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– Jéssica, prazer. – Linn estava sentada no bar, na sua segunda dose de whisky quando uma morena de olhos muito azuis sentou ao seu lado, dando um sorriso confiante. 

– Linn. – Falou pegando na mão estendida dela. Não queria nada, mas era educada sempre. 

– Você está acompanhada? 

– Eu vim com um amigo, mas ele está dançando em algum lugar por aqui. – falou desbloqueando o celular e colocando na conversa de Anne. 

– Um pecado deixar alguém tão bonita assim, sozinha. – Linn sorriu envergonhada e murmurou um obrigada. – Posso te acompanhar nessas doses aí?

– Olha, poder pode, mas caso você esteja com algum interesse em mim, não vai rolar. Eu namoro.

– Entendi. E cadê ele? – perguntou, procurando alguém. 

– Ela não está aqui. 

– Outro pecado… mas eu posso só te acompanhar nas doses mesmo. – Linn assentiu e Jéssica pediu duas doses. – Então, me diga, porque está aqui sozinha?

– Ah, eu não moro perto da minha namorada e ela não pôde vir, então eu vim sozinha depois do meu amigo insistir muito. Eu não sou de sair muito. E você? 

– Eu vim com alguns amigos, mas cansei de dançar, então aqui estou eu. – Falou sorrindo e virando a dose. 

Linn mandou mensagem para Anne, perguntando se ela estava acordada. Logo respondeu dizendo que sim e que não estava conseguindo dormir. 

– Eu tenho que ir ao banheiro – falou para Jéssica, que parecia bêbada demais para se importar com sua ausência. 

Foi para fora do local, com menos barulho e ligou para Anne, que foi para perto da janela para atender, fazendo o mínimo de barulho possível. Temia que se o pai soubesse que ela tinha comprado um celular, o quebraria novamente.

– Alô? – Linn estava com a voz arrastada devido às várias doses. – uma mulher deu em cima de mim, amor. 

– Como é? E o que você fez? 

– Ela perguntou se podia me acompanhar nas doses de whisky e eu falei que podia…

– Você o que?! – Interrompeu-a, já com muita raiva. 

– Deixa eu terminar! Eu falei que podia, mas que não ia rolar nada porque eu já namorava, aí ela perguntou porque você não tava lá e eu falei que não podia ir. Só isso. Ela bebeu um pouco comigo, mas não trocamos muitas palavras. 

Anne respirou fundo. 

– Tudo bem. Você ainda vai ficar muito tempo aí? – Talvez fosse o álcool, mas Linn viu que Anne estava com raiva.

– Amor… me desculpa. Eu te amo e eu nunca faria merda com você. Não fica brava não. – A voz bêbada de Linn derreteu Anne em segundos. Ela sorriu boba.

– Está tudo bem, de verdade. E eu te amo também. 

– Eu vou embora agora, me lembre de cobrar vinte dólares ao Mike. 

– Tá certo, me avise quando chegar. 

Desligou e deixou o celular de lado, olhando para o teto. Se perguntava por mais quanto tempo aguentaria essa vida. Adormeceu quando recebeu uma mensagem de Linn dizendo que havia chegado e que iria dormir antes que o sono passasse. 

Antes de acordar, Linn já estava vomitando e com uma terrível dor de cabeça. Correu para o banheiro, para não sujar o chão. Sentia falta de Anne lhe cuidando quando ela acordava de ressaca. 

Tomou um banho demorado, tentando acordar completamente. Vestiu uma calça jeans e um suéter preto, secou o cabelo de qualquer forma e decidiu comprar café fora. Estava com preguiça demais. Comeu uma banana e saiu, para mais um dia. 

Ao chegar na empresa, Anne viu decorações de natal por toda entrada e se deu conta de que tinha esquecido uma das suas épocas favoritas do ano. 

Pensou em como seria bom passar a data com Linn, mas no mesmo segundo viu que seria impossível. Desanimou logo em seguida. Resolveu focar no trabalho e não pensar em coisas negativas durante o dia. 

Toda a carga emocional voltou 3x pior quando a noite caiu. Ao sair do trabalho, Anne ligou para Linn e a perguntou o que ela iria fazer no natal. A morena falou que provavelmente iria assistir filmes natalinos enquanto comia pizza. 

– Eu queria tanto estar com você… 

– Eu também, meu bem. – Anne notou um homem do outro lado da rua a olhando muito. Se despediu rapidamente de Linn e entrou no primeiro táxi que viu. Estava assustada pois não era a primeira vez que o via.

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