Eso És Amor | Juliantina

Capítulo 44

Valentina não conseguia parar de pensar, sua cabeça dava voltas e mais voltas enquanto ela tentava achar uma conexão entre Eva, Chino e Juliana. Porque diabos o homem iria querer Juliana para chegar em Lupita? E o que Eva teria com essa história? Nada fazia sentido. Já fazia quase uma semana que Juliana estava desaparecida, e ela não tinha nenhuma noticia. Nada. Nenhuma ideia de onde a morena poderia estar. E ela só queria encontrar a namorada de uma vez.

Deu a volta em seu quarto, foi para o outro lado da cama, e então sentou na janela. Encarou o céu que escurecia com a chegada da noite. Não aguentava mais chorar, sentir o desespero que sentia; queria apenas que aquele pesadelo acabasse e que Juliana estivesse segura em seus braços. Não conseguia dormir, comer, fazer nada. Só queria Juliana. O único lado bom era que nem beber ela estava conseguindo; sentia vontade, mas não conseguia. Queria estar sóbria o tempo inteiro, caso houvesse alguma noticia de Juliana.

E ela só precisava de qualquer noticia, qualquer coisa.

A foto que tinha com Juliana em sua mesa de cabeceira chamou a atenção, os rostos colados, sorrindo uma para a outra, os olhos brilhantes. Ela lembrava cada detalhe daquele dia incrivel, uma folga de Juliana, um dia inteiro na casa delas. E todo o amor do mundo. Era isso o que Valentina precisava

Tempo. Mais tempo com Juliana.

Estava cansada. Cansada de tanta espera, do desespero e de toda a dor que estava sentindo; simplesmente não conseguia parar de sentir dor. E Lupita estava sempre lhe mandando mensagens, ligando, querendo trocar informações. Mas nenhuma das duas conseguia nada de novo, estava impossível. Insuportável.

Seu telefone começou a vibrar na mesinha perto da janela, ela encarou o aparelho com melancolia antes de puxa-lo para perto. Não reconheceu o número, mas atendeu mesmo assim.

- Alô?

O silencio foi tudo o que recebeu como resposta. Silencio demais. Apenas uma respiração suave de fundo; seu coração acelerou na hora, pareceu tão profundo que cortava seu peito. Era Juliana. Ela tinha certeza. Quase caiu de onde estava sentada.

- Juliana? Mi amor, é você? – Ela perguntou, tentando conter o desespero. – Fale comigo, por favor.

Nada. Nenhuma resposta.

Mas ela tinha certeza de que era a morena; só podia ser.

- Mi amor, vamos tirar você daí, eu prometo. – As lágrimas escorriam de seu rosto com um alívio absurdo. Ela estava viva, era o que importava. – Eu vou te encontrar. Prometo.

Mas ela não respondia, apenas ficava respirando do outro lado da linha. Que insuportável. Será que ela estava muito machucada? Como havia conseguido ligar? O que estava acontecendo? Ela precisava saber de tudo. Cada detalhe. Mas pelo visto, Juliana não estava muito comunicativa.

Lhe restava, então, agradecer pelo que tinha: saber que ela estava viva. E ela sabia. Era Juliana. Agora precisava dar um jeito e encontra-la, o quanto antes. Uma voz de fundo, chamou sua atenção; grossa, de homem, gritando. Era um sinal. Juliana teria que desligar logo.

- Eu te amo. No te olvides de eso.

Mais silencio de Juliana. Outro grito de fundo.

- Me ouviu, amor? – Ela perguntou não querendo desligar, mas sabendo que precisava. Só queria mais tempo com ela. – Eu amo você. Aferrate a eso, e nunca dejar ir.

O fim da ligação chegou rápido demais, mas seu coração ainda batia com força contra o peito. Juliana estava viva. Era tudo o que lhe importava. Ela precisava, agora, contar para Lucía e Lupita. Precisava de uma solução. Levantou-se de onde estava e começou a se arrumar para sair.