Capítulo 26

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Em algum momento da noite elas trocaram de posição; Juliana ficou deitada na cama e Valentina se agarrou a ela, deitando em seu peito e ganhando carinhos no cabelo. Ficaram encarando o teto, sem ter muito o que dizer, mas também sem a necessidade de palavras. As horas de amor que se passaram entre elas, falava por tudo. Elas se bastavam. A chuva ainda caía do lado de fora, fazendo um barulho estrondoso, mas não importaria se estivesse nevando ou no meio do verão, elas estavam juntas.

Nuas, embaixo de um lençol macio, ainda trêmulas de amor, não conseguiam parar de sorrir. Mesmo em todos os sonhos, nada se comparava à realidade de fato; podiam ter lido sobre, visto todos os filmes de amor, todas as primeiras vezes do mundo... Mas viver aquilo juntas, as horas que se passaram em cima daquela cama... Aqueles momentos ficariam para sempre.

Uma música tocava ao fundo do quarto, uma melodia romântica, em que momento havia começado a tocar? Nenhuma delas conseguia lembrar. Só estavam embaladas pelo som, a melodia e toda a harmonia. Tudo se resumia a elas. Os carinhos, os beijos, as peles macias, os toques que ainda ardiam nas peles.

Juliana suspirou, alto, chamando a atenção de Valentina.

– O que?

– O que?

– O que, o que?

Rindo, por que sabia que parecia uma boba, Juliana encarou Valentina também.

– O que, o que?

Quando a realidade do que tinham feito lhe bateu, Juliana afastou os cabelos do rosto e sentiu-se perdida. O que as pessoas faziam depois de uma primeira vez? Faziam de novo? Mil coisas passaram em sua cabeça. Valentina tinha gostado? Ela ainda se sentia nas nuvens, mas será que tinha sido o mesmo para a garota?

Perder a virgindade realmente fazia você ver as coisas de um jeito diferente, ela pensou. Mas ao mesmo tempo, estava tão feliz, como se o mundo tivesse mais cor depois de Valentina.

Me siento extraña...

– Yo también. – Valentina se ajeitou na cama para poder encarar Juliana melhor, e saiu de seu colo. – Pero, creo, eso es normal, no? Es la primera vez que hacemos algo así.

Juliana sorriu antes de responder.

– Sim.

– Arrependida?

Como Valentina já estava deitada na cama, Juliana apenas deitou de lado para ficar de frente para a garota. Colocou a mão em seu rosto e lhe acariciou os cabelos.

– Claro que não. Nunca. Você?

– Eu também não. Foi incrível.

– Eu nunca tinha sentido nada assim antes.

– Nem eu. – E porque estava sentindo uma felicidade inexplicável, se aproximou da morena, passando sua perna pela cintura de Juliana. – Eu nem consigo explicar.

Juliana pensou em como aquele momento era perfeito.

– Mas tem uma coisa faltando.

– O que?

Valentina estranhou quando Juliana se afastou dela na cama e foi atrás de sua mochila, mas aproveitou para apreciar aquele corpo maravilhoso esculpido pelos deuses que a morena tinha. Cada linha e curva daquele corpo era perfeita. Viu enquanto Juliana buscava algo em sua mochila e voltava para a cama; sentou para ficar de frente para ela.

– O que é? Estou curiosa. Não me deixe curiosa, por favor.

Como Valentina ficava adorável com aqueles olhos enormes e aquela expressão de criança pedindo brinquedo. E ainda tinha aquele biquinho... Juliana morreria por aquele biquinho. Deu-lhe um selinho rápido e sentou de frente para Valentina.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora