Quando a manhã chegou, Juliana e Valentina ainda estavam abraçadas na cama, mas a morena era a parte de dentro da conchinha, completamente colada na namorada, e respirava tão tranquila enquanto sonhava. Havia acordado o mais cedo o possível para avisar a Dona Carmem que não poderia ir trabalhar, pedindo uma das folgas que lhe era de direito. E a senhora não reclamou, nem nada, o que só fez Juliana pensar que realmente tinha sorte.
Foi quando trocou de posição com Valentina, ficando de costas para ela, entrando em seus braços e sendo segurada com muito carinho enquanto a namorava murmurava algo doce em seu ouvido. O problema foi que estava sonhando deliciosamente quando Chivis bateu na porta do quarto, assustando as duas.
- Mi niña? – Outra batida. – Puedo passar?
Valentina arregalou os olhos. Juliana se escondeu embaixo do cobertor, cobrindo-se totalmente.
- Vete Chivis!
Valentina gritou de volta, e encarou Juliana que se mantinha escondida embaixo do cobertor, como se houvesse a possibilidade de Chivis entrar com a porta trancada.
Mas Chivis não desistiu.
- Vas a desayunar aquí?
- No. Vete. Ahorita no.
- Está bem. Vou esperar então.
Valentina se jogou para o lado, respirando muito fundo. E Juliana demorou alguns instantes para sair debaixo do cobertor, e quando saiu, encontrou a namorada sorrindo, quase rindo na verdade, ela estava realmente achando graça daquela situação?
- Que?
- Você se escondeu?
- Claro? – Foi mais uma pergunta do que uma resposta.
- A porta está trancada.
- Eu não lembrava disso. – E então suspirou longamente. Passado o susto, a urgência de Valentina cresceu em seu estômago, sorriu e foi para cima dela, deitando-se por cima da namorada, e beijando-lhe os lábios com carinho. – Bom dia, amor.
Valentina se moveu como uma gatinha manhosa, e então se entrelaçou inteira em Juliana.
- Ai, muito bom dia mi amor. Como é bom acordar com você. Por mim poderíamos morar juntas e acordar assim sempre.
- Sabe que eu concordo? É uma delícia mesmo.
- Será que podemos realmente ficar assim o dia inteiro?
- Acho difícil.
Valentina começou a sentir o desanimo no peito, será que Juliana teria mesmo que trabalhar? Ela queria apenas mais algumas horinhas com a namorada.
- Poxa...
E então a morena sorriu, fazendo Valentina arquear uma das sobrancelhas.
- Nunca conseguimos ter muita privacidade em sua casa.
- Eu sei...
- Mas... Eu avisei a Dona Carmem hoje cedo. Ela me liberou sem problemas, o que significa que temos, de fato, o dia inteiro.
- Mesmo?
- Sim. Falei que iria. Não acreditou?
- Achei que... Bom... Não sei.
- Amor...
- Só não achei que você fosse fazer mesmo, não sei. Achei que Dona Carmem poderia implicar, ou qualquer coisa assim. Mas queria tanto. Quero tanto ficar com você...
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Eso És Amor | Juliantina
RomanceEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...