Valentina acordou se sentindo um lixo, talvez nunca antes houvesse se sentindo tão triste; mal lembrava de começar a dormir, só sabia que havia apagado em algum momento entre os choros e os gritos. Não lembrava o que tinha acontecido com Lucía e nem do resto da conversa delas, na verdade, tudo parecia um borrão. A primeira coisa que vez foi pegar o celular, ligou para Juliana na esperança de tudo ser um maldito sonho, mas o celular estava desligado... Como na noite anterior.
Havia uma bandeja de comida em sua mesinha, mas ela não conseguia pensar em comer, não conseguia pensar em nada que não fosse Juliana. Onde ela poderia estar? Queria ir atrás dela. Precisava fazer alguma coisa. Levantou da cama, tonta, e foi até o banheiro. O primeiro passo para começar a fazer alguma coisa era tirar o cheiro de vômito em seu corpo.
Depois de um banho bem tomado, saiu do quarto e foi atrás de Lucía, ela era a única que poderia realmente lhe ajudar. E que estava disposta. Seu irmão nem em casa mais estava, e ela não queria envolver Guille, já cheio de problemas, nos seus problemas. Sua madrasta linda e loira estava sentada na bancada da cozinha, tomando uma xicara de café, quando Valentina entrou quase se arrastando pelo aposento.
- Irmãzinha, você está com uma cara péssima. – Eva disse, tentando ser solicita. – O que aconteceu?
- Você aconteceu, Eva. – Valentina foi acida na resposta, não conseguia se controlar. – O que mais teria sido?
- Mas o que eu fiz? Eu sempre tentei te avisar sobre essas suas péssimas amizades, você nunca me escutou. Agora só viu a verdade de um jeito ruim.
- Vale, o que acha de irmos pegar um pouco de sol? – Lucía sugeriu para a garota. – Podemos conversar um pouco e nos divertir na piscina. Eu não tenho muito o que fazer. E você também não, pelo visto. Vamos?
- Vamos, vamos sim.
Valentina queria qualquer motivo para ficar longe da irmã.
Em instantes, estava na piscina com Lucía sentada na borda, o sol brilhava no céu, mas a garota não conseguia se animar com nada. Só queria uma noticia de Juliana, qualquer que fosse. Aceitaria o término se a morena quisesse, só não queria ficar longe dela. Nunca. Encarou o pingente do colar que era símbolo de seu relacionamento e suspirou quase que melancolicamente.
- Chegou a alguma conclusão essa noite?
- Não. Não lembro de muita coisa.
Lucía pensou um pouco antes de responder.
- Faz sentido. Foi uma noite bem conturbada.
- O que você acha?
- Eu acho que tem dedo de Eva nessa história, não sei.
- Como teria?
- Ela ficou sozinha com a Juliana em algum momento?
- Não que eu saiba. E Juliana me contaria.
- Será?
- Não tem por que não contar, Lucía.
- Às vezes Eva ameaçou a morena.
- Eva não seria tão baixa assim.
- Eu não duvidaria do quão baixo a sua irmã pode descer, Vale. Será que ela sabe sobre vocês?
Valentina fez alguns círculos na agua com os dedos.
- Acho que ela surtaria comigo primeiro, se soubesse. Eu pensei em contar para ela, mas Juliana terminou comigo... Então não sei se devo contar.
- Talvez quando você e Juliana se acertarem.
- Como vamos nos acertar Lucía? Ela terminou comigo. Ela fugiu de mim. Eu nem mesmo sei aonde ela está. Ela provavelmente está me esquecendo em algum lugar.
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Eso És Amor | Juliantina
RomantiekEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...