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Linn chegou mais cedo no shopping, queria comprar mais uma coisa para Anne, um urso. A moça havia comentado a um tempo que adorava ursos de pelúcia e Linn achava que combinaria com o presente principal. 

Comprou um todo peludo e da cor marrom. 

– É, você tem cara de Barney. – Falou para o urso, como se ele a entendesse. Mandou mensagem para Anne dizendo onde estava e se sentou em uma mesa pequena a espera da aniversariante. 

– Bom dia, amor. – Anne falou, sentando ao lado de Linn, que deu um forte abraço, a desejando parabéns. 

– Caralho, Anne! – falou, assustando a outra. – Tô vendo umas rugas aí! 

Anne deu uma risada irônica antes de dar um tapa na cabeça de Linn.

– Morrendo de rir aqui. Vai se foder. – Linn gargalhou e abraçou a namorada, que agora estava de braços cruzados, a força. 

– Ok, então… eu quero que você conheça alguém antes de eu te dar o presente. 

– Mas não tem ninguém aqui… – Observou olhando para os lados. Quando voltou sua atenção a garota a sua frente, viu um ursinho muito fofo em suas mãos. 

– Este é o Barney! – falou com um sorriso tímido que fez Anne derreter e lhe dar um beijo. 

– Ele é muito fofo, meu bem! Eu amei. – O agarrou. Linn tirou uma pequena caixinha embrulhada num papel de presente da bolsa e a entregou. Anne a abriu, sem cerimônias. 

Era um colar rosé, extremamente delicado. Tinha uma parte redonda e ao redor era tipo um arco. Anne adorou, mas não entendeu o significado do pingente. 

– Ah, antes que eu me esqueça… está escrito "eu te amo" em várias línguas nesse cordão. – Anne não podia se ver, mas sabia que seus olhos haviam brilhado. 

Linn ligou a lanterna do celular e pegou o cordão, colocou dentro da bolsa e refletiu na parte mais escura. Anne pôde ver os "eu te amo" em línguas que que ela sequer sabia a existência. Ficou maravilhada com aquilo.

Sabia que nunca mais iria tirar aquele cordão. Sentia que era uma parte de Linn em seu pescoço.

– Esse com certeza é o melhor presente que eu já ganhei! Obrigada, meu amor. – Linn sorriu, verdadeiramente grata por sua amada ter gostado.  

Ficaram ali por algumas horas. Anne e Linn comeram muito, quase passaram mal, mas deram boas risadas juntas. Ambas sentiam falta daquilo. Daquela cumplicidade. 

Eram namoradas, mas também eram melhores amigas. Anne sabia disso, mas achava melhor não contar dos conflitos em casa.

Infelizmente, Anne teve que voltar para casa, depois de enrolar muito fingindo que não estava tarde.

Chegou em casa quase cinco horas da tarde. Vários parentes se faziam presente em sua casa quando ela chegou. Segundo sua mãe, fazia tempo que todos estavam esperando por ela. 

Não deu muita importância a festa, mas agradeceu a cada presente e felicitações que recebeu. Mesmo estando em um ambiente claramente tóxico, não deixava de lado sua educação. 

Alguns parentes ela nem conhecia, mas sabia que deveriam ser primos distantes que vieram até sua casa apenas pela comida grátis. Não podia negar, a comida de Claire era a melhor. 

Linn havia voltado para casa com uma pontinha de tristeza. Era sempre assim quando se despedia de Anne. 

Ela não mencionava, mas apesar de ter se conformado com a distância, não estava nem um pouco bem. Sentia a ausência de Anne a cada segundo. Mesmo quando estavam juntas e ambas estava rindo entre olhares apaixonados, ela podia sentir que não estavam bem. 

Tinha medo que fosse questão de tempo até uma das duas se cansar. 

Ela vagou um pouco pelo bairro antes de ir para casa. Ficou vendo crianças brincando, mesmo não tendo muito jeito, ela gostava de ver a fofura desses pequenos seres humanos. 

Quando voltou, comeu alguns pedaços de pizza e, como de costume, abriu a vodka pela metade e foi ouvir música. Trabalho, casa, bebida e música eram sua rotina agora.  

Bêbada ela fugia de seus pensamentos. 

No final da noite, a casa ia esvaziando. Anne subiu o mais rápido que pôde para seu quarto. Deitando e olhando para o teto. 

– Que dia… 

Quando estava desembrulhando alguns presentes, a mãe de Anne entrou no quarto. 

– Oi, filha. – Anne murmurou um oi quase inaudível. A mulher sentou-se em sua cama, com um embrulho nas mãos. – Ainda não dei seu presente...aqui, toma.

Ao abrir, tirou um suéter azul muito bonito. Agradeceu e deu um rápido abraço na mãe. Que foi em direção a porta, mas parou no meio do quarto.

– Sabe, eu não espero que entenda minhas escolhas, mas saiba que é você a pessoa que eu mais amo na vida. – E saiu, deixando uma Anne sem palavras para trás. 

Quando estava quase dormindo, Anne ouviu um barulho em sua porta e pela pouca claridade que vinha da janela, ela viu a silhueta de seu pai trancando a porta e um cheiro de bebida forte em seu quarto. 

Esse é o cordão que a Anne ganhou:

Esse é o cordão que a Anne ganhou:

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