Capítulo 49

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Na semana seguinte, Juliana sentiu todo o alivio que podia ao estar finalmente livre do maldito hospital; não aguentava mais as comidas, o cheiro e principalmente a distância emocional de Valentina. Era como se houvesse uma barreira invisível entre elas, e tudo o que Juliana queria era pular o maldito muro entre elas e ir para os braços de sua garota.

Claro que Valentina não havia saído de seu lado, estava cuidando dela até mais do que Lupita ou qualquer médico; mas Juliana enxergava a culpa ali, e o distanciamento. Valentina não estava lá com sua namorada. E aquilo a estava destruindo aos poucos. Queria Valentina de volta.

Entrou em seu quarto, sentindo o cheiro de Valentina em toda parte. Quanto tempo havia se passado desde que deitara em sua cama com a garota pela última vez? Precisava de só um pouco mais. E não tinha. Não tinha nada. Valentina a deixara em seu apartamento, prometendo que arranjaria um lugar novo, onde Chino não as encontraria.

E saiu.

Deixou-a.

Juliana estava se sentindo vazia.

Do outro lado da cidade, bem longe dali, na mansão Carvajal, Valentina estava tomando um gole de vodca. Já era a segunda garrafa, mas para ela era só mais um gole. Precisava de coragem. Precisava de impulso. E precisava parar de sentir raiva. Lucía havia lhe dito que Eva tivera a coragem de aparecer em casa. E o acerto de contas era eminente.

Valentina tinha sangue nos olhos.

Lucía tentou segurar a caçula dos Carvajal no quarto, mas foi inútil. Valentina estava irredutível. Irrompeu o quarto de Eva no momento em que a irmã mais velha arrumava uma mala. Os olhos muito verdes se arregalaram.

- Vai viajar Eva?

- Vale...

- Como você teve coragem?

- Você está bêbada?

As lágrimas mascaravam os olhos de Valentina.

- Você não tem um pingo de vergonha na cara?

Eva largou tudo o que fazia para virar para a irmã. Valentina tinha tanta dor nos olhos, na expressão por inteira, parecia que não dormia faziam dias. E Eva se sentiu culpada.

- Me deixa te explicar.

- Não há explicação para o que você fez, Eva.

- Claro que há. Se você me deixar...

- Não! – Valentina gritou, empurrando Eva para longe; até o toque da ruiva a deixava enojada. – Você tentou matar a Juliana, Eva. Eu vi. Com meus olhos. Ninguém me disse. Eu vi você atirar nela. Eu vi. Por que Eva?

- Ela é perigosa.

Como se Valentina não estivesse explosiva o suficiente...

- Você só pode estar louca!

Eva arregalou os olhos.

- Você é a única perigosa aqui. Você atirou na Juliana. Tentou matar a Juliana. Você estava com Chino e seus homens... E tentou matar a garota que eu amo.

Eva cerrou os punhos, porque aquelas palavras de Valentina a incomodaram mais do que ela poderia explicar.

- Não diga uma coisa dessas!

- O que? Que a Juliana é a garota que eu amo? Pois ela é, Eva.

- Não, não é. Você não sabe o que sente. Está confundida. Você nunca gostou de mulheres antes, hermanita.

- Eu nem sei gosto de mulheres, Eva.

- E Juliana?

- Esta é a diferença. Eu não gosto de mulheres. Eu amo a Juliana. Você não podia ter me condenado por isso.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora