , Rosana usava um vestido médio azul e mantinha o cabelo preso num coque.
Rodolpho: mãe! Fala abrindo os braços.
Rosana: oi meu filho, até que enfim chegou! Fala o abraçando.
Rodolpho: como a senhora está?
Rosana: eu que pergunto, você está fedendo.
Rafael: eu notei, cheiro de sangue de lobo, matou alguém!?
Rodolpho: uns lobos das trevas, Loiro me mandou entregar uma mensagem a Robert, aproveitei e fiz um pequeno massacre, mas está tudo bem.
Pablo: e voltou vivo para contar.
Priscila: por que o Robert deixaria vivo um lobisomem que matou os dele?
Rodolpho: medo talvez, ele viu como eu acabei com eles, de certo não queria o mesmo destino.
Rosana: o que importa é que você está bem, vamos comer, vamos crianças.
O jantar foi excelente, Rosana era uma cozinheira de primeira, desde sempre fez pratos maravilhosos.
Rosana: isso me lembra minha época de chefe de cozinha. Fala sorrindo.
Rodolpho: que!? Pergunta surpreso.
Rosana: foi antes de você nascer, na verdade antes de todos vocês nascerem, eu comandava uma cozinha de um restaurante cinco estrelas, foi na capital, nessa época que eu conheci seu pai.
Rodolpho: você nunca me falou ao certo como vocês se conheceram, só me falou que foi na capital.
Rosana: ele era estudante de engenharia elétrica, logo que nos conhecemos nos apaixonamos, então quando decidimos nos casar, viemos para minha cidade natal, Renato o recebeu de braços abertos, depois de alguns anos você nasceu.
Priscila: que fofo tia, achei linda sua história.
Pablo: por que não ficar na capital?
Rosana: aqui é minha casa, eu não iria me sentir assim em outro lugar.
As palavras da mãe acertaram Rodolpho em cheio, ele se pôs na mesma situação, ele se questionou sobre suas escolhas e vontades.
Rafael: mas qualquer lugar pode ser chamado de lar, não é o espaço em si, são as pessoas, minha mãe sempre disse isso.
Rosana: papai costumava dizer isso para nós, é a mais pura verdade, as pessoas que amamos fazem nossos lares, por tanto, qualquer lugar do mundo pode ser nosso lar desde que estejamos bem acompanhados.
Com essas palavras Rodolpho teve certeza de sua decisão, ele iria com seus irmãos e primos, estaria em casa apesar de tudo.
Priscila: nossa realidade parece até um livro bem louco, não é?
Rodolpho: põe louco nisso, mas não seria um livro ruim de ler, só meio zoado. Fala rindo mais ainda.
Assim se finalizou a noite da família Medeiros.
No oeste da cidade, uma família não estava bem, a casa de Helmar havia perdido o brilho, Maria permanecia triste por conta do término, as vezes chorava, mas ela não conversava muito, apenas com sua mãe ela falava as vezes e era sempre a mesma coisa, nessa noite não foi muito diferente, ela chorou, porém dessa vez seu irmão a ouviu.
Maria: sinto tanta falta dele, eu amo tanto meu lobo velho, ele se foi, eu quero ver ele de novo, quero ver o pequeno Italo. Fala em choro.
Heitor: liga pra ele mana, tenho certeza de que ele não vai te recusar.
Maria: eu tentei, mas ele está indisponível, todos eles estão, será que ele está com outra?
Heitor: Maria!! Você viveu com ele por dois anos, acha mesmo que ele iria fazer isso!? Pergunta revoltado.
Maria: ele é homem e foi minha teimosia que o fez ir daquele jeito.
Heitor: ele deve estar ocupado, mas eu te garanto uma coisa, ele está sofrendo tanto quanto você.
Maria: eu quero abraçar ele de novo, quero viver com ele.
Heitor: pra isso basta você esquecer essa terra, vem conosco.
Maria: você também vai!? Fala surpresa.
Heitor: ele me convidou para ser seu braço direito e eu aceitei, e disse que teria a mim como braço direito e você como esposa.
Maria: ele disse isso? Pergunta um pouco surpresa.
Heitor: é amor, até os ossos ele disse.
Maria: mas eu não posso deixar nossa terra, aqui é meu lar, vocês tem que entender.
Heitor: e você mana, entendeu ele? Os motivos dele querer sair são mais fortes que os seus de ficar e vocês dois são maiores que tudo isso. Fala confiante nas palavras.
Maria: eu não posso, não vou conseguir, me perdoa?
Heitor: ei, sou seu irmão, não importa a nossa distância seja por quilômetros ou distâncias maiores, eu sempre vou amar você.
Maria abraça o irmão, Heitor a aperta contra ele, demonstrando que vai cuidar e proteger a irmã, Vaneska ouviu tudo e fica orgulhosa do filho.
No norte, Sofia olhava nos olhos do lobo que ela mais odiava, Renato havia aparecido por lá.
Sofia: ver sua maldita face vai se tornar rotina? Pergunta com desgosto.
Renato: Sofia eu sei que me detesta ou pior e tem razão pra isso, eu fiz merda e admito, mas isso foi há vinte e seis anos, eu era um adolescente boca suja com potencial que eu nem imagina.
Sofia: ela sofreu muito.
Renato: Eu também sofri, aí eu fiz que nem ela, me concentrei na alcatéia para esquecer a dor, mas assim como sua irmã, eu nunca me esqueci. Fala sincero.
Sofia: e o que você vai fazer agora?
Renato: vou reparar meu erro, não vou pedir para que você confie em mim, só peço que me dê uma única chance e eu já reparei meu erro. Fala sorrindo.
Sofia: como?
Renato: foi por isso que eu vim falar com você, eu pedi a mão da Lois em casamento.
Sofia: você fez o que!?
Renato: você aprova?
Sofia: se você a fizer sofrer de novo eu vou arrancar sua outra perna. Fala rígida.
Renato concorda com a cabeça e sai em direção a casa de sua futura esposa.
No leste, Victor passou dia e noite trancado no escritório, não chegou nem perto de água ou comida, seus irmãos até tentaram fazer com que ele saísse de lá, mas as tentativas foram falhas, Marcos e Elizabeth conversavam sempre.
Elizabeth: tô preocupada com o Victor, ele está assim desde a visita de Hiure.
Marcos: ele se culpa pelo Robert, vai ser difícil o fazer entender a verdade.
Elizabeth: chega, eu vou entrar lá.
Marcos: péssima idéia. Advertiu segurando o braço da irmã.
Elizabeth: alguém tem que fazer alguma coisa, eu vou fazer, agora solta. Fala rígida e convicta.
Marcos então a solta e a deixa ir, ele não entraria com ela, Elizabeth era a mais calma dos astros, por isso seu estado de raiva era evitado por todos, ela simplesmente derruba a porta do escritório e entra aos gritos, Victor até se assustou com aquilo.
Elizabeth: chega!! Cai fora desse lugar agora!! Grita cruzando os braços.
Victor: que porra é essa? Pergunta surpreso.
Elizabeth: é minha loucura!!! Agora senhor Victor, trate de sair dessa cadeira, tomar um banho frio, fazer essa barba e se alimentar!!
Victor: eu não quero e vou permanecer aqui. Fala em imposição.
Elizabeth: o caralho que vai! Eu sou a diretora da divisão médica e sou sua irmã! Fala batendo na mesa com muita força.
Até mesmo Marcos ficou surpreso, sua irmã era geralmente racional e calma, mas ele riu da situação, de repente Elizabeth passa pela porta arrastando Victor contra a vontade dele, ela então o joga no banheiro do quarto dele.
Victor: você tá doida!?
Elizabeth: eu tô louca! Agora anda logo!
Depois de toda a gritaria Victor aceitou se cuidar, os membros da divisão de culinária fizeram um pequeno banquete para o Grande Alpha.
Marcos: você me surpreendeu. Fala encostado numa parede.
Elizabeth: ele não iria ouvir você ou Felipe, tinha que ser eu.
Marcos: obrigado nanica, trouxe nosso líder de volta. Diz dando um beijo na testa da irmã.
Elizabeth: fiz o que qualquer irmã faria.
Victor terminou sua refeição, lavou a lousa e ia saindo quando um de seus lobos apareceu correndo em sua direção segurando um par de bastões metálicos.
Lobo: pai, isso acabou de chegar do sul, são os bastões do capitão Rodolpho.
Victor: eu percebi, mas os que diabos ele quer?
Lobo: ele pede que o senhor ou um de nós os transformem em lanças de madeira e aço, com uma ponta de prata e a outra de aço, mas que o mecanismo de junção e divisão seja mantido.
Victor: interessante, me dê, eu mesmo vou fazer isso, assim eu me distraio um pouco.
O Grande Alpha então vai até sua oficina e começa a trabalhar na arma.
Na casa do Connor, Hiure se irritava com o celular, na verdade todos se irritavam com seus aparelhos, Connor ria e gargalhava deles.
Hiure: do que você está rindo velho!? Pergunta olhando bravo para o Connor.
Connor: de vocês, o que mais seria tão hilário?
Ryan: eu tô viajando. Fala confuso.
Connor: nessa cidade a rede é horrível, não notaram? É uma cidade presa no passado, desse jeito vocês largam um pouco esse vício de Internet de lado e vivem bons momentos. Fala em tom de ensinamento.
Kaique: ele está certo, não será ruim ficar desconectado por uns tempos.
Hiure: ao menos nos resta eletricidade, vou ver o pequeno.
Kaique: deixa que eu vou, se você é o pai dele então eu sou o tio, vou mimar meu sobrinho um pouco.
Ryan: vai assustar a criança com essa cara feia. Fala rindo.
Kaique: elas não reclamam da cara. Responde mal humorado.
Eles ficam na sala, Hiure olhava suas variadas fotos com Maria, fotos engraçadas, fotos carinhosas, fotos de micos, fotos românticas e inesquecíveis.
Ryan: sente falta dela não é?
Hiure: como não sentir? Eu queria me casar com ela e agora estou fadado a viver sem meu grande amor.
Ryan: podíamos mudar os planos, esquecer esse lance de sairmos de Lupina.
Hiure: e condenar meu filho a uma vida amaldiçoada? Não posso fazer isso, não dá. Fala se levantando e se apoiando na janela.
Ryan: eu te entendo e sinto muito por não ter como te ajudar, mas tudo vai dar certo. Fala encostado numa parede próxima a janela.
Hiure: tirou isso de algum filme meloso?
Ryan: sim, o nosso filme, podemos nos dar mal, sangrar, mas tudo melhora, nós fazemos melhorar.
Kaique desce com Italo gargalhando em seus braços, ele se junta a conversa.
Kaique: vocês vão dar um jeito, nunca vi um casal que brigue e se ame tanto.
Hiure: tô morrendo de saudades da minha morena, gostaria de saber como ela está, ouvir aquela voz, provocar aquele sorriso... Fala com um sorriso involuntário.
Eles passaram horas brincando com Italo, o mesmo comeu algumas vezes e caiu no sono nos braços do velho Connor que o balançava perfeitamente, cada um deles sobe e vão para seus quartos.
No dia seguinte, os rapazes acordaram cedo para treinar com o Connor, Italo dormia profundamente, Kaique desceu ao porão e se transformou lá, Ryan foi mandado fazer testes físicos, sua força era de 745 Kg, sua velocidade era de 45 Km/h, podia saltar 2,50 m, Hiure fez os mesmos testes, sua força era de 980 Kg, sua velocidade era de 20 Km/h e podia saltar 2 m, em combates animalescos Ryan vencia, agora quando o combate era marcial Hiure era muito superior, no entanto Ryan quase se equiparava a Hiure em combates livres, Connor decide então os treinar em suas dificuldades, Hiure iria usar caneleiras pesando 20 Kg cada uma, Ryan iria usar braceletes pesando 15 Kg cada, para comemorar o desempenho deles, Connor os convida para um rodízio de churrasco, todos se divertiram, Italo tomou gosto por filé, todos riam e sorriam bastante e na saida não foi diferente, enquanto voltavam notaram que um grupo de pessoas estava próximo a um poste de luz, todos falavam espantados, todos apuraram a audição pra entender o que eles falavam.
Homem: esse sujeito é muito perigoso, é um assassino.
Mulher: um assassino terrorista, matou mais de vinte pessoas e até mesmo oficiais da polícia, o que ele faz por aqui?
Idoso: eu me lembro desse crime, foi há uns oito anos eu acho. Fala em dúvida.
Idosa: sete. Corrige rapidamente.
Connor empalideceu na hora, em sua face era possível ver uma expressão de negação, logo ele corre até o grupo esbarrando em todos, no poste em questão havia um cartaz com uma foto, era um homem sujo com cabelos e barbas grandes e imundos, uma expressão depressiva e cadavérica, vestia trapos ao invés de roupas, o nome do criminoso infame era Salazar Diaz, preso em 12 de março de 2011, assassinou vinte e seis pessoas em Cachoeiro de Itapemirim ES, dentre elas haviam três oficiais da polícia federal, os rapazes se aproximaram, o grupo de pessoas se dispersou, ao chegarem perto, Hiure rapidamente leu o cartaz todo, não precisou muito raciocínio pra ele chegar a uma conclusão, Connor o olhava como se lesse a mente do rapaz.
Connor: vamos para casa, vou contar tudo.
Já na casa, Hiure pressionou Connor a falar o mais rápido possível.
Hiure: quem é esse Salazar!?
Connor: um lobo que eu pensei que estava morto há anos, ele inicialmente foi meu aluno, mas se corrompeu se tornando um lobo das trevas, o braço direito de Robert e foi assim por muito tempo, porém ele tinha um "acordo", eles não tocariam em mim, Robert "aceitou", eu era o cão que ele não conseguiria matar e só por isso aceitou, mas o tal acordo foi sendo esquecido, inicialmente ele matava cães, porém começou a se rebelar contra quem os acolhia, pelo branco se opôs a isso e começou a querer matar o alpha das trevas, mesmo sem saber que era um dos seus filhos, Robert sabia que seria pego então bolou um plano, Salazar entregaria sua localização para Álvaro e assim o seu braço direito seria visto como um traidor por todos os lobos das trevas e como um herói pelos grandes alphas, Robert então então se escondeu por doze anos, ele começou a se reerguer, Salazar logo notou os sinais, ele era um herói para todos, porém Wellington não aceitava que ele vivesse na cidade, todos concordaram, Salazar então secretamente voltou a se aliar ao seu mestre.
Hiure: aquela cidade, é a cidade onde minha mãe foi baleada, foi o lugar que a condenou, eu soube do massacre que houve, mas achei que eram licantropos mortos por caçadores.
Connor: e foram licantropos, mas foram mortos por Robert Turner e seu braço direito Salazar Diaz, naquela noite, Renato despachou os melhores que ele tinha, seus pais foram averiguar, eles se dividiram, os dois lobos das trevas tinham em sua companhia alguns de seus seguidores, uma confusão se iniciou, Robert fugiu, deixando seus lobos para trás, no meio do conflito, Salazar matou seus quatro lobos, seis cães e dezesseis humanos dentre eles três caçadores, que eram os policiais em questão, Salazar tomou suas armas que tinham balas de acônito...
Hiure: roxo. Salazar condenou a minha mãe. Fala devagar tentando assimilar tudo.
Connor: pra atrasar os caçadores, o braço direito das trevas se entregou aos caçadores e foi morto, bem era o que eu pensava, até hoje.
Ryan: caçadores policiais? Eles tem empregos?
Connor: assim como em nossos territórios temos lobos infiltrados em tudo o que é particular, caçadores tem infiltrados em quase tudo que é público, seja prefeituras, secretarias e até mesmo órgãos de defesa, como política civil, militar e até mesmo a federal.
Ryan: mas nossos policiais são lobos, como os caçadores permitem?
Connor: é por causa do acordo que Antônio fez e também pelo fato deles não poderem recusar um bom profissional, é meio sujo, mas é o sistema.
Hiure: foda-se os caçadores, como eles prenderam Salazar sem que ninguém soubesse onde?
Connor: o caso foi divulgado para os humanos, mais um caso de assassinato, porém foi divulgado que ele foi preso, eu não esperava que fosse verdade, se isso é verdade significa que o Tártaro existe.
Ryan: tártaro? Não seria esse o "inferno" da mitologia grega?
Connor: e o nome da prisão mítica dos caçadores, uma jaula onde sobrenaturais que cometeram crimes imperdoaveis são trancados para sofrer e morrer, aparentemente essa prisão conta com cães de guarda.
Fala dando ênfase nas últimas palavras.
Kaique: o que quer dizer?
Connor: eles são chamados de cães negros ou cães do inferno, são kriegshund escravizados e controlados, servem como torturadores e vigias dos presos, estão ali para os manter presos e sofrendo, os nomes lhes cai perfeitamente.
Ryan: por que usou a palavra "mítica"?
Connor: ninguém sabe onde essa prisão fica ou se realmente existia, ouvimos falar dela, procuramos, mas nunca encontramos, achávamos que era só um mito, mas é vivendo que cremos.
Hiure: se ele realmente está solto, então eu posso vingar minha mãe. Fala convicto.
Connor: eu ficaria longe dele se fosse você, ele e seu pai se odiavam, você seria um alvo em potencial.
Hiure se irritava e sai do recinto.
Em Lupina é chegada a noite do encontro entre Renato e Robert, o encontro seria num galpão, apesar das inúmeras insistências de Wellington, o grande alpha tinha apenas meia dúzia de guardas sendo comandados por Rodolpho que já tinha recebido suas lanças, eram de aço negro com exceção da lâmina, a madeira era de carvalho escuro, Renato estava em sua forma lupina completa, ele estava deitado em num tipo de trono de madeira e couro, sons então surgem das sombras, eram garras tocando o chão em passos mancos e o som de algo se arrastando, logo os olhos rubros do Robert aparecem na escuridão, estava em sua forma hispo, usava um colete com facas enormes, todos os guardas entram em alerta.
Robert: não acharam que eu viria mesmo desarmado não é? Não posso confiar.
Rodolpho: seu filho da...
Renato: Rodolpho espere, ele está certo, faríamos o mesmo se fosse uma situação contrária.
Robert caminha manco até próximo do grande alpha, ele o olha de cima com um olhar ameaçador, ele então deita olhando os guardas que o encaravam ferozes.
Renato: imagino que saiba o motivo disto.
Robert: você vai dar sua resposta para mim.
Renato: eu os expulsei, todos eles e Hiure junto.
Robert: achei que tinha pedido para que fossem entregues a mim.
Renato: não tem a minha proteção nem a de qualquer outro Grande Alpha.
Robert: então eles estão fora de Lupina, vai dar trabalho encontrar todos e você Loiro, tão convicto de sua lei, mas na primeira ameaça você abandonou seus lobos. Fala com desdém.
Renato: não me vem com essa merda! Foram quatro vidas ou milhares, você fez essa merda toda então trate de tirar sua maldita carcaça do meu território e sumir de Lupina de vez! Grita feroz.
Robert: pelo visto eu não tenho mais o que fazer, não há como eles voltarem. Fala se levantando e dando as costas ao Loiro.
Os guardas já se transformaram parcialmente e Rodolpho empunhava suas lanças.
Robert: a única coisa que eu posso fazer é... Os forçar a voltar. Grita atacando o Grande Alpha de surpresa.
Robert morde o alpha e o joga contra uma parede, Loiro então o ataca mordendo a pata inválida de Robert, porém naquela forma o Loiro era fraco em combate, e para se transformar ele precisaria de uma prótese diferente, Robert derrubou Loiro.
Robert: há muito tempo eu espero por isso. Fala abrindo a boca para uma mordida fatal.
Rodolpho: pois continue esperando. Grita correndo em direção aos dois.
O capitão salta e atinge dois chutes consecutivos no inimigo o derrubando, Rodolpho cai de pé com as lanças formando um "x".
Rodolpho: faz a troca, eu seguro ele se é que eu não vou matar esse lixo.
Rodolpho e os outros o atacam, Renato corre para seu escritório pra fazer a troca de próteses, um dos lobos tenta acertar Robert que esquiva rapidamente e dilacera a perna do guarda a sua frente, outro chega de surpresa e lhe dá um pontapé nas costelas o fazendo cambalear um pouco, depois de notar que ele estava lutando contra bons soldados ele decide assumir a forma crinos e saca uma de suas facas, e investe contra o lobo que lhe chutou, porém o lobo esquivou dos golpes e lhe aplicou uma cotovelada no pescoço, mas Robert lhe corta profundamente no abdômen e o chuta no chão, Rodolpho então olha para o companheiro caído e ataca o inimigo a sua frente, golpes rápidos de armas foram trocados, ambos eram muito bons, mas Rodolpho começou a ser pressionado até que ele chutou Robert no peito, Rodolpho então assume a forma crinos, um lobo negro de 2,50 m com algumas tranças no pelo e une as lanças, agora ele tinha apenas uma lança de 1,70 m com duas pontas, os golpes eram rápidos, eles estão se travam numa disputa de força, Loiro retorna a luta num salto, ele prende as pernas no pescoço de Robert e o joga no chão de cabeça, ambos liberam suas intimidações e atacam, todo o golpe de faca que recebia o Loiro bloqueou com sua prótese de combate, ele pisa num pé do Robert e o acerta um soco no queixo, o Loiro crava suas garras nas costas e o joga contra uma pilastra.
Renato: desista, você não pode me vencer, não pode lutar contra um Grande Alpha! Fala irritado.
Robert: jura? Eu discordo. Fala levantando cuspindo sangue.
Renato se irrita e ataca rapidamente e o espanca, socos na garganta, dilacerou o peito e pisou no joelho.
Renato: todos os licantropos que você matou e deixei você viver. Fala em tom de cansaço.
Robert: eu nunca contei. Diz rindo.
Renato: Eu contei. Fala o erguendo pelo pescoço.
Robert: eu sei, é por isso que eu te respeito. Fala tentando esfaquear o Grande Alpha.
Renato desvia da faca, porém é derrubado pelo inimigo, o alpha das trevas tenta esfaquear o rosto do Loiro.
Robert: já vai dormir? Está velho mesmo, não está? Pergunta zombando.
Loiro então lhe esmurra o rosto e empurra o inimigo com a perna, Loiro se levanta e toma o pescoço do Robert nas mãos e aperta, o mesmo saca uma outra faca e desfere uma estocada que atinge o abdômen do loiro, o grande alpha o olha incrédulo, mas continua a sufocar Robert, que desferiu mais três estocadas, logo as mãos do loiro afrouxaram o aperto e ele por fim cai de joelhos com a mão no ferimento, Rodolpho tenta se aproximar, mas é advertido por Renato que faz sinal pra parar com a mão.
Renato: você! Um lobo que usa acônito não merece viver!
Robert: a derrota de um inimigo vale qualquer sacrifício.
Renato: fujam, não lutem agora, FUJAM!!!
Robert: vire-se!!
Robert então rasga a garganta de Renato o matando na hora.
Rodolpho se armou, segurava fortemente sua lança.
Rodolpho: me perdoe Loiro, mas eu não posso te abandonar aqui!! Lutaremos até o último lobo!!
De repente vários lobisomens entram armados no galpão, cercaram todos.
Robert: pela lei dos lobos, esse território agora é todo meu, podem espalhar, sou o dono de tudo agora, eu não os matarei, mas lhes ofereço um lugar sob minha sombra.
Rodolpho: pro inferno!
Robert: vocês tem uma hora pra sair do meu território e não tentam nenhuma gracinha, se tentarem meu lobos mataram todas as mulheres, crianças e idosos dessa cidade, isso também vale para os outros, eles também devem sair a menos que queiram que eu mate e destrua tudo.
Rodolpho: vamos, me deixe enterrar meu alpha como ele merece.
Robert permite, o jovem capitão recolhe o corpo do alpha caído, ele sai do galpão com Loiro em seus braços, ao chegar na sede, Wellington surta ao ver o corpo do melhor amigo, eram amigos desde a infância, eram mais de quarenta anos, estavam mais para irmãos, Loiro foi um dos padrinhos de casamento de Wellington e Silvana, o vice alpha rugia em choro pelo amigo morto.
Wellington: vou matar aquele filho da puta!!! Grita com puro ódio nas palavras.
Rodolpho: não podemos tio.
O jovem capitão explica tudo,Wellington comunica a todos o ocorrido, Lois só foi comunicada que o Loiro foi derrotado, logo todas as alcatéias saem de seu lar, foram para a antiga mansão do Pelo Branco que ficava em outra cidade, Lois corria em meio aos lobos a procura do Renato, ela encontra Wellington perto da varanda com uma pá na mão, no chão havia terra mexida e uma rocha como lápide, nela estava escrito "aqui descansa Renato, um guerreiro, um líder e um grande amigo" Lois cai de joelhos quando termina de ler a lápide, sua irmã a acode em um abraço, Helmar olhava incrédulo para o túmulo, ele se aproxima e toca a rocha.
Helmar: só eu podia ter matar, com quem que eu vou brigar agora Loiro? Você foi ver os coroas antes de mim, sempre rápido demais. Fala em quase choro.
Victor e os outros astros se aproximam também, o grande alpha finca sua espada ao lado da lápide.
Victor: você era único, um amigo como nenhum outro, me perdoe, é tudo minha culpa, mas vamos dar um jeito, vê se fica de olho atento, vamos vingar você.
Marcos: formamos uma boa dupla, loiro e ruivo, não te esqueceremos nunca, o nome Loiro será lembrado pra sempre.
Felipe: nosso respeito era mútuo, sempre foi um pacifista, mas nunca um covarde, sua vida foi marcada por lutas justas e nunca derramou sangue desnecessário, um bom homem que teve uma boa vida, sua morte não condiz com seu caráter, vamos te vingar, eu juro. Fala sério.
Elizabeth: sempre foi imprudente, já me deu tanto trabalho, você e Helmar me faziam ter que dobrar meu esforço, descansa agora, assumimos daqui para frente. Fala com voz reconfortante.
Wellington: você sempre foi o mais extrovertido que eu, sempre fui mais na minha, mas na hora do vamos ver você e eu éramos imbatíveis, agora é comigo, darei minha vida se for preciso para vingar você, fala para os coroas que sentimos falta deles, Gabriel já deve estar te recebendo e fala pra ela o quanto eu a amo, daremos um jeito nisso.
Lois ainda chorava, mesmo depois de todos saírem ela permaneceu ali.
Lois: meu loirinho, o que o destino nos fez passar, depois de quase trinta anos nós voltamos e isso foi acontecer, eu queria me casar com você, meu único e grande amor, eu te amo Renato.
Lois permaneceu ali por mais alguns minutos, até que Sofia a aconselhou comer algo e tentar descansar, Lois entra um pouco contragosto, Sofia olhava a lápide, sua mente se dividiu em duas, uma parte queria permanecer calada e entrar, já à outra queria ficar e falar algo, a vontade de ficar venceu no fim, ela se aproxima, olha para a rocha e depois para o céu.
Sofia: eu queria dizer umas palavras, te odiei por muito tempo pelo ocorrido naquela época, mas sempre o respeitei como indivíduo, como homem, como guerreiro e principalmente como lider, meu ódio sumiu no momento que você jurou trazer felicidade a minha irmã, ela chorou de tristeza por você, mas eu não vou arrancar sua perna por isso, vou cobrar essa dívida de outro, fica tranquilo eu vou cuidar dela, fica em paz... Renato.

Continua...

Capítulo demorado, eu sei, mas valeu a pena, fala verdade, agora bagunçou tudo e vai piorar, aproveitem. Chegou até aqui? Então você gosta mesmo do Presas e garras, demonstre que gosta, vota aí, compartilha com os amigos, pra ter com quem falar e teorizar, vlw.

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