Capítulo 30

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Juliana acordou no meio da madrugada e um pesadelo horrível, estava sem ar, suando e a beira de chorar; seu estômago chegava a estar doendo. Ela odiava quando tinha pesadelos com o pai, e dessa vez havia sido pior ainda; Valentina estava envolvida. A ultima coisa que ela precisava era de seu pai acabando com sua vida de novo. Enquanto tentava se acalmar, não percebeu aquele par de olhos azuis parando em sua frente.

- Mi amor, que há? – Valentina percebeu que Juliana tremia, e sentou na cama, puxou a namorada para os braços e embalou-a com carinho. – Ei, calma. Estou aqui, mi amor. Estou aqui.

Juliana se deixou ficar nos braços e Valentina, abraçando-a com força, respirando fundo e tentando apagar todas as cenas horríveis de seu pesadelo. Não queria mais pensar nele, e muito menos lembrar de nada. E os braços de Valentina eram o melhor lugar para ela esquecer de qualquer problema.

- Foi apenas um pesadelo. – Valentina assegurou enquanto acariciava os cabelos da namorada. – Foi só um pesadelo, mi amor. Você está segura.

- Eu sei. – Juliana sussurrou. – Eu sei que sim.

- Quer falar sobre?

- Quero só esquecer.

- Está bem então.

Como era bom estar nos braços de Valentina, Juliana pensou, onde nada poderia lhe atingir. As mãos dela acariciavam seus cabelos e seu rosto, ela sentia o coração se acalmando. E a racionalidade foi voltando aos poucos.

- Foi meu pai. – Ela começou a falar. Valentina afastou o suor de sua testa com as mãos macias. – Eu sonhei com meu pai. Ele estava atrás de nós. De mim.

- De ti? Porque?

- Ele acredita que sou a razão pela qual minha mãe não o ama.

- Ele é louco.

- Sim. – Juliana respirou fundo, tomando coragem para continuar contando seu pesadelo. – Foi horrível.

- Eu imagino, mi amor.

- Ele chegou até você.

- Como?

- No sonho. Ele estava com você, para me atingir. E atingir minha mãe. Eu nunca me perdoaria se...

- Ei, calma. Nada vai acontecer comigo. – Valentina interrompeu Juliana antes que a morena começasse a tremer de novo. Acariciou seu rosto e lhe deu vários beijinhos. – Tranquila, mi amor. Estamos bem. Eu estou aqui.

- Que angustia horrível.

- Eu sei mi amor. Mas não é real. Eu estou aqui, estamos aqui.

- Ainda bem. Posso até suportar se você me deixar, mas não se algo te acontecer por minha causa.

- Ei, que história é essa de eu te deixar? Ficou louca?

De repente Juliana ficou vermelha como um tomate.

- Não, eu só...

- Lembra-se do nosso pacto?

- Sim.

- Não parece.

Valentina pareceu levemente magoada. Juliana girou o corpo para ficar de frente para Valentina, e encarou-a nos olhos. Mesmo no escuro do quarto, viu aqueles olhos tão brilhantes. E sorriu.

- Não foi isso o que eu quis dizer...

- Sei o que quis dizer.

- Não. Eu quis dizer que posso suportar tudo, mas não posso suportar te ver sofrendo.

Eso És Amor | JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora