Capitulo 57

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Juliana e Valentina tiveram os olhos vendados enquanto eram carregadas para algum lugar que elas não faziam ideia de onde poderia ser; elas reconheciam algumas vozes, e estavam apavoradas. Encostadas uma contra a outra, de costas em uma van, Valentina estava tentando não chorar enquanto Juliana não parecia esboçar reação alguma. Estava apenas calada. Respirando fundo demais. O chão da van era frio e tudo o que Valentina queria era que aquilo fosse um maldito pesadelo.

Claro que ela havia comemorado sua paz com Juliana cedo demais, e agora estava pagando o preço. Mas a ultima coisa que ela queria era estar sofrendo por qualquer que fosse o motivo. Estava tão perto de Juliana, suas costas encostadas, mas não conseguiam se tocar, pois as mãos estavam amarradas para a frente de seus corpos.

- Amor? – Valentina chamou baixinho.

- Estou aqui. – Juliana sussurrou. – Vai ficar tudo bem, meu amor, vamos sair dessa.

- Como você pode estar tão tranquila?

- Não estou. Mas não podemos nos descontrolar agora. Precisamos ser fortes.

- O que eles vão fazer conosco?

- Não devem te matar.

- E a você?

Juliana não soube o que responder.

Valentina sentiu o desespero quase cegante.

A van parou bruscamente e as duas foram arrancadas do interior do veículo de forma mais brusca ainda; Juliana era empurrada para a frente, quase tropeçando todo o caminho enquanto Valentina tinha a sorte de ser carregada – mas não tanta sorte assim.

- Para onde estão nos levando? – Valentina teve coragem de perguntar. – O que diabos está acontecendo?

- Melhor ficar quietinha. – O homem advertiu, mas sua voz não parecia ameaçadora, o que foi estranho dado o momento. – Senão vai ser pior ainda. Escute meu conselho.

Juliana tropeçou no piso de madeira ao ser empurrada para dentro de uma casa qualquer; caiu de joelhos e tentou levantar, mas seu corpo estava estranhamente dolorido demais. Talvez fosse o fato de não estar completamente recuperada de toda a situação com Chino e Eva, ou era a descarga de adrenalina indo embora.

- Juliana? – A voz de Valentina chamou sua atenção e a morena ficou de pé muito rápido, mas foi empurrada para o chão de novo, bruscamente. – Me coloque no chão!

O grito de Valentina fez o sangue de Juliana ferver.

Ela não conseguia enxergar nada, que inferno era aquele? Mas reconhecia o cheiro do lugar, era infelizmente conhecido demais. Tiraram sua venda e enquanto ela se acostumava com a claridade, correu os olhos em busca da namorada. Ela estava sentada em uma cadeira, com os olhos vendados.

Seu primeiro impulso foi levantar e correr, mas foi derrubada no chão de qualquer jeito, em um baque de ossos e madeira, e com a barriga colada ao chão sentiu um pé em suas costas, mantendo-a no lugar. Com aquela pressão, estava ainda mais difícil de respirar.

- Por favor... Não a machuquem. – Ela implorou para o homem que começava a tirar a venda de Valentina. – Por favor.

A pressão em suas costas impedia Juliana de fazer qualquer que fosse o movimento, mas ela manteve os olhos em Valentina porque era tudo o que lhe importava. E como ela odiava ver a namorada chorar.

- Por favor. – Ela começou a falar. – Faça o que quiser comigo, mas deixe ela ir embora. Por favor.

Sentiu uma mão pesada em sua cabeça, forçando-a contra o chão áspero.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora