Boa leitura!
Ela sabia que não iria conseguir dormir novamente, então contou tudo a Mike sobre a noite passada. O rapaz, mesmo ouvindo tudo atentamente, sentia no fundo que a história delas não tinha acabado. Todavia, preferiu não mencionar o que achava e apenas falou que sentia muito por elas.
Os pais de Anne chegaram na noite do dia primeiro e já entraram brigando em casa. Realmente brigando e não apenas o pai reclamando com a mãe.
– Eu espero que isso nunca mais se repita! – Ele falou, apontando o dedo no rosto de Claire.
– Então você espera que eu fique quieta enquanto você me humilha na frente dos meus familiares?!
– Você não tem que sentir nada! E já basta! Sua voz está me irritando. – resmungou enquanto subia as escadas. Anne saiu do quarto quando ouviu a batida da porta do quarto dos pais. Desceu e viu a mãe sentada no penúltimo degrau com a cabeça abaixada e as mãos no rosto.
Não parecia chorar, e sim respirar fundo.
– Mãe?
– Oh, oi Anne. Tudo bem? – respondeu com um sorriso forçado. Ela apenas assentiu.
– O que aconteceu lá?
– Seu pai… ele foi extremamente grosso, mas eu não quero falar sobre isso.
– Mãe, pode falar. Ele não vai aparecer agora e eu não vou contar nada. – colocou a mão na perna da mãe, fazendo um carinho.
– Tudo que eu falava ou fazia lá ele dava um jeito de dizer que era errado ou algo do tipo. Foi constrangedor e eu só queria vir para casa.
– Alguma irmã sua falou alguma coisa?
– Claro que não. Ninguém tem que interferir no meu casamento. E além do mais, ele foi super simpático com todo mundo.
– Só sabe que ele é um monstro quem convive. Mãe, esse homem só te faz mal. Você não precisa ter medo de ficar longe dele.
– Anne, de novo com essa conversa?!
– Eu só quero te ajudar. Saiba que se você decidir ficar longe dele, eu estarei aqui e não vou te deixar desamparada. – a mãe não respondeu e apenas subiu as escadas.
Mas Anne sabia, de alguma forma que ela iria ficar com as palavras na cabeça. Só tinha medo da mãe tomar uma decisão tarde demais.
Após o recesso, Anne finalmente voltou ao trabalho. Lugar que ultimamente era seu local favorito no mundo. Era onde ela esquecia dos problemas.
– Anne, eu preciso terminar essa papelada hoje, você poderia me ajudar? – sua chefe perguntou, pois já estava quase na hora de encerrar seu expediente.
– Claro. Só tenho que terminar de atualizar essas planilhas aqui. Um segundo. – falou e ao terminar de dirigiu para a sala Bonnie.
Elas perderam a noção do tempo. Anne mergulhou no trabalho e não se deu conta de que estava ficando muito tarde. Bonnie quem a mandou ir para casa alegando que faltava pouco e que ela conseguiria terminar tudo sozinha.
Quando chegou, a casa estava toda escura e ela estava com receio de entrar ali. Abriu a porta tentando fazer o mínimo barulho, e quando fechou as luzes da sala se abriram. Jonh estava em sua poltrona.
Parecia um psicopata no escuro.
– Nenhuma mulher de respeito fica na rua até essa hora. – ela sentiu um calafrio quando percebeu que ele falou num tom extremamente calmo.
– Eu não estava na rua. O que você pensa que eu sou? Eu estava trabalhando. Pode perguntar o homem que você manda me seguir. – ia sair da sala, estava com muita fome mas não queria prolongar aquilo.
– Você não vai mais.
– O que?
– Você não vai mais trabalhar.
– Não, você não pode fazer isso.
– Você sabe as regras. Você quem decide.
– Eu tenho nojo de você! Nojo!
– Eu não vou mais deixar você sair dessa casa.
Anne entrou em pânico. Viu um brilho no olhar do pai. Pensou porque ele gostava tanto de fazer mal. Porque sentia prazer nisso?
– Se você sair enquanto eu não estiver ou quando eu chegar e você não estiver aqui, eu só precisarei fazer uma ligação. Uma.
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Nós
RomanceO amor não é algo que você encontre propositalmente. Amor simplesmente chega e te fascina gradativamente. Quando você vê, já não se imagina sem esse sentimento. Linn Somers definitivamente não estava a procura de um amor, mas foi escolhida para enc...