Capítulo 50

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Juliana foi quem tomou a iniciativa, não aguentando mais um segundo daquela tortura. Os olhos de Valentina estavam brilhando, tanto pelas lágrimas, quanto pelo amor. E era tanto amor. De uma para a outra. Não havia outra saída. Segurou o rosto da Carvajal entre as mãos, macias, e beijou-a na bochecha primeiro. Começou a leve exploração de um lado para o outro, até que então... Tomou seus lábios de uma vez. E todo o seu ar foi junto.

Valentina não teve outra escolha.

Entregou-se para toda a saudade que sentia, como se fizessem anos que não estava nos braços da namorada. Agarrou-se a ela por que era tudo em que conseguia pensar, e retribuiu o beijo com todo o amor do mundo. Suas mãos não se aquietaram na cintura de Juliana, puxando-a mais para perto, subiram por seus braços, apertaram seus pulsos, e mantiveram-se ali.

Seguraram-se perto, os lábios se movendo em harmonia, simplesmente não conseguiam respirar longe uma da outra – e nem queriam. Valentina avançou na direção de Juliana, sem nem perceber, e então estava em seu colo. Exatamente aonde queria. Aonde gostava de estar. A morena gemeu e segurou-a pela cintura.

Caíram deitadas na cama sem desgrudar os lábios, e Juliana ofegou contra os lábios de Valentina quando as mãos geladas tocaram sua cintura por baixo da blusa. Queria ser tocada em todos os lugares, queria o fogo dela por todo o seu corpo. Mas também queria dar um basta em toda aquela situação.

Afastou os lábios dos dela em busca de ar, e sorriu. Roçando seu nariz no dela, tentando não se afogar com todo o amor que sentia, conseguiu sussurrar:

- Vuelva a mí. Sea mía.

Valentina sorriu, acariciando o rosto da morena.

- Yo nunca fui a ninguna parte.

Juliana suspirou aliviada.

- Chega de ter medo, chega de fugir. Por favor.

- Vamos ser só eu e você, para sempre.

- Sempre, sempre.

Voltaram a se beijar por que era uma necessidade gritante entre elas, entre seus corações que batiam um contra o outro. As mãos, sempre, se buscando, os corpos ondulados um contra o outro e os lençóis amassados embaixo delas.

Beijaram-se até o ar se fazer escasso, e beijaram-se mais ainda por que o amor era mais forte do que tudo. E beijaram-se novamente por que os sorrisos se encaixavam com perfeição. Enquanto as mãos se seguravam, rosto, cintura, pulsos, os dedos pareciam estar em todos os lugares, cada milímetro de uma para outra. Era uma energia inexplicável entre elas. Não tinham controle, não queriam ter, não precisavam. Bastava estar e ser. Uma da outra. Era o que eram.

A madrugada brincava com as estrelas do lado de fora, e as roupas delas iam ficando uma por uma no chão, cada pedaço de pano inútil amassado de qualquer jeito. Não precisavam de nada daquilo; queriam apenas os corpos juntos, colados. Pele na pele. Valentina foi a primeira a ficar completamente nua. Sentou sobre o corpo de Juliana e tirou o sutiã; era a peça que faltava.

E os olhos castanhos brilhando de desejo e amor por seu corpo. Era uma sensação inexplicável. Ela nunca cansava de se sentir desejada pela namorada. E como era bom que ela fosse sua namorada de novo. O colar com o pingente delas pendia no peito de Juliana, bem entre os seios maravilhosos.

Mas Valentina não pode deixar de notar as marcas ali, e eram tantas, mesmo depois de dias no hospital. Juliana não estava totalmente recuperada, ainda haviam vestígios, roxos, machucados; Valentina quis chorar vendo cada um deles. Era uma tortura que aquela pele tão macia estivesse tão marcada.

Juliana prendeu o ar quando Valentina começou a beijar seu corpo. Pedaço por pedaço, machucado por machucado, e cada cicatriz. Demorou-se muito por seu rosto. Ela quis chorar. Valentina estava, como sempre, lhe dando todo o amor e cuidado do mundo; e ela bem queria esconder as cicatrizes da namorada, mas era tarde demais. Valentina estava lhe amando.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora