Raiz dos caçadores

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Paulo se instalou numa nova base, essa se situava na cidade do Rio de Janeiro, agora ele teria que lutar por respeito, todos os demais integrantes zombavam dele por ser jovem, porém ele não se importava, por bem ou por mal eles o aceitariam, agora ele era um capitão, um cargo de certo poder, sendo na capital ele tinha muitos problemas para lidar com os lobos que apareciam, era uma cidade grande e por isso era difícil de lidar com as ameaças sobrenaturais.
Em um dia Paulo recebeu uma notícia da cidade Lupina, o Grande Alpha Loiro foi assassinado e as demais alcatéias abandonaram seus territórios, ninguém sabia pra onde foram, apenas a morte do Loiro foi relatada, Paulo logo pensou nos lobos que ele viu no galpão, apesar de terem feito ataques contra os caçadores e terem prejudicado a organização, o capitão não tinha ódio ou desejo de matar qualquer um deles, mas tinha vontade de lutar contra Rodolpho novamente, ele estava em seu novo escritório, uma vez lá ele ficava como queria, raramente colocava a farda, ficava apenas de calça e botas, seu paletó de Capitão ficava pendurado na cadeira, um caçador entrou logo após bater a porta.
Caçador: Capitão. Fala batendo continência.
Paulo: descansar caçador, o que tem pra mim? Pergunta se levantando e olhando as bebidas no seu bar.
Caçador: um grupo de lobisomens está causando uns problemas na zona leste, moradores relataram ter visto um homem acompanhado de uns cães enormes, também relataram gritos horrendos e sons sórdidos, disseram que parecia carne sendo cortada.
Paulo: que nojento!
Caçador: suas ordens senhor. Pede rígido.
Paulo: tudo por aqui é irritante de resolver, câmeras e olhos por toda a parte, fico preso aqui! Fala incomodado.
Caçador: se aceitar uma sugestão senhor, eu diria que Cristiano seria uma boa escolha.
O Capitão se sentou na cadeira e começou a procurar o nome Cristiano no banco de dados e lá estava.
Paulo: caçador há oito anos, tem o soro genix...
Caçador: genix? Pergunta confuso.
Paulo: é o composto químico que da aos caçadores capacidade física equiparada a dos lobos.
Caçador: sou apenas um sargento, não tenho patente pra isso.
Paulo: aqui diz que ele tem muita experiência com armas de fogo, principalmente rifles e é um Tenente. Pois bem, mande ele ir.
Capitão: sim senhor. Diz pouco antes de sair.
Ao colocar a mão na maçaneta, o jovem caçador é interrompido pelo capitão.
Paulo: quero um relatório da missão na minha mesa assim que ele chegar aqui, mínimos detalhes serão cobrados.
Caçador: certo Capitão, com licença.
O jovem caçador foi até o galpão de tiro da base, Cristiano era instrutor de tiro, ele comandava um grupo de atiradores eficientes, o Tenente tinha 1,72 m, tinha 31 anos, era magro e atlético, cabelo loiro meio longo penteado para trás, sua barba era grande, porém bem cuidada, acima do olho direito ele tinha uma cicatriz rala, apesar de estar a paisana, sempre era visto bem armado, com pistolas em coldres por todo o corpo, um em cada perna, um na axila com uma desert eagle, um na nuca com um revólver tauros 838 calibre 38 e um nas costas, Cristiano era chamado de arsenal vivo, ele recebeu sua missão, quando soube do ocorrido abriu um largo sorriso, se podia ver em seus olhos a vontade de matar. O Tenente veste sua farda, o paletó cobriu a maior parte das suas armas, ele e mais quatro de seus homens embarcaram em carros, eram corollas 2015 pretos, eles dirigiram até a zona leste, todos desceram dos carros que foram deixados em um estacionamento dos caçadores, no porta malas estavam mais armas, os homens de Cristiano se armaram com revólveres, pistolas e facas, Cristiano põe balas de prata nas armas e segue em busca de seus alvos, demorou meia hora até que por fim os encontrou, eram quatro indivíduos, duas mulheres e dois homens, estavam numa cabana que se situava na mata, as janelas estavam todas quebradas, dois caçadores se aproximam vagarosamente da cabana, no entanto os lobos escutaram, um dos lobos derrubou a porta encima de um caçador, porém foi baleado por outro, um tiro certeiro no peito.
Caçador: damos conta deles.
Cristiano: e onde fica a minha diversão? Diz sorrindo.
Cristiano correu para dentro da casa, mas elas estavam muito a frente, logo ele estava no meio da mata, o caçador para de correr e segue com a cabeça alguns sons, de repente cinco lobos o cercam, todos com armas de calibre 12.
Cristiano: caralho, um tiro só e eu me fodo.
Lobo: se sabe então trate de jogar sua arma no chão e por as mãos atrás da cabeça! Ordena com o dedo no gatilho.
Cristiano solta a pistola de forma desleixada e lentamente leva as mãos até a nuca onde estava seu revólver, num piscar de olhos ele sacou a arma e atirou consecutivamente num giro, todos foram mortos na hora, não demorou muito e os seus soldados chegaram, Cristiano estava amontoando os corpos, um de seus homens se aproxima dos corpos e pega a carteira de um deles.
Caçador: senhor, esse aqui tinha 15 anos. Fala com voz assombrada.
Cristiano: ele me apontou uma arma, o que eu podia fazer? Pergunta com um sorriso cínico.
Caçador: o Capitão não vai gostar de ler isso no seu relatório. Fala assustado.
O Tenente avança rígido para o seu caçador que ainda segurava a carteira.
Caçador: tem razão, se ele ver esses documentos vai ficar muito irritado, então eu decido que não haverá documentos. Diz tomando a carteira da mão do seu caçador.
Ele joga a carteira no monte de corpos, banha com querosene e põe fogo.
Cristiano: eram lobos selvagens, todos com mais de 30 anos, falavam de um massacre e eu tive que intervir com força letal, foi isso que aconteceu, não foi!? Pergunta já forçando a resposta desejada.
A maioria responde firmemente mas o caçador que o questionou ficou sem ação, todos concordaram em mentir para um superior e encobrir um assassinato de crianças.
Cristiano: caçador?
Caçador: senhor? Atende visivelmente amedrontado.
Cristiano: eles estavam planejando uma massacre, não estavam? Fala em imposição.
O jovem caçador estava completamente assustado, suas mãos tremiam, sua boca estava seca e ele sentia calafrios na espinha, ele olha para o tenente que mantinha uma expressão medonha, o jovem rapaz não teve outra alternativa.
Caçador: exato senhor, impedimos um massacre e salvamos vidas inocentes. Fala com voz trêmula.
Cristiano: isso mesmo, fizemos o bem e exterminamos o mal.
O jovem rapaz nada respondeu, apenas abaixou a cabeça e apertou os punhos e o maxilar.
Cristiano: somos caçadores, é isso que fazemos, eliminamos o mal desse mundo e o mal são esses sobrenaturais imundos, nós achamos eles, nós matamos todos eles! Vociferou a todos os seus homens.
Ao por do sol, Paulo recebeu um relatório de Cristiano, era como ele pediu bem detalhado com a presença de fotos, ao ver que eram adolescentes o Capitão fica furioso e grita.
Paulo: que porra é essa!!? Você atirou em crianças!!! Grita amassando as fotografias.
Cristiano: adolescentes. Corrigiu calmamente.
Paulo: o que significa isso!?
Cristiano: que eu cumpri minha missão, estavam planejando uma massacre, tinham armas e eram mais do que quatro lobos, eu os persegui, mas cai numa emboscada, me cercaram, não tive escolha. Explicou tentando ser convincente.
Paulo: então agora você me explica, como um caçador veterano e ardiloso feito você cai numa armadilha de adolescentes? São muito espertos pra você? Pergunta provocativo.
Cristiano: evidente que não! Responde irritado.
Paulo: se não são, então como? Se fosse eu não teria caído nessa, se quer alguma coisa bem feita faça você mesmo.
Cristiano: escuta aqui seu... Fala se virando pra Paulo que o encarava rigido.
Paulo: completa vai, termina a frase e eu te quebro ao meio. Ameaça ferozmente.
A tensão no ar era clara, apesar de ser bem menor, Paulo se mantinha firmemente posicionado, o capitão encarava Cristiano sem problema algum, estava pronto pra qualquer coisa.
Cristiano: não posso, seria desacato, você é o Capitão e a autoridade máxima daqui.
Paulo: não seja por isso, cai dentro. Chama armando a guarda.
Cristiano: vai lutar feito homem? Ou soldadinho?
Paulo dá as costas para o Tenente, tranca a porta, retira seu paletó de Capitão dos ombros e suas facas da cintura, as jogando pro lado, Cristiano entende, retira todos os seus coldres e os joga para o lado assim como seu uniforme.
Paulo: quer lutar feito homem? Eu te ensino.
Cristiano: acha mesmo que vai me machucar?
Paulo: eu vou te arrebentar todo.
Cristiano: vem!
Paulo avança rapidamente Cristiano tenta um direto, mas o Capitão esquiva e abraça a cintura do oponente o levanta e o joga no chão, o Tenente se levanta, mas recebe um cruzado de direita, Paulo o empurra contra a parede e desfere vários socos em seu tórax, o Capitão o puxa e lhe aplica um arremesso contra o chão, o Tenente é erguido pela roupa, mas desfere uma cabeçada no rosto de Paulo, logo em seguida ele pula e desfere um chute no rosto do Capitão que cai.
Cristiano: é só isso!?
Paulo: você não é de nada. Fala se levantando.
Antes que se pusesse de pé, Paulo recebe outro chute na cabeça.
Cristiano: e voltou pra lona!!
O Capitão desfere um chute no abdômen do seu oponente, Paulo se levanta e já empurra Cristiano contra a estante de madeira, o Capitão joga seu oponente em sua mesa e lhe choca a cabeça nela, Cristiano cospe um pouco de sangue.
Paulo: gostinho bom não é?
Cristiano: você tá falando comigo!? Pergunta desferindo um direto.
O soco atinge o rosto do capitão em cheio, Cristiano o chuta nas costas deixando Paulo de joelhos, o tenente então lhe aplica uma gravata, o capitão o segura pela nuca e o puxa o jogando de bruços no chão, Paulo fica de pé e se afasta para que seu oponente levante, Cristiano se levanta um pouco ofegante.
Paulo: sem suas armas você não é merda nenhuma.
Cristiano: vou te mostrar.
O tenente avança e desfere um soco no peito do capitão, Paulo fica encurralado contra a porta, ele recebeu uma sequência rápida e severa de socos no tórax, mas o último soco ele segurou, logo ele torceu o pulso do tenente e lhe passou uma rasteira, Cristiano cai de lado e recebe um chute no estômago que o jogou do outro lado do escritório, o tenente tinha sangue escorrendo da boca e nariz, do lado de fora se ouvia os caçadores confusos por causa do barulho que vinha da luta, Paulo então se aproxima, segura o tenente pelo colete e o joga contra a porta a quebrando completamente, todos se assustaram, Paulo tinha sangue na boca na testa.
Paulo: levem essa merda pra enfermaria e chame um carpinteiro ou coisa assim pra concertar tudo isso. Fala um pouco ofegante.
Dois caçadores levaram o tenente e os outros ficaram confusos, mas logo saíram da vista de Paulo, o mesmo puxou sua cadeira e se sentou, apoiou os pés em cima de sua mesa e dormiu.
Em Porto Velho RO, caminhava um homem, aparentava ter 55 anos, media 1,83 m, usava terno, porém seus músculos ainda eram nítidos, seus cabelos eram pretos, seu rosto era firme com algumas rugas.

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