O beijo acabou tão doce quanto começou, suave e macio, regado de carinhos e sorrisos. As testas ficaram coladas enquanto os olhos se encontravam, reajustavam à claridade depois de tanto tempo fechados; quanto tempo havia se passado? Horas? Dias? Claro que não mais do que alguns minutos, mas a intensidade do momento foi tão grande que o tempo se tornou imensurável. Nenhuma delas conseguia responder. E também não conseguiam parar de sorrir uma para a outra.
O que estava acontecendo? Era a pergunta que passava de uma para a outra, estava no ar; pairando. Mas certas perguntas tem a resposta tão óbvia, que nem vale a pena perguntar. Era óbvio o que estava acontecendo: havia algo entre elas além de amizade.
Talvez sempre tenha havido e elas tenham demorado demais para perceber, talvez fosse apenas um engano... Não. Não era engano algum, não era possível que fosse; o sentimento parecia tão bonito e real, tão intenso e arrebatador. Como um sentimento que causava coisas tão maravilhosas podia fazer mal? Não fazia. Não era errado. Estava tudo, finalmente, certo.
- Val...
- Juls...
Elas falaram ao mesmo tempo, e pararam para se encarar de novo. Era como se uma estivesse esperando a outra tomar uma iniciativa... Como se precisasse de mais incentivos. Valentina deslizou as mãos até a cintura de Juliana e segurou-a. Precisava falar alguma coisa, e nada mais justo do que começar com a verdade. Era possível que as coisas começassem a fazer sentido?
Juliana pareceu acordar de um sonho, e então arregalou os olhos, se afastou de Valentina e respirou fundo.
- Ei Juls, aonde vai?
- Val, isso...
- Isso aconteceu, e agora temos que conversar sobre.
Era óbvio que Juliana estava nervosa, não conseguia nem olhar nos olhos de Valentina, motivo pelo qual a garota puxou a morena pela cintura, até que elas estivessem coladas de novo.
- Você não gostou?
Foi a primeira vez que a morena encarou seus olhos.
- Claro que sim.
- Eu também. Temos que conversar.
- Eu sei, mas...
- Não tem mas, Juls. – Valentina disse, interrompendo a morena. – Vamos conversar. Agora.
- Val...
- Juls, não tem o menor motivo para você fugir disso. Nós duas fizemos isso juntas né? – Quando a morena confirmou com a cabeça, ela sorriu. – Então vamos conversar juntas. Por favor, me ajude aqui, eu já estou muito nervosa.
Valentina tinha razão, Juliana pensou. Elas realmente precisavam conversar; tinham se beijado e agora precisavam lidar com as consequências. Tinham se beijado e agora precisavam lidar com os sentimentos envolvidos. Mas quais eram os sentimentos? O que de fato ela sentia por Valentina?
- Eu também estou... Nervosa.
E mais importante, o que Valentina sentia por ela? Valentina segurou as mãos de Juliana e colocou-as em seu pescoço, e depois segurou a morena pela cintura, mantendo-a firme contra seu corpo.
- Eu começo, então. – Valentina disse, antes que Juliana pensasse em recuar de novo.
Juliana respirou fundo; aproveitou que suas mãos ainda estavam no rosto de Valentina para lhe acariciar, a pele era tão macia, perfeita para suas mãos. E aquele sorriso... Juliana não conseguia pensar em mais nada.
- Está bem.
- Acho que fazia um tempo que eu soube que isso ia acontecer.
- Sério?
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Eso És Amor | Juliantina
RomanceEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...