Eva estava presa novamente, Lucho e Chino mortos.
A paz deveria estar reinando entre elas, mas Valentina só conhecia o caos e a dor. Juliana ainda estava hospitalizada, não acordava por nada que os médicos fizessem; seu caso era grave, dois tiros em tão pouco tempo. Além de todo o estresse emocional e uma cirurgia que os médicos chamaram de complicada, Valentina não conseguia dormir a quase uma semana. Lupita e Lucia apareciam para ficar com ela, ou manter o posto enquanto ela tomava um banho e outro, mas a caçula dos Carvajal não saía de perto de Juliana. E não sairia por nada no mundo.
A morena iria acordar.
Elas iriam para casa, juntas, voltar a dormir todos os dias juntas e nada mais aconteceria de ruim. Ela tinha certeza disso; Valentina tinha tanta certeza disso como tinha de que iria casar com Juliana. E que não iria demorar para que elas casassem. Ela seria uma grande diseñadora, Valentina iria assumir a empresa da família e tudo ficaria bem. Juliana faria café da manhã todos os dias e Valentina tentaria não queimar o jantar.
Talvez elas até tivessem bichinhos de estimação.
Ou filhos.
Mas o que importava era que elas ficariam bem.
Juntas.
Felizes.
No quarto com uma Juliana desacordada, Valentina segurava sua mão, os dedos entrelaçados; as lágrimas escorriam de seus olhos cansados, tão marcados pela dor, mas a esperança não a abandonaria; assim como Juliana. Elas ficariam juntas e tudo ficaria bem. Tudo tinha que ficar bem.
Quando a noite chegou, Valentina queria dormir nos braços de Juliana, mas a morena continuava desacordada, ligada a tantos aparelhos que só de olhar para ela o coração de Valentina parecia despedaçar mais um pouquinho. Mas ela precisava do coração inteiro para Juliana.
- Vamos mi amor. Você precisa acordar. Volte para mim.
Segurando a mão da morena, Valentina deixou o rosto cair sobre seus dedos entrelaçados. Estava tão cansada de sentir tudo aquilo, e tão imersa em sua dor que mal percebeu quando a mão de Juliana começou a acariciar seus cabelos. A morena penteou algumas mexas dos cabelos de Valentina com os dedos, suspirando e sentindo como se estivesse acordando de um pesadelo, para um sonho muito bom.
Seu corpo inteiro estava doendo, mas não tanto quanto em seu pesadelo, e Valentina estava com ela, então nada mais importava. Elas estavam vivas e seguras. Valentina demorou apenas mais alguns instantes para perceber o carinho que recebia, e ergueu o rosto para encontrar o sorriso de Juliana. Os olhos dela pareciam muito cansados, mas ela estava sorrindo. Viva. Acordada. Respirando. Era tudo o que importava.
- Mi amor... – O sussurro sofrido escapou de seus lábios.
- Oi mi amor.
Valentina não conseguia conter sua felicidade, apenas lançou-se sobre Juliana, abraçando-a com força e deitando na cama com ela. Apesar de todos os aparelhos ligados à morena, conseguiram encaixar-se sobre a cama não muito confortável.
- Você voltou para mim.
- Eu nunca fui a lugar algum. Eu sempre estou com você.
- Chino e Lucho estão mortos.
- Lucho eu sabia. Agora Chino?
- Você o matou.
Juliana não soube o que responder.
- Eva está presa. Foi condenada a quinze anos. – Juliana continuou em silencio, mas acariciava os cabelos de Valentina que se aconchegava em seu peito. – Ela me ofereceu apoio, pela primeira vez. Antes de ser levada pela policia.
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Eso És Amor | Juliantina
Lãng mạnEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...