Nós

24

Leiam as notas finais. Boa leitura, bebês ❤️

Quando terminou de guardar suas roupas, Anne se jogou na pequena cama. Queria ficar ali sozinha, mas não teria esse privilégio. Sua mãe logo veio chamá-la para a ajudar no jantar. Ela estava sem fome, mas foi mesmo assim. Sob o olhar julgador de seu pai, ela passou na sala e foi botar a mesa totalmente em silêncio, assim como o jantar. A mãe tentava algum assunto, mas nada fazia Anne dizer mais que meia dúzia de palavras. 

Nem sobre seu trabalho, que era algo que Anne se orgulhava e adorava tagarelar sobre. Entretanto, não tinha ânimo para aquilo, não naquela noite. Aquela noite ela só queria dormir e esquecer os problemas.

Anne acordou mais cedo que de costume para trabalhar, pois sua casa era mais longe da empresa. A Colton W. Industries era onde Anne podia verdadeiramente orgulha-se de algo, pois sempre havia recebido muito elogios relacionados ao seu profissionalismo. Por isso ela havia passado de recepcionista para assistente administrativo tão rápido. 

Ao chegar no local, dirigiu-se para o terceiro andar, onde sua colega de trabalho Bonnie já se encontrava, notou que teria que sair mais cedo. Chegou em cima da hora. 

– Bom dia! Aconteceu algo? Você nunca chega tão em cima da hora. – Perguntou com um semblante preocupado. Bonnie era uma mulher excepcional. Era muito inteligente e gentil. E muito bonita, tinha a pele negra e um sorriso com dentes perfeitos e apesar de bem mais velha que Anne, ela não aparentava mais que vinte e seis anos, embora tivesse trinta e um. Sempre a ajudou muito nas coisas que Anne tinha dúvida. Era uma ótima chefe.

– É que eu não estou morando mais no mesmo lugar e fica mais longe, mas amanhã mesmo eu saio mais cedo. – Explicou pegando a pilha de papéis em sua mesa. 

– Oh, você e a Linn…? 

– Não! Não. Eu só tive que voltar a morar com meus pais, mas nós estamos bem. Apenas lidando com a saudade mesmo. – Bonnie a encarou como quem desconfiava desse “nós estamos bem”, mas logo ocupou-se em dizer o que iriam fazer hoje. 

– Preciso que você remarque minhas reuniões de hoje, preciso ir a algumas consultas e não quero ficar pensando em trabalho. Já basta o estresse que meu marido me dá. – Anne deu uma risadinha e seguiu o dia, agradecida por ser um dia mais leve. 

Na hora do almoço, ligou para Linn e combinaram de se encontrar para almoçarem juntas, quebrando o acordo de só se verem no final de semana. Mas não estavam se importando, apenas queriam se ver. 

Quando a viu sentada na mesa, com o óculos na ponta do nariz e concentrada no livro em suas mãos, Anne teve uma lembrança boa do começo do relacionamento e sorriu.

Linn estava com uma calça preta e uma blusa vermelha de mangas longas, seu casaco jogado na cadeira ao lado. Ela se aproximou e quando foi notada, a morena se levantou e lhe deu um abraço cheio de saudade. 

Linn teve que se conter para não matar a namorada asfixiada ali mesmo, então logo afrouxou o abraço, mas Anne simplesmente a apertou mais, deixando claro que não queria espaço. Ali ficaram um tempo, apenas uma sentindo o cheiro da outra.

– Vamos comer? 

– Sim, por favor. – Sentaram frente a frente e pediram seus almoços enquanto conversavam e matavam um pouco da saudade. Anne contou como a chefe era compreensiva em relação ao seu quase atraso. – Que bom, ela não tem o que reclamar de você, meu bem. 

– E como foi a sua manhã? – Linn fez careta, não queria falar de problemas naquele momento.

– Eu vou ter que procurar algo que pague melhor, o aluguel aumentou então eu vou atrás de outra coisa. – Como um baque, Anne percebeu que não tinha pensado em como morar sozinha era caro e que antes ela dividia as despesas com ela e ficava mais tranquilo financeiramente, mas pagar tudo sozinha era complicado. E ela nem se importou em deixar a namorada no “aperto”. 

– Que merda. Linn, eu nem me lembrei que ia ficar ruim pra você... – Linn negou com a cabeça. Era isso que ela menos queria.

– Não precisa ficar assim. Antes de você eu conseguia pagar direitinho, então agora eu vou ficar bem também. Não se preocupe. 

– Mas é óbvio que vou ficar preocupada, amor! Nem adianta falar o contrário. Eu posso te ajudar com o aluguel.

– Eu me viro, está bem? Não precisa me dar nada. Pode esquecer que te contei isso. Meu horário de almoço acabou. – Falou pagando sua parte e saindo, Anne fez o mesmo e foi atrás dela, a segurando pelo braço. 

Hey, eu sei que foi um capítulo mais curtinho e mais chatinho, massssss é importante para o andamento das coisas na vida dessas duas. Logo, logo volto com capítulos mais emocionantes e com outras coisinhas que só vai saber quem for ler... Até o próximo. ❤️❤️