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O coração de Anne estava partido em inúmeros pedaços, mas ela sabia que teria que conviver com isso. Linn sempre teria todo o seu amor, mas talvez fosse a hora de deixá-la ir. 

Foi para casa e agradeceu a Deus por estar sozinha ali. Apagou o número de Linn, caso contrário quando lhe batesse muita saudade ela sabia que iria ligar para a outra. 

– Seja o que deus quiser. – falou largando o celular em qualquer canto e se deitando para tentar dormir. Se virou várias vezes, até finalmente adormecer. 

Quando se despediram, Linn permaneceu ali. Já estava ficando claro então ela decidiu que queria ver o primeiro nascer do sol do ano. O local estava praticamente vazio e aos poucos ela pôde ver os raios. Registrou o momento para si com uma foto. 

Ela não conseguia pensar em nada, estava realmente apenas observando o céu. Não sentia sono, cansaço, tristeza ou raiva. Ela era apenas um corpo vazio. Era como de Anne tivesse a levado junto.

Às seis e meia ela foi para casa. Tomou um banho rápido e dormiu assim que deitou. Entrando em um sono profundo como alguém que não dorme bem a vários dias. 

– Puta merda. Cadê essa merda? – O toque irritante do celular a acordou e ela o procurava debaixo dos lençóis. Quando o achou, ele já tinha parado de tocar. Era sua mãe. 

Ela se xingou mentalmente por ter esquecido de lhe desejar feliz ano novo. Se recompôs e retornou a chamada. 

– Oi filha! Feliz ano novo! 

– Feliz ano novo mãe! Como foi por aí?

– Oh, foi uma festa e tanto! Alguns tios seus vieram e foi muito bom. Só faltou você aqui.

– Eu também sinto sua falta, dona Lucy. Principalmente da comida. 

– Então deveria vir me visitar. 

– Eu vou, mãe. Prometo. Agora eu tenho que ir porque aqui não tem a sua comida e eu tenho que me virar pra comer. 

– Até mais, querida. Beijo.

– Até, beijo. – Desligou e foi lavar o rosto. Sua boca estava seca. Quando saiu do banheiro, viu que a casa estava muito escura e tomou um susto quando viu que estava de noite. – como assim eu dormi o dia inteiro?! – pelo menos isso explicava sua fome. 

Checou o celular e havia várias mensagens de Mike perguntando como fora à noite. E algumas de seus colegas de trabalho desejando feliz ano novo uns para os outros no grupo da empresa.

Linn tentava não pensar e na noite passada mas Anne não saia de seus pensamentos em nenhum momento. 

Outra coisa que ela tentava evitar era o pensamento de que não tinha mais nada para fazer em Londres. Não sem Anne do lado. 

Ela havia lutado tanto para chegar onde chegou e não queria largar tudo assim. 

Para a surpresa de Linn, uma mensagem extremamente formal havia chegado em seu celular. De seu chefe. 

"Bom dia, srta. Somers. 

Sei que esta mensagem é inadequada tendo em vista que hoje não é seu dia de trabalho. Mas eu queria avisar de uma reunião amanhã no qual eu quero que você esteja presente. É sobre uma nova filial da nossa empresa. Esteja na minha sala amanhã às 08:00." 

Ela respondeu que estaria lá em uma mensagem igualmente formal. Ela só não entendia porque ela havia sido chamada. Era apenas uma funcionária que sequer passava o dia lá. 

Era nessas horas que ela mais queria falar com Anne. 

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