Valentina não estava conseguindo beber. Era uma merda, mas simplesmente não descia por nada. Talvez fosse a culpa, saber que Juliana não aprovava que ela fizesse algo como aquilo; mas o que Juliana tinha a ver com sua vida agora? Havia abandonado-a sem hesitar, sem pensar mais uma vez. Só desligou o telefone em sua cara e desligou o telefone.
O que Juliana haveria de interferir em sua vida? Bom, de todas as formas, sendo bem sincera. Afinal, ela era completamente apaixonada pela namorada. Ou ex-namorada, como parecia ser o caso. Que raiva que ela estava sentindo. E que dor no coração.
Jogou a garrafa de vodca para longe, como se estivesse queimando sua mãe, e o vidro estraçalhou em todos os pedacinhos possíveis. Foi o suficiente para chamar atenção de alguém, pelo visto, porque ela notou que a porta de seu quarto abria devagar.
O rosto preocupado de Lucía apareceu. Aqueles olhos tão expressivos e bonitos... Ela não disse uma palavra, apenas correu até Valentina e abraçou a garota, que se desfez em lágrimas ao ser confortada. Queria gritar de tanto chorar.
- Estou aqui, Vale. Chore. Pode chorar.
Como doía ver a menina daquela forma, Lucía pensou.
Ela tremia, como se estivesse tendo um ataque de pânico terrível, e Lucía a aconchegou em seus braços, acariciando seus longos cabelos e pensando se não deveria chamar o irmão dela. Eva estava completamente fora de condições, já que imaginava que ela deveria ser a culpada por aquilo tudo.
Deixou que Valentina chorasse tudo o que queria chorar, e então ela começou a respirar fundo. A menina precisava tomar alguma coisa, ficar mais calma, tremer daquela forma não ajudaria em nada. Lucía mandou uma mensagem pedindo para que levasse um suco para o quarto de Valentina.
A menina se afastou, o rosto inchado de tanto chorar.
- Quer me contar?
- Juliana terminou comigo.
- O que? – De todos os motivos do mundo... Aquele era o ultimo que Lucía poderia imaginar. – Sabe o motivo?
- Ah Lucía, é tão terrível...
- O que?
- Eva me contou que descobriram que foi o pai de Juliana que mandou matar o meu pai.
- Chino Valdés? Mas porquê?
- Eu não sei.
- E o que Juliana terminar com você tem a ver com isso?
- Eva disse que Juliana sabia.
- E não te contou? Eu duvido.
- Eu também duvidei. Mas liguei para Juliana e... Ela confirmou tudo. Disse que não sabia como me contar.
- Oh não.
- Sim. E ela está indo embora.
- Embora?
- Sim. Enquanto nos falávamos por telefone, ela me disse que estava indo embora, para sempre. E que iria para bem longe, aonde eu não a encontraria.
Lucía arqueou uma das sobrancelhas, aquela era a típica fala de alguém que estava fugindo de problemas.
- Disse que queria me proteger. Me deixar segura, não sei.
- Talvez o pai dela tenha aparecido...
Os olhos de Valentina pareciam arregalados de tão inchados.
- Eu a teria protegido, Lucía.
- Eu sei, menina. E ela também sabe, mas não sabemos do que o pai dela é capaz. Ela sabe...
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Eso És Amor | Juliantina
RomanceEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...