Ao final do dia, Juliana estava fechando o restaurante como sempre, e sentia tanta falta de Valentina que seu peito estava doendo; já era hora da namorada estar lá com ela, mas elas não estavam em um bom momento, então fazia sentido Valentina não estar lá. A garota também não havia mandado mais mensagens, e Juliana nunca negaria que estava morrendo de preocupação.
E de saudade.
A cada olhar para a porta, ela imaginava que Valentina estaria chegando a qualquer momento, mas não. Ela nunca chegava; cadeira após cadeira e nada dela. E como Juliana estava com saudade. Terminou tudo no restaurante e checou o celular mais uma vez antes de sair; nada de Valentina. Era preocupante. Ela queria uma notícia, qualquer coisa.
Deveria ligar?
Ela mesma havia pedido espaço, então talvez Valentina estivesse se segurando para não procura-la; fazia sentido, então, que fosse ela a dar o primeiro passo. Mas ela queria dar o primeiro passo? Ora, óbvio que queria. Estava mais do que desesperada para dar qualquer passo em direção à namorada. Não haviam motivos para que elas não se resolvessem de uma vez, afinal. Era apenas uma briguinha boba.
Resolveu que iria até a casa da namorada, e estava no meio do caminho para a parada de ônibus, quando se celular começou a tocar desesperadamente. Ela mal olhou no visor antes de atender.
- Val?
- Jule, tudo bem?
- Oi Lucía. Buenas noches. Acho que sim. O que há?
- Você poderia vir aqui?
- Aonde?
- Na mansão. É Vale... Ela não está bem.
O celular quase caiu da mão de Juliana, de tão trêmula que ela se sentiu.
- Que? O que aconteceu com ela?
- É melhor você ver pessoalmente, e eu sei que não há ninguém melhor do que você para cuidar dela.
- Lucía como? O que está...?
Mas Juliana não conseguiu terminar de falar, as palavras falhavam em sua garganta, enquanto ela imaginava o pior. Será que Valentina estava machucada?
- Eu já mandei Alírio te buscar no restaurante, ele não deve demorar. Só venha, em silencio, e vá direto para o quarto dela, por favor. Antes que Eva volte para casa e veja.
E então Lucía desligou e Juliana ficou desesperada.
Completamente fora de si. Quase tremendo, enquanto esperava o carro de Alírio aparecer. Que demora toda era aquela? O que será que Valentina tinha? Ela tentou ligar para a namorada algumas vezes, e nada de resposta também.
Foram instantes de completa agonia até que Alírio aparecesse. O caminho até a mansão Carvajal foi um completo silencio e Juliana teve certeza de que não haviam mais unhas para roer em suas mãos, tamanho era seu nervosismo. Para Lucía ligar para ela, era por que algo sério deveria estar acontecendo. Ela precisava saber o que era. Urgentemente.
Entrou na mansão em silencio, e subiu para o quarto de Valentina. Certificou-se de que Eva não estava em cada e de ninguém a havia visto entrando, e caminhou pela mansão, cuidadosamente. Do quarto de Valentina, ela conseguia ouvir uma música, parecia tão triste. E um cheiro forte de álcool. Não, não podia ser, ela pensou; correu em direção ao quarto, abrindo a porta de Valentina quase como um rompante. E para seu total alívio, a namorada estava inteira e sentada na cama, não havia sangue ou nenhum resquício de machucados, mas ela estava bebendo.
De novo.
A abertura abrupta da porta de seu quarto fez Valentina assustar-se, girou na cama a fim de olhar para a porta e encontrou os olhos castanhos mais lindos do mundo, arregalados, estudando-a. Não pensou duas vezes, até porque não tinha o que pensar. Precisava agarrar aquele sonho bom antes que acabasse. Lançou-se nos braços da namorada, sendo segurada com tanta firmeza, que achou que fosse derreter. Parecia que faziam anos que não se viam, tamanha era sua saudade. O cheiro dela estava por toda a parte, e Valentina se agarrou à namorada com força.
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Eso És Amor | Juliantina
RomanceEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...