Preparo e cautela

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Os irmãos brigaram, Hiure teve um pesadelo e Robert junto de Joe planejava algo, tudo parecia estar dando errado, mas ninguém alí podia parar, mesmo estando muito pensativo o Coronel foi treinar, mas é surpreendido quando não encontra as garotas no local de treino, ele desce as procurando até que as acha com Sofia e Lois.
Hiure: reunião das mulheres que me deram porrada?
Lois: nunca fiz isso, mas se é uma surra o que você quer?
Hiure: era brincadeira Lois. Responde rindo.
Nat: eu achei que um treino com as amazonas iria diversificar mais.
Hiure: a idéia não é ruim, mas será que vai ser tão eficiente? Pergunta pra provocar.
Sofia já ia dar uma de suas respostas fortes quando é impedida.
Maria: deu certo pra mim, muito certo até. Fala ajustando sua armadura.
Hiure: de lutadora a Valquíria, você deixou de ser lutadora, bom, você e eu tivemos muito trabalho com a ruiva pra ela jogar fora.
Sofia: grande coisa esse seu balé.
Hiure: engraçado você dizer isso, lembro que esse balé te deu muita dificuldade e eu nem ataquei pra valer.
Sofia: quer mudar isso pirralho?
Hiure: eu não, você me degola no dente. Responde rindo e aliviando a tensão de todos.
Pérola: achei que ia rolar uma disputa amazona versus lutador.
Maria: já rolou algumas vezes, sempre dá merda.
Nat: eu vou treinar com Sofia e você ruiva?
Pérola: um exército de mulheres guerreiras? Eu passo.
Sofia: minha irmã treina as amazonas a moda antiga, já eu sou um pouco mais moderna.
Pérola: muito militar, prefiro mais variedade.
Maria: ou talvez prefira o professor.
Pérola: tem isso também. Fala sorrindo.
A resposta dela era esperada, mas mesmo assim surpreendeu a todos.
Hiure: vamos treinar aqui em baixo hoje.
Pérola: você que manda.
O lobo a guia para junto dos seus alunos, ela já podia treinar junto deles.
Aluno: o mestre voltou!
Hiure: fala gente, tem treinado?
Aluno2: os mestres pegam pesado demais, mas estamos melhorando.
Hiure: Heitor tão severo assim é? Fala de costas e abrindo a mochila com o kimono.
Aluno: não, o mestre Bravo que é severo.
Ao ouvir aquilo o Coronel se surpreende e fica sem reação, mas uma voz o tira do transe.
Wellington: oi filho. Fala com um olhar desafiante.
O jovem lobo se vira para o pai que vestia roupas sociais e parecia estar relaxado, a tensão sobe, os alunos percebem e nem falam nada, as intimidações são soltas e eles se encaram.
Hiure: tá fazendo o que aqui velho? Veio ter aula comigo? Desafia debochado.
Wellington: vim lembrar a todos quem foi o mestre do mestre deles, pensei em dar uma olhada nos seus alunos, não são nada mal, mas confiam muito em você.
Hiure: normal, sou um mestre foda. Responde arrogante.
Wellington: então não vai se importar de provar isso a eles. Fala se afastando e armando a guarda.
Hiure sorri e se troca.
O Coronel caminha até perto do pai que o olhava com um sorriso convencido, o rapaz não se contém e ataca com um soco rápido e direto, o veterano bloqueia com o antebraço e solta um gancho que acerta o queixo do filho em cheio, Hiure se recompõe e seu chute alto vinha pela esquerda, na direção do pescoço do pai, mas este joga o corpo para trás e devolve o com um chute nas costelas do rapaz, aquilo ele realmente sentiu, ele se vira para o pai relaxado e um filete de sangue escorreu da sua boca, o jovem lobo usou seu canino para se ferir e se acalmar, ele respira fundo, ele então ataca de novo, outro soco direto, o veterano desfere um cruzado no punho do filho e acabando com o golpe, mas o golpe era uma isca, Hiure então aproveita e desfere uma cotovelada pelas costas na altura dos rins, em seguida foi um pontapé giratório contra a lombar do pai que cambaleia pra frente.
Hiure: que palhaçada é essa!? Se veio até aqui pra isso é melhor ir embora!
Wellington se vira para o filho, seu olhar já não era arrogante, ele concorda com a cabeça, sua blusa foi ao chão, do bolso da calça ele tirou cordas para os punhos, por fim seus sapatos e calças são retirados e seu real trage é mostrado, um short de muay thai e os acessórios tradicionais nos braços.
Os dois então se atacam, de primeira foram golpes simples com extrema potência, até que a perícia surge, uma cotovelada acerta o flanco de Pelo Negro e fratura duas costelas dele, o mesmo devolve com uma joelhada e um golpe de corpo pra afastar o pai, um chute direto alto acerta o queixo do Bravo que sangra da hora, mas ele não se deixa atordoar e solta uma sequência no tórax do filho e por fim um gancho faz seu filho recuar, mas este sorri e corre na direção do pai e pula numa postura que o fazia se encolher no ar, o punho ao lado da costela indicava um golpe direto no rosto, um chute alto do Bravo o ia jogar longe, mas o soco era falso, com o cotovelo Pelo Negro atingiu e feriu a canela do pai, e com uma joelhada no rosto o Bravo vai ao chão, o Grande Alpha gira sob um braço e chuta lateralmente, o rapaz bloqueia com o ombro e seu calcanhar vai no peito do veterano, o Coronel dá um mortal para trás e se arma, o punho do veterano vai no ombro do filho o deslocando, em seguida outro atinge o cotovelo o fraturando também, o rapaz acerta o diafragma do pai com um golpe com a ponta dos quatro dedos, o ar foge dos pulmões do veterano que logo em seguida leva uma rasteira, assim que suas costas tocam o chão, seu filho o pressiona no peito com uma mão e a outra ele prepara para um soco esmagador, os alunos se olhavam sem entender.
Pelo Negro: eu solto o punho e seu crânio vai pro espaço.
Bravo: sabe que não vai ser tão rápido assim.
Pelo Negro: uma luta real nossa duraria uns três dias.
Bravo: metade disso, já são cinquenta e um anos garoto.
Os alunos falavam entre si e discutiam sobre a luta, Pérola não tinha palavras, o Grande Alpha é levantado pelo filho, o veterano tinha um grande sorriso de satisfação, ele abraça o filho e se vai, Hiure não entendia nada, mas seus alunos estavam abismados, treinaram pesadamente, Pérola ia no ritmo dela, eles então param para o almoço, o Coronel se sentou numa mesa na frente de sua cabana, Pérola o ajudou com a comida, eles conversavam até que uma sombra cobre os dois.
Hiure: que porra é essa?
Pérola: acho que é o...
Bryan: é verdade o que estão dizendo?
Hiure: aí vai depender do que estão.
Bryan puxa uma cadeira e se senta de frente para o rapaz.
Bryan: derrotou o Bravo?
Hiure: isso? Foi uma luta simulada, durou só uns minutos.
Bryan: soube que você o acertou mais do que ele a você e no fim seu pai estava no chão.
Hiure: ele deixou, ele mesmo falou que a luta não acabaria assim.
Bryan: a luta pode ser decidida nos primeiros instantes, não precisa levar horas ou dias.
Pérola: e ele mesmo falou que não lutaria por tanto tempo quanto você achou.
Hiure: ele é o melhor lutador do mundo.
Bryan: ele era, você o venceu, eu já esperava por isso.
Hiure: quer parar?
Bryan: você que sabe, eu vou indo.
O instrutor se vai e os dois terminam a refeição minutos depois e logo depois se juntam as turmas; Kaique reuniu os gladiadores aos seus irmãos, Criso e César estavam ao lado dele.
Kaique: estes são os melhores gladiadores do mundo, César é o campeão e Criso é o melhor Doctore, também conhecido como Invicto, eles ajudarão vocês todos.
Apesar de ser querido e respeitado pelos milhares, estes não encararam muito bem a idéia.
Lobo: dois de fora nos treinando, ou o papai nos treina ou Kaique.
Lobo2: Kaique parece doido, somos espadachins puros, nada desse lance romano.
Os dois convidados se incomodam com os comentários e estes irritam o cão lobo.
Kaique: parem com isso já!!! Grita a todos.
O grito assustou e calou a todos alí.
Kaique: eles deixaram seu país pra vir aqui lutar e morrer por nós, então tratem de ter respeito!
O grito os calou, mas as opiniões não pareciam ter mudado muito e a idéia pra mudar isso veio rápido, Kaique e Criso se equipam e começam a lutar violentamente, as táticas foram todas usadas, até que uma colisão faz as espadas de ambos se quebrarem, todos se calaram e admiravam aquilo, César os olhava.
César: fez uma boa cena, digno das areias. Fala pra si e sorrindo.
Os irmãos do Astro se convencem e formam conjuntos para serem treinados e Criso fala a todos alí.
Criso: eu sou de fora, é verdade, mas sou cão e acima disso sou licantropo, nossa raça está sendo morta por um tirano desgraçado, vou ajudar vocês a darem o troco.
Kaique: o pai treinou vocês desde sempre nas artes das espadas, mas gladiadores são mais do que isso, são mais diversos.
Criso: gladiadores são em maioria alphas, pois uma vez nas areias, o medo é obrigado a sumir, técnica, habilidade, competência e malícia, são características de um gladiador, quando caímos, caímos golpeando e quando morremos, levantamos e continuamos.
César: na guerra não haverá minha tão amada areia, terá asfalto, mas teremos sangue e que o asfalto fique rubro do sangue dos nossos inimigos!
As palavras penetram fundo até na alma dos milhares alí, eles revezariam, fizeram dois grupos equivalentes, enquanto um treinava o outro iria ajudar na confecção e melhora de equipamentos, os gladiadores teriam seus equipamentos padrões replicados com novos materiais, assim seria com as amazonas e os novos aliados que Daniel trouxe que se revelaram clãs de ninjas e samurais altamente treinados nas práticas antigas, os baús nas costas eram armas e armaduras antigas feitas de metal raro, leve e quase indestrutível, as armas eram muito variadas, as tropas mais formidáveis num só lugar.
Em Lupina, Robert fazia um telefonema.
????: como soube desse número.
Robert: eu preciso de suas mercadorias.
????: e o que te faz pensar que eu venderia pra você?
Robert: eu posso pagar a vista, basta me dizer o seu preço.
????: dinheiro não me interessa, já tenho muito, mas você tem uma coisa que eu desejo.
Robert: um escambo?
????: a genialidade de sua cientista, esse é o meu preço.
Robert: como assim?
????: você sabe quem eu sou, sabe o que eu quero, a única coisa que eu realmente quero.
Robert: ela não tem algo assim.
????: mas não está longe, se quer a mercadoria você vai dar seu jeito.
Robert: qual a minha garantia de que eu não serei enganado por você, Magnata?
Magnata: eu quero meu prêmio tanto ou mais até do que você quer o seu, me ligue quando tiver tudo pronto. Fala encerrando a ligação.
O Alpha das Trevas fica desconfiado, ele manda um de seus lobos chamarem a cientista.
Peste: Alpha, isso é praticamente um absurdo.
Robert: mas é o preço, quanto tempo.
Peste: eu vou ter que fazer pesquisas, cálculos, experimentos e...
Robert: quanto tempo, Peste!?
Peste: uma semana, em média e com sorte.
Robert: se apresse! Ordena furioso.
A cientista deixa a sala e corre para seus laboratório de onde sabe que não deve sair até terminar a tarefa ordenada pelo seu Alpha. Joe treinava usando os lobos do Guerra como parceiros e até como vítimas, isso consumia o Arauto em fúria, mas Joe tinha carta branca, o poder deste já havia sido restaurado e a classe 10 ele pertencia, os ensinamentos de Kaique ele colocava em prática, mas as armas não eram adequadas, ele então vai até Robert.
Joe: preciso de armas melhores.
Robert: o que? Que idéia é essa agora?
Joe: armas de prata não servem mais, preciso de matéria boa.
Robert: o quanto?
Joe: adamantina romana.
Robert: está louco!? Sabe quanto custa o quilo dessa coisa?
Joe: uns duzentos mil.
Robert: trezentos!! Corrige irritado.
Joe: preciso de duas espadas longas com união e um escudo retangular.
Robert: qual é o seu problema!?
Joe: é você, pede logo. Exige pouco antes de sair.
Robert crava as garras na mesa e a joga na porta, possesso de raiva ele estava, ele então faz outras ligações e conclui a compra, mais de sete milhões ele gastou num só telefonema, Guerra não suportava as atitudes de Joe, mas ele não se atrevia a enfrentar o veterano, sabia que não era páreo.
No acampamento, Ryan treinava com o pai, Marcos lhe ensinava alguns golpes, o Perseguidor o havia superado, mas a experiência ainda estava do lado do ruivo, os demais filhos do caçador observavam contentes com a inclusão de Ryan, Rodolpho treinava com o irmão e Pedro, os dois irmãos se surpreendem com o estilo do português, os golpes de wrestling eram muito mais eficientes do que imaginavam, Maria tira folga pra si mesma e vai ficar com a mãe, Heitor tirou um tempo para aprender um pouco sobre os negócios da família e da Cosa Nostra, Hiure era o único que fazia o de sempre, treinava a ruiva que ele nem acreditava no quanto ela melhorava, ela pede uma leve pausa.
Pérola: há quanto tempo você luta?
Hiure: faz uns oito anos, foi logo quando...
Pérola: foi mal, não queria... você sabe.
Hiure: não é mais um tabu, claro que ainda dói, mas hoje em dia é mais saudade entende?
Pérola: entendo, perfeitamente.
Hiure: ele ter ido foi difícil não é?
Pérola: ele não se foi, ele nos traiu, nos abandonou, ele... Ele me abandonou!
Hiure: você vai ficar bem.
Pérola: eu já estou bem, eu sempre soube me virar, eu aprendi a cuidar das pessoas sem ele, aprendi a dirigir um bar sem ele, eu aprendi a lutar sem ele, eu só não aprendi a viver sem ele, vai pro inferno!!! Grita nervosa.
O lobo não a interrompe em momento algum.
Pérola: por que ele fez isso comigo? Por que todo mundo me abandona? Primeiro a mamãe, depois você e agora ele, a culpa é minha?
Hiure: não! Nunca diga isso de novo, sua mãe não merece se quer ser chamada assim e eu e seu pai não merecíamos você. Impõe a segurando pelos braços.
O olhos se encontram e ela o beija sem dizer nada, no começo ele até que tentou parar, mas não deu, um toque tímido dele alcança o rosto dela, eles param e a ficha cai.
Hiure: o que foi isso!?
Pérola: um beijo, tá tanto tempo sem que já esqueceu?
Hiure: eu sei o que foi, só não entendo o motivo.
Pérola: o motivo é simples, desde você eu não tive mais ninguém.
Hiure: até parece que sua cama teve só você nela nesses anos todos.
Pérola: mas foi só sexo de uma noite, nada como dormir junto ou passar tanto tempo um com o outro, nenhum iria valer tanto a pena.
Hiure: você só está mal pelo seu pai e tá querendo algo pra suprir a falta.
Pérola: não é verdade, você lembra o que te falei quando você esteve no bar, nunca tirei você da cabeça, nunca quis tirar.
Hiure: você e eu não estamos em bons momentos, um termino e um abandono recente, eu não sei se tô pronto pra tentar de novo.
Pérola: vamos aos poucos, você dá o ritmo.
Hiure: ainda não sei.
Pérola: o que temos a perder?
Hiure não responde, ele fica pensativo por um instante, porém isso é interrompido por outro beijo, dessa vez com o lobo um pouco mais a vontade.
Pérola: topa uma bebida?
Hiure: pra eu dar pt e você se aproveitar?
Pérola: vidente.
Hiure: vamos aos poucos, tá bem?
Pérola: já é um começo.
Hiure: agora levanta que temos que treinar viu?
Pérola fez corpo mole, mas ele a convenceu a se mover e voltar a treinar, o tempo passa, a noite caiu e eles foram para suas casas, a ruiva se joga na cama logo depois do banho.
Pérola: sabia que ele ia topar, agora é arrastar ele pra cá. Fala empolgada.
O lobo se banha, janta e cai na cama lendo um livro sobre história marcial, mas ele para a leitura com a lembrança do beijo.
Hiure: o que eu fiz pra isso? Pérola e eu de novo? Parece doideira.
Ele põe o livro sobre o criado mudo e se vira para o outro lado.
Hiure: eu só arrumo isso, cada hora é uma complicação nova, puta que pariu! Reclama rindo de si.
O lobo não se contém e vai até a cabana da ruiva, em outra casa estava e o casal teve um momento deles.
Na cabana do cão lobo e da loira.
Kaique: como foi treinar com as malucas da Lois?
Nat: Kaique, não fala assim, elas me receberam muito bem.
Kaique: para aí, uma alcatéia de mulheres que praticamente odeiam homens, você tem que admitir que é insano.
Nat: é incomum, mas cada um com suas escolhas, eu até entendo elas.
Kaique: é? Tá dizendo que não quer mais um homem? Vou embora então. Fala tirando os lençóis de cima.
Nat o segura no ombro e o puxa de volta para a cama.
Nat: eu deixei você ir pra algum lugar?
Kaique: é assim agora?
Nat: é, como dizem por aqui, atura ou surta.
Kaique: eu já piro nesse sotaque que fica perfeito em você, mas tem uma coisa muito melhor.
Nat: mesmo? O que é melhor do que meu sotaque?
Kaique: o conjunto russo todo. Fala a beijando apaixonado.
Ela sorri durante o beijo, mas não passou disso, ela deita e ele a abraça por trás e a puxa pra si e ambos dormem.
Pela manhã ele acorda e não acredita na cena, devagar o lobo sai da cama, pega seu sapato e desce com passos de caça, mas assim que ele põe a mão na porta ele tem um estalo.
Hiure: foi isso que eu fiz da última vez.
Ele retira a mão da maçaneta e olha para as escadas, seus sapatos ele soltou e ele sobe pra acordar a ruiva.
Pérola: bom dia. Fala em bocejo.
Hiure: pra você também, quer comer alguma coisa?
Pérola: me surpreenda.
Ele desce, acende o fogo, esquenta a água, mas se pega procurando canela em pó e então se da conta do tipo de café que estava sem querer preparando.
Hiure: força do hábito.
Ele demorou, mas por fim ele terminou e levou pra ela na cama, café e torradas de pão de forma.
Pérola: café gostoso.
Hiure: sou bom nisso.
Pérola: não vai comer?
Hiure: só depois de uma corrida, te encontro no pé dos morros. Fala saindo.
Pérola: espera lobo você esqueceu meu...
Hiure não a ouve e rapidamente deixa a cabana.
Pérola: beijo, lobo surdo da porra. Bufa pra si.
Hiure disse o que faria, mas mentiu, na verdade ele foi até a casa de Nat e Kaique.
Nat: entra rabugento, toma café com a gente?
Hiure: tô sem fome.
Kaique: acho que vai chover.
Hiure: eu e Pérola dormimos juntos. Fala como se confessasse um crime.
O casal se olha e caem na risada na frente dele.
Hiure: qual a graça!?
Kaique: nós já prevíamos isso. Responde rindo.
Hiure: o que?
Nat: qual é lobo? A tensão sexual entre vocês estava fora de escala já.
Kaique: conhecendo você, eu até estranhei não ter... você sabe.
Hiure: epa, rolou uma parada sim, mas só dormimos, só isso.
Kaique: eu não falei que ele ia complicar tudo?
Nat: por que só isso?
Hiure: vocês esperavam o que!? Uma madrugada de sexo selvagem?
Kaique: com direito a rosnados e uivos até. Responde rindo alto.
Hiure: você é um cão sem um pingo de vergonha.
Kaique: eu sou sem vergonha? Quem foi que estava numa maca em recuperação e pediu para o irmão comprar camisinha pra ele ter um sexo de reconciliação com a ex?
Hiure: tá, você tem um ponto, cão do caralho.
Nat: mas qual é o problema? Não gostou?
Hiure: não é isso, é que eu me sinto um filho da puta fazendo isso.
Kaique: "isso" o que?
Hiure: me aproveitando dela, todo mundo sabe que ela tá muito abalada pelo lance do Joe, não quero parecer um aproveitador.
Nat: quem começou ontem?
Hiure: ela.
Kaique: então pronto, ela que quer.
Hiure: sei lá, ainda me parece errado.
Kaique: chega pra perto e conversa, simples.
Nat: ele sempre dá os melhores conselhos, mas não segue um se quer.
Hiure: técnico não joga. Responde rindo.
Nat: então é bom o técnico tomar jeito, loba igual aquela não tem não.
Hiure não responde e fica pensativo.
Kaique: escuta, testa, vê no que vai dar, se vê que tá indo bem, ótimo, se não, cai fora.
Hiure: eu vou tentar, valeu viu?
Kaique: beleza, qualquer coisa, já sabe.
O Coronel então se vai, sua mente estava confusa e se complicando, ele então busca o pequeno que estava com Wellington.
Hiure: ele se comportou?
Wellington: estamos falando do mesmo pivete?
Hiure: é mesmo, fez muita bagunça filho?
Ítalo: fiz.
Wellington: o safado ainda responde que sim. Fala fingindo dar uma palmada no pequeno.
Hiure: desse jeito o vovô vai ficar de pelo russo.
Ítalo ri com os dois.
Wellington: ele já comeu e muito até, tá com um apetite de monstro.
Hiure: comer pra crescer, obrigado velho.
Wellington: que nada, vai treinar?
Hiure: vou subir e encontrar com Pérola.
Wellington: aquela menina é muito bonita, vocês parecem se dar bem.
Hiure: para por aí.
Wellington: que foi? Pergunta segurando um riso fraco.
Hiure: esse crânio grisalho guarda uma mente maligna, deixa eu ir.
Wellington: vai lá.
O lobo chega e encontra a ruiva fazendo flexões, o lobo passa por ela e passa uma rasteira num dos braços dela, mas a loba continua com uma mão só sem se abalar.
Hiure: muito bom ruiva, mas isso é muito fácil, levanta.
O lobo põe o filho sentando numa pedra e a loba se põe de frente a ele.
Hiure: se defenda!! Grita atacando.
O lobo solta um chute lateral baixo pela direita, mas ela bloqueia o golpe com a sola do pé e os golpes continuaram vindo, mas ela bloqueia tudo, golpes de derrubada ela evitou, chaves, mas um a surpreende, o lobo finge um gancho, ela esquiva para trás, mas ele põe o pé atrás dela e a loba cai, no entanto ela segura no kimono dele e se puxa de volta, indo de encontro com ele, os rostos se aproximam, mas ele interrompe.
Hiure: ele tá olhando.
Pérola: tá bem, mas você não vai me escapar de novo.
O treino continuou e enquanto isso outros também treinavam, os Yakuza se juntaram com as duas Primordiais, as habilidades dos samurais e a perícia dos ninjas eram inéditas, usavam armas incomuns e estas já eram feitas de adamantina, os russos davam treino de infiltração, discrição e principalmente de tiro, Konstantin era o instrutor principal, Apolo o Pistoleiro também dava instruções de tiro, Davi de espadas, Elizabeth e Priscila continuavam a desenvolver remédios para combater o uso de prata e aconito por parte dos inimigos e bem longe dali, o E.C.E estava reunido secretamente num bar no interior da Bahia.
Miguel: os nossos já estão cientes da nossa atuação disfarçada.
Gustavo: agora é questão de tempo, mas me incomoda estar dependente de lobos, me faz sentir igual ao Oliveira.
Laura: nós não nos unimos a lobos psicopatas doentios.
Ellen: ou simplesmente nazistas, é assim que eles se chamam, até usam aqueles uniformes. Fala com repugna.
Paulo: meu contato com eles está aberto, se solicitarem, nos iremos ajudar, mas ainda estamos fazendo nosso trabalho.
Miguel: nossos caçadores tem interceptado aspirantes ao Nazismo Lupino.
Ellen: mas nosso envolvimento nisso é segredo, temos tido que criar covas ou queimar até os corpos virarem pó.
Laura: não é bonito, muito menos cheirosos, mas só assim nos manteremos devidamente secretos.
Gustavo: tudo isso por causa da traição do Eugênio, se ele tivesse falado antes!
Paulo: mas não falou e é essa a nossa realidade, eu vou voltar para o Rio pra não levantar muitas suspeitas.
Laura: mais? Não seja confiante demais, você já é um alvo, com certeza já sabem que você está aqui, você está na mira dos figurões do exército do Oliveira.
Paulo: por isso eu estou voltando para o Rio em poucas semanas, vou trocar de carro, mudar a barba e trocar as vestes.
Ellen: acha que vai ser o suficiente?
Paulo: chego lá, eu vou indo, tomem cuidado.
Antes de sair, Laura segura o braço do Capitão.
Laura: você que deve ter cuidado, se te pegarem tudo acaba, você é a esperança de todo um ideal.
Paulo: vou ter, prometo.
O Capitão deixa o bar, verifica sua moto e sai em seguida, os demais também seguem seus caminhos.
A noite novamente cai e a bela lua cheia faz seu espetáculo no céu, linda, majestosa e adorada pelos lobos e cães alí, o Coronel estava em sua casa, o pequeno estava com os avós, Hiure estava bebendo água quando um som chega em seu ouvido.
Hiure: pode entrar. Fala antecipado.
Pérola: sentidos sobrenaturais são fodas né? Fala entrando.
Nas mãos dela estava uma garrafa de tequila de lobo.
Hiure: o plano é me fazer beber até cair?
Pérola: até cair não, só até estar mais maleável.
Hiure: que plano diabólico.
Pérola: não gosta?
Hiure: da bebida? Sim.
Pérola: e da loba?
Hiure: é difícil escolher.
Pérola põe a garrafa de lado e o beija para provocar e consegue.
Pérola: e agora?
Hiure: a loba assume a liderança por um beijo de vantagem. Responde baixo.
Ele repete uma das cenas deles e a leva pela escada em seus braços, a cada degrau uma peça de roupa era jogada, no quarto os beijos não paravam, ela puxava o cabelo dele o fazendo sorrir maldoso, ele a beija por completo, as preocupações e pensamentos o deixam em paz e ele aproveita ao máximo o momento, eles por fim se deitam, ela de costas para ele e o mesmo puxa a loba e a cobre com seus braços.
A noite em Lupina era aterrorizante, muitos moradores relatavam ter tido visões demoníacas de olhos vermelhos no escuro da noite, pessoas morriam e o jornal acusava ataque animal, mas a verdade era ainda pior, as Calamidades de vez em quando eram soltas pela cidade pra fazer o que quiserem, esta noite não foi uma dessas ocasiões, eles ficavam todos num lugar só.
Loucura: e aí? Por que foram presos?
Ódio: isso virou terapia em conjunto?
Loucura: vamos lá raivoso, é pra matar a curiosidade, que tal as damas primeiro?
Praga: aonde quer que eu vá pessoas morrem, no norte, nordeste, nunca pelas minhas mãos, mais por consequência, lobos me caçando, caçadores e por aí vai, por isso Praga.
Loucura: interessante, mais alguém?
Seca: eu costumava comandar uma pequena cidade, meus lobos e eu fazíamos o que queríamos, a maior parte do dinheiro, comida e água eram nossos, o povo morria aos montes, como em uma seca. Explica arrogante.
Traição: sempre fui um covarde por natureza, me tornei alpha mordendo e criando lobos pra me proteger, jurava fidelidade, mas nunca cumpri, quando as coisas ficavam feias eu era o primeiro a correr e deixar todos pra trás.
Loucura: falta de senso de lealdade, que desprezível. Fala rindo alto.
Seca: e vocês dois?
Ódio: homicídios por todo o país, matei quantos eu pude e não, não tinha motivos valiosos, era só o animal no comando.
Loucura: que profundo e você bruto?
Brutalidade: quase o mesmo dele, mas eu não matava humanos ou uns merdas assim, eu matava quem valia a pena, caçadores famosos, lobos infames, feras sobrenaturais, só coisa que me desse um desafio.
Loucura: um lutador, que bonitinho.
Praga: e você tagarela? Por que o Tártaro foi seu fim.
Loucura: psicopata, doente, maníaco homicida, sociopata, jogado ao delírio, Calamidade e agora um mercenário nazista, esse é o meu currículo, matei homens, mulheres, velhos, jovens, crianças, humanos e sobrenaturais, desafiei caçadores, invadi reuniões deles, atos terroristas.
Praga: crianças?
Brutalidade: você é doente mesmo.
Loucura: não ouviu quando eu disse que era? Questiona rindo.
Apesar do que ele disse, apenas esses dois pareceram se incomodar, o restante nem se importou, Seca e Ódio nem ao menos se preocuparam em fazer questionamentos, a noite estava linda, mas nas sombras o pior era feito, Robert reverteu parte da economia da cidade para o desenvolvimento do composto para a troca, o Alpha das Trevas tinha urgência e fazia questão de apressar e de ameaçar sua cientista, esta passava dia e noite no laboratório, incontáveis experimentos, tentativas falhas, compra de materiais e matéria para o desenvolvimento, apenas Guerra estava tranquilo, ele seria atingido apenas positivamente pelo que estava por vir, Joe continuava indiferente em relação a todos, mas o ódio em seu semblante nunca sumia e todos sabiam que era melhor o deixar em paz, mesmo Turner não o importunava ou se quer lhe questionava mais, as Calamidades se mantinham longe, mesmo o imprudente Loucura sabia que era mais do que insano desafiar aquele homem.
Planos armados, relações firmadas, pactos estabelecidos, trocas para acontecer e estratégias secretas preparadas.

Continua...

Presas e GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora