Marcely se virou, tirando os cabelos do meio.
– Pronto. – falou Anne, que ia saindo do banheiro, mas foi impedida pela mão de Marcely
– Sabe, você pode me ajudar a retirá-lo.
– Não, obrigada. Pode me soltar.
– Eu estou doida para te sentir em mim, Anne. Desde que chegou com aquelazinha. Ela não parece suficiente para você. Vai dizer que não quer nada? Eu estou seminua em sua frente. Pode fazer o que quiser. – falou se aproximando de Anne, que agarrou seu braço. Ela estava puta de ódio.
– Eu não quero absolutamente nada com você. Diferente de você, eu amo a pessoa que estou. É apenas nela que penso dessa forma. Creio que você confundiu simpatia com dar em cima, então vou deixar bem claro para você; eu não quero nada. Não sou esse tipo de pessoa. – largou o braço dela e saiu porta a fora, pensando se contaria ou não o acontecido para Linn.
Linn, que ouviu tudo, desceu rapidamente mas as palavras da mulher lhe afetaram. Se sentou num degrau e tentou engolir o nó em sua garganta.
Logo ouviu passos e Anne se sentou ao seu lado, respirava fundo também.
– Meu bem, o que foi? – perguntou a loira, a abraçando. Linn negou com a cabeça.
Quando ela ficava com vontade de chorar e não podia, ficava esse nó em sua garganta e ela não conseguia falar.
– Nó? – Anne já conhecia, então apenas a abraçou até sua angústia passar.
– Eu ouvi… no banheiro…
– Linn, eu não dei abertura nenhuma. Sério, se eu tivesse percebido o que estava acontecendo, teria me afastado.
– Eu sei… eu só, me sinto insuficiente para você e ouvir outra pessoa falando isso além da minha cabeça é três vezes pior.
– Ei! Olha pra mim. Linn, você me transborda. Todo o meu amor é seu. Não quero mais ninguém no mundo que não seja você. Não precisa se preocupar quanto a isso. Eu te amo.
– Mas…
– Mais nada, Linn. Você vai ter que me aturar por muito tempo, viu? Eu te amo.
– Eu te amo, Anne. Que ódio daquela mulher!
– Odiei também. Vamos comer? – Linn concordou e foram para a sala de jantar, onde não mencionaram o acontecido e ficaram em um clima leve até a noiva de Christian descer as escadas.
Ela sequer olhou para Linn e Anne.
– A noite foi ótima, obrigada pelo jantar. – Linn agradeceu aos anfitriões e se despediu de Christian, querendo ter mais intimidade com ele para poder falar sobre a mulher que ele ama.
Ela ignorou a existência de Marcely a noite toda, ficou agradecida pela namorada ter feito o mesmo.
Foram para casa afim de dormir cedo para o longo dia que teriam amanhã.
– Anne? Me promete uma coisa. – pediu Linn, ela estava deitada no peito de Anne.
– O que?
– Se um dia você se interessar por alguém, você me conta logo?
– Linn, eu não vou me interessar por mais ninguém.
– Só promete. – Anne bufou, mas prometeu. Ela não conseguia entender a insegurança de Linn, pois ela era tudo para Anne. Tudo. Ficava um pouco chateada, mas relevava.
Na manhã seguinte, Linn organizou uma bolsa e levaria apenas o necessário, ficaria na praia apenas pela manhã, que era o melhor horário.
Quando chegaram, Anne ficou maravilhada e ambas abusaram o do protetor solar.
– Vamos dar um mergulho? – convidou Linn, tirando a blusa e correndo para o mar sendo seguida por Anne. Deixaram as coisas na areia, não tinha levado pertences importantes, então ficaram tranquilas.
Aproveitaram bastante as horas que ficaram ali, brincaram de se jogarem na areia, o que não deu muito certo pois Anne acabou se machucando ao se jogar em Linn.
– Eu estou exausta! – Reclamou Anne, sonolenta. Tinha chegado em casa meio dia, ambas um pouco coradas.
– Vai tomar um banho, vou preparar algo para comermos.
Anne assentiu, mas estava tão cansada que talvez quando terminasse o banho, se jogaria na cama só de toalha.
Linn preparou dois miojos, mas notou a demora de Anne e foi em seu quarto, se deparando com a cena; de bruços e com a toalha cobrindo apenas metade de seu belo corpo. Dormia como um bebê.
Sorriu e desceu as escadas. Comeu assistindo uma série e logo se juntou a namorada.
A viagem seguiu tranquila, exceto pelos preparativos do casamento. Seria em dois meses e Lucy queria um casamento bem organizado, nem muito grande mas também não queria qualquer coisa.
Sua madrinha seria sua grande amiga Ísis e o padrinho de Roberto seria seu filho, Chris. Linn e Anne seriam as damas de honra junto com outras duas pessoas.
Seria em um final de semana, para que todos pudessem se organizar e desse tempo delas chegarem ao Brasil.
Visitaram ainda alguns outros lugares que Linn quis que Anne conhecesse. Os passeios foram sempre incríveis, Anne ficava maravilhada com a diversidade das praias do Ceará. Elas criaram planos de voltar e conhecer outras regiões do Brasil, mas principalmente a região do Nordeste.
Se despediram da mãe de Linn, com direito a choro e pediram para ficarem a par de todos os preparativos. Entraram no avião prontas para passarem muitas horas no ar.
– Senhoras e senhores passageiros, nós estamos com problemas em uma das asas e vamos fazer um pouso de emergência, por favor, coloquem o cinto e as máscaras que estiverem à sua frente. – ouviram a voz de uma mulher que tentava transpassar calma em sua fala.
Anne olhou desesperada para Linn, tendo dificuldades em pôr o cinto pois suas mãos estavam trêmulas. Linn viu e colocou o cinto por ela, tentando transmitir calma, pois por dentro ela estava tão desesperada quanto.
– Olha pra mim, Anne. – falou segurando o rosto da namorada. – vai ficar tudo bem, ok? Essas coisas acontecem. Vai dar tudo certo. Segura minha mão.
– Se a gente morrer, eu te amo Linn Somers. – Falou fechando os olhos com força quando uma turbulência forte atingiu o vôo.
– Senhoras e senhores passageiros, nós pedimos calma. Estamos passando por dificuldades no pouso de emergência, mas não entrem em pânico.
Elas apertaram as mãos, se olhando e focando apenas uma na outra.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nós
RomanceO amor não é algo que você encontre propositalmente. Amor simplesmente chega e te fascina gradativamente. Quando você vê, já não se imagina sem esse sentimento. Linn Somers definitivamente não estava a procura de um amor, mas foi escolhida para enc...