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Mike mandou mensagem para Anne avisando que Linn estava em boas mãos mas que não estava nada bem. Ela agradeceu e pediu para ele mandar o local onde estavam. 

– Merda, Anne, merda! – esbravejou, sozinha no apartamento. 

Linn já havia perdido a conta de quantas doses tomou, Cisco e Mike não estavam bebendo o tanto que ela queria, mas ela tinha consciência de que eles não o fariam sabendo que ela está mal. 

– Vamos dançar? Essa multidão me parece muito convidativa. – chamou, se apoiando no balcão para levantar. Ela estava muito zonza e com a fala enrolada, então Cisco entrelaçou seus braços e trocou olhares com Mike antes de dizer que ele a levaria para dançar. 

Mike mandou mensagem para Anne dizendo que ela estava muito bêbada e que ele tentaria a levar para casa. Em seguida ele os acompanhou na pista de dança e pode ver Linn dançar, ou pular, no meio de tantas pessoas desconhecidas. 

– Linn, acho que já chega dessa festa não é?

– Não! A noite é uma criança! 

– Pois vamos só tomar uma água. – Linn bufou mas aceitou voltar ao bar para apenas uma água. Não comida desde o almoço. 

– Linn, a Anne está preocupada com você. – Mike falou, tentando convencê-la a parar de beber. – não acha que está na hora de conversar? 

Ela revirou os olhos, não queria ver Anne. Infelizmente não teve tempo de responder, apenas correu para a saída e não soube como fez isso sem cair, e vomitou nos arbustos mais próximos. Logo Mike e Cisco apareceram. 

– Vamos embora. Cisco, pode deixar que eu a levo. – falou Mike, tranquilizando o amigo. 

– Ok, Linn até segunda, qualquer coisa é só falar comigo. Tchau, Mike! – Falou entrando no táxi mais próximo enquanto Mike e Linn iam para outro. 

– Mike, obrigada por me trazer. Eu continuo sozinha daqui. Obrigada. – ele sorriu e falou que estaria ali para qualquer coisa e entrou. 

Linn abriu a porta, sua cabeça ainda estava girando mas ter vomitado ajudou bastante. 

– Linn? Por Deus, até que fim! – Anne estava no sofá e se levantou rapidamente indo de encontro a Linn, que apenas negou com a cabeça e entrou no banheiro. – Você sabe que precisamos conversar. 

– Eu não quero conversar, Anne. Quando eu sair daqui eu vou dormir. – falou de dentro do banheiro. Demoraria o máximo possível ali. 

– Amor, por favor. – insistiu, sem obter resposta. 

Linn saiu do banho e pôs uma roupa de dormir e deitou no sofá após colocar um travesseiro e um edredom. 

– Dorme na cama, eu fico aí. 

– Anne, só me deixe dormir. Você deveria fazer o mesmo, deve estar cansada do dia de trabalho que teve! – falou, raivosa. Anne baixou a cabeça e decidiu esperar a poeira abaixar para conversarem. 

A claridade do ambiente fez com que Linn, ao acordar, falasse vários xingamentos na mente pois sua boca não conseguiria pronunciar nenhuma palavra. 

Levantou sentindo a cabeça pesar toneladas e seguiu para o banheiro, vomitando praticamente só a água. Tomou um banho, escovou os dentes e saiu do cubículo um pouco melhor. Anne já estava acordada e fazia um café, o cheiro estava muito agradável. 

– Toma um remédio. 

– Não, eu estou bem. – respondeu sem encará-la enquanto abria a geladeira e tirava uma fatia de queijo. – Anne, caso você ainda tenha interesse em ir ao casamento, precisa ir hoje ao ateliê.

– Você vai comigo? 

– Porque eu iria?

– Linn, por favor… eu sei que errei, tá bom? – soltou.

– Nossa, que bom! Mas isso não muda absolutamente em nada na minha vida. – resmungou, já perdendo a paciência. Não deveria ter bebido tanto na noite anterior.

– O que eu posso fazer para essa raiva passar? Meu bem, me desculpa mesmo, não vai mais acontecer. A empresa está passando por um momento complicado, e a Bonnie não está em condições de comandá-a e eu só quis ajudar, mas… – Anne virou Linn para si, para a encarar. – Linn, não vai mais acontecer, tá bom? Você é minha prioridade. 

– Não vai mesmo? 

– Não vai, amor. – respondeu, acariciando sua bochecha. Linn fazia um bico e tinha as sobrancelhas quase juntas, mas assentiu. – desfaz esse bico e vem cá me dar um beijo.

– Você quem quer, você quem vêm. – respondeu, dando um sorriso cínico. Ela ainda estava chateada, mas preferiu deixar o clima melhor e ficar de boa com a namorada. – e eu vou com você ao ateliê, a Judie foi um amor ao me ajudar. 

– Então eu vou tomar um banho para irmos, tá bom? Dez minutinhos. 

Linn assentiu e continuou a comer seu café da manhã. 

Anne e Linn chegaram ao Brasil um dia antes do casamento, no sábado. Não iriam conseguir ficar mais que um final de semana, então decolaram na sexta feira de tarde. 

O trabalho de Anne estava tomando muito do seu tempo, mas para sua sorte o de Linn também, fazendo com que o tempo ficasse equilibrado e nenhuma ficasse sozinha e com raiva por isso. 

Mas era fato que Anne estava mais sobrecarregada, passava metade do dia com Bonnie ao telefone para tirar dúvidas e deixá-la a par do que estava acontecendo. A mulher tinha que manter repouso total, mas como era muito ativa na empresa, não conseguia fazê-lo com sucesso, mesmo tendo Anne. 

Linn estava nos retoques finais do projeto e precisava planejar uma apresentação muito boa para o chefe e alguns investidores. Apresentaria junto com a equipe, mas claro que o foco era nela. Seria na próxima terça-feira e ela tava com os nervos à flor da pele. Ela, junto com a equipe, escolheram o nome do robô. Tendo em vista que todos compartilhavam pelo amor que tinham por Harry Potter, colocaram o nome de Bicuço, um dos animais da saga. 

– Eu estou tão cansada! – reclamou Anne ao entrarem no táxi. Ficariam na casa da mãe de Linn, que já havia ligado duas vezes perguntando onde estavam. 

– Quando chegarmos você dorme um pouco enquanto ficarei com a minha mãe. – Anne assentiu, encostando a cabeça no ombro da namorada. 

O domingo chegara e com ele a cerimônia nada discreta de Lucy e Roberto. 

Era em uma mansão com um jardim grande o suficiente para acolher todos os 200 convidados e mais espaço na parte de dentro, para depois da cerimônia. 

O local estava com uma decoração digna de filme da Disney. O arco, no fim do tapete, estava todo enfeitado com rosas e as cadeiras onde os convidados ficariam estava perfeitamente alinhadas, a cerimonialista indicava o assento de cada convidado. 

Lucy estava nervosa, mas tinha mais certeza do que nunca que aquele seria um dos momentos mais felizes de sua vida.

E fora. Foi mágico e emocionante. Linn e Anne não se falaram naqueles minutos de cerimônia, mas compartilhavam do mesmo pensamento;

Queriam mais que tudo aquilo para si.

Oi, bebês ❤️
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