Valentina acordou com a mensagem de bom dia de Juliana. Sua melhor amiga Juliana. Sua melhor amiga que não queria nada com ela, Juliana. Mas pelo menos havia terminado com Lucho, de uma vez por todas, e ele pareceu entender. Ela não deu detalhes sobre estar apaixonada por Juliana, não fazia sentido, mas esperava que ele a respeitasse. O problema era estar apaixonada por alguém que não estava apaixonada por ela de volta.
Mas será que Juliana não estava? Aqueles beijos ainda estavam formigando em seus lábios, ela quase conseguia sentir o gosto de Juliana ainda, não era possível que aquilo fosse uma simples atração. Todos os toques e sorrisos... Ela não podia estar imaginando tudo sozinha. Sentindo tudo sozinha.
Sentou em sua cama e enfiou as mãos entre os cabelos, estava ficando louca. Não conseguia parar de pensar em Juliana, seus beijos, seu sorriso; cada toque dela parecia arder em sua pele ainda, cada beijo era como se ela pudesse sentir. Por que estar apaixonada tinha que ser tão confuso e doloroso?
E como sabia que ela estava apaixonada mesmo?
Bom, era simples. Nunca havia sentido nada como o que estava sentindo por Juliana, e não precisava de beijo nenhum para saber, mas não iria negar que os beijos foram como a confirmação da confirmação; se havia alguma dúvida em seu coração sobre o que sentia por Juliana, tudo tinha sido sanado naqueles lábios e todos os toques que vinham com eles.
Estava desesperada por uma ligação de Juliana. Queria ouvir a voz dela, qualquer coisa, qualquer outra interação além do tão conhecido "bom dia bebecita" que ela sempre mandava, por sempre acordar primeiro. Até as pequenas coisas de Juliana, ela queria.
Será que estava viciada?
Juliana era de fato viciante. Principalmente com aquele sorrisinho de quando estava envergonhada.
"Val, estou de folga hoje à tarde. Quer fazer alguma coisa?"
Foi a mensagem que fez seu coração estremecer. Era tudo o que ela queria ler, ver... Saber. Queria ver Juliana. Como se ela pudesse responder qualquer outra coisa...
"Claro que sim. Qual a sua ideia?"
"Não sei, só quero te ver"
Aquilo era tudo o que Valentina queria ler, mas precisava ir com calma, afinal Juliana mesma tinha dito que elas seriam apenas amigas e que ela não queria que as coisas mudassem.
"Vou te buscar com Alírio"
"Está bem"
E as horas não passavam por nada, ela tentou fazer de tudo para se distrair, mas não adiantou muita coisa. Quando a eternidade passou, chegou a hora de encontrar Juliana, ela precisava se arrumar. Colocou a calça jeans, uma blusa preta regata e um casaco que mais parecia um quimono. Queria fazer algo diferente nos cabelos, só para ter algo para Juliana elogiar, mas não conseguia fazer nada. Só queria ir logo. Encontrar a morena.
E abraça-la com força.
- Vamos ao restaurante da senhorita Juliana?
Até Alírio sabia que quase todos os programas de Valentina se resumiam à Juliana nos últimos tempos. Valentina apenas entrou no carro e tentou controlar a ansiedade enquanto tentava chegar no restaurante; iria surtar a qualquer momento.
Dentro do restaurante, Juliana estava terminando de servir, mas não estava de fato prestando muita atenção no que fazia, não conseguia parar de encarar o relógio, como se pudesse fazer o tempo correr com a força do pensamento. Precisava ver Valentina. O tempo simplesmente não passava.
Chamaram ela para servir outra mesa e ela foi prontamente, e depois outra e as outras cinco mesas seguintes. Depois, se encostou no balcão, fuçou o celular esperando a mensagem de Valentina que não chegava nunca. Amarrou os cabelos em um rabo-de-cavalo, sentia seu corpo esquentando. Estava quase na hora. Ela daria um jeito de desfazer a burrada da noite anterior.
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Eso És Amor | Juliantina
Любовные романыEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...