Juliana acordou no meio da madrugada e um pesadelo horrível, estava sem ar, suando e a beira de chorar; seu estômago chegava a estar doendo. Ela odiava quando tinha pesadelos com o pai, e dessa vez havia sido pior ainda; Valentina estava envolvida. A ultima coisa que ela precisava era de seu pai acabando com sua vida de novo. Enquanto tentava se acalmar, não percebeu aquele par de olhos azuis parando em sua frente.
- Mi amor, que há? – Valentina percebeu que Juliana tremia, e sentou na cama, puxou a namorada para os braços e embalou-a com carinho. – Ei, calma. Estou aqui, mi amor. Estou aqui.
Juliana se deixou ficar nos braços e Valentina, abraçando-a com força, respirando fundo e tentando apagar todas as cenas horríveis de seu pesadelo. Não queria mais pensar nele, e muito menos lembrar de nada. E os braços de Valentina eram o melhor lugar para ela esquecer de qualquer problema.
- Foi apenas um pesadelo. – Valentina assegurou enquanto acariciava os cabelos da namorada. – Foi só um pesadelo, mi amor. Você está segura.
- Eu sei. – Juliana sussurrou. – Eu sei que sim.
- Quer falar sobre?
- Quero só esquecer.
- Está bem então.
Como era bom estar nos braços de Valentina, Juliana pensou, onde nada poderia lhe atingir. As mãos dela acariciavam seus cabelos e seu rosto, ela sentia o coração se acalmando. E a racionalidade foi voltando aos poucos.
- Foi meu pai. – Ela começou a falar. Valentina afastou o suor de sua testa com as mãos macias. – Eu sonhei com meu pai. Ele estava atrás de nós. De mim.
- De ti? Porque?
- Ele acredita que sou a razão pela qual minha mãe não o ama.
- Ele é louco.
- Sim. – Juliana respirou fundo, tomando coragem para continuar contando seu pesadelo. – Foi horrível.
- Eu imagino, mi amor.
- Ele chegou até você.
- Como?
- No sonho. Ele estava com você, para me atingir. E atingir minha mãe. Eu nunca me perdoaria se...
- Ei, calma. Nada vai acontecer comigo. – Valentina interrompeu Juliana antes que a morena começasse a tremer de novo. Acariciou seu rosto e lhe deu vários beijinhos. – Tranquila, mi amor. Estamos bem. Eu estou aqui.
- Que angustia horrível.
- Eu sei mi amor. Mas não é real. Eu estou aqui, estamos aqui.
- Ainda bem. Posso até suportar se você me deixar, mas não se algo te acontecer por minha causa.
- Ei, que história é essa de eu te deixar? Ficou louca?
De repente Juliana ficou vermelha como um tomate.
- Não, eu só...
- Lembra-se do nosso pacto?
- Sim.
- Não parece.
Valentina pareceu levemente magoada. Juliana girou o corpo para ficar de frente para Valentina, e encarou-a nos olhos. Mesmo no escuro do quarto, viu aqueles olhos tão brilhantes. E sorriu.
- Não foi isso o que eu quis dizer...
- Sei o que quis dizer.
- Não. Eu quis dizer que posso suportar tudo, mas não posso suportar te ver sofrendo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eso És Amor | Juliantina
RomansaEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...