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Notas finais, obrigada, de nada.

Pela manhã, descansada, Linn levantou e foi preparar algo para comerem, mas a mãe já estava de pé e o cheiro do café espalhava-se pela cozinha. 

– Acho que uma das minhas maiores saudades é o café da senhora. Que delícia. – falou bebendo um grande gole. 

– Espero que eu esteja no topo dessa lista, mocinha. – respondeu Lucy, estreitando os olhos. Linn fez cara de pensativa e riu. 

– Mas é claro que está, por Deus! – falou. 

Ainda não tivera uma conversa para pôr o papo em dia então aproveitou que Anne não iria acordar tão cedo e ficou conversando com a mãe. 

– Como tem sido por aqui? 

– Ah, com o atual governo de merda que temos não tem sido lá essas coisas.

– É, imagino. Eu sempre vejo as notícias daqui e parece brincadeira de tão inacreditável. Me pergunto como um povo elegeu esse idiota. 

– Eu não sei mesmo. É uma crise em todas as áreas, mas nós brasileiros continuamos dando nosso jeitinho. – Lucy sabia que o país ia de mal a pior, mas sempre iria amar seu país. Era o seu lugar. 

– Mãe, a senhora poderia morar em Londres. Lá tem muitas oportunidades, olhe só para mim! Cheguei naquele lugar sem rumo e agora sei exatamente o que eu quero. E seria muito bom ter você por perto. 

– Linn, meu lugar é aqui. Eu posso no máximo te visitar, mas o Ceará é o meu lugar. 

Linn suspirou, se dando por vencida. Tinha a quem herdar sua teimosia. 

– Então, a senhora gostou mesmo da Anne? – perguntou, mas sabia que a resposta seria sim. 

– Eu te amo, mas que pergunta idiota, hein? Claro que eu gostei da Anne! Ela é tão gentil e engraçada. Eu torço muito por vocês, filha. – Linn sorriu e deu um abraço forte na mãe. 

Quando terminou o café, preparou a mochila para o passeio e levou uma bandeja de café da manhã para o quarto, Anne estava acordando. 

– Bom dia, preguiçinha. Vamos acordar que quero que conheça um lugar hoje. – falou colocando o objeto com a comida próximo a namorada. 

Anne se espreguiçou, demorando para acordar. Linn parecia que estava acordada a um bom tempo. 

– Bom dia, amor. Que lugar? 

– Você vai ver. Agora, come vai. Depois toma um banho. 

– Sim senhora! – falou e riu. Adorava quando Linn era mandona. Terminou o café e foi tomar banho como lhe foi mandado. 

Vestiu um short e uma blusa verde de manga curta, bem leve pois o clima estava quente. Já começava a sentir falta do clima congelante de Londres. 

– E esse é parque do Cocó. – Linn falou abrindo os braços. 

O lugar era maravilhoso, Anne poderia morar ali. 

– Uau! Eu com certeza vou rolar nessa grama! 

O tempo para chegar ali foi longo, mas valeu muito a pena ver o sorrisinho de Anne correndo pelo gramado inclinado e quase caindo. 

– Espero que a euforia tenha passado porque eu quero me sentar logo. Vamos fazer um piquenique. – falou quando chegaram ao caminho de paralelepípedos rumo a um ponto mais afastado. 

– Parece que alguém veio preparada. Ali parece um bom lugar. – apontou para um lugar embaixo de algumas árvores e ficaram ali mesmo. 

Linn estendeu um pano florido e começou a tirar da bolsa algumas comidas que havia levado e umas bebidas. Pegou bebidas com o teor alcoólico baixo, afinal, não queria ficar bêbada. 

Tinha levado um bolo de chocolate, suco de laranja, água, uma caixinha de som Bluetooth e alguns salgadinhos. 

– Eu realmente adorei aqui, amor. Você vinha muito? – perguntou, deitando próximo a Linn e colocando seu óculos de sol. O tempo estava agradável. 

– Por morar um pouco longe, não vinha com frequência, mas sempre tive um carinho por esse lugar. Aqui costumava ter festas, mas você sabe como jovem é… Ficava uma zona. Mas pararam e agora aqui é um local mais família. – explicou, tirando um pedaço de bolo. – bolo? 

– Quero. Que delícia!

– Sua sogra quem fez. 

– Por que você não cozinha bem assim? Eu estaria uma bola se você cozinhasse assim. 

– Não sou boa na cozinha, sinto muito. Você podia pedir as receitas dela, já que gostou, eu iria adorar experimentar. – falou sorrindo

– Folgada! – respondeu, jogando um farelo de bolo em Linn, que a puxou para um beijo. 

Tocava Believer do Imagine Dragons e o casal cantou a plenos pulmões, arrancando olhares no qual não se importaram muito. 

Pararam de cantar rindo por Anne ter errado a letra. 

– Ai minha barriga! Eu não aguento! – falou Linn, respirando fundo. Tiveram um crise de risos e nem sabiam mais o motivo. 

Anne observou a mulher a sua frente, se recuperando. Pensou em como não havia mais ninguém que ela quisesse ter momentos assim. 

– Linn?

– Oi?

– Eu te amo. – Linn sorriu, boba. Se jogou na namorada, que caiu de costas na grama.

– Eu te amo! 

Fiz um capítulo bem fofo pra aquecer o coraçãozinho de vocês e preparar para as emoções dos próximos! Estão gostando? Comentem aquiiii.

E pra quem não é do Ceará, esse é o parque do Cocó.

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