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Após algumas semanas, Linn pôde notar que Anne estava diferente. Ela estava indo visitar a casa dos pais quase todo dia. O pai dela havia tido alta a alguns dias.

Ela era muito insegura, então tinha um peso em seu coração pois o medo lhe dizia que havia alguma coisa acontecendo. Sempre que ela tentava conversar, Anne dizia que era apenas paranóia da sua cabeça e que nada havia mudado.

Linn estava no trabalho quando recebeu uma mensagem de Anne. “Precisamos conversar” era o que dizia na mensagem e Linn sabia que essa era uma péssima frase.

Um sentimento de angústia invadiu seu peito. 

Anne passou a frequentar mais vezes a casa dos pais e sentia que estava regredindo com o processo de ter sua própria vida.

Ela não contava a Linn, mas sempre que ia lá, ela usava suas antigas roupas, pois muitos fiéis iam visitá-os e seus pais tinham que passar a boa impressão de família perfeita. No primeiro dia que seu pai tivera alta do hospital, ela notou o quanto ele tinha se tornado mais amargurado e violento com a esposa e várias vezes com ela também.

Anne só ia lá para ver se a mãe estava bem, mas esta, por outro lado, sempre insistia em tê-la de volta em casa. 

– Mãe, por que a senhora não se separa desse homem? Pelo amor de Deus! 

– Ele é um homem bom. Você deveria voltar para casa, estamos dispostos a te receber.

– Mãe… – A mulher pegou suas mãos, apertando levemente. 

– Eu preciso de você aqui, filha! – Essa era uma das conversas mais frequentes quando Anne os visitava. Era cansativo.

Anne sabia que a namorada já estava notando algo de diferente nela. Apertou forte a cruz que tinha no pescoço. Fazia tempo que não a usava, pois estava na casa dos pais, mas a mãe dela havia devolvido o cordão a alguns dias e ao usá-lo, um peso caiu em suas costas. Ela estava voltando a ser a garotinha inocente que seus pais queriam e nem percebia isso.

Estava confusa demais quando mandou mensagem para Linn, sequer sabia o que iria dizer. 

– Cheguei. – Ela ouviu a namorada dizer. Já estava a sua espera sentada na cama. Linn veio de encontro a ela, para beija-la, mas num gesto automático Anne abaixou a cabeça. 

– Linn, senta aqui. Certo, eu nem sei como começar… eu te amo muito. – Linn negou com a cabeça e riu ironicamente.

– Espera, olha, se você for terminar fala logo. Pode ser direta, estamos terminando? Você sabe que eu odeio enrolação.

– Não! Linn, eu vou voltar para casa. Pela…

– Pela sua mãe. É, eu sei. É sempre por ela. Uau! 

– Eu amo morar com você, mas eu estou preocupada com ela, eu espero que entenda.

– Eu entendo, Anne. De verdade. Só que você sabia que eu estava certa quando achava que tinha algo errado então por que você não abriu o jogo logo? 

– Eu errei nisso, mas eu tive medo de falar em voz alta e sei lá. Eu não sei por que fiz isso. Eu, eu sinto muito. – Anne já não segurava mais as lágrimas, Linn também não. 

– Tudo bem, eu vou sentir sua falta aqui. 

– Ei, eu não vou deixar de vir aqui, amor. Eu ainda vou estar aqui por você. Sempre. 

– Eu sei, mas não vai ser a mesma coisa, vida. – Anne estava derretendo com a cara extremamente fofa da namorada.

Seu nariz estava vermelho e ela fazia um bico irritantemente apaixonante. Elas se encaravam, observando cada traço uma da outra.

Anne parou nos sinais que Linn tinha perto da boca, ela adorava eles, passou a mão por cima e num gesto rápido e desesperado puxou a nuca da menina, iniciando um beijo apaixonado e molhado. 

Linn automaticamente foi pro colo da outra e desceu os beijos para o pescoço dela, que arrepiava a cada toque. Cada gesto, cada respiração, cada sensação sentida naquele momento era novo para ambas.

Anne virou e colocou a garota deitada, ficando por cima. Ela segurou os braços de Linn pra cima, e se aproximou para beijá-la e voltou antes de encostar os lábios, a provocando. Repetiu o gesto mais duas vezes enquanto Linn ficava louca e dava o sorriso mais safado que já vira.

Quando a garota se soltou, arrancou a blusa de Anne e apertou sua cintura, a fazendo soltar um gemido gostoso. Linn gostou do que ouviu. Inverteu as posições e fez uma trilha de beijos do pescoço à barriga, Anne arfava a cada beijo.  

– Você tem certeza? Eu posso parar. – Perguntou, olhando nos olhos de Anne, quando chegou na barra de sua saia. 

– Nunca tive tanta certeza de algo.

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