Capítulo 3

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A última coisa que Juliana esperava de um domingo de folga a tarde no parque era que fosse encontrar Valentina. E a garota estava um espetáculo de bonita; com um short marrom, uma blusa de seda e um quimono florido, e botas com salto. Que ótimo. Encontraria Valentina estonteante enquanto ela estava de saia jeans e uma blusa de pano qualquer.

Quis fugir, evitar ser vista, mas aqueles olhos azuis a captaram em questão de segundos, como se algo mais forte as ligasse no meio das centenas de pessoas no parque. Valentina não teve outra opção senão andar até Juliana o mais rápido que suas pernas longas permitiam.

Era óbvio que elas estavam mantendo contato por telefone todos os dias, sempre com muitas mensagens e às vezes algumas ligações. Já fazia pelo menos uma semana desde o primeiro e único encontro entre elas, e Juliana estava nervosa diante do segundo.

– Juls.

– Val.

Ficaram instantes apenas se encarando, sorrindo. Foi a primeira vez que Juliana notou como Valentina era mais alta que ela, talvez uns dez centímetros mais alta, mas por causa do salto ela não saberia dizer com precisão. E aqueles olhos, não mais marcados por lágrimas, eram ainda mais lindos. Mais azuis.

E então se abraçaram, com força. Juliana foi embriagada pelo cheiro de flores em Valentina, enquanto ela reconheceu o cheiro de mar único em Juliana. Que cheiro maravilhoso. Não queriam se soltar, mas infelizmente era necessário.

Valentina começou a se afastar devagar, mas se manteve segurando as mãos de Juliana.

– Que bom te encontrar.

– Como veio parar aqui?

– Você disse que gostava do parque e da livraria. Você não estava no restaurante, nem na livraria. Sobrou aqui.

– Eu poderia estar em casa.

Valentina sorriu ante o deboche de Juliana, e enfiou o braço para entrelaçar ao dela. Levando–a consigo pelo parque.

– Mas você não está.

– Não. Não estou.

– Sorte a minha.

– E minha. Fiquei pensando se algum dia te veria de novo.

– Porque não me veria?

– Bom... Mundos distantes.

– Que papo furado, Juliana. – O tom de voz de Valentina fez Juliana sentir um frio na espinha, ela não parecia nada feliz com seu argumento. – Não somos amigas?

– Sim... Somos.

Mas a incerteza na voz de Juliana estava ali. E Valentina sabia o motivo, e sabia que tinha fundamento. Afinal, ela era uma Carvajal, milionária, conhecida, com o nome estampado em vários jornais enquanto Juliana... Bem, ela trabalhava em um restaurante para ajudar sua mãe em casa. E havia terminado o colégio aos trancos e barrancos.

– Então pronto. Não quero saber sobre condição social. Vamos apenas ser amigas. Eu estou precisando de uma amiga.

– Eu também...

Juliana disse com mais peso do que gostaria.

Valentina parou com Juliana em seu braço no banco e foi a primeira a sentar, Juliana olhou em volta, receosa, e então sentou com ela. O braço da morena foi instintivamente para atrás de Valentina, apoiando no banco.

– Eu estou disponível para ser sua amiga, se quiser.

O sorriso de Juliana era muito bonito, Valentina pensou. Os dentes dela encaixavam direitinho, os lábios eram bonitos. O conjunto todo do rosto dela era incrivelmente bonito. Além do cheiro maravilhoso de mar que ela tinha.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora