Anne detestava acordar aos gritos, ficou sem entender nada. Só viu Linn com seu telefone. – Tão ligando porque tem alguma vaga para você, vai! Toma essa merda. – Tratou de despertar para atender logo.
– Administrativo? Certo. Obrigada, estarei lá! Obrigada. – Linn ouvia tudo atentamente, estava ansiosa pela amiga que logo desligou. – CONSEGUI UMA ENTREVISTA! – Linn não estava esperando o pulo que Anne deu nela e caiu com as costas no colchão, mas correspondeu o forte abraço.
– Quando é essa entrevista? É qual empresa? Calma, calma.
– Hoje pela tarde, é uma empresa e o cargo é administrativo. Ou algo assim. – Linn assentiu e ficou mais calma. Estavam eufóricas. – Tem alguma dica?
– Hm… olhe nos olhos e seja confiante. E pode olhar no meu guarda roupa caso precise de algo mais social. – Anne agradeceu, estava nervosa demais para dizer qualquer coisa. Linn pegou sua mão e disse que tudo ficaria bem, então Anne respirou fundo e acalmou-se. – Eu tenho que ir trabalhar, mas me manda mensagem quando tiver saindo. Não, me ligue. Okay?
– Okay! Linn? Obrigada por tudo. – Linn sorriu e saiu.
Anne foi ver suas opções, optou por usar uma blusa social branca e uma calça cintura alta. Olhou as coisas de Linn e achou um blazer preto. Reparou que a cor prevalecia no guarda roupa da moça.
– Acho que já sei qual sua cor preferida, Linn. – experimentou a roupa para ver se ficaria boa e gostou do que viu. Enquanto esperava dar o horário, ficou conversando com Linn praticamente o dia todo.
Às quatro da tarde Anne saiu, a entrevista foi ótima, a vaga que estava disponível era de recepcionista e disseram que a ligariam, pois havia outra pessoa querendo a vaga. Deu uma leve desanimada, pois a pessoa poderia ter mais experiência. Chegou em casa e Linn já havia chegado e parecia estar a sua espera, que logo contou como havia sido.
– Vai dar tudo certo, Anne. Você tem carisma, e pelo visto, mostrou isso ao cara que te entrevistou.
– É, mas se a outra pessoa tiver mais experiência? Enfim, vou esperar.
– Bom, enquanto você espera, vai me ajudar a fazer uma faxina nessa casa que está um lixão.
– Claro, agora? – Linn assentiu e se levantou, estava disposta a animar a amiga.
– Mas, antes de tudo, uma música para dar coragem. Vai tirar essa roupa e vestir algo mais leve. – Anne notou como a outra podia ser mandona, mas era extremamente fofo. Achou melhor obedecer. Linn colocou “thunder” do Imagine Dragons e começou pela cama.
– Você quer que eu faça isso? – Anne perguntou quando notou Linn espirrando muito ao varrer a casa, nariz dela já estava vermelho.
– Não, não precisa. Tudo sob controle.
– Teimosa, termina de dobrar essas roupas, vai. Me dá isso aqui. – teve que pegar a vassoura da outra, que logo concordou. Logo terminaram e deixaram a casa limpinha, mas não depois de cantarem algumas músicas antigas em plenos pulmões e caírem na gargalhada. Entre um trecho e outro Linn observava discretamente a moça cantar com emoção e ria quando ela dançava junto da vassoura.
– Aiai, cansei! – Anne se jogou no tapete ofegante, logo Linn se juntou, completamente suada. Anne caiu no sono ali mesmo, no chão. Estava tão cansada, que nem se importou muito. Linn notou que Anne dormiu e riu, pois a outra parecia uma criança. Foi tomar um banho, quando saiu o celular de Anne estava tocando bem perto da menina, que mesmo assim não acordou.
– Que sono é esse, meu Deus! Alô? – A voz era a mesma da mulher que ligou para marcar uma entrevista com a menina, Linn foi logo chamando Anne, que parecia muito puta de ter sido acordada. – Vou passar para ela, um segundo. É da empresa, acorda! – Anne despertou rapidamente.
– Olá! Sim, sim. Sério? Tá bom. Certo. Okay, obrigada.
Anne desligou e Linn, que estava a sua frente, notou que a menina não estava com uma cara muito boa.
– E aí? – Anne negou com a cabeça, mas começou a rir e gritou um “consegui” e pulou em cima da amiga, que caiu de costas no chão, mas abraçou de volta com a mesma intensidade. – Muito bom! Parabéns!
– Começo próxima segunda. É...desculpa. – Falou saindo de cima da outra. Ficou estranho quando o abraço durou muito tempo e Anne deitou-se ao lado de Linn, que virou para olhar. Ficaram se encarando, estavam felizes.
– Eu disse que conseguiria.
– É, obrigada por acreditar em mim… – Linn não sabia o que responder, então apenas sorriu e olhou para o teto.
– Linn, eu acho que vou na minha casa.
– Bom, era o seu plano. Você tem certeza? – Anne negou, mas tinha que falar com a mãe sem a presença do pai.
– Eu não sei o que vou falar, mas eu queria ver ela, sabe? Meu pai passa o dia trabalhando, acho que consigo um tempo a sós com ela.
– Você quer que eu vá com você?
– Eu adoraria, mas tenho que fazer isso sozinha, mas você pode conversar comigo enquanto eu estiver no caminho?
– Claro, vai ficar tudo bem, okay? Quando você pretende ir? – Anne respondeu que iria amanhã de manhã e foi tomar um banho. Enquanto isso, Carly ligou para Linn perguntando se poderia no seu apartamento. – Carly está vindo para cá.
– Tá bom, eu vou ficar um pouco com o Mike mesmo. – Anne enjoava só de imaginar as duas juntas.
– É… não sei se quero ficar sozinha com ela.
– Eu que não vou ficar de vela. Nem vem.
– Que tal você e Mike virem para cá?
– Manda mensagem pra ele. – Linn escreveu, mas desistiu.
– Não, seria infantilidade. Como vou dar a chance sem realmente dar uma chance?
– É… estou indo lá. E Linn, você não tem que gostar de alguém só porque ela gosta de você. – Anne falou quando a campainha tocou. Foi abrir e Carly lhe deu um meio sorriso quando ela abriu passagem e saiu depois de um “Olá”. Ela estava com uma caixa de pizza nas mãos e algumas cervejas. Linn odiava cerveja.
Linn só notou que não estava tão arrumada quando a menina entrou. Ela estava com uma calça moletom e uma blusa qualquer do Harry Potter. Carly veio ao seu encontro, e lhe roubou um selinho.
– Desculpa, eu não tava esperando alguém, então…
– Relaxa, está linda. Trouxe pizza.
– Obrigada… é, quer ver um filme? – Linn queria muito relaxar, mas estava tão tensa. – Aliás, acertou na pizza. Que tal simplesmente acontece?
– Meio chatinho, né? Mas pode ser.
– Não, pode escolher. – Carly foi para perto da televisão, ficando bem próxima de Linn.
– Hmmm, cerveja? – Linn tomou um gole grande, mas se arrependeu amargamente. Literalmente. – Opa, vai com calma.
– Essa merda é muito ruim.
– Você não gosta? – Linn fez careta, negando.
– Mas fico com a pizza. – Falou, sorrindo. Carly achou o sorriso extremamente fofo.
– Aham, você come essa pizza todinha?
– Garota, nunca duvide do meu potencial. – elas caíram no riso.
– Acho que não quero assistir filme.
– E quer o que? – Carly se aproximou sem tirar os olhos da outra.
– Você.
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Nós
Storie d'amoreO amor não é algo que você encontre propositalmente. Amor simplesmente chega e te fascina gradativamente. Quando você vê, já não se imagina sem esse sentimento. Linn Somers definitivamente não estava a procura de um amor, mas foi escolhida para enc...