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Com o passar dos dias naquela mesma rotina, Anne e Linn estavam se acostumando com a ausência uma da outra, mas a saudade continuava a mesma.

Linn conseguiu um emprego de meio período em uma empresa de tecnologia e estava gostando muito. Ela sempre gostou de mexer com computadores e tinha uma certa facilidade com a parte de hardware. O salário era bem melhor que o antigo emprego, mesmo sendo meio período. 

Ela achava que talvez tivesse encontrado sua profissão e estava pensando em fazer faculdade naquela área. 

– Eu já havia pensado nisso, mas eu não sou boa com números, então deixei a ideia de lado. – ela e Anne estavam conversando pelo celular e a namorada lhe dava todo apoio, mesmo sabendo naquele momento que ela gostava dessa área.

– Mas você só vai saber se essa é realmente sua área de tentar, meu bem. – Linn suspirou, quase se entregando a ideia de fazer engenharia da computação.  

Querendo mudar de assunto, ela perguntou como seria o dia do aniversário da namorada. Era no sábado e Linn havia comprado o presente a quase um mês. Estava ansiosa para entregá-lo.

– Eu não sei. Minha mãe sempre faz uma pequena festa. Eu só queria te ver. 

– Você pode pelo menos me encontrar por um tempinho em algum lugar? Tenho que entregar seu presente. – Anne estava mais ansiosa que ela para receber o presente.

– Claro que sim. Que tal no shopping? 

– Pode ser, pela manhã? – Anne confirmou e continuaram a conversar por mais um tempo até terem que desligar. 

Infelizmente Anne não conseguiu dormir quando se despediu de Linn, pois ouviu seus pais brigando no andar de baixo. No caso, o pai dela brigando com a mãe, que se mantinha de cabeça baixa, totalmente submissa ao marido. Que já havia se recuperado totalmente do infarto. 

– Você não vai mais usar essa blusa, está me ouvindo? – Esbravejou com a mulher, Claire. Anne desceu as escadas, extremamente irritada com o pai. Ao ver os dois, ele segurava forte a o braço da esposa, provavelmente ficaria uma marca ali.

– Qual o seu problema?! Solta ela! – Falou se pondo no meio dos dois. 

– Anne, vá para o seu quarto. – Anne viu para a mãe, procurando uma explicação para toda aquela submissão. Medo. Era isso que emanava do olhar da mulher que parecia tanto com Anne. 

– Mas mãe… você não pode deixar esse homem fazer o que quiser com você. – Falou e sentiu um puxão em seu cabelo, tentou se virar, mas ele era mais forte.

– Você escutou sua mãe. Vá para o seu quarto agora! – Jonh falou, soltando-a. A mãe dela a olhou, pedindo silenciosamente que voltasse para o quarto. 

Ela atendeu o pedido, mesmo a contra gosto. Tranquilizou-se quando notou não havia mais barulho nenhum no andar de baixo e dormiu, sabendo que sentiria uma dor de cabeça devido ao puxão. 

Infelizmente, Anne não sabia o que fazer quanto a isso. Era cada vez mais comum ver o pai explodir por coisas pequenas. 

Era insuportável viver na casa dos Parker.

No sábado, Anne se permitiu acordar mais tarde. Iria almoçar no shopping mais próximo da casa dela com Linn, então não teria que ter muita pressa. 

Desistiu de voltar a dormir meia hora depois, pois não conseguia deixar de pensar no que iria ganhar da namorada, que fazia suspense toda vez que ela pedia uma dica do que seria. Logo levantou e foi tomar um bom banho. 

Quando saiu, o celular vibrou com uma mensagem da namorada. 

"Primeiramente, bom dia! Eu te amo pra caralho. Segundo, parabéns para o amor da minha vida, vulgo Anne Claire Parker! Eu te desejo tudo de bom, meu bem. Você merece toda felicidade do mundo, porque você é uma das melhores pessoas que eu conheço. Queria te guardar em um potinho, mas infelizmente não dá. Então, saiba que sempre estarei aqui para o que for, até se você quiser esconder um corpo. Até mais tarde, beijo."

Sorriu feito boba com as palavras da namorada e a agradeceu mandando uma foto do sorriso que ainda se fazia presente em seu rosto, dizendo que o motivo da felicidade dela era Linn. 

Ranço desse Jonh, eu sei. É um otário mesmo. O que acharam?

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