Ao final da festa, Valentina estava enjoada, vomitando, sentindo o álcool querendo sair de seu organismo de uma vez só. E Juliana, carinhosa como sempre, segurava seus cabelos enquanto ela se debruçava sobre o vaso sanitário. Que gosto horrível na boca, que cena desagradável que deveria estar sendo. Sozinha em seu quarto com Juliana, Valentina agradeceu por não precisar nem olhar para Lucho ou qualquer outra pessoa. Afinal, no primeiro sinal de que estava passando mal, Juliana a carregou para longe.
A festa havia de fato acabado? Ela nem lembrava. Só sentia as mãos de Juliana acariciando suas costas, segurando seus longos cabelos, e as palavras doces daquele tom rouco.
– Tranquila, Val. Estou aqui.
Juliana não deixou ninguém entrar no quarto, não queria que ninguém visse Valentina vulnerável daquele jeito, então trancou a porta do banheiro e deixou o copo com água e um remédio pronto para quando a amiga conseguisse respirar direito. Era horrível ver alguém naquele estado, mas Juliana já tinha experiencia demais.
– Fique comigo, Val. Não durma, por favor.
– Está difícil... Estou tão cansada.
– Eu sei bebecita, mas tente um pouco. Aqui. – Juliana já estava ajoelhada no chão com Valentina, então foi fácil puxar a garota para si até que ela estivesse praticamente em seu colo, com o rosto colado em seu pescoço. – Fique comigo. Por favor.
– Fico. Sempre.
Valentina abraçou Juliana e ficou ali, sentindo o cheiro dela, tentando fazer o enjoo passar. Estava se esforçando muito para não dormir, mas era impossível, seu corpo inteiro parecia pesado. E Juliana fazia carinho em seus cabelos e rosto... Como não dormir?
– Juls... Eu...
– Eu sei bebecita, vai passar. Eu prometo.
– Vai dormir comigo?
– Claro que sim. – A falta de hesitação de Juliana despertou algo muito bonito em Valentina. – Avisei minha mãe cedo. Não vou te deixar. Nunca. Está me ouvindo?
– Sim.
– Então não me deixe também. Fique acordada, Val.
Juliana fez de tudo para manter Valentina acordada, mas sabia que era muito difícil, ela havia usado drogas e ingerido álcool, uma combinação muito merda. Mas precisava fazer alguma coisa. Molhou sua testa, afastando o suor, deu descarga no vomito da garota e começou a levantar. Valentina ficou no chão, quase estatelada.
Juliana não tinha outra opção, respirou muito fundo antes de se aproximar de Valentina novamente, e pegou a garota nos braços. Levantou–a e tentou segura–la o suficiente para conseguir encaixar seu quadril na pia e ter apoio, e então colocou Valentina sentada na bancada da pia do banheiro. Respirou fundo. Nunca era fácil cuidar de alguém afetado pelo álcool, mas ela sabia se virar.
Começou despindo Valentina, com todo o cuidado do mundo. Ela precisava de um banho gelado, tinha vomitado em si mesma. E abençoadas fossem as pessoas ricas com banheiras e chuveiros gigantes, Juliana pensou. Colocou Valentina deitada na banheira e ligou a água quente, confortável. Por mais que estivesse totalmente focada em cuidar de Valentina, não conseguiu deixar de notar certos aspectos chamativos de sua anatomia... Especialmente como ela era muito bonita. De doer.
– Vamos Val, tente acordar.
Tentou de novo acordar a garota, mas era tarde. Ela estava apagada. Inferno. Estava tão preocupada. Mas sabia que tudo ficaria bem, Valentina só precisava dormir um pouco, acordar com uma ressaca dos infernos e tudo ficaria bem. Seus pais sempre foram assim. Bêbados, caídos em qualquer lugar, e acordando no dia seguinte como se nada houvesse acontecido.
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Eso És Amor | Juliantina
RomanceEram a mistura do oceano e um campo de flores, tão naturalmente ligadas que nem mesmo o destino poderia escrever linhas tão certas. As estrelas interferiram para promover o encontro, mas foi a lua que as manteve juntas. Sob o mesmo céu, tudo começou...