Valentina acordou sentindo que estava flutuando, deitada em nuvens, plumas e seda; até a dor de cabeça que deveria estar sentindo pela ressaca não estava lhe atingindo, tamanha paz que estava sentindo. Não quis abrir os olhos, se manteve respirando fundo, agarrada em seu travesseiro, sorrindo. Tivera um sonho tão gostoso, de frente para a praia, sentindo o mar bater em seus pés, ouvindo as ondas quebrando ao fundo, o pôr–do–sol pintando os céus. Não sabia que praia era aquela, mas era a mais linda que já tinha visto, mesmo em sonhos.
Até a areia era macia, seus pés deslizavam com facilidade; queria ficar ali para sempre, mas infelizmente precisou acordar. O paraíso tinha que acabar em algum momento. E ela tinha que abrir os olhos, mas se recusava, queria buscar o sonho de qualquer forma, não tinha um sonho bom tinha tanto tempo que mal se lembrava de como era. Antes, tudo era pesadelo. Agora, estava sonhando com praias, vento no rosto, cheiro de mar e a sensação de paz. Uma paz tão confortante.
O problema foi abrir os olhos e perceber aonde estava.
Bem longe da praia, sua cabeça subia e descia suavemente como as ondas do mar, mas por ela estar em outro lugar. E não era exatamente a sua cama. Seus olhos se arregalaram de imediato.
A areia macia, o cheiro de mar... Agora tudo fazia sentido. Ela estava completamente enroscada em Juliana, com as mãos passeando por seu corpo como a areia macia de seu sonho, o cheiro de mar vinha do pescoço dela, onde seu rosto estava enfiado. E a morena respirava fundo, relaxada. Valentina ergueu o rosto para encontrar aqueles lindos olhos castanhos fechados.
O alívio bateu com força, pelo menos Juliana estava dormindo e não tinha percebido que Valentina estava praticamente abusando dela enquanto as duas dormiam. Mas Juliana parecia um anjo dormindo, sorrindo. Com o que será que ela sonhava?
Juliana era o motivo de seu sonho de paz, será que ela também estava tendo um sonho bom por estar dormindo com ela? Será que Juliana sentia a mesma paz que ela? Era possível tamanha conexão? Valentina queria que Juliana sentisse pelo menos metade do que ela estava sentindo naquela manhã, naqueles últimos instantes de sonho delicioso e o despertar.
Valentina também pensou em fazer um café da manhã antes da morena acordar, sabia do quanto Juliana amava comer, e amava o desayuno. Talvez Chivi pudesse fazer alguma coisa especial.
Enquanto ela estava devaneando sobre café–da–manhã surpresa para Juliana, foi pega desprevenida com aquele mar castanho em forma de olhos se abrindo. E aquele sorriso suave, sonolento... Juliana era de tirar o fôlego.
– Val. – Isso sem falar no tom rouco, que provocou um arrepio em Valentina.
– Juls.
Percebendo que ainda estava completamente embolada em Juliana, Valentina se afastou um pouco e ficou deitada de frente para a morena. Suas bochechas estavam quentes a ponto de doer e Juliana tinha o sorriso terno, tranquilo, de sempre, como se nada pudesse lhe abalar. Mas havia algo em seus olhos.
– Bom dia.
– Bom dia bebecita.
– Dormiu bem?
– Como um anjo. E você?
– Nunca dormi tão bem... Na vida... – Não era uma mentira, e Valentina não sabia exatamente por que tinha falado daquela forma, as palavras simplesmente lhe escaparam dos lábios. – Obrigada.
– Não tem que me agradecer. Foi um prazer, na verdade. Eu sempre quero cuidar de você, Val.
– Pelo visto eu devo ter dado um show e tanto, já que você ficou.
Juliana afastou uma mexa de cabelo de Valentina, acariciando aquele rosto lindo. Seus olhos passavam tanta intensidade, conforto, segurança.
– Eu teria ficado independente do que aconteceu.
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Eso És Amor | Juliantina
RomansaEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...