Juliana foi a primeira a acordar como sempre, aquele cheiro de flores invadindo todo o seu espaço, e o corpo quente de Valentina contra o seu, embaixo das cobertas e dentro do quarto frio. Ela agarrou-se mais à namorada, não querendo abrir os olhos e enfrentar o mundo real. Não queria ter que se separar de Valentina e voltar à realidade depois de um final de semana tão perfeito, por mais que fosse bobeira, ela ainda tinha medo que acabasse.
Valentina virou de frente para ela, murmurando algo e se aconchegando mais contra Juliana, e a morena soube que a namorada ainda estava no mundo delicioso dos sonhos. Como ela era bonita, Juliana pensou. Sorrindo, sonhando, aquele rosto tão delicado, a pele macia, a boca fechada, quase formando um biquinho, o rosto sereno. O sonho deveria estar bom.
Juliana não queria perder nenhum segundo da namorada, mas estava completamente tentada a preparar-lhe uma surpresa. Já conhecia o suficiente do relógio biológico de Valentina para saber que ela não acordaria nem tão cedo. Queria surpreender a namorada. Ela merecia um café-da-manhã na cama.
Merecia o mundo inteiro.
Foi difícil largar Valentina na cama, mas Juliana sabia que era por uma ótima causa. Foi sorrateiramente até a cozinha e começou a preparar tudo. Sabia que Valentina amava panquecas, então as fez com gotas de chocolate. Preparou um suco de laranja enquanto cantarolava sem parar. Como em toda cena de filme clichê, estava usando uma blusa da namorada e descalça, com os cabelos todos bagunçados.
- Unconditional... Unconditionally, I will love you... Unconditionally... – Ela cantou junto com a Katy Perry que tocava na caixa de som pequena.
Terminou o que queria fazer e colocou tudo em uma bandeja; o caminho até o quarto foi o mais silencioso o possível, e Valentina continuava dormindo, agarrada em um travesseiro, que deveria ser Juliana. Como sabia que a namorada gostava de música, colocou uma playlist para tocar; Valentina tinha nomeado-a como "Juliana" ou seja, provavelmente era cheia de músicas calmas e tranquilas, e cheias de significados. A morena deixou a bandeja na mesinha de cabeceira e voltou para a cama.
E lá estava ela presa em Valentina de novo, completamente perdida de amor, rendida aos sentimentos bonitos que a senhorita Carvajal lhe proporcionava. Sentia-se infinitamente sortuda, mas também com medo. Muito medo. Medo de não saber lidar, de não conseguir receber todo aquele amor incrível, de não saber o que fazer com ele, de magoar Valentina e de se magoar no processo. Um medo que era natural, afinal, ela nunca tinha vivido nada como aquilo, nada nem perto.
E Valentina a consumia deliciosamente.
Ela só tinha medo. Que tudo fosse apenas um sonho.
E como parecia um sonho quando Valentina abria aqueles olhos tão azuis para ela...
- Bom dia mi amor. – Aquela voz rouca de sono da garota só deixava tudo ainda mais perfeito.
- Bom dia mi amor. – Juliana respondeu.
- Está acordada tem muito tempo?
- Não. Acordei por agora.
- Temos que ir embora correndo?
- Não. Temos tempo ainda.
- Ai que bom. – Ela se aconchegou mais ainda ao peito da namorada, e então notou que ela vestia uma blusa que não estava lá na noite anterior. – O que é isto?
- O que?
Ela se afastou apenas um pouquinho para encarar a namorada nos olhos.
- Por que está usando uma roupa? Não me lembro de termos vestido nada ontem a noite. Inclusive, eu estou estudando a proposta de nunca mais dormirmos com roupa alguma.
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Eso És Amor | Juliantina
RomantikEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...