Capítulo 13

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– Você deveria ter me ligado, na hora. – Repreendeu Valentina em tom suave enquanto molhava o algodão no potinho entre as pernas. Elas estavam sentadas na cama de Juliana e ela estava cuidando dos ferimentos da morena. – Eu espero que você tenha arrancado as bolas dele fora.

– Quase. – Juliana conseguiu dizer com uma risadinha. E então fez uma careta com a dor que sentia, Valentina passou o algodão em sua sobrancelha machucada. Aquele negócio ardia feito o inferno. – Como você apareceu?

– Como o que?

– Você apareceu no restaurante.

Valentina sorriu e não houve um pingo de hesitação ou vergonha em sua voz quando ela começou a falar.

– Eu estava louca de saudade, na verdade. Já queria te ver. Quando você não me respondeu por muito tempo, fiquei preocupada. Resolvi passar para me assegurar de que estava tudo bem. – Valentina estava muito séria ao falar, por estar concentrada nos ferimentos de Juliana, mas aqueles olhos... Demonstravam tanta preocupação e um pouco de felicidade. – Senti sua falta o dia inteiro, Juls.

– Eu também Val.

– Por que não me contou antes?

Juliana demorou para responder por que Valentina estava passando o algodão em seu nariz, e estava doendo.

– O que?

– Que Andrés Salgueiro estava te assediando.

– Eu não o conheço. – Juliana fez uma careta quando Valentina colocou seus cabelos atrás da orelha para continuar analisando suas feridas. Tinha levado uma bela surra. – Ele costuma ir ao restaurante. Não sabia que você o conhecia, você nunca vai ao restaurante durante o dia.

– Meu irmão o conhece.

Juliana conhecia aquele tom de Valentina, ela estava armando alguma coisa, mas antes que pudesse reclamar, a garota esfregou o algodão no machucado em sua boca. Ela tentou não gritar de dor, mas doeu muito.

– Val...

– Vou cuidar de você, Juls. Prometo.

– Não se envolva nisso, me prometa. Por favor.

– Juls...

– Val, não se envolva nisso. Me prometa que não vai se envolver nisso, por favor.

Juliana estendeu o dedo mindinho para Valentina, esperando que ela entrelaçasse seus dedos. Encarou–a com seriedade nos olhos azuis e esperou. Valentina pareceu resmungar, e contrariada, entrelaçou seu mindinho ao de Juliana.

– Prometo que não vou me envolver.

– Ótimo.

Valentina beijou a mão de Juliana e voltou a cuidar de seus machucados. Haviam mais do que ela gostaria, do que deveria. Na verdade... Juliana não merecia nada daquilo, nenhuma daquelas marcas; e Valentina ainda estava morrendo de ódio. Mas precisava focar toda a sua atenção em cuidar da morena.

– Amanhã vai ser como se nada tivesse acontecido.

– Sei que sim. Mas não precisava de tudo isso, eu consigo fazer sozinha. Não precisa ter todo esse trabalho.

– Juls.

– É sério Val. Não precisa. Eu vou ficar bem. Já está tarde e é melhor você ir para casa, dormir e descansar. Eu posso me cuidar, e amanhã vai estar bem.

– Juls, fique quieta. – Valentina pediu, puxando o rosto de Juliana pelo queixo. Teve todo o cuidado do mundo ao estancar o sangue que caía de seu lábio. – Silencio. Só me deixe cuidar de você.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora