Capítulo 43

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Valentina tomou uma decisão importante no dia seguinte. Seguindo os conselhos de Lucía, iria até o prédio de Juliana saber o que havia acontecido, mas antes resolveu passar no restaurante, porque alguma coisa lhe dizia que tudo podia ser um pesadelo e a namorada estaria lá, linda e sorridente, lhe esperando.

Queria que a namorada estivesse lá com o avental de sempre, os cabelos presos em um rabo-de-cavalo que só eram soltos para Valentina, o sorrisinho de lado e aquele corpo espetacular. Mas principalmente aqueles olhos de tirar seu fôlego. Uma parte de seu coração lhe dizia que encontraria tudo aquilo lhe esperando, apesar de saber que a realidade não passava de um maldito pesadelo.

Juliana não estava no restaurante.

- Valentina. – Carmem chamou ao ver a menina entrar no restaurante. – Você sabe aonde está Juliana?

- Como?

- Juliana. – Ela disse com um sorrisinho terno. – Não veio trabalhar, não me avisou nada. Não atende o celular.

Valentina arregalou os olhos.

Como Juliana havia simplesmente ido embora sem avisar ninguém? Aquilo sim era estranho. Bom, ela realmente havia ido do nada, no meio da madrugada, mas ela imaginou que Lupita avisaria Dona Carmem, ou algo assim.

- Ela... Ela foi embora, Dona Carmem.

- Como é?

- Me contou ontem. Foi embora.

- Sabe o motivo?

- Não faço ideia. – Sabia, mas não iria dizer para não complicar ainda mais aquela situação toda. – Eu estava indo até a casa dela para saber se ela já havia, de fato, ido embora.

- Creio que ela não aparece em casa tem tempo.

- Como?

- Lupita veio aqui procurando por ela.

Valentina se apoiou na cadeira, pois sentiu as pernas fraquejarem de uma vez. Com força. Encarou a senhora em sua frente e sentiu a visão começar a embaçar. Se Lupita não sabia aonde Juliana estava... Aquilo tudo poderia ser uma mentira. Se tudo poderia ser uma mentira... Aonde estaria Juliana?

- Eu... Eu preciso ir... Dona Carmem... Depois....

Não terminou de falar. Saiu correndo do lugar. Entrou no carro com Alírio, ligando desesperadamente para Lucía. Precisava sair dali, precisava encontrar Juliana. Sua mente estava um turbilhão de pensamentos que ela não queria. Tudo parecia tão errado, só podia ser um pesadelo. O caminho até o prédio de Juliana foi uma agonia sem fim, que demora que era para chegar. Subiu as escadas e chegou ao apartamento. A porta estava aberta. Ela não hesitou antes de entrar.

- Lupita? – Chamou com cuidado. – Olá?

Ainda tinha esperanças de encontrar a morena, dormindo, ou qualquer coisa do tipo. Todos os moveis estavam no lugar, que mudança era aquela? Para onde Juliana teria ido?

- Vale! – A voz de Lupita chegou depois que Valentina foi agarrada por braços finos. – Levaram ela, Vale.

Valentina arregalou os olhos, tentando processar o que Lupita estava dizendo. Não conseguia respirar direito.

- O que? Quem? Do que está falando?

Panchito chegou logo atrás com um copo d'água, e fechou a porta do apartamento com cuidado.

- Levaram a minha filha, Vale. Levaram a minha Jule.

- Quem levou?

- Chino. Eu tenho certeza. Só pode ter sido ele.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora