Capítulo 19

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O caminho até a mansão Carvajal foi um gostoso silencio, regado de sorrisos de uma para a outra e as mãos dadas com dedos entrelaçados. Alírio conversava com elas sobre qualquer coisa, mas nenhuma delas conseguia realmente prestar atenção; estavam focadas demais uma na outra. Em tudo o que havia acontecido, e o que elas ainda queriam que acontecesse.

Juliana sentia o corpo coçando, a lembrança de cada toque de Valentina tão viva como se ainda estivesse acontecendo. Vestiu o casaco e arrumou os cabelos completamente bagunçados, sob os olhares de Valentina. A garota precisava parar de olhar para ela daquela forma ou não resistiria. E Alírio estava bem ali.

Como poderia resistir à Valentina Carvajal?

Simples. Não resistindo.

Ela mordeu o lábio inferior e Juliana sentiu uma dor pulsante no estômago. Ela não tinha noção de como era de tirar o fôlego. A morena começou a perder o controle sobre seu corpo, ia avançar em Valentina de novo, quando Alírio chamou a atenção da garota com alguma conversa boba.

Certo, precisava se controlar, pensou.

Conseguiria se controlar. Certo?

Valentina não tinha a menor ideia do que Alírio estava falando, não conseguia prestar atenção e muito menos manter o foco. Tudo o que conseguia pensar era que Juliana estava segurando sua mão, com dedos entrelaçados, mandando uma carga elétrica densa por todo o seu sangue. Como era possível que ela estivesse fervendo por dentro e ao mesmo tempo tranquila? A paz que Juliana lhe dava era realmente sem explicação.

Mas ali, naquele momento, com as lembranças da boca dela por seu pescoço, rosto e boca, ela não queria paz. Queria fogo, labaredas, perda de controle. Ela não queria ficar tranquila, queria ficar completamente sozinha com Juliana. Mas ao mesmo tempo estava apavorada. O que seria delas agora?

Alírio estacionou o carro na frente da mansão Carvajal e abriu a porta para que Valentina e Juliana saíssem. Ficaram de mãos dadas o caminho todo até a sala, onde encontraram Chivis pronta para oferecer um lanche. Valentina pensou que queria ser lanchada, mas nunca colocaria esse pensamento em voz alta.

Juliana estava nervosa.

Depois de uma sessão como aquela no carro, ficaria sozinha com Valentina no quarto. Era tudo o que ela queria? Sim. Mas o que faria se ficasse sozinha com Valentina e as coisas saíssem do controle de novo? Ela não tinha a menor ideia dessas coisas, ou de nada, estava aprendendo tudo com Valentina.

Seguindo apenas seus instintos e coração.

Valentina era completamente experiente, Juliana não teria nenhuma chance de surpreender. E ainda havia Lucho na história. Elas não poderiam ficar aos beijos ensandecidos com Lucho ainda sendo o maldito namorado. Mas queria ficar aos beijos com Valentina, queria deitar e abraçar a garota.

Estar apaixonada era muito bom.

Mas tão agoniante ao mesmo tempo.

- Juls – Valentina começou a falar assim que sentou em sua cama. Juliana acompanhou o movimento com os olhos, e depois sentou ao lado dela. As duas encostadas na cabeceira da cama, lado a lado. – Não íamos parar, não é?

Perdida naqueles olhos azuis, Juliana demorou um pouco para responder, mas começou com um sorriso.

- Eu não queria parar. – A resposta arrancou um sorriso muito sutil de Valentina. – Você queria parar?

- Não. – Ela sussurrou.

Juliana pensou bem no que poderia dizer em seguida. Seu coração ainda batia forte contra o peito, suas mãos coçavam para tocar Valentina, em qualquer lugar que fosse. O roçar ocasional de seus ombros estava lhe causando arrepios.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora