Capítulo 14

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Juliana foi a primeira a acordar para variar um pouco, e virou de lado em sua cama apertada para encontrar Valentina dormindo como um anjo. Era engraçado que Juliana sempre tinha a sensação de um campo de força mantendo-a perto de Valentina; como se elas estivessem realmente ligadas por dentro e por fora. Ela nem percebia, mas estava sempre tocando Valentina, sendo tocada por Valentina; as coisas faziam mais sentido quando elas estavam perto uma da outra, e Juliana nunca queria perder aquela sensação.

Como sempre, não teve outra opção senão olhar para Valentina; ali, dormindo e tranquila, Juliana encarou a garota porque era impossível fazer qualquer outra coisa. Como ela ficava linda, serena, nenhuma preocupação; apenas paz e um sonho bom. Com um sorriso daqueles, Valentina só poderia estar tendo um sonho bom. E a morena não se conteve, acariciou seu rosto com todo o cuidado para não acorda-la, afinal Valentina merecia paz.

Aquele anjo dos olhos cristalinos merecia toda a paz do mundo, e Juliana não conseguia parar de sorrir enquanto a encarava; entre murmúrios e suspiros, Valentina pareceu se aproximar de Juliana na cama, sem acordar. Foi sutil, ela apenas se arrastou como se procurasse conforto pela cama; e encontrou seu conforto em Juliana. Elas estavam tão perto que era como se estivessem se tocando, como se estivessem completamente coladas, mesmo com alguns centímetros as separando. Será que ela estava realmente dormindo? A morena se perguntou.

Mas ela estava. Mesmo.

E Juliana sentia o rosto todo dolorido, a boca, o nariz e principalmente o olho, mas não queria sair de perto de Valentina para ver. E quis menos ainda quando a mão de Valentina segurou a sua. O lado bom de estarem de frente uma para a outra era que Juliana podia ver absolutamente cada detalhe do rosto de Valentina; suas sobrancelhas bonitas, o desenho de sua boca, o nariz que era provavelmente uma das coisas mais bonitas do mundo... Valentina era a coisa mais bonita do mundo.

Juliana não conseguia parar de sorrir.

E sorriu mais ainda quando Valentina abriu aquele mar azulado só para ela; com direito ao sorriso que fazia seu coração bater mais forte.

- Oi você. – Valentina quando acordava, ficava com a voz rouca, e sua voz fina e rouca ao mesmo tempo poderia acabar com um ser humano. – Bom dia bebecita.

- Bom dia. – Juliana respondeu, ainda sem conseguir parar de sorrir. – Bom dia, Val.

- Acordou tem muito tempo?

Sim. Mas ela não iria falar que estava acordada praticamente babando na melhor amiga, seria ridículo. E não era como se estivesse babando... Estava apenas apreciando. Valentina era digna de toda apreciação do mundo.

- Não. Acordei agorinha.

Valentina aproveitou que já estava segurando a mão de Juliana para puxa-la para mais perto e beijar os nós de seus dedos machucados. Queria poder arrancar cada marca que estava na pele dela; tentou não sentir ódio do que acontecera com a morena, mas era impossível. Alguém tinha que pagar. E Andrés pagaria.

- Como está se sentindo?

Juliana não estava conseguindo se concentrar em muita coisa com Valentina beijando sua mão, seu corpo inteiro parecia arrepiado e elétrico. E ela sentia uma vontade incontrolável de sorrir feito boba. O poder de Valentina sobre ela era incrível.

- Melhor que ontem.

- Isso é bom.

- E você, como está?

- Perto de você, eu sempre estou bem.

Era possível mergulhar na imensidão dos olhos de Valentina? Porque Juliana tinha a sensação de que estava se afogando, de uma vez só, sem hora para voltar. O toque de Valentina era tão macio, carinhoso. Elas se aproximaram na cama sem nem perceber, não havia mais espaço entre seus corpos, as peles estavam encostadas.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora