Capítulo 4

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Quando a sexta feira chegou, Juliana pensou em como queria sua cama. Estava desde segunda feira saindo por último do restaurante e fechando tudo sozinha, quando havia pedido para sair mais cedo. Isso sem contar que sua mãe não dava as caras em casa... Ela nem lembrava da última vez que havia visto Lupita. Mas sua mãe parecia feliz, então deveria estar tudo bem. Ela só estava cansada e precisava de dois dias dormindo.

- Juls.

Seu sorriso abriu de imediato, foi tão automático e estranho que suas bochechas doeram. Ela até demorou para virar, pois estava com medo de parecer uma idiota.

- Val.

Claro que a garota dos olhos azuis estava estonteante como sempre enquanto Juliana estava com a mesma saia jeans surrada de sempre e uma blusa polo branca por baixo do avental preto. Como era possível que a garota fosse tão incrivelmente linda?

- Surpresa.

- Eu estou realmente surpresa. O que veio fazer aqui? E essa hora da noite?

Valentina abriu um sorriso. De tirar o fôlego. Mas Juliana soube que a amiga estava bêbada, foi instantâneo. E ela não gostou nadinha.

- Estava com saudades.

- E o seu namorado?

Valentina fez uma careta.

Juliana colocou a última cadeira encima da mesa, e caminhou até o balcão. Valentina seguiu-a como um cachorrinho. E sentou no banco, sorrindo.

- Estava com saudades de você, não dele.

Até o jeito que Valentina falava bêbada era adorável. Inferno de garota, Juliana pensou, entre risadas.

- Nos falamos o dia inteiro. Todos os dias.

Juliana tentou passar por Valentina, mas como da primeira vez, a garota dos olhos azuis a impediu com suas pernas. Juliana virou para Valentina e pôs uma das mãos em suas coxas.

- Falar é diferente de ver, Juls.

Juliana concordava fielmente. Nada se comparava a conversar com Valentina sorrindo em sua frente.

- É bom te ver, Val.

- Lucho está um saco como sempre. Brigamos e eu pedi um tempo para ele.

- Um tempo?

- Sim. Eu tentei terminar e ele não aceitou. Brigamos. Eu resolvi pelo tempo, mas não estamos juntos.

- Ele parece ser um saco.

- Ele era mais legal antes. Não sei o que aconteceu... Talvez a culpa seja minha.

Como era possível que até bêbada Valentina parecesse a garota mais adorável do mundo inteiro?

- Não consigo acreditar nisso.

- Mas eu acho que sim.

- Explique.

Valentina percebeu que o arrepio em seu corpo era por causa do carinho inconsciente que Juliana fazia em sua coxa. As mãos da morena eram tão macias...

- Eu não sou apaixonada por ele. Na verdade, eu acho que nunca fui apaixonada por ninguém, de verdade.

- Compreendo.

- Não sei o que é o amor. E com certeza não tenho amor com Lucho.

- Acho que você saberia se fosse amor.

- Eu deveria saber...

Foram instantes de silêncio, apenas imersas uma na outra. Juliana acariciava a parte exposta pelo short da coxa de Valentina, enquanto esta acariciava o braço de Juliana. Nada mais existia. Era como se conhecessem a vida inteira.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora