Capítulo 23

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A voz melodiosa do grupo Dvicio rodeava o quarto, era uma música tão gostosa que Juliana havia escolhido exatamente para Valentina. E elas estavam ali, deitadas na enorme cama de casal, entre vários travesseiros, abraçadas. Valentina deitada em Juliana, ganhando o carinho mais gostoso do mundo nos cabelos, sentindo uma paz tão inexplicável, que ela mal sabia reagir. Juliana sabia exatamente o que fazer, aonde tocar, para deixar seu corpo todo em quase estado de transe.

Não sabia exatamente quanto tempo fazia desde que tinham deitado na cama, e de fato não importava. Estava tudo tão incrível, o tempo era apenas um mero detalhe entre elas.

Ali, não precisavam de nada, nenhuma palavra, nada. Se bastavam ali, no silencio da melodia que as rondava, no meio de um quarto enorme com a luz refletida na janela. Valentina ficou ouvindo a música, reconhecendo a batida, ouvindo Juliana murmurar junto com a letra e, em seu coração, sabia que a morena estava cantando para ela. Aquela voz rouca maravilhosa...

- Nunca tinha ouvido essa versão.

- É só violão e voz.

- Prefiro a sua.

Juliana sorriu e beijou os cabelos de Valentina. A garota ergueu o rosto e apoiou o queixo nas mãos para encarar os brilhantes olhos castanhos da outra.

- En un incendio que no quiero apagar.

- Decir te amo no es nada original. – Juliana completou e ganhou um selinho de Valentina.

Quando o selinho começava a se transformar um beijo intenso, o celular de Valentina começou a tocar. E ela reconhecia o toque que tinha colocado para Eva. Revirou os olhos e se afastou de Juliana, se vendo obrigada a sentar na cama. A morena a acompanhou.

- Sim?

- Onde você está? Que história é essa de que vai passar o final de semana fora?

- Estou viajando com Juliana.

- Sozinhas?

- Sim.

- Vale... O que te falei sobre essa garota? Quem te deu permissão para viajar sozinha?

- Sou grandinha, Eva. Posso fazer o que eu quiser. E além do mais, falei com Lucía. Ela era a única que precisava saber onde eu estou.

- Então você está em uma das casinhas dela. Pelo menos agora sei aonde posso ir te resgatar.

Essa era parte do plano, fazer Eva achar que estavam em qualquer outro lugar menos aquela casa. E Lucía havia feito um ótimo negócio ao colocar a casa de campo no nome de Valentina, Eva achava que a casa não pertencia mais aos Carvajal. Estariam a salvo das chatices temporariamente.

- Lucho ligou atrás de você. Achei que vocês estariam juntos.

- Não somos mais namorados, Eva. Não tem por que eu estar com Lucho. Vou desligar agora.

- Por que você está sozinha com essa menina?

- Por que eu quero.

- Vale, porque está me desobedecendo tanto? O que acha que nosso pai diria sobre essa amizade?

- Nosso pai ficaria orgulhoso de eu estar tão próxima de alguém que só me faz bem. Ele ficaria feliz por eu ter alguém que me faz tão bem. E você não ouse jogar sujo colocando esse nesta conversa, Eva. Porque a última coisa que ele aprovaria seria qualquer comportamento seu.

Eva suspirou do outro lado da linha. Valentina sentiu Juliana se aproximar, até estar sendo abraçada por trás pela morena, com aqueles lábios macios em seu pescoço. A sensação de paz começou a lhe atingir de novo.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora