Na semana seguinte, Juliana sentiu todo o alivio que podia ao estar finalmente livre do maldito hospital; não aguentava mais as comidas, o cheiro e principalmente a distância emocional de Valentina. Era como se houvesse uma barreira invisível entre elas, e tudo o que Juliana queria era pular o maldito muro entre elas e ir para os braços de sua garota.
Claro que Valentina não havia saído de seu lado, estava cuidando dela até mais do que Lupita ou qualquer médico; mas Juliana enxergava a culpa ali, e o distanciamento. Valentina não estava lá com sua namorada. E aquilo a estava destruindo aos poucos. Queria Valentina de volta.
Entrou em seu quarto, sentindo o cheiro de Valentina em toda parte. Quanto tempo havia se passado desde que deitara em sua cama com a garota pela última vez? Precisava de só um pouco mais. E não tinha. Não tinha nada. Valentina a deixara em seu apartamento, prometendo que arranjaria um lugar novo, onde Chino não as encontraria.
E saiu.
Deixou-a.
Juliana estava se sentindo vazia.
Do outro lado da cidade, bem longe dali, na mansão Carvajal, Valentina estava tomando um gole de vodca. Já era a segunda garrafa, mas para ela era só mais um gole. Precisava de coragem. Precisava de impulso. E precisava parar de sentir raiva. Lucía havia lhe dito que Eva tivera a coragem de aparecer em casa. E o acerto de contas era eminente.
Valentina tinha sangue nos olhos.
Lucía tentou segurar a caçula dos Carvajal no quarto, mas foi inútil. Valentina estava irredutível. Irrompeu o quarto de Eva no momento em que a irmã mais velha arrumava uma mala. Os olhos muito verdes se arregalaram.
- Vai viajar Eva?
- Vale...
- Como você teve coragem?
- Você está bêbada?
As lágrimas mascaravam os olhos de Valentina.
- Você não tem um pingo de vergonha na cara?
Eva largou tudo o que fazia para virar para a irmã. Valentina tinha tanta dor nos olhos, na expressão por inteira, parecia que não dormia faziam dias. E Eva se sentiu culpada.
- Me deixa te explicar.
- Não há explicação para o que você fez, Eva.
- Claro que há. Se você me deixar...
- Não! – Valentina gritou, empurrando Eva para longe; até o toque da ruiva a deixava enojada. – Você tentou matar a Juliana, Eva. Eu vi. Com meus olhos. Ninguém me disse. Eu vi você atirar nela. Eu vi. Por que Eva?
- Ela é perigosa.
Como se Valentina não estivesse explosiva o suficiente...
- Você só pode estar louca!
Eva arregalou os olhos.
- Você é a única perigosa aqui. Você atirou na Juliana. Tentou matar a Juliana. Você estava com Chino e seus homens... E tentou matar a garota que eu amo.
Eva cerrou os punhos, porque aquelas palavras de Valentina a incomodaram mais do que ela poderia explicar.
- Não diga uma coisa dessas!
- O que? Que a Juliana é a garota que eu amo? Pois ela é, Eva.
- Não, não é. Você não sabe o que sente. Está confundida. Você nunca gostou de mulheres antes, hermanita.
- Eu nem sei gosto de mulheres, Eva.
- E Juliana?
- Esta é a diferença. Eu não gosto de mulheres. Eu amo a Juliana. Você não podia ter me condenado por isso.
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Eso És Amor | Juliantina
RomansaEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...