No dia quatorze de setembro do ano seguinte, o sol estava perto de encontrar o mar no horizonte; era uma tarde muito bonita, depois de um dia muito mais bonito ainda. Começou com uma fuga, planejada no meio da madrugada depois de tanto amor; impulsionada por nada em especifico além da vontade de estarem mais juntas ainda. Poderiam ir para qualquer lugar do mundo, mas escolheram a praia; nunca tinham ido. Parecia romântico e ideal. Era um sonho realizado de Juliana.
E realizar os sonhos de Juliana era o sonho de Valentina.
E vice-versa.
De frente para o mar, Juliana abraçou as pernas encarando o horizonte, o coração batia tão forte em seu peito que ela mal conseguia respirar. Nunca pensou de fato em como seria seu casamento, até porque nunca tinha pensado em se casar; por mais que tivesse anseios românticos, nunca poderia imaginar que de fato iria chegar às vias de fato. E menos ainda que viajaria para um casamento só dela e de Valentina. Mas afinal, elas não precisavam de mais ninguém por perto. Era fato que Lucia e Lupita as matariam quando voltassem, mas ali em Cozumel, tudo o que precisavam era uma da outra.
E era o que tinham.
Valentina usava um vestido branco, longo, de pano lindo que realçava suas curvas e seu corpo inteiro. Com uma longa fenda nas costas que mal dava para ver graças aos seus longos cabelos caramelados. Ela caminhou com os pés descalços pela areia até sentar do lado de uma Juliana, mais linda do que nunca, com o mesmo vestido que ela; e aquele decote muito generoso. Não era um vestido de festa, muito menos um de casamento propriamente dito, mas elas viram uma loja e resolveram comprar.
Parecia perfeito.
O sol descia lenta e gradativamente para se encontrar com o mar, e o hotel que elas estavam hospedadas não ficava muito longe dali. O fato de a praia ser pouco conhecida e relativamente deserta, só facilitava para que o momento fosse ainda mais incrível entre elas.
Sentaram uma do lado da outra, de frente para o mar.
O céu estava limpo, sem qualquer marca de nuvem, um azul claro que ameaçava se fundir com os laranja e lilás. Se haviam outras pessoas na praia, conversando, em volta delas, nada importava; estavam imersas uma na outra. Como sempre.
Entrelaçaram os dedos, olhando para o mar.
- Nunca pensei que fosse fazer isso.
- O que?
- Casar.
- Você nunca pensou em se casar?
- Nunca achei que me casaria. – Ela pontuou. – Na verdade, eu nunca pensei que encontraria alguém disposto a passar o resto da vida comigo, o cosas así.
- Bueno, tengo una noticia para darte.
- Qual?
- Eu quero passar o resto da vida com você. E você não tem outra escolha senão me aceitar.
Valentina pareceu tão séria falando, mas Juliana sorriu tanto que suas bochechas doeram; não que todos os dias com Valentina não fossem os melhores de sua vida, mas haviam alguns dias que ultrapassavam todos os limites de felicidade. Tornavam-se absurdos de tão felizes.
- Ah é?
- É. – A convicção de Valentina fez Juliana sorrir mais.
- Porque?
Para começar a responder, a Carvajal fez Juliana deitar na areia e deitou-se por cima dela. O barulho do mar atrás delas era confortante, mas elas estavam perdidas nos olhos uma da outra.
- Por que eu te amo. E não vivo sem você. E você não vive sem mim.
Com as mãos deslizando pelas costas de Valentina, Juliana resolveu brincar um pouco:
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Eso És Amor | Juliantina
Roman d'amourEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...