Verdade cruel

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O sofrimento cobriu os dois, a briga deixou feridas expostas e de cura lenta, ela sofria assim como ele, ambos sabiam o que levou aquilo, mas nada era feito, as palavras ditas foram doloridas e severas demais, não dava pra negar ou esquecer assim de repente, Vaneska cuidava da filha e Nat fazia companhia para o amigo inconsolável.
Hiure: obrigado Nat, acho que se não fosse você eu não teria ouvido ninguém, é muito bom te ter como amiga. Fala sincero.
Nat: deixa disso marrento, amizade não é pra isso? Só me promete que vai resolver o que ainda tá pendente, vocês tem um filho, como vai fazer?
Hiure: graças a Ítalo eu me tornei o homem que eu nem sabia que eu podia ser, sonhos nasceram depois dele vir pra mim, tento ao máximo suprir a falta de Igor e Laiane e eu não poderia se não fosse a Valquíria comigo, ela conquistou ele ao ponto dele mesmo a escolher como mãe, ela é a mãe dele, nada mudou nesse quesito.
Nat: mas vocês estão separados, os pais de vocês também estão envolvidos com o pequeno, como vai ser?
Hiure: vou dar meu jeito, meu pequeno não vai ser separado de mais ninguém.
Na casa de Maria.
Vaneska: aqui filha, um café do seu jeito. Fala estendendo a xícara para a filha.
Maria: só você mãe. Fala pegando a xícara.
Vaneska: filha, eu sei que dói, sei muito bem, mas você não pode ficar assim, você não é só adulta, você é uma oficial, Astro e você é mãe, Ítalo é o mais importante agora.
Maria: e se ele o tirar de mim? Não posso perder meu filho mãe.
Vaneska: e você não vai, calma filha, se quiser eu vou até lá e falo com ele.
Maria: vai mesmo?
Vaneska: deixa comigo filha, só se acalma que eu já volto.
A mãe se despede momentaneamente da filha e vai na direção da casa do Coronel, logo chegou, a porta estava aberta e por isso ela apenas pediu licença.
Hiure: Vane?
Vaneska: Vaneska por favor.
Hiure: certo, acho que não tô com pontos contigo.
Vaneska: nem mesmo um, e você? É o pivor de tudo? Pergunta irritada olhando para Nat.
Hiure: ela não tem culpa de nada Vaneska, é entre mim e Maria apenas, Nat, pode nos dar licença um segundo?
Nat: vou pra casa dos meninos.
A Alpha russa deixa a casa e os dois a sós.
Hiure: senta, eu sei que a conversa vai ser longa. Pede também se sentando.
Vaneska: eu não estou aqui pra contestar ou consentir com o que houve, vocês já são adultos e sabem o que fazem, só vim saber de uma única coisa, meu neto, o que você vai fazer Hiure? Vai tirar Ítalo dos braços da minha filha? Dos meus braços?
Hiure: não, eu nunca pensei nisso, não faria tal coisa com vocês e com meu filho. Responde sério.
Vaneska: vim em nome dela, mas por mim também, me apeguei a ele de verdade.
Hiure: eu sei, enquanto eu estive fora, não tive preocupação alguma em relação a ele, sabia que estava sendo bem cuidado, agradeço por tudo.
Vaneska: aproveitando minha vinda, poderia me explicar tudo? Eu sei o que houve, mas do ponto de vista da minha filha, quero ouvir vir sua versão dos fatos.
Hiure muda de postura, não esperava tais palavras, mas não ficou nem um pouco relutante.
Hiure: o tapa ou o ciúmes não foram os problemas, mas sim a falta de confiança e o julgamento completamente errado, o que eu ouvi nenhum pai dedicado merece ouvir.
Vaneska: ela te falou de Lupina?
Hiure: falou, disse que decidiu ir comigo, mas só me falou isso depois de tudo, já não tinha mais jeito e infelizmente eu não posso voltar atrás, você é casada Vaneska, sabe que palavras não voltam.
Vaneska: eu sei bem disso.
Hiure: amar sua filha mudou minha vida, você é testemunha, um pirralho imaturo virou exemplo pra uma alcatéia inteira, ela fez isso, por ela eu cresci, sou eternamente grato a sua filha por ter me amado e melhorado, mas não posso mais, não dá. Fala abaixando a cabeça ao final.
Vaneska: de verdade eu lamento por tudo isso, mas como eu disse vocês dois são adultos, apenas desejo a felicidade de vocês, seja ela como for. Fala se levantando.
Hiure a acompanha até a porta, o mesmo deixou sua casa e foi treinar para tentar distrair a cabeça de tudo aquilo, seus alunos treinavam arduamente com as espadas.
Hiure: em guarda todos!
Em totalidade os alunos se posicionam com as lâminas em punho.
Hiure: gosto de sede de conhecimento e aprimoramento de vocês, mas quando eu estiver aqui, não quero ver espadas sendo usadas para treino de esgrima, a menos que seja um treino específico dado por mim, entendido?
Todos em uníssono: sim mestre!
Hiure: em guarda marcial, um e dois, três e quatro...
Os comandos eram convertidos em movimentos complexos e variados, Heitor se destacava entre todos, o mestre logo notou e o chamou para uma demonstração aos alunos.
Ambos se posicionam, avançam num instante e os golpes são trocados com ferocidade, o mestre os bloqueava até que o mesmo recebe um chute que quase o acerta, o beta se apoiou nas mãos para o fazer, mas o Coronel acerta um pontapé baixo que foi no rosto do aluno, o nariz do mesmo sangra na hora, próximo a sobrancelha do alpha estava um insignificante corte com um filete de sangue ralo saindo, Heitor se põe de pé e reverência o mestre seguido de aplausos coletivos.
Heitor: um único golpe, Pelo Negro, alunos. Fala respeitosamente.
O Coronel os treinou até a noite e ao cair da mesma eles se despedem, Heitor o acompanha no caminho, foi silencioso, mas o silêncio é interrompido pelo beta.
Heitor: eu não ia falar, mas não dá pra ficar quieto, eu sei o que houve, mas estou preocupado em relação a Ítalo.
Hiure: não se preocupe, ele continua sendo filho da sua irmã e parte da sua família. Fala sério e ríspido.
Heitor: foi mal tocar no assunto, eu já vou. Fala indo em direção a casa dele.
Hiure adentra sua cabana e mais tarde seu pai deixa Ítalo na dele.
Ítalo: papai eu quero ver o lobo.
Hiure: papai tá cansado filho.
Ítalo: me leva pra mamãe me mostrar. Pede inocente.
Hiure: a mamãe já deve estar dormindo. Mente.
Ítalo: eu quero lobo papai.
Hiure: antes disso, vamos tomar um banho seu lobinho fedido.
O alpha dá a mão ao pequeno e juntos vão ao banheiro, Ítalo brincava com a espuma fingindo ser barba pra ficar igual ao pai, já limpos eles jantam e antes de dormir, Hiure se transforma em lobo e deita em volta de Ítalo que abraça o pai.
Já pela manhã, os Tenentes saem em treino junto de Nat, treinaram por quase uma hora, nesse tempo o caçula já estava acordado, mas em sua casa
quando de repente um poderoso uivo surge.
Kaique: esse uivo?
Ryan: só pode ser ele.
Nat: o lobo famoso né?
Kaique: é, Fenrir voltou.
Na casa de Hiure o som também chega surpreendendo ele e Ítalo.
Hiure: titio chegou filho, agora posso acertar as contas. Fala em rosnado.
Rodolpho surge acompanhado de uma mulher, os dois irmãos logo correm já pra se testarem, Nat ia pra conhecer o mais velho dos quatro, Rodolpho os vê ao longe.
Rodolpho: eu vou lutar, seja como for, não interfira vó.
Jocelina: se você diz.
Fenrir corre pra luta, seus olhos e armas naturais alí estavam e ele se colide com Perseguidor que estava da mesma forma, eles entram em duelo de força.
Fenrir: achei que força bruta não fosse a sua.
Perseguidor: muita coisa muda em meses.
O irmão mais novo se solta do mais velho e o corta no peito, Fenrir revida com um soco no peito seguido de uma cotovelada no queixo, ao se virar, o caçador aproveita e gira desferindo um chute com as garras que atingem desde as costelas até o meio do peito.
Fenrir: novo estilo?
Perseguidor: o que achou?
Fenrir: perigoso.
Perseguidor avança e é recebido por uma joelhada no abdômen, mas em contrapartida ele cravou suas garras profundamente nas costas do irmão, o mesmo segura o mais novo e o joga, mas este cai de pé sem problemas, Sabre saca suas espadas e avança calmamente.
Fenrir: essa é nova.
Sabre: digo o mesmo dessas roupas aí.
Fenrir: são um presente.
O irmão mais velho puxa sua lança das costas e se prepara, um braço a frente e o com a lança pra trás, o espadachim avança num salto e cai com um golpe duplo que foi bloqueado pela aste da lança, mas a pressão o foi empurrando para o chão, mas Fenrir faz as espadas deslizarem e acerta o rosto do irmão com a aste, em seguida a lâmina ia no peito de Sabre, mas ele se dobra para trás e chuta o pé de apoio do irmão o fazendo ficar de joelho, mas este segura a lança pelo fim da aste e a gira fazendo seu irmão se distanciar, Fenrir se levanta e ataca, porém seu irmão é mais rápido e se abaixa num golpe certeiro na perna do irmão mais velho e outro corte nas costas, mas Fenrir se vira e atira sua lança que atinge a lateral do peito com o ombro e cravou no chão, ambos estavam em agonia.
Sabre: dá pra tirar isso? Fala apontando para a lança.
Rodolpho a tira e sua avó se aproxima.
Rodolpho: está é Jocelina Medeiros.
Ryan: Medeiros? Uma tia sua?
Nat: não, está é Frigga. Fala se aproximando.
Rodolpho: e você é?
Kaique: Natasha Mac Saileach.
Rodolpho: filha do Connor!? Faz sentido saber quem é minha avó.
Ryan: avó!? Mas ela parece que tem a idade de tia Rosana!
Rodolpho: magia cara, não tente entender, só aceita.
Kaique: depois da barreira no Coliseu eu não duvido de mais nada.
Rodolpho: Coliseu?
Kaique: história pra contar.
Eles riem até que são interrompidos por um grito em rugido.
?????: FENRIR!!!!! Grita feroz do planalto.
Jocelina se surpreende com aquilo, seja quem for, tinha uma intimidação poderosa demais, todos os irmãos pareciam entender e saber o que estava por vir, o Coronel se vira para sua avó.
Rodolpho: aconteça o que acontecer não interfira.
Jocelina: Rodolpho, intimidação.
Rodolpho: eu sei, vislumbre do inferno, está mais forte do que nunca.
Fenrir toma sua lança e encara o lobo.
Fenrir: vem! Agora!
O lobo salta e cai em corrida frenética assim como Fenrir.
Jocelina: quem é aquele?
Nat: é o Pelo Negro.
Ryan: ele e Rodolpho tem negócios inacabados.
Os dois se colidem em fim, os olhos rubros dos dois se encaram, o caçula segurava a aste da lança e faz força contra e empurra o irmão aos poucos.
Pelo Negro: assuntos pendentes não é!?
Fenrir: devia ter deixado como estava, pro seu bem!
Pelo Negro: pro meu ou para o seu!?
Fenrir se solta dele e tenta uma estocada, mas seu oponente bloqueia com um movimento circular do antebraço e desfere um soco direto no peito do irmão, mas este não se deixa abalar, ele gira em torno de si mesmo e dá outra estocada, Pelo Negro bloqueou com os dois braços e estes foram perfurados, o caçula pula e no ar segura a aste da lança com os pés e puxa seus antebraços na ponta e caindo de pé.
Jocelina: ele é bom.
Nat: não viu nada.
Fenrir se arma segurando no meio da lança e a apontando para frente, Pelo Negro se põe em guarda e brilha os olhos, seu irmão desfaz a postura e crava a lança no chão e começa a se transformar.
Ryan: acho que está indo um pouco longe de mais.
A transformação de Fenrir toma o rumo da Ragnarok.
Kaique: fudeu, segura el... Grita sendo interrompido por um gesto do irmão mais velho.
Fenrir olhou pra eles confirma com a cabeça que está no controle, o mesmo então se volta para seu irmão caçula.
Pelo Negro: é bom que esteja no controle, não quero meu mérito manchado pelo seu descontrole!!
O Coronel se contorce em transformação e sua crinos surge.
Fenrir: continua pequeno.
Pelo Negro: agradeça por isso.
Os dois se atacam novamente, a lança corta do peito até a clavícula partindo o osso, mas Pelo Negro devolve com um chute de garra que acerta o rosto do irmão, este revidou com um soco que foi segurado pelo caçula com dificuldade, mas é arrastado.
Fenrir: inversão de valores!?
Pelo Negro: com transformação particular até eu. Fala se soltando.
O caçula tenta um pontapé em giro, mas a lança o atravessa de um lado da cintura ao outro e ele cai, Fenrir prepara uma estocada potente, mas Pelo Negro rola e o atinge com as garras nas costelas da esquerda.
Pelo Negro: como sempre seu flanco tá fácil.
Ele desarma o mais velho e eles entram em disputa de força.
Pelo Negro: ganhou força, tamanho e cura, mas sua agilidade se foi com isso.
Fenrir crava suas presas no ombro do caçula, este cravou suas garras nas costelas do mais velho, girou e o jogou, Fenrir cai ao lado da lança e rapidamente se arma e ataca, Pelo Negro se vira e ambos colidem, a lança atravessou o corpo do caçula.
Fenrir: o que achou? Armas são melhores que garras.
Assim que termina de falar, algo também atravessa Fenrir, ao olhar pra baixo ele vê o braço de Pelo Negro que o atravessou da mesma maneira.
Pelo Negro: você tem sua lança e eu tenho a minha.
Os dois se encaram e retiram a lança e o braço um do outro, Jocelina, Nat e os rapazes se aproximam, a veterana não entendia e lançava um olhar de ódio para o caçula.
Hiure: agora tem controle?
Rodolpho: notei que tá misturando selvagem com marcial.
Jocelina: como assim? Eles estavam tentando se matar agora mesmo.
Rodolpho e os demais caem em riso e a veterana fica sem entender nada.
Rodolpho: eu apresento Ryan o Perseguidor é um Tenente Coronel e o mais velho depois de mim, Kaique o Sabre Bestial, também um Tenente, é o terceiro mais velho e por fim, Hiure Eduardo Pelo Negro, Coronel junto de mim e o caçula dos quatro.
Jocelina: é seu irmão também!? Espera, Eduardo? Como Wellington Eduardo?
Hiure: é, esse é meu pai.
Nat: vou pegar algo pra cobrir vocês. Fala em saída.
Hiure: quem é essa? Sua tia?
Todos em uníssono: avó.
Hiure: nem fudendo.
Rodolpho: magia.
Hiure: tá né? O Coliseu tem véu, sacis viram fumaça e fonte da juventude existe, beleza.
Nat retorna com as roupas e eles voltam a forma humana.
Rodolpho: tá forte em pirralho.
Hiure: mas com essa sua forma nova nem adianta muito. Fala rindo.
Jocelina: seu sorriso.
Hiure: como?
Jocelina: seu sorriso me faz lembrar alguém, já sei, você é filho de Silvana não é?
Hiure: sou sim.
Jocelina: que nostálgico, as três meninas e os três rapazes.
Kaique: o que?
Jocelina: na época se formaram três casais, Lois e Renato, Silvana e Wellington e um que poucos sabiam, Sofia e Salazar, todos ficaram juntos? Tiveram filhos? Pergunta entusiasmada.
A pergunta afeta todos alí e foi nessa hora que Rodolpho se deu conta que não havia contado nada.
Rodolpho: não vó, muita coisa aconteceu nos últimos anos, coisas ruins, pessoas morreram, pessoas que a senhora lembra.
Jocelina: como assim?
Rodolpho: pouco depois da senhora "sumir", um dos filhos do Branco criou uma alcatéia terrorista com o único propósito de matar krieghunds, híbridos ou lobos que simpatizam com estes, o nome é Robert Turner.
Jocelina: o garoto Turner!!?
Hiure: ele corrompeu temporariamente o Salazar, mas este o traiu e o Branco acabou com ele, anos depois o filho da puta voltou e novamente foi enganado e traído por Salazar, mas o covarde fugiu, matou inocentes, caçadores e com a arma de um deles, o desgraçado baleou minha mãe que foi mandada junto de meu pai para matar o Turner, Salazar pensou que minha mãe havia morrido e se entregou, mas ela estava viva, a bala a tornou humana e tempos depois ela contraiu uma doença humana e faleceu.
Jocelina não acreditou naquilo e caiu sentada.
Jocelina: Silvana morta, Salazar preso, o que mais?
Rodolpho: ele retornou e matou os pais do afilhado de Hiure e enquanto os três estavam fora, ele na covardia matou Renato, daí saímos e viemos todos para cá, ou ele mataria humanos e acabaria com a Lei de Ocultação Sobrenatural.
Aquilo impactou Jocelina, as crianças de sua época morreram e ela se sentia responsável por isso.
Jocelina: onde estão todos? Cadê o Álvaro e o Connor? Eles estão no comando?
Hiure: não, o vô Branco morreu há três anos na guerra contra os vampiros, os quatro no comando são o meu pai, Lois, Helmar e Victor.
Jocelina: ainda há esperança então, me levem até as crianças depois, eu tenho que ver as minhas. Fala se despedindo.
Rodolpho guiou sua avó até os demais membros da família Medeiros, ao adentrar a casa todos praticamente caem de susto, Rosana se aproxima devagar da mãe e a abraça em choro de alegria e saudades, os primos não acreditavam, mas o aceno de Rodolpho os convence e o abraço se tornou coletivo.
Rosana: está a mesma coisa mamãe.
Jocelina: milagre da magia.
Priscila: nunca imaginei ver a senhora de novo.
Jocelina: estou aqui e não vou mais embora, a vovó vai ficar com vocês.
Pablo: vai ficar mesmo?
Jocelina: vou sim, vou cuidar das minhas crianças, mesmo as que não estão aqui. Fala severa para Pablo.
O neto entende claramente as palavras de sua avó e já sabia que a mesma teria uma conversa séria com ele.
Os irmãos se reúnem junto de Nat, eles falavam de Rodolpho com entusiasmo.
Nat: vocês brigam, mas se amam né?
Ryan: só os dois brigam, eu e Kaique ficamos de fora dessas guerras deles.
Hiure: eu e Rodolpho somos opostos em tanta coisa que eu nem tento mais contar, mas nos respeitamos muito, pelo que já fizemos e perdemos.
Nat: perdas?
Hiure: não éramos o que somos hoje, nada de postos de alta patente, alcunhas, eu era o único alpha, ele foi enviado numa missão de recrutamento, conheceu uma loba, Rebeca, tiveram uma filha, mas todos morreram...
Nat: que horrível.
Ryan: que cara é essa Hiure?
Hiure: missão fora... Fala pensativo.
Kaique: o que?
Hiure: uma missão fora, é isso que devemos fazer.
Nat: pronto, surtou, tá falando do que?
Hiure: Heitor!! Fala se levantando e correndo.
Ninguém entendia ele, se olharam e simplesmente correram junto até que encontraram com Heitor e Bryan treinando os alunos de Hiure.
Heitor: até que enfim apareceu pra trabalhar.
Hiure: o que você tá fazendo aqui?
Bryan: o pirralho pediu uma ajuda, aí trouxe meus alunos também.
Kaique: uma puta tropa.
Hiure: foda-se isso, Heitor tô pra falar contigo.
Heitor: que foi?
Hiure: se lembra quando eu arruinei o casamento da sua irmã?
Heitor: difícil de esquecer, foi legal.
Hiure: vocês conseguiram fidelidade daquela alcatéia não foi?
Heitor: sim, por que?
Hiure: porque você vai nos ajudar, depois do treino vamos nos reunir, mas não conte a sua irmã de jeito nenhum.
Heitor: sabe que ela pode me seguir né?
Hiure: já tenho um plano pra isso.
O alpha pede ao pai pra que Ítalo seja deixado com a mãe e assim foi feito e no entardecer eles se reúnem, mas tinham dois a mais, Pérola e seu pai também compareceram.
Hiure: todos aqui e mais um pouco, beleza.
Heitor: agora explica.
Hiure: a alcatéia aliada de vocês ainda é fiel, vamos precisar disso.
Kaique: por que?
Hiure: porque vamos realizar uma missão, a mais complexa até agora.
Ryan: que seria?
Hiure: invadir Lupina, espionar e matar.
Rodolpho: nem vem, já tentamos fazer isso uma vez, lembra? Você quase morreu.
Hiure: não sou mais o mesmo e essa vai ser diferente.
Rodolpho: por que?
Hiure: porque vai funcionar, mas pra isso precisamos de proximidade.
Heitor: e é aqui que eu entro.
Hiure: precisamos de abrigo pra servir de base.
Ryan: já pensou em como faremos?
Hiure: já, três equipes de três com qualificações divididas corretamente.
Bryan: vamos ver sua estratégia. Fala soltando os braços cruzados.
Hiure: cada equipe terá um usuário de lâmina, um a longa distância, um assassino e um forte.
Ryan: são quatro qualificações.
Hiure: mas a maioria ocupa mais de uma.
Kaique: lâminas são comigo, Nat e Heitor.
Nat: também atiro, duas funções.
Hiure: Heitor, Ryan e eu somos os mais velozes, vamos ser separados, Bryan, Kaique e eu somos os mais fortes, separados também, Pérola e Joe são atiradores, separados também.
Nat: então ficamos eu, Hiure e Rodolpho; Pérola, Kaique e Ryan, Heitor, Bryan e Joe.
Rodolpho: fechou.
Hiure: a missão é simples, investigar e matar apenas no fim, as mortes terão que ser feitas longe, então vamos sequestrar antes.
Pérola: tenho uma coisa pra ajudar, descobrimos uma erva que camufla nosso cheiro, é perfeita.
Hiure: ótimo, tudo pronto, lembrem de irem com munição e silenciadores.
Joe: mas disse que vamos sequestrar e matar longe.
Hiure: vocês vão levar pro caso de algo dar errado, outra coisa, ninguém pode saber.
Nat: meu pai vai notar.
Hiure: você consegue dar um jeito.
Heitor: minha irmã também vai.
Hiure: essa parte você deixa comigo, você vai fazer o seguinte...
Na casa de Maria, ela e a mãe brincavam com o pequeno que ria alto, Heitor chega e pede pra falar com a irmã.
Maria: que foi Heitor? Pergunta preocupada.
Heitor: Hiure quer falar com você, na casa dele.
Maria: na casa? Será que...
Heitor: não sei mana, juro, só vim te avisar, consigo uma brecha com Ítalo e você corre lá.
Maria conseguiu um tempo e foi ao encontro de Hiure, a porta estava aberta e ela entrou, ele estava de costas pra porta e se apoiava no encosto de uma cadeira.
Maria: queria me ver?
Hiure: esse cheiro... Fala farejando o ar.
Maria: você me deu, lembra?
Hiure: Ancestrais me ajudem. Fala entristecido.
O lobo se vira para a olhar, como sempre ela estava linda e seu olhar de esperança doía no coração do lobo.
Hiure: eu já errei muito com você.
Maria: e vice versa, isso nos faz "humanos". Fala o tentando fazer rir.
Hiure: mas estou pra cometer o pior dos meus erros.
Maria: não é errado seguir o coração, só faz o que está com vontade. Pede se aproximando intimamente dele.
A respiração um do outro estava próxima, uma simples aproximação resultaria num beijo, mas o lobo com dificuldade se contém e se distancia.
Hiure: Maria, não foi por isso que eu te chamei. Fala rígido.
Maria: como assim? Heitor falou...
Hiure: ele estava seguindo instruções minhas, eu sabia quais botões apertar pra te trazer aqui.
Maria: o que!? Como você... Como pôde fazer algo assim?!
Hiure: nós vamos pra uma missão secreta em Lupina, Heitor, eu, meus irmãos, Nat, Bryan, Joe e Pérola iremos em poucos dias, talvez hoje mesmo.
Maria: fez tudo isso pra me convidar?
Hiure: não, pra te impedir, você não irá.
Maria: tá brincando né? Só pode, óbvio que eu vou.
Hiure: não, você não vai, não pode.
Maria: tem quatro de fora, meu irmão e vocês, eu tenho que ir, sou tão capaz quanto qualquer um! Se impõe elevando o tom de voz.
Hiure: eu sei disso, mas a questão que essa missão tem potencial suicida, podemos ir e não voltar! Explica rosnando entre os dentes.
Maria: eu entendo um pouco de riscos, a prova está aqui! Rosna com os olhos rubros.
Hiure: eu sei, mas ainda assim, eu agora posso morrer.
Maria: nossa morte sempre foi esperada, somos guerreiros!
Hiure: não é isso, eu tô dizendo que agora eu posso morrer e se acontecer eu morro em paz, isso pois Ítalo tem você agora.
Maria não esperava aquilo, se fosse orgulho ou teimosia ela poderia lidar, mas aquilo era diferente.
Hiure: antes eu era sozinho com ele, mas ele tem você, o pequeno já perdeu os pais uma vez, se nós dois formos, a chance disso ocorrer de novo aumenta.
Maria: então deixa que eu vou, você fica e eu vou no seu lugar.
Hiure: não, não dá, você pode morrer, eu não posso...
Maria: não pode o que!? Pergunta gritando.
Hiure: não posso viver num mundo sem você! Responde em alívio.
Ela se surpreende e se confunde com a resposta dele.
Maria: você não quer voltar comigo, mas ainda tem essa proteção!? Pergunta confusa.
Hiure: não voltarmos não significa ódio ou perda de consideração e respeito, você é a mãe do meu filho, podemos tentar nos dar bem? Não quero perder toda nossa amizade e respeito.
Maria: não é tão fácil assim.
Hiure: eu sei, não espero isso tudo, só não queria meu filho tendo pais separados e que se odeiam.
Maria: muita coisa pra pensar.
Hiure: você tem todo o tempo do mundo, mas peço que pense com carinho.
Ela deixa a casa dele, sua mente estava confusa com tudo aquilo, era muito pra mente e para o coração, mas entendia que não era a única que estava assim e na casa Hiure se consumia em fúria de si mesmo, mas ele se contém e sai pra se reunir com todos os demais da equipe.
Nat: já resolvi com meu pai é só vazar agora.
Bryan: como vamos?
Hiure: correndo.
Heitor: você tá brincando né?
Kaique: não, ele não está, ele e Ryan fizeram uma parada dessas uma vez.
Hiure: já faz um tempo, mas dessa vez vai ser mais longe.
Bryan: vamos deixar interessante, vamos correndo com tudo. Fala competitivo.
Pérola: vocês não se cansam de ficar competindo?
Todos em uníssono: não.
Joe: ir correndo é? Não faço isso há anos, vai ser divertido.
Hiure: não vai enfartar não?
Joe: vai se fuder moleque. Responde rindo.
Ryan: quem não for correndo leva as armas e roupas, pode ser?
Kaique: beleza, deixa comigo, mais alguém pra ir de carro.
Pérola: eu vou.
Nat: eu também vou. Responde rápido.
Eles entregam tudo e seguem rumo, Kaique e as meninas embarcaram na S10 de Ryan e seguiram, o restante se preparava pra correr, Bryan e Heitor iam na forma humana, Ryan ia na lupina, Rodolpho na Ragnarok, Hiure na hispo e o Joe pela primeira vez pra eles se transforma na crinos.
Hiure: preparados?
Rodolpho: é só diversão e correria. Fala rindo.
Eles então partem em corrida frenética e inacreditável, todos equiparados uns com os outros, mesmo o veterano conseguiu acompanhar até o destino desejado, chegaram uma hora depois dos três que foram de carro, todos estavam cansados e ofegantes, mas pior estava Joe, estava esgotado completamente, sua filha logo foi até ele.
Pérola: papai o senhor está bem? Pergunta o analisando preocupada.
Joe: estou, é só o tempo e a ferrugem cobrando o preço justo. Fala rindo.
Todos se recuperam e Heitor junto de Hiure vão falar com o alpha aliado, o alpha Luiz os recebeu com gosto, não havia mudado muito, ainda tinha uma aparência forte e confiante, mas também era humilde.
Luiz: em que posso ajudar o filho do Grande e o do Bravo.
Heitor: primeiramente eu gostaria de agradecer sua recepção.
Luiz: que isso? Vocês nos ajudaram várias vezes depois da guerra, cuidaram dos feridos, ajudaram com dinheiro sem aceitar devolução alguma, o que me pedirem vocês terão.
Heitor olha pra Hiure e o mesmo entende e se vira para o alpha.
Hiure: é com vergonha que viemos pra justamente pedir alguns favores ao senhor.
Luiz: se estiver ao meu alcance.
Hiure: queremos duas coisas, uma residência bem próxima dos limites de sua cidade com Lupina e se for possível sigilo em relação aos Grandes.
Luiz analisa os dois em face pensativa, ele se levanta e olha pela janela.
Luiz: vão atacar, não vão?
Hiure: sim senhor.
O alpha se vira com um semblante firme e severo, se aproxima dos dois e os olha de pé.
Luiz: então tratem de destroçar aqueles merdas do caralho. Fala firme e transmitindo confiança.
Nesse momento a porta se abre e uma figura familiar adentra o escritório, Henrique se surpreende com os dois alí.
Henrique: vocês... O que fazem aqui!? Pergunta em grito.
Luiz: só vieram pedir um favor.
Henrique: favor!? Arruínam meu casamento, levam meu povo pra guerra deles e ainda vem pedir favores?
Hiure: acredite, eu não queria, adoraria que houvesse outro jeito, mas aqui estou.
Henrique: seu verme de merda, vai sair agora da minha casa e da minha cidade!
Luiz: minha casa e cidade né?
Henrique: você não vai ajudar esses merdas né?
A pergunta irrita os dois que se continham em olhos brilhantes.
Luiz: se eu fosse você teria mais respeito com Mercúrio e Pelo Negro. Alerta sério.
O lobo se surpreende e olha os dois que tinham olhos furiosos e presas a mostra.
Henrique: Mercúrio e Pelo Negro? São vocês?
Hiure: não imaginei que já tivessem conhecimento disso nem de quem nós somos.
Luiz: já faz um tempo, acharam que ninguém ia ficar sabendo? Pergunta rindo.
Os dois se levantam e cumprimentam o alpha em gratidão, o mesmo designa um lobo para os guiar até o endereço, ao chegar eles se deparam com uma pequena mansão, parecia ser adequada para nove, eles agradecem ao lobo e adentram a casa, já era quase hora do almoço, Hiure, Heitor e Rodolpho vão pra cozinha e começam a preparar o almoço de todos, a refeição foi boa e logo depois eles começaram a se preparar para a incursão, armas foram carregadas e limpas, lâminas foram polidas e amoladas e ao anoitecer as equipes se separam e tomam suas posições, como sombras eles se moviam, os atiradores ficavam mais afastados e os caçadores iam de frente, os pontos de maior número de guardas eram as áreas de vendas e de tráfico criminoso dos humanos, alguns pareciam participar desses esquemas, agiam como uma milícia de extremos atos, mas sempre com cautela sobre seus reias poderes, mas o pior não eram os atos, mas sim os trajes que alguns usavam, o símbolo era abominável e até mesmo demoníaco.
Depois de investigar eles decidem voltar e executar a missão secundária, cada um deles raptou três lobos, vinte e sete ao todo e mesmo depois de serem torturados por Joe eles nada falaram e por fim foram mortos e enterrados em uma cova coletiva bem profunda e que foi usada a erva contra olfato.
Nat: não falaram nada.
Bryan: não sabiam de nada, precisamos pegar um que saiba das coisas.
Ryan: então o objetivo de amanhã é pegar alguém que saiba ou que conheça quem sabe.
Heitor: beleza, eu vou dormir.
Hiure: vou capotar pro meu quarto.
Todos seguem, apenas Kaique e Nat compartilhavam o quarto.
Pela manhã eles acordam e todos começam a treinar, apenas Pérola e seu pai não treinavam, mas isso muda com o convite dos demais, Kaique treinou com Joe, o ensinou o estilo gladiator, já Nat ajudou Pérola com luta, treinaram com apenas descanso para o almoço e seguiram até a noite, novamente eles se preparam e invadem, a cautela estava no máximo, audição concentrada e passos de caça também, mas algo estava diferente, os lobos pareciam estar em alerta, alguns falavam de um assunto interessante.
Lobo: soube? Um novo lobo vai ser trazido, esse sabe de muita coisa, dizem que se ele vier, nossa alcatéia se torna invencível.
Lobo2: mas ele é um de fora, ainda tá meio incerto.
Nat, Hiure e Rodolpho confirmam um para o outro, aqueles dois deveriam ser levados e assim fizeram, com uma pistola com silenciador e balas de Tomba Lobo, a dose era baixa e ela atira nos dois e como fantasmas eles somem e levam os dois para a residência, ambos foram amarrados em cadeiras com correntes de aço bem grossas, ao despertarem, os dois vêem três pessoas a frente deles.
Lobo: vocês sabem quem nós somos!? Pra quem trabalhamos!?
Hiure: mas é claro, vocês são os vermes do Turner.
Lobo2: então vocês sabem que ele nos protege, ainda assim vão tentar algo? Pergunta zombando.
Rodolpho: claro, é o que fazemos.
Nat: suas vidas não valem merda nenhuma, mas vocês tem informações que queremos.
Lobo: nós não vamos abrir o bico.
Hiure: eu sei, por isso estamos aqui.
Nesse momento Bryan abre a porta e entra no cômodo.
Hiure: já devem ter ouvido falar do Indomável, bom, ele odeia vocês e por isso ele vai fazer uma sessão de terapia com vocês.
Antes de deixarem a sala, Hiure põe a mão no ombro do Indomável.
Hiure: eles não devem morrer.
Bryan: beleza.
Assim que eles saem um som de gemidos, rosnados e gritos ecoavam pela casa, dez minutos se passam e Bryan sai com os punhos sujos de sangue.
Ryan: nada?
Bryan: não tive muito o que fazer.
Ryan: deixa comigo. Fala se levantando e sacando as garras.
Ele adentra e no mesmo tempo de Bryan ele sai, também sem sucesso.
Hiure: alguém? Pérola? Joe? Pergunta seguido de negação.
Nat: tive uma idéia, vamos nós.
Joe: espancamento coletivo?
Nat: não, pior. Fala olhando pra Hiure.
O lobo entende na hora e ambos adentram a sala, os dois estavam bastante feridos.
Lobo: vieram pra nos espancar em grupo? Não vai adiantar.
Nat: notei, mas ainda temos uma opção, mas vou dar uma chance, falem logo.
O lobo ri e cospe sangue na bota da loira que devolve chutando o rosto do lobo com a mesma.
Hiure: olhem bem vermes das trevas.
Assim que os dois se atentaram aos dois alí, Hiure e Nat se transformam em suas mais poderosas formas e rugem, os dois entram em pânico e os olhos rubros se tornam azuis e nisso um deles entra em choque e o outro se tremia, eles chamam os demais.
Hiure: fala, agora. Impõe feroz.
Lobo: não sei muito, só sei que é um lobo famoso da época do Turner, eles dois se conhecem há anos e tem um acordo ou um pacto, não tenho certeza de nada. Responde com medo.
Joe: tem que haver mais! Quem é? De onde vai vir!?
Lobo: eu não sei! Não sei de nada!!
Joe: então você não serve de nada! Fala sacando uma arma e atirando na cabeça do lobo.
Ninguém contextou e só enterraram os dois lobos, mas as palavras não saiam da cabeça deles, no entanto, nada podia ser feito no momento e por isso eles vão dormir.
Nat: pensei que íamos conseguir dessa vez, chegamos tão perto. Fala frustrada.
Kaique: calma, nem tudo sai como o plano, ninguém é culpado.
Nat: mas é que eu quero ser útil, preciso provar isso ao meu pai e ao meu irmão.
Kaique: você é a General da maior matilha da Rússia e a mulher mais forte e linda do mundo, não tem que provar nada. Fala solidário e sincero.
Nat: você é ótimo sabia? Fala o beijando no rosto.
Kaique: a feroz e severa Natasha, quem te viu e quem tem vê.
Nat: sinta-se honrado viu? Poucos me conhecem assim.
Kaique: é honra mesmo e prazer. Fala a beijando carinhosamente.
Ela segue o beijo e eles continuam até que ela tira a camisa dele, mas por um instante ela notou algo estranho nele, mas pensou não ser nada depois que ele a tomou nos braços em um beijo digno de cinema, o sexo foi ainda melhor para os dois e logo depois eles dormem abraçados e foi assim até que ela acordou pela manhã.
Nat: Kaique, acorda, já não tá meio tarde pra estarmos na cama?
Kaique: um pouco, vou fazer nosso café. Fala se levantando e descendo sem ela.
Assim que Nat desce, o cão lobo já havia terminado de preparar tudo e os dois comem, Nat terminou antes dele.
Nat: quer que eu espere você?
Kaique: não precisa, pode ir loirinha, se puder chama Hiure pra mim.
Ela deixa a cozinha e lá fora ela dá o recado a Hiure e o mesmo entra pra ver o que era.
Hiure: o que tá rolando?
Kaique: senta aí. Fala apontando pra uma cadeira.
O caçula o faz e se vira para o irmão
Kaique: eu tô com uma parada na cabeça já faz um tempo, mas ontem piorou.
Hiure: que seria?
Kaique: Natasha é o motivo pelo que eu tô confuso.
Hiure: não tá querendo ela mais? Pergunta confuso.
Kaique: não, pelo contrário e esse é o problema.
Hiure: não entendi nada.
Kaique: ela é russa, ela é completamente de lá e eu daqui, tem tipo um oceano que nos separa, ela não pode sair de lá ou eu daqui.
Hiure: aí é foda, mas qual o role comigo?
Kaique: você é amigo dela e você já passou por uma parada assim.
Hiure: é, mas eu não sou exemplo de condução de relacionamento, já terminei e voltei, houve pegação do nada e no fim, bom, você sabe.
Kaique: devo seguir como estou? Com ela?
Hiure: se te faz bem, faça o que quiser e como quiser, não deixe espaço pra um "e se" ou qualquer tipo de arrependimento, faça diferente do seu irmão aqui. Fala se levantando e saindo.
O caçula caminha e põe a mão na maçaneta seu irmão o impede o chamando.
Kaique: se arrepende de muita coisa?
Hiure: até que não, reconheço meus erros, mas cheguei aqui por eles e meus acertos, mas agora sigo tentando acertar ao máximo. Fala sorrindo e se retirando.
O mais velho fica com isso na cabeça e ele sai junto do irmão para treinar com os demais, o circuito de treino não mudou nada, Joe e Kaique continuavam a treinar juntos o veterano demonstrava capacidade com o treino de gladiador e Pérola já estava se dando melhor com lutas e o dia se finalizou novamente e na noite eles invadem novamente a antiga cidade deles, uma nostalgia misturada com tristeza atingia os cinco que lá moravam, restaurantes fechados, teatros abandonados e outros estabelecimentos depredados, era revoltante, mas lobos surgem, Pérola, Kaique e Ryan os encontram e pararam pra ouvir.
Lobo: alguns guardas sumiram nos últimos dias.
Lobo2: devem ter sido caçadores, bando de filhos da puta.
Lobo: mas um nome novo está vindo, ele vai resolver tudo.
Os três apuram os sentidos, as respostas estavam pra surgir.
Lobo: qual era o nome dele? Era um nome forte, mas é velho.
Lobo2: a Besta?
Lobo: não, era algo menos animal, mais uma característica dele.
Lobo2: o Bruto? Não, o Selvagem.
Lobo: isso o Selvagem, o Alpha vai o trazer a força.
Ao ouvirem aquilo, os três saem dali correndo, mas o descuido permite que os lobos ouçam eles.
Lobo: invasores, invadiram a cidade!! Grita antes de um uivo de alerta, as três equipes saem da cidade, mas seriam encontrados e por isso não podiam voltar até a casa onde estavam, invadiram um dos estabelecimentos abandonados e só alí notaram que a erva havia perdido o efeito e por isso seriam encontrados, os três atiradores trocam as balas de sedativos por balas reais, no instante que se preparavam, cerca de cem lobos surgem todos armados e mirando o local abandonado.
Lobo: não sabemos quem são, mas vamos atirar, se entreguem já!
Bryan: vamos morrer. Fala severo.
Heitor: não vim pra essa merda sem imaginar que morrer fosse possível. Fala puxando a espada.
Hiure: vamos cair matando geral.
O lobo então solta a mais forte intimidação que balança a todos do lado de fora.
Nat: vamos! Fala correndo pra saída.
Antes de saírem, os nove ouvem sons, flechas, de metal e tiros, o nariz de todos se contrai e reconhecem os cheiros.
Hiure: se são flechas, só pode ser... Fala sendo interrompido por um lobo que atravessou a parede já morto.
Hiure: Valquíria! Rosna a olhando feroz.
Valquíria: oi lobo velho, vocês vêm ou ficamos com a diversão? Aqueles caras alí não são de brincadeira.
Matando lobos estavam Pablo, Daniel, o capitão russo Konstantin e César.
Kaique: o que estão fazendo aqui?
César: vim ajudar você, irmão. Fala confiante.
Konstantin: madam. Fala em continência.
Rodolpho: vocês dois juntos?
Pablo e Daniel em uníssono: vovó. Respondem.
Rodolpho: imaginei.
Todos lutaram com bravura e poder sem igual, mas a luta tinha que acabar, então Daniel cria um momento de distração com bomba de fumaça, pimenta e aconito de enfraquecimento leve, mas isso não seria permanente, todos correram até quase saírem da cidade, mas era claro o que devia ser feito, Joe tinha que sair ele era o alvo.
Hiure: Pablo, ouve aqui.
O Medeiros se aproxima.
Hiure: você tem que escoltar o Joe de volta ele é o alvo e a chave pra eles.
Pablo: deixa comigo. Fala sacando as garras e brilhando os olhos rubros.
O veterano deixa a hispo e se põe de pé na crinos.
Joe: é verdade eu sou, o que vocês têm que entender garotos é que nunca vencerão essa guerra, pra haver paz e sobrevivência eu tive que fazer um pacto, um pacto com Robert Turner. Fala surpreendendo a todos e atirando com uma calibre doze nas costas de Pablo.
Mais dois tiros atingiram o lobo que cai de joelhos, os lobos das trevas surgem pela retaguarda atirando.
Pablo: o que foi que você fez!?
Joe: te livrei do trabalho. Fala puxando o gatilho pela última vez.
Balas voavam por todos os lados e no meio do tiroteio Selvagem foge, eles tinham que recuar, mas os irmãos Medeiros se negavam, Pérola então descarrega duas armas com sedativos neles, ambos caem segundos depois e são levados, todos correram pra fora de Lupina, indo em direção ao acampamento, mas a esperança havia sido enfraquecida, pois por algum motivo o lobo veterano os havia traído e de uma maneira desconhecida ele podia dar a vitória para o Alpha das Trevas.

Continua...

Demorei muito como sempre, mas valeu a pena pode falar, a demora pode ser grande, mas a qualidade não vai cair, até o próximo capítulo, votem e compartilhem se puder. Peço desculpas pelo uso da imagem do uniforme, mas tem motivo, mais uma vez peço desculpas a quem tiver se ofendido ou coisa do gênero.

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