Capítulo 47

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Juliana estava morta.

Valentina foi tirada de perto de Juliana para que os paramédicos pudessem agir sobre a morena. Não era possível. O seu coração seria o primeiro a parar de bater se aquilo fosse verdade. Que desespero absurdo. Aquilo não poderia estar acontecendo. Uma infinidade de instantes passou, enquanto os paramédicos gritavam um com o outro, pedindo equipamentos e seja-la-mais o que fosse, Valentina só queria saber de Juliana.

Mas não queria que ela estivesse morta.

Não suportaria.

Juliana não estava morta.

Estava?

Não, não estava. Não era possível. Na ambulância, tentando não perder o controle, Valentina viu os paramédicos reanimarem sua namorada. Uma parada cardíaca. Não foi nada demais. O coração dela voltou a bater. Quando os paramédicos liberaram sua aproximação, segurou a mão da morena, que parecia fria e sem vida; entrelaçou seus dedos e chorou. Juliana estava respirando.

Era tudo o que importava.

Não morreria. Não podia. Valentina apertou a mão gelada entre as suas, Juliana respirava tão devagar, suave, era quase imperceptível. O desespero crescia. Aonde estava o maldito hospital? Levou a mão de Juliana aos lábios.

- Quédate conmigo, mi amor. – Ela sussurrou contra a pele de Juliana. – Vamos ficar bem.

Valentina encontrou Lupita e Lucía no hospital quando a expulsaram da sala onde Juliana entraria. A morena estava desmaiada, e os médicos iriam fazer uma cirurgia, o que indicava que Valentina deveria sair de perto e esperar. Angustiada. Contou todos os detalhes para as outras duas mulheres. Como cada pedaço de seu plano e de Lucía havia dado certo.

Provocar Eva o suficiente para descobrir se ela tinha algum envolvimento no desaparecimento de Juliana. Depois, seguir Eva, sem que ela soubesse; afinal, Eva descontrolada de raiva, então nunca suspeitaria de que estava sendo seguida.

Não suspeitou.

Mas Valentina não queria acreditar, de fato, que sua irmã estava envolvida. Mas estava. E muito. Ver Eva apontando uma arma, e atirando contra Juliana, fora mais do que Valentina poderia suportar. Seu coração estava rasgado em todos os pedaços possíveis. Claro que sabia que a irmã era louca, mas não àquele ponto. Não a ponto de... Fazer o que havia feito.

E agora estava ali, prestes a perder o amor de sua vida.

A troco de que?

As perguntas rondavam sua cabeça, e a única pessoa que poderia responder... Valentina não queria saber de Eva naquele momento. A única coisa que lhe importava era Juliana. Sua morena precisava ficar bem, se recuperar, acordar. Precisava.

Elas tinham tanto para conversar.

Tanto para viver... Tantos beijos que Valentina ainda tinha que lhe dar. Tantos abraços. Tudo. As lágrimas escorriam de seus olhos descontroladamente. Não podia perder Juliana, era cedo demais. Cedo demais mesmo.

- Vale, você não quer descansar um pouco? – A voz de Lucía tirou Valentina de seus pensamentos profundos. – O que acha de ir para casa tomar um banho? Tirar essa roupa ensanguentada...

- Não. – Ela disse, e sua voz quase não saiu. – Não posso sair daqui... Não até...

- Ela vai ficar bem, Vale. – Lupita interferiu na conversa. – Jule é forte demais. Você vai ver.

- Como você tem tanta certeza Lupe? E se algo acontece com ela?

- O pior já aconteceu. – Lucía comentou. – E ela está lá dentro lutando pela vida dela, vai sair nova em folha.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora